A história de nós três - Parte 01 - O começo

Um conto erótico de My Way
Categoria: Gay
Contém 1820 palavras
Data: 08/01/2012 04:20:02
Última revisão: 13/03/2024 04:22:57

Oi, galerinha. Tudo bem? Estou reeditando "A História de Nós Três" pela segunda vez. Eu morro de orgulho desta história, porque ela foi a minha porta de entrada para a literatura. Por muito tempo, as pessoas acharam que essa história fosse real, mas, preciso dizer, ela meio que era. Ok. Ela era real dentro do meu coração. Eu sonhei com alguns acontecimentos que acontecem nos capítulos. Viagem, né? Todos os dias vou publicar um novo capítulo editado. Desde já agradeço aos meus seguidores, os antigos e novos.

Então, este conto não serve para aqueles curtem algo sexual. É um romance, uma história de amor e aprendizado com pitadas de romance gay. É bom relaxarmos e curtimos uma leitura leve. Vamos lá:

***

"A vida é uma estrada que leva a muitos caminhos, alguns deles podem ser tortuosos, outros levam ao lugar certo. O importante é fechar os olhos, deixar que ela nos guie e aproveitar a jornada. Apenas respire, não importa o que aconteça, para que juntos possamos encontrar a verdadeira felicidade."

Meu nome é Pedro Augusto Soares. Tenho 22 anos e estou no último período do curso de publicidade e propaganda. Gosto das coisas simples da vida como, por exemplo, ficar na companhia dos meus amigos e familiares.

Eu sou o filho do meio, ou seja, nasci para apaziguar brigas e confusões. O meu irmão mais velho se chama Paulo Eduardo Soares, de 25 anos. Já a minha irmã caçula é a Priscila Luana Soares, