Desejo Incontrolável (republicação)

Um conto erótico de Nanda
Categoria: Heterossexual
Contém 3312 palavras
Data: 03/04/2007 07:14:45
Assuntos: Heterossexual

Era a festinha de inauguração da casa nova da minha amiga de cursinho. Na verdade uma boa desculpa para fazer mais uma festa. Os pais dela tinham ido para o sítio. Havia pouca gente, para não haver bagunça. Nada anormal ou exagerado: som legal, todo mundo amigo, muito beijo na boca, sarro, bebidinhas e comidinhas. Adoro. Lá pelas tantas, ele apareceu. Logo ele: a última pessoa que eu poderia imaginar ali, numa dessas coincidências que mais parecem coisa de macumba. Fiquei nervosa. Tinha razões de sobra.

Era o dono da farmácia perto da minha casa. Trintão, bonitão, gostoso, mas tarado. Desde que eu era menina ainda, me cantava, queria e tentava me tocar. Oferecia-me até dinheiro. Apesar da inevitável curiosidade, nunca dei bola para ele e o elegera como o último dos homens com quem eu transaria.

Eu estava com meu namorado, mas mesmo assim ele não parava de me olhar. De vez em quando conversava com a minha amiga, a dona da casa, e os dois me olhavam e riam, deixando-me desconcertada.

Quase meia noite. Nando, que já tinha bebido além da conta, cochilava no meu ombro. Só faltava começar a babar. Não estava aborrecida com ele, apenas frustrada. Treinara o dia inteiro para o campeonato e estava morto de cansado. Além do mais, bastava uma latinha de cerveja pra derrubá-lo. Tomara duas ou mais. A gente não se via há uma semana e eu estava com vontade de transar. Íamos para um motel, mas ele quis descansar um pouco, antes de dirigir. O jeito era esperar.

Vagou um lugar no sofá, e o desgraçado não perdeu a oportunidade de se aproximar de mim.

Não consigo justificar o que aconteceu comigo. A presença dele ao meu lado e do Nando, tornou-se algo diabolicamente excitante. Sabia que ele me desejava há anos e agora tinha a oportunidade de estar ali, colado a mim, como jamais estivera. Eu estava presa por causa do Nando, cheia de tesão e doida pra sair dali e ir para o motel. Não com aquele homem. Mas esta idéia passou pela minha cabeça. E uma voz, que só podia ser do além, e nada mais era que o meu próprio desejo, talvez acumulado naqueles anos todos, soprava no meu ouvido: esse cara vai te comer, não tem jeito.

Ele era gostoso, atraente, admito. E eu já não era uma criança. Mas ele sempre me causara nojo. Ainda assim, me vi espremendo as coxas de tesão.

Posso ajudar? disse, irônico como um atendente de loja e com um risinho canalha, olhando pro meu namorado, absolutamente apagado. Parece que o garoto aí emborcou. Só acorda amanhã. Fiquei calada, irritadíssima com o jeito abusado dele. A noite é uma criança e você aí, linda como sempre, perdendo o melhor da festa. Que mundo injusto, né? Falava como se tivesse intimidade comigo e isto me enervava e me entesava. Eu me conheço. Tentei acordar o Nando para irmos embora. Ele balbuciou qualquer coisa ininteligível e se aninhou ainda mais no meu ombro e passou a ressonar. Senti-me como se fosse a mãe dele.

Minha amiga, uma grandessíssima filha da puta, e a quem eu amo até hoje, por essa e por outras razões que surgiriam depois, aproximou-se. Vocês já se conhecem, né? Olhei pra ela perplexa, sentindo o sangue esquentar o meu rosto. Claro que a gente se conhece, prima, mas sua amiga sempre me ignorou. Prima? Eles riram, cúmplices. Engoli em seco. Meu primo é um cara legal, disse. Conversa com ele. Só um pouquinho, boba, você vai adorá-lo. Não gosto de tarados, disse com raiva. Ela não pareceu surpresa com a acusação. Insisti. Seu priminho me olha e me diz coisas nojentas desde que eu era uma menina. Ele sempre quis você, boba. Mas ele é um cara velho, um tarado. Bobagem, os homens mais velhos são mais gostosos, boba, e eu sei o quanto ele te deseja. Ele é um tarado, insisti. Só conversar, boba, ela redargüiu. Um pouquinho...

