Armei o pinto sem comer a portuguesinha.

Um conto erótico de Yuzo
Categoria: Heterossexual
Contém 2001 palavras
Data: 18/09/2011 00:01:19
Última revisão: 13/12/2013 12:26:33

¨Conto escrito em Português. Com tradução para o brasileirês (se não existe, passa a existir), dentro de parênteses e após o asterístico.¨

Estava a ligar do aeroporto de Lisboa e foi de ficar feliz ouvir a voz do meu amigo Armando Pinto:

- Está lá!!! (*Alô!!!)

- Estou sim!!! (*Alô!!!) Como estás amigo?

- Muito bem. Chegastes agora?

Terminado a apitadela (*telefonema), pus-me a pensar. ¨Não, possivelmente, já estava há um bocadão!¨. Mas combinamos de Armando buscar-me. A viagem não havia sido nada agradável. O trajeto todo a estar rodeado por um bando de canalhas (*grupo de crianças).

Ao lado, um casal com um puto (*criança) de colo, a chorar constante, mesmo com biberon (*mamadeira) na boca. Teve momentos que quase pus me a gritar: ¨-Desamparame-me a loja!¨ (*deixe-me em paz!). Mas, bué (*muito) paciente, coloquei os auscultadores (*fones de ouvido) e tentei dormir.

E além disso, no avião tive o desprazer de encontrar um velho amigo marialva (*mulherengo), o Sujiro Nakama. O gajo (*cara), verdadeiro aldrabão (*cara de pau), me envergonhou, ao tentar seduzir a hospedeira de bordo (*aeromoça). E para piorar, ficaríamos hospedados na mesma quinta (*hotel).

Ao sair do saguão, escorreguei e caí com as nádegas sobre o betão armado (*concreto armado). Foi defronte à parada de autocarro (*ponto de ônibus). O tombo foi assistido por alguns almeidas (*garis) que limpavam a rua e até fregueses de uma tasca (*boteco). Um ardina (*jornaleiro) solícito, veio me socorrer. O começo das minhas aventuras em terras lusitanas, foi com as ancas (*bunda) doloridas (*por causa do tombo, bem explicado).

Era para o Armando Pinto visitar-me a cá no Brasil primeiro. Todavia, ele desistiu com medo de tomar pica no cu (*injeção na bunda). Isto porque, ele pensou que necessário era se vacinar contra uma melga (*pernilongo) que transmitia dengue hemorrágica.

Só no quarto da quinta, notei que meu joelho estava a sangrar. Um pequeno corte. Como não tinha um penso rápido (*band-aid) à mão, o jeito foi improvisar com fita cola (*durex).

Antes de um duche (*banho), logo após dar de corpo (*cagar), tive problemas com o autoclismo (*descarga da privada) o que fez-me ligar para o pá (*cara) da recepção, que tomou providencias na casa de banho (*banheiro). Na noite seguinte, novo tormento com o autociclismo, forçando-me a dar um raspanete (*xingar). Paciência tem limites!

Mas devo voltar a narrar sobre o Armando. Dei-lhe de presente duas camisolas (*camisa de futebol), uma do Clube de Regatas Vasco da Gama e outra da Portuguesa de Desportos. Eu tinha pretensão de assistir o clássico Benfica x Porto, contudo, Armando me fez desistir. Disse-me que teria muitas bichas (*filas) irritantes no estádio.

Fomos então numa casa de pasto (*restaurante). Estávamos a saborear um licor de merda (*licor com leite, baunilha,etc) acompanhado de petisco punheta de bacalhau (*tira-gosto de bacalhau desfiado e temperos). Uma delícia experimentar a punheta em local público! E depois tomamos a deliciosa sopa de grelo (*sopa de verduras).

