Aposta

Um conto erótico de DEBRET, Carolina.
Categoria: Homossexual
Contém 607 palavras
Data: 27/04/2011 21:10:23

Duas da manhã, mas a noite só começava. Embora não gostasse de aventuras, a aposta já estava feita. As consequências não importavam naquele momento. Segurou o copo com a bebida mais forte durante meia hora, guardou os números das outras, e sentou-se na mesa isolada. Enquanto isso, a dançarina, do outro lado, acendia um cigarro, e a intrigante menina, fruto da brincadeira das outras, socializava com outro. A cada trago, o pescoço deslocava-se em sua direção, e lhe causava uma sensação de missão cumprida. Na realidade, os quadris daquela menina, enquanto atirasse as cinzas para baixo, provocavam. Amanda largou o copo, a encarou por alguns segundos e levantou-se devagar. Seguia em direção a menina com um olhar faminto, mordendo o lábio, retirando as mãos dos bolsos. Empurrou-a pressionando a mão sobre o seu peito até a parede, e segurava o pescoço. Não precisava dizer nada, bastavam os seus olhos. A beijou como se estivessem no meio de uma transa. Apertava sua cintura e a grudava em seu corpo, invadindo as costas.

Próxima daquele canto, a apostante que, com um sorriso sarcástico, interrompia as mãos e bocas para entregar o respectivo dinheiro. A menina, surpresa, parecia uma adolescente iludida, vingando-se com um tapa no rosto da paixão repentina. Saía depressa para poluir o ar noturno em frente ao estabelecimento. Amanda nem ao menos sabia o seu nome.

Quase três horas, e todos ao redor com conversas inúteis, enquanto ela criava coragem para desfazer o erro. Gostou do jeito como seus corpos se tocaram, mas não pretendia nada além das desculpas. Saiu decidida. Tarde demais, já que a menina estava nos braços do suposto namorado, que agia como se fosse seu proprietário. Ou não tão tarde, pois ele parecia ter algo importante a fazer dentro do local. E, na sua brecha, ela sentou no lugar vago que ele havia deixado. Sentindo a presença de Amanda, a menina preocupava-se apenas com a fumaça do seu vício, olhando para baixo sem dizer palavra alguma. Até que, moldando o cabelo da menina atrás da orelha, Amanda cochichou as desculpas com o atrevimento da boca em seu ouvido, sem medo de receber outra bofetada. Levantou outra vez e, fazendo barulho com as chaves, conduzia-se até o seu carro, onde permaneceu. Inclinou o banco do automóvel e olhava para a menina, enquanto o garoto retornava acompanhado de outra. A menina não demorou para se aproximar do carro de Amanda e se encostar na porta. Acendeu outro cigarro sem dizer palavra alguma. Amanda continuava deitada movimentando apenas a mão no ritmo da música dentro do veículo. Mal terminado o cigarro, a menina abriu a porta e encaixou as pernas sobre o corpo da outra. Amanda, assustada, mas totalmente confortável com a situação, invadia sua saia e acariciava suas coxas enquanto sentia o gosto de nicotina nos lábios dela. A menina parecia a vontade ao tirar a camiseta e, respectivamente, o sutiã. Amanda aproveitava cada detalhe do seu corpo, mordia de leve seus seios delicados e a tocava por baixo da peça íntima, ouvindo os gemidos excitantes que a menina fazia perto do seu ouvido. Até que, num súbito movimento com as costas no volante, a menina a interrompeu e começou a se vestir. Impressionada, Amanda apenas perguntou: - Eu posso, pelo menos, saber o seu nome?

- Vai por mim, você não gostaria.

E no mesmo instante, o rapaz que a acompanhava batia no vidro do carro e acenava com o polegar.

- Licença, devo receber uma aposta agora. - E a beijava de leve, saindo do carro.

O gosto vingativo lhe pareceu excitante, mas não imaginava que isso pudesse fazer mal. Ligou o carro e foi pra casa.

[...]

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