Lua Negra - parte 4

Um conto erótico de k.
Categoria: Sadomasoquismo
Contém 1431 palavras
Data: 22/02/2011 22:45:48

Adormeci e o mundo se apagou por completo, sem sonhos, sem me incomodar com a casa, sem me importar com olhares estranhos que poderiam surpreender meu corpo nu durante o sono. Acordei sozinha, ainda era noite, fim da madrugada. Me espreguicei longamente, enrolei meu corpo no lençol e fiquei deitada por alguns instantes. Os lençóis ainda tinham o cheiro característico de sexo e suor, e isso não me incomodava. Me lembrei das gêmeas e imediatamente um calor incomum correu por meu rosto. Mesmo achando que seria uma atitude imprudente, resolvi bisbilhotar. Fui até a porta, espiei o corredor, todas as portas encostadas, silêncio e escuridão. Mal coloquei os pés para fora, ouvi passos vindos da escada, não tive tempo de voltar ao quarto, pois Liu já me vira e sorria, vindo em minha direção. - Acordou bem cedo. - Desculpe, não quis incomodar. - Não está incomodando, teve um dia aparentemente longo, mas acabou dormindo muito mais cedo do que imagina. Deve estar faminta, já mandei preparar seu café da manhã. Aha, então ainda temos mais pessoas nessa casa, obviamente não seria Angelina que prepararia meu café, talvez as gêmeas, a idéia me divertia, ou então Cristina, vestindo um avental de cozinheira. Não, isso não. Com certeza, alguma discreta funcionária, digna da confiança da patroa. - Me acompanha, querida. Você já tem direito de passar ao próximo quarto. O de número quatro, acompanhei Liu, que vestia apenas um robe de seda branco, estampado com motivos orientais, uma peça bem curta, que deixava a mostra suas pernas longas e fortes. Era uma mulher bem diferente, tinha um charme distinto nos modos mais simples, no olhar, na voz, na maneira de andar. O corpo esbelto apresentava sinais bem característicos, pois parecia ser uma falsa magra, digo isso após ver suas pernas, e o desenho de nádegas volumosas, desenhadas pelo tecido que se apertava em torno de seus quadris pelo laço apertado. Antes de entrar, parei por alguns instantes, olhando para a porta do quinto quarto, que fechava o corredor. Era o único com uma maçaneta dourada, e parecia isolado por uma porta bem mais pesada que as dos outros quartos. Estaria Angelina Moran atrás dessa porta? Estaria esperando por mim? Entrei imaginando que esse era o último passo antes de me encontrar com ela, o que me animava muito. Esse era diferente dos demais. Era maior, mais espaçoso, além da cama larga de lençóis brancos, tinha duas cadeiras, uma mesinha de canto, criado-mudo, um pequeno abajur e outra porta, que levava para um banheiro. Liu me indicou essa porta. Uma pia enorme, com um espelho de iguais proporções, cosméticos e perfumes diversos sobre ela. Uma banheira de hidromassagem redonda, que ela ligou, com as mãos sob a água para testar a temperatura. - Deve estar querendo um banho, não? Pode aproveitar agora, enquanto seu café é preparado. - Claro, é uma ótima idéia. Então, Liu, quando sair daqui... - Vai se encontrar com Angelina. Ela já sabe que você está aqui e já se prepara para recebê-la. - Vou ter que sair daqui primeiro, certo? – perguntei num tom malicioso. - Na verdade, você não precisa provar mais nada. Está aqui apenas para descansar e comer um pouco, e depois vai direto ao último quarto. Isso me pareceu maravilhoso, não teria que conhecer mais nenhuma outra garota antes de me encontrar com Angelina. Chega de situações exóticas e sensuais. Apesar de tudo ter sido deliciosamente prazeroso, o único motivo que justificava minha presença nessa casa era o encontro com Angelina, todo o resto havia sido apenas uma aventura. A banheira se encheu. Liu fechou a torneira e eu entreguei o lençol com o qual me enrolara para ela, que saiu me deixando a vontade. Preparei um banho de espuma com sais aromáticos e mergulhei na água quente. Uma delícia. Fiquei por mais de meia hora mergulhada, até que Liu voltou, com um sorriso no rosto, perguntando se eu precisava de ajuda. Ri de minha demora e disse a ela que já estava saindo. - Não tem problema, fique o quanto quiser. Liu pegou uma esponja e veio até mim. “Posso?”