Armando meio triste, expressão de personagem de banda desenhada (*personagem de quadrinhos) veio ao pé de mim (*se aproximou) e enquanto acariciava a pera (*cavanhaque), passou a bichanar (*sussurrar):

- Ora, pois, somos amigos, não? Estou a desconfiar que Ana, minha mulher anda a trair-me. Tem um parvalhão (*babaca) que vive a ligar para ela. Dizem que o gajo é um excelente trepador (*praticante de montain bike). Como tu sabes, a Ana é fotógrafa e está sempre a viajar. Já faz um bocadão que não fodemos e sempre que eu tento, ela diz que está no período (*menstruada). Mas o raios, como ela pode estar com histórias (*ficar menstruada) se não está a usar o penso higiênico (*absorvente) ?

Fiz de conta estar a andar a apanhar papéis (*viajando na maionese), ajeitei o fato (*terno) que trazia vestido (*que vestia), e tentei animá-lo:

- Que estás a dizer, Armando? Como podes cortar na casaca (*falar mal de alguém) assim? A Ana é um doce de pessoa! Tudo bem que ela é meio galinha (*mulher tagarela), mas é o jeito dela! Ela é muito porreira (*bacana)!

Enquanto defendia a esposa do Armando, meus pensamentos estavam a divagar naquela que podia ser mulher de amigo, mas ainda assim era mulher. E que mulher! Por demais gostosa! Uma fotografia dela em fato de banho (*maiô) enchia minha mente, com aquelas tetas (*seios) volumosas e lindos cabelos encaracolados... Eu meteria nela antes, durante e depois do período. E o meu interlocutor, com a mão no cacete (*pão frances), a insistir na teoria da traição. Para acalmá-lo sugeri:

- Por coincidência, a cá em Lisboa está um amigo meu, o Sujiro Nakama, que no Brasil é detetive e sua especialidade são os casos conjugais. Se quiseres, ele pode vigiar esse parvalhão e depois relatar em detalhes.

E assim, depois de saborearmos nossos pregos (*sanduiche de filé) regado com imperial (*chopp), antes de enfrascar-se (*embebedar-se), sem esperar o prato principal que era a base de sapateira (*caranguejo), chamei o empregado de mesa (*garçom) e fechamos a conta.

Bem, o dia seguinte, comecei o dia tomando garoto (*café com leite) na chávena (*xícara). Ao mascar uma pastilha elástica (*chicletes), soltou uma obturação e por sorte, no mesmo sitio, rés do chão (*andar térreo), tinha um estomatologista (*dentista) que prontamente consertou o estrago.

Alegando urgência e por causa das propinas (*impostos) a pagar ao governo, o gajo cobrou mais caro que o normal pelo serviço.

Ana nos acompanhou pelo passeio em Lisboa. Visitei a Torre de Belém, o mosteiro, saboreei os famosos pastéis de Belém com bastante canela e pouco açucar, andamos de electrico (*bondinho), de cityrama (*onibus panorâmico) pelo Chiado, onde tomamos uma bica (*café) no A Brasileirinha, no Alfama, no Bairro Alto e na Baixa. E várias vezes, a portuguesinha se afastava de nós para atender o telemóvel (*celular).

Mesmo com Armando Pinto ao pé, só imaginar que aquela delicia da Ana, estava a dar a rachinha para outro me excitava, deixando meu penis erecto (*em ponto bala). O perfume dela me fazia ficar inebriado de desejo.

Homem nenhum ficava indiferente àquela portuguesinha gostosa. O andar provocante requebrando as ancas fartas, tal qual Venus no Olimpo a seduzir os deuses, fazia martelar na mente, poemas de Camões:

¨Os crespos fios d´ouro se esparziam

Pelo colo, que a neve escurecia;

Andando, as lácteas tetas lhe tremiam,

Com quem amor brincava, e não se via;

Da alva petrina flamas lhe saiam,

Onde o Menino as almas acendia;

Pelas lisas colunas lhe trepavam

Desejos, que como hera se enrolavam¨. (-Os Lusíadas, canto II).

Ana queria aproveitar as rebaixas (*liquidações de fim de ano) e fomos às compras. A portuguesinha apreciava as montras (*vitrines), tal qual um puto (*criança) ante um rebuçado (*pirulito doce), ou gelado (*sorvete). E o forreta (*mão-de-vaca) do Armando só a reclamar. Até para comprar um simples par de peúgas (*meias), meu amigo fica a pensar mais que um bocado.

Naquela noite, levei Armando à quinta (*quinta=hotel, era quarta-feira) e apresentei-o ao Sujiro Nakama. Ao ver a foto da Ana, Sujiro fez cara de calhau (*burro), abobalhado pela sensualidade da portuguesinha. Aceitou investigar o caso.

Como no dia seguinte a Ana viajaria a serviço para Coimbra, Armando Pinto, louco para dar uma queca (*transar), me convidou:

- Tu queres comer uma ratinha (*xoxotinha) ensopada?

Fomos então conhecer a vida nocturna de Lisboa. Para Ana, iriamos no Sr.Vinho, no bairro da Lapa, ouvir uns bons fados. Mas na verdade, meu anfitrião me levou para um puteiro na zona das Docas. Antes tentamos umas pegas (*putas de rua), sem muito sucesso.

Ah, estava me esquecendo de comentar que o Armando é um verdadeiro azelha (*motorista barbeiro). Eu de boléia (*carona), fui com o pé no travão (*freio). Fico a pensar caso tivesse atropelado um peão invisual (*pedestre cego) ou algum saloio (*caipira). Foi de estar a brocha! (*estar aflito!). Sem contar o medo de sermos pego por algum bófia (*policial).

Tal como o maior poeta da língua portuguesa, libertino é meu modo de viver. Se lá chegarei não sei, mas milhares de ratinhas buscarei comer. E que a Ana é melhor que Catarina de Ataíde, dúvida não há. Pela tal, um poeta se auto-exilou e numa batalha, um olho perdeu. Mas pela portuguesinha Ana eu perderia dois, se não fosse, mulher de amigo meu...

Assim, no prostíbulo, escolhí a rapariga mais alta (oh, vício maldito!), de cabelos em caracóis e tetas volumosas. Bem vestida, parecia uma beta (*patricinha), prestes a se encontrar com seu beto (*mauricinho). Seu rosto lembrava uma famosa pivot (*ancora) de telejornal.

E que maravilha de ve-la seminua, com soutien, cuequinha (*calcinha) e cinta-liga encarnada (*vermelha), ornada com rendas e um tanto comportado para os olhos deste ¨homus japanisis brasiliensis erectus¨.

Tirei minha calcinha (*cueca) e coloquei um durex (*camisinha) na minha pila (*pinto). Ela tinha a cona rapada (*boceta depilada), o que aumentou a ponta (*tesão). E a crica (*boceta) era tão apertadinha, que me senti a tirar os três (*tirar o cabaço).

Mesmo profissional, seu jeito de colar o corpo, como uma sardamisca (*lagartixa), era assaz excitante. Nem um paneleiro (*boiola) desanimaria (*brocharia) com ela. E enquanto estava a meter, gemia e dizia-me palavrões com o delicioso sotaque, o que fez deixar-me vir (*gozar) gostoso.

Já que possível não foi comer a Ana, contentei-me com uma réplica, a mais próxima da original. Tive de pagar um adicional de vinte euros, para ficar com a cuequinha de lembrança, onde vou fixar uma banderinha rubro-verde.

No sábado acabou minha estada na terra de Camões. Sujiro Nakama trouxe o relatório resultante das investigações. O rosto de Armando Pinto punha se a iluminar de felicidade a cada frase lida.

- Graças a Deus! Fiz mal em suspeitar da minha santa e amada mulher! A Ana não tem nada com homem nenhum! Ela me é fiel! O tal parvalhão também estava em Coimbra, mas, com a respectiva esposa. Sou mesmo um tulho (*sujeito estúpido)!