Se Nando ouvisse aquilo ia ter confusão. Mas ele dormia como um porco. E se ódio matasse, minha amiga tinha sido morrido naquele instante fulminada pelo meu olhar, o que, se acontecesse, me causaria arrependimento pelo resto da vida.

Vou te ajudar, ele disse, se levantado. Ajudar em quê?, pensei assustada.

Sem que eu esperasse ou reagisse, ele fez o Nando erguer-se e, com a ajuda da minha amiga, levou-o para um quarto, sem qualquer resistência. Fiquei doida de raiva. Peguei rapidamente o telefone para pedir um táxi e fugir dali. Não deu tempo ou fui lerda o suficiente para que não desse.

Ele logo retornou com duas taças e uma garrafa de proseco. Abriu-o discretamente e encheu-as. Olhou-me no fundo dos olhos, como se lesse minha alma, e disse, sempre irritantemente irônico, que meu namoradinho dormia que nem uma criança. Aceitei o champanhe num gesto que, embora raivoso, na minha mente significou um resignado “não tem jeito, esse cara vai me comer. Vou ter que dar prá ele.”. Eu não “tinha” que dar nada. Eu queria dar. Eu me conheço.

Quem é que não gosta de se enganar? Entre “ter que dar” e “querer dar”, a consciência prefere o “ter que dar”: moralmente é mais aceitável, como se fosse uma obrigação inevitável.

Sorri, finalmente, e baixei os olhos, como uma idiota envergonhada. Seguro, ele pegou-me pelo braço levando-me até uma das varandas. Tentei agir naturalmente. Mas tremia dos pés à cabeça, dizendo para mim mesma que não ia dar mole prá ele, já sabendo que ia dar.

O proseco desceu de um gole só e esquentou de vez o meu sangue. Estendi a taça, ele encheu-a até a metade. A espuma subiu. Minha buceta está assim, espumando, pensei, sorvendo a bebida até o final.

Sem rodeios, ele tomou-me o taça, depositando-a na mesinha, e abraçou-me por trás. Colou o corpo no meu, encheu as mãos com meus seios e começou a beijar e lamber minha nuca e meu pescoço. Nunca, em tempo algum, me comportara tão passivamente. Parecia hipnotizada. Respirei fundo, louca para reagir e evitar aquela loucura, mas já era tarde demais para isso.

Sempre me arrepiei de tesão. Todo mundo se arrepia, até com hálito quente no pescoço. Mas eram arrepios tão intensos e um tesão tão imediato, tão instantâneo, avassalador, desconhecido, que fiquei parada que nem uma pateta, tremendo, arrepiada até nas unhas. Um arrepio que não passava. Ainda não tinha tanta experiência sexual, mas achava que tinha, que já sabia tudo. Gostava da sacanagem, de gozar, de me entregar, de foder. Mas tesão daquele jeito, tive que admitir para mim mesma, eu ainda não conhecia.

Comecei a dar razão à minha amiga.

Minha imaginação aguçou-se tal modo que, após o ato reflexo de segurar nos braços dele, porque eu precisava segurar em alguma coisa, os músculos pulsaram nas minhas mãos e fizeram-me pensar que aqueles braços eram dois paus, coisa que jamais me passara pela cabeça como fantasia ou coisa parecida. Mas pensei. E pensei no terceiro, real, roçando na minha bunda. O entorpecimento, que não era pouco, se multiplicou em ondas por todo o meu corpo e a vontade de dar, de ser penetrada por ele e gozar como eu jamais havia gozado começou a virar um tormento.

Não esperava que ele metesse o pau nas minhas coxas ali na varanda, seja por causa das outras pessoas ou do Nando seja porque nem beijar ainda a gente tinha beijado. Na cabeça, eu me pegava à minha experiência prática: primeiro beijar, se olhar, sarrar, se tocar, se chupar e, depois, com o sangue já fervente, foder. Assim era o normal. Era assim que eu sempre transara. Mas nada estava sendo normal nem nunca mais seria.

Até hoje não é.

Ainda ajudei. Grande. Gostoso de pegar, de sentir. Quente. Abri as coxas, arrebitei a bunda e o alojei em mim, tornando a apertá-las. Fica paradinha, pediu. Não pensa em nada, só no meu pau. Não precisava pedir. Há muito tempo que eu sonho em botar nas tuas coxas, em pegar nos teus peitinhos assim, em te chupar toda, te foder até você desmaiar de prazer. Não tive coragem de dizer prá ele que já estava quase desmaiando de tesão e que ele poderia fazer comigo o que bem entendesse. Mas apertei mais as coxas como se fosse esmagar o pau dele.

Já tinham botado nas minhas coxas muitas vezes, mas só pela frente. Assim, por trás, era a primeira. E infinitamente mais gostoso e excitante. Tanto que me meu gozo já queria vir.

Desde que dei meu cabaço, aos quinze, sempre senti alguma dificuldade para gozar. Nunca dava tempo. Meu namorado acabava logo e só na segunda vez, quando conseguia, é que dava. Com os outros, que não foram tantos, acontecia a mesma coisa. Claro que agora, aos dezenove, já tava mais solta. Com o Nando, na maioria das vezes, eu gozava junto, na primeira, na segunda ou na terceira. Quando ele estava inspirado, dava até mais. A gente passava o dia inteiro no motel. Gostava de transar com ele. Era o melhor de todos, o mais viril, o que mais me fizera gozar.

E descobria, agora, que não sabia da missa um terço. Nos minutos seguintes, já imperava na minha alma um grande arrependimento: o de não ter dado meu cabaço para aquele homem desde que começou a me olhar e dizer coisas indecentes, anos antes.

Cada lambida ou chupada na nuca ou no meu pescoço, era um chamado pro meu gozo, num tesão inaudito. Ele sincronizava a boca com uma das mãos nos meus mamilos e a outra na minha buceta, literalmente encharcada. Minha vontade era de virar-me de frente, arreganhar pernas e gritar para que me fodesse até me arrebentar toda, embora, até ali, a idéia de ser “arrebentada” por um pau jamais tivesse me ocorrido de forma tão concreta e real. Jamais tivera desejo de gritar que nem uma doida por causa de tesão nem cravar unhas nos braços de alguém, como agora eu fazia, a ponto de feri-lo.

Vou meter em você, afasta a calcinha, ele disse. Não, aqui, não, alguém pode ver. Deixa assim, só nas coxas. Talvez eu devesse dizer isso, quisesse dizer isso. Mas não disse. Apenas abri as coxas, afastei a calcinha e, oferecendo-me como nunca me oferecera, disse: bota, enfia, mete tudo em mim, maldito.

Alguém apareceu na porta da varanda para se despedir, justamente quando ele já começava a entrar em mim. Senti um gelo na espinha. Voz feminina, meio pastosa. Ele recuou um pouco e sem descolar o corpo do meu, acenou com a mão e disse um tchau, abafado pelo meu pescoço. Também acenei, sem me virar. Nem podia. O susto me trouxe à realidade e pensei no Nando, que podia acordar e aparecer. Não queria que ele visse aquilo. Era um cara legal, não merecia e eu gostava dele. Achava que gostava.

Meu namorado pode aparecer. Não vai aparecer, não. Vai dormir até de manhã. A prima tá de olho nele. Não, a gente precisa ir lá pra dentro. Dei um jeito de me desvencilhar e fiquei de frente pra ele, decidida. Com os olhos chispando, ele segurou-me vigorosamente. Antes que colasse a boca na minha, vi seu pau balançado. Lindo. Duríssimo. Faminto. Beijo do Cão. Ele suspendeu a minha saia e encostou aquela maravilha bem no meu grelinho. Gemi, sugando sua língua como se ela fosse o pau que me futucava. Fiquei na ponta dos pés, afastei a calcinha e mexi, roçando minha buceta nele. Meus pulmões começavam a ficar cansados de buscar o ar. Meu gozo veio. O dele também. Uma lambança. Deixei escorrer, sem forças pra me limpar. Quase caindo, agarrei em seu pescoço. Um abraço demorado e silencioso, enquanto a lava morna percorria lentamente minhas coxas, até desaguar-se na minha sandália, numa poça pegajosa de dar agonia.

Uma certeza decisiva: jamais sentira o gozo com tal intensidade.

Com a mente tão fraca quanto as pernas, deixei ele me levar para o extremo da varanda, onde havia uma escadinha. Demos a volta na casa. A música ficou distante, abafada. Meu pé colava na sandália por causa da gosma e fazia um barulho esquisito. Estava escuro. Os saltos enterravam-se na grama. Não gosto de lugares escuros, ainda mais perto de jardins, de mato. Tenho medo até de formiga. Ele abriu um portãozinho e entramos num lugar escuríssimo. Deve ter bicho aqui, vamos embora. Que bicho? Sei lá. Tinha, agora não tem. Tinha o quê? Cachorros. Isso aqui é um canil? É, mas aqui não tem cachorros. Meu tio odeia cachorros. Só tem eu e você, minha cachorrinha. Pára com isso, vamos sair daqui, vamos? Quer mesmo que eu pare?

Ele me tocava os seios gostosamente e eu segurava aquele pau duro como pedra e não conseguia evitar a violência do tesão. Quem pararia? Não, não quero parar, mas tem que ser rápido, disse. Então tira a roupa. Não, sem roupa, não.

Mas ele já tirava a dele. E tirou a minha blusa, baixou minha saia junto com a calcinha e beijou e sugou-me os seios, e roçou o pau e mim, me beijou na boca e eu peguei no pau dele novamente e o encostei na minha buceta. Estava frio. Nos colamos, nus, e me deu vontade de beijar o pescoço dele, o peito cabeludo e cheiroso, seus mamilos. Nunca tinha lambido nem chupado os mamilos de um homem. Gostosíssimo. Ele adorou. Meus joelhos insistiam em dobrar-se. E dobraram-se. Beijei o pau dele com uma mistura consciente de carinho e muito tesão, porque não há posição mais indecente e gostosa que ficar de cócoras e chupar o pau de um homem. Chupei com vontade. Esperava que ele acabasse na minha boca, mas minha buceta, que pingava, queria sentir aquela coisa gostosa novamente, e então pedi para ele me foder.

Vou te foder como nunca te foderam, gostosa. Cruza as pernas na minha cintura. Num golpe, me vi suspensa no ar. Sentindo um frio na barriga, com medo de cair, enlacei sua cintura com as pernas e agarrei seu pescoço. Ele segurou-me pelas nádegas e foi se ajeitando, procurando minha buceta com o pau. Ajuda, gostosa, pega ele e enfia na tua xoxota. Obedeci com um prazer louco e o pau entrou de uma vez só. Vi estrelas. Lindas maravilhosas, reluzentes, de dor e prazer. Não que seja adepta de paus gigantescos, muito menos de sofrimentos. Mas um pau grandinho é algo que não me desagrada. Gosto de sentir minha carne sendo forçada, da dorzinha, da ardência inicial. Me dá um prazer doido. E gosto de sentir tudo bem dentro, até o talo. Ele tinha razão. Nunca tinha trepado daquele jeito nem tão gostoso. O escuro, o medo de cair, dos bichos, a situação, o Nando, a vontade de meter, e o dedo dele no meu buraquinho me bolinando era um bom de sentir que jamais imaginara possível.

Meu gozo veio primeiro. Animalesco, devastador. Pensei que fosse morrer. Fiquei tão grogue que perdi a noção de onde estava. Ele não gozou.

Quis a minha bunda. Neguei. Estava num estado de saciedade tão absoluto, que neguei. Outro dia, hoje, agora, não. Tem que ser hoje. Mas eu não agüento. Vai agüentar. Não eu não estou me agüentando em pé. Você só sai deste canil depois que me der a bunda. Eu sei que você gosta. Sabe como? Não interessa, alguém que te comeu me contou. E eu vou comer também. Acho que gostei e não gostei de ouvir aquilo. Mas descobri que gostava de homens decididos e que não iria sair daquele lugar horrível sem dar minha bunda. Naquele instante, porém, eu não queria dar. Não sentia desejo, só cansaço, exaustão. Por mim, desabava naquele chão frio, com bicho ou sem bicho e dormia. Pensei no Nando. Uma confusão doida. Não, outro dia eu dou prá você, juro, disse com sinceridade. Temos que voltar. Vamos, por favor, o meu namorado...

Ele agachou-se o colou o rosto na minha buceta. Tive que me apoiar em seus ombros para não cair. Confesso que fiquei um pouco indiferente às carícias de sua língua. Mas ninguém é de ferro. E adoro ser chupada. A coceira nos mamilos não demorou e eles estufaram. O tesão voltou. A língua, ágil, parecia a de uma cobra. Ele sugava meu grelo com uma delicadeza de atordoar. Seus dedos alternavam-se entre minha xoxota e meu buraquinho. Mas foi quando ele virou-me e meteu a boca na minha bunda, que enlouqueci. Foi um dos poucos homens que fez isso comigo. Depois de sucessivas linguadas, beijos e dedadas, não foi preciso ele me convencer de mais nada.

Fiquei de quatro, como ele mandou, apoiando meus joelhos na minha saia e na calça dele. Ao invés do pau, ele continuou com a boca e com aquela língua diabólica no meu buraquinho até eu suplicar para que ele me enrabasse de uma vez por todas.

Sempre tive medo da dor. Era das piores que eu conhecia. Mesmo assim, gostava de dar, gosto e sempre gostei.

E não vou dizer que não doeu, que foi mamão com açúcar. Doeu muito, de ver estrelas. Mas não tantas quanto eu supunha, por causa, claro, da grossura do pau dele. Justiça seja feita, apesar deste detalhe, ele é um dos raríssimos homens que sabem comer uma bunda.

Aos pouquinhos, me bolinando, falando coisas indecentes, deliciosas. Um tira e bota de dar nos nervos e a gente mesma querer forçar e sofrer o que tiver de sofrer para sentir logo o pau todo dentro. Um sofrer feliz.

Entrou. Doeu, mas agüentei. Meu tesão era tanto que acho agüentaria outro igual, junto. Depois da cabeça, tudo é sempre mais fácil. E o “tudo” veio devagar, sem parar, tudo mesmo. E num canil, que nem uma cadela. De quatro. Morrendo de medo de um bicho me subisse pelos braços, pelas pernas. A dor nos joelhos aumentando, a no ânus diminuindo e o pau, deliciosamente inclemente, resvalando pra dentro e prá fora de mim.

Não há quem não goze que nem uma doida.

As estocadas tornaram-se mais intensas. Me arreganhei mais ainda e arrebitei a bunda. Queria mais. É sempre assim. Chega um momento que o pau, por maior que seja, parece que é pouco. E a gente deseja mais. Sente até falta da dor.

Ele começou a gozar. Um gozo doido, como se fosse o último. Enterrava-se tão profundamente em mim, que pensei sentir o esperma dele brotando na minha garganta. A idéia, absurda, fez o meu gozo vir também. Desabei, apoiando-me os cotovelos e escorando a cabeça nas mãos. Não sei como consegui forças para erguer-me, mesmo com a ajuda dele, e me vestir e caminhar até o banheiro da piscina, onde nos limpamos. A água fria no rosto e nas partes lambuzadas ajudou-me a sair daquele estado letárgico. Ele retornou à festa, deixando-me sentada na sauna, para me recuperar.

Já não havia quase ninguém. Achava que na minha testa estava escrito ”acabei de foder que nem uma cachorra”. Se alguém notou, não deu na pinta. Nando tinha acordado há tempos e ido embora, para o meu alívio. Minha amiga, que logo depois seria a primeira mulher da minha vida, disse para ele que eu tinha ido embora e que ligaria pela manhã. Nando jamais soube do que aconteceu. Até porque, pouco tempo depois, terminamos por uma simples razão: não consegui mais gozar com ele.

Fomos os últimos a sair, com o olhar cúmplice da minha amiga e futura amante. Cheguei em casa morta de cansada, dolorida, meio arrependida, estranhamente feliz e satisfeita. Fui dormir embalada pelo gosto do leite que ele, no caminho, ainda despejou na minha boca.

Antes de fechar de vez os olhos, tive certeza de que iria cumprir a promessa de ir até a farmácia dele para tomar novas injeções. Só não poderia imaginar que minha vida sexual, a partir do dia seguinte, fosse mudar tão radicalmente.

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Comentários

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Poxa, a cada conto que leio da dodoi fico sem saber qual é o melhor. Ainda chego lá... Nota 10!

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Maravilhosa. Sorvemos cada palavra, cada cena...NOTA 10 é claro.

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Adorei, muito bem escrito o teuu conto!!!deliciosamente excitante... Me fz lembrar uma ou outras transas, os melhores gozos...as melhores sensações...

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Não quero agradecer apenas os elogios, mas confessar, encatada, o "mocinha" da Karensita. Que delícia, meu Deus! Mocinha. A-do-rei. Beijos a todos.