. “Claro que sim”. Ela sentou-se na borda da banheira, atrás de mim, cruzando as pernas e deslizando suavemente a esponja por minhas cotas, numa massagem revigorante. - Tenho que lhe confessar uma coisa, não imaginei que aceitaria participar disso. - Porque não? - Pelas informações que tive a seu respeito. Imaginei que não seria dada a esses excessos. Mas você conseguiu, já é uma das nossas. - E são muitas? - Mais do que poderia imaginar, um grupo enorme, com o único intuito de obter prazer, de forma livre e espontânea, longe dos preconceitos sociais ou de qualquer outra espécie. E você também, livre para viver uma vida de prazer e sensualidade, assim que tiver passado pelos braços de Angelina. - E isso acontece com todas? É ela quem, por assim dizer, batiza as garotas? - Não, não passam de dez as que a conheceram da maneira que você conhecerá. As demais foram, como você diz, batizadas, por outras mulheres, com a aprovação de Angelina. Fantástico, fiz outras perguntas a Liu, mas ela preferiu não responder, talvez para preservar a intimidade das outras mulheres dessa “associação”. Concentrou-se em massagear silenciosamente minhas costas, subindo e descendo por elas com a esponja, depois a abandonado e usando as próprias mãos. Pude então perceber que toque gentil e carinhoso tinham aquelas mãos. Era uma especialista, sabia quando e onde pressionar, como deslizar seus dedos e unhas, nos pontos exatos. Contra minha vontade, comecei a me excitar. De olhos fechados, sentia meu corpo tremer ao avanço de suas e ela, obviamente, percebeu isso, e intensificou suas carícias. Estava em meus ombros, em meu pescoço, em minha nuca, e senti sua respiração próxima a minha orelha. Liu sentou no chão e beijava minha pele, seguindo o caminho de suas mãos. Ela tinha os lábios quentes e o hálito mentolado. Eu o sentia em minha nuca no momento em que suas mãos envolveram meus seios, apalpando-os delicadamente, os dedos correndo ao redor dos biquinhos endurecidos. Procurei por sua boca e a encontrei num beijo molhado, sua língua entrando e saindo lentamente entre meus lábios. As mãos desceram por minha barriga, por minha cintura, em volta de meus quadris. Ela inclinou o corpo sobre mim, meus braços prenderam-se em volta de seu pescoço, seu robe se abriu e no momento em que me afastava de sua boca tive uma visão de seus peitinhos pequenos balançando embaixo da seda. Liu mantinhas mãos subindo e descendo por minhas pernas, concentrando-se em minhas coxas, chegando até a virilha. Beijei seu pescoço, seus ombros e colo, ela trouxe os seios até minha boca, colocando um deles entre meus lábios. Eu o suguei languidamente, seus dedos já chegavam até minha xoxota, afastando os grandes lábios e correndo entre eles, massageando meu clitóris, o que me deixava com o corpo preguiçoso, mole e entregue a ela. Passei a sugar o outro seio da mesma forma. Liu apertava meu corpo, meus seios, minhas coxas, gemia em meus ouvidos e me penetrava na xoxota. Os dedos pareciam alcançar um ponto oculto dentro de mim, causando uma sensação agradável de prazer, era lenta em todos os gestos, mas sabia muito bem o que fazia. Pedi para que entrasse na banheira comigo, já puxando-a pelos braços, ela negou se afastando gentilmente, fiz menção de sair da água e seguir com ela até a cama, mas com a mesma gentileza ela me segurou pelos ombros. - Termine seu banho, vou servir o café no quarto. Disse isso e me deu as costas com rapidez, olhou por cima dos ombros com um sorriso no rosto. - É bom perceber tem um bom apetite. Saiu e me deixou confusa, excitada e frustrada. Eu quis aquela mulher e mal pude tocá-la. Na verdade não a toquei, mas talvez essa tenha sido a intenção dela. Terminei o banho, encontrei um excelente desjejum na mesinha do quarto. Percebi que a manhã já se mostrava luminosa lá fora. Liu voltou até o quarto, mas colocou só a cabeça para dentro. - Encontrou o robe? - Não. - Está no banheiro, em um cabide ao lado da pia. - Obrigada, Liu. - Você tem uma hora, depois pode ir ao último quarto, apenas bata antes de entrar, ok? - Ok. - Então, até mais. - Liu? - Sim? - Eu queria saber... é que... - Nos vemos depois, tá bom? E novamente saiu, sem me deixar tempo para retrucar. Vesti o roupão e me deitei um pouco, sobre a mesinha, um relógio marcava seis horas. Acabei cochilando, acordei as sete e meia, saltei da cama e parei diante da porta do quarto número cinco. O quarto de Angelina Moran.

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