E sorridente, deu-me o relatório chibo (*dedo duro). Estava escrito em BRASILEIRÊS:

¨A pedido Sr.Armando Pinto, segui o cidadão, cujo endereço indicado é o bairro chic de Campolide, mas, mora numa favela. Ele viajou de trem a Coimbra. O mulherengo FDP diz que é salva-vidas de praia, mas, na verdade, trabalha de avental, já que ele é um açougueiro. Mente tanto que até na cabeça, para esconder os cabelos pixaim, usa peruca. Ele viajou com a sua mulher e hospedaram no Hotel da Gota Lacrimal. Lá no imenso jardim, perto da Fonte da Gota Lacrimal, o cidadão e sua mulher, envolvidos pelo clima romântico do local, tal qual D.Pedro IV com sua amante dona Domitila de Castro Canto, Marquesa de Santos, transaram de forma maravilhosa. O cidadão recebeu um boquete da sua mulher. O cidadão lascou a piroca na xexeca da sua mulher. O cidadão também comeu o bum-bum da sua mulher. NIHIL. Atenciosamente e de pau duro, Sujiro Nakama¨.

Nisso chega Ana, toda troncha (*desarrumada). Armando Pinto, alegando cansaço e leseira (*preguiça), foi dormir. A portuguesinha viu e pegou o relatório. Ela esperou o explicador (*professor particular) do filho ir embora e a sorrir, com ar angelical, me pediu para traduzir. E eu traduzí do brasileirês para o português:

¨A pedido Sr.Armando Pinto, segui o gajo, cujo endereço indicado é o bairro nobre de Campolide, todavia, reside num bairro de lata. Ele viajou de comboio a Coimbra. O marialva cabrão diz que é banheiro, porém, na realidade, trabalha de bibe, visto que ele é um talhante. Mente tanto que até na cabeça, para ocultar os cabelos gadelha, usa capachinho. Ele viajou com a TUA mulher e hospedaram na Quinta das Lágrimas. Lá no imenso jardim, perto da Fonte das Lágrimas, o gajo e TUA mulher, envolvidos pelo clima romântico do sitio, tal qual D.Pedro I com sua amante dona Inês de Castro, dama de D.Constança, foderam de forma bestial. O gajo recebeu um broche da TUA mulher. O gajo meteu o caralho na cona da TUA mulher. O gajo também comeu o cú da TUA mulher. NIHIL. Atenciosa e cheio de ponta, Sujiro Nakama¨.

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Foto de perfil de yuzoyuzoContos: 16Seguidores: 18Seguindo: 0Mensagem Japanisis brasilienses taradus, que gosta de histórias picantes e com pitadas de humor.

Comentários

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Muito criativo, me diverti um bocado. Você é um mestre no uso das palavras de duplo sentido. E com essas variações da nossa língua então, um prato cheio para tua genialidade. Está de parabéns!

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Nunca tinha parado pra pensar que houvesse tantas diferenças

Seu texto é uma joia rara nesse site!

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Se não tivesse as traduções do lado de cada expressão... Meu Deus kkk

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Nossa, quando penso que já vi de tudo, vem você, Yuzo, com um conto desse. Não é a toa que você é um dos melhores do site. Imagino o tanto de pesquisa que fez para escrever esse conto. Rindo muito aqui!!!! Omedetou!!!

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otino muito bom como sempre sao teus contos dez e tres estrelas

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As armadilhas da língua portuguesa. Imagino o tanto que precisou pesquisar para escrever essa crónica. sabendo dessas diferenças linguísticas, penso que não tenho maturidade para viajar à Portugal, pois se me mandarem ficar rabo da bicha, ou sugerirem uma punheta à moda da casa num restaurante não coonseguirei me segurar 😂😂😂

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