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Mocinha (o), seja oq for, adorei este conto!!! Nota 10...mande-me a continuação de sua relação, vou adorar!!! (sfadinha_bi@hotmail.com) se possível, se identifique!

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Muito bom, uns do melhores que já li. Parabens

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Olá Nanda

Seu conto é excelente e verossímil... Um história bonita e bem contada.

Não ligue para os "críticos" de plantão, pois eles não sabem escrever e quando lêem um texto não sabem interpretá-lo...não tem imaginação.

Parabéns, de verdade

Sua nota é DEZ

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Não sei exatamente o que dizer do seu conto e do seu jeito estranho de narrar. Talvez seja o seu estilo, que parece fazer a gente virar de ponta cabeça, mas sem perder a coerência. O mais esquisito é que esse estranhamento faz aumentar a carga erótica e mexe muito com a libido. Para finalizar, você me fez ver estrelas também, de tesão.

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Coloquei este comentário nos três contos do sujeito, e o reproduzo aqui porque aético do jeito que ele é, é capaz de apagá-los. "Cara, você precisa tomar umas aulas de Ética. Além de escrever mal, não ter criatividade - o que não é um defeito, mas falta de talento - você é aético. Usa vários apelidos para dar zero, sem qualquer critério, aos outros textos, apenas para manter os seus bem votados. Que vaidade esquisita, né, meu amigo? Esquisita e meio doentia. Você acha que vai vencer sua falta de talento assim, se auto elogiando e prejudicando os outros? Vai se tratar, maluco!"

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Conto legal. Apenas uma observação que interessa a todos: a invariabilidade das notas, sempre "zero" dadas por HERRERO, Andrco, Macolla, djvini à maioria dos contos, chamou-me a atenção. Cruzando os dados, descobri que estes nomes são clones do autor Duardo. Ele usa esse expediente tanto para votar em si mesmo com os outros apelidos e comentar favoravelmente seus textos, todos muito ruins, e mantê-los com nota alta, em prejuízo dos outros. Quem quiser fazer o cruzamento dos dados entre os textos do autor, os comentaristas e suas notas, para constatr o que relatei, os contos dessa figura são: http://www.casadoscontos.com.br/texto.pl?texto=200704292 http://www.casadoscontos.com.br/texto.pl?texto=200704269 http://www.casadoscontos.com.br/texto.pl?texto=200704276

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Bom na verdade não vou comentar sua escrita nem nada disso... gostei da estória e delirei com ela se é que me entende hahaha

Beijos

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“Na realidade, todo leitor é, quando lê, é leitor de si mesmo. A obra não passa de uma espécie instrumento ótico oferecido ao leitor a fim de lhe ser possível discernir o que, sem ela, não teria certamente visto em si mesmo” Proust (1871-1922) “Tempo Redescoberto

Senhor Maldoso.

Sua crítica não me comove. Alguém que idealiza ou preconiza certezas e decisões numa jovem de dezenove anos, não possui, desculpe, um pingo de “maldade”. Conhecesse, o senhor, um pouco que fosse, das dores e delícias da alma feminina, não diria essas bobagens idiossincrásicas, de ingenuidade atroz. Não confunda as coisas: se o senhor deseja uma puta “real” e “decidida”, vá a um puteiro. Neles, o senhor vai encontrar “buracos” ou pedaços de carne à vontade. Agora, se um dia quiser ser um homem mais completo, e pretender conhecer um pouco as nuances misteriosas da alma feminina, não vá pelo caminho das “certezas” ou dos preconceitos. Decida-se, pombas!

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Belo conto, meio longo, mas bem legal!! nota 8

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Dodoi, acho que você é: uma puta fantasma ou uma fantasma puta? Sei lá. Pelo seu relato você sabe tudo mas não sabe nada. Não queria nada mas queria tudo. Não tinha desejo de nada mas tinha desejo de tudo. Pombas ou uma coisa ou outra. Decida-se.

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concordo com a she-ra... é de uma intensidade incomum, parece mesmo um relato e não um conto; se for ficção, parabéns, conseguiu traduzir em palavras todo um erotismo que é sempre mais fácil viver do que imaginar; se for verídico, ainda assim merece elogios, porque não é tão fácil manter-se fiel a uma narrativa à medida que as lembranças se tornam outra vez presentes.

Um dos melhores da casa, em todos os tempos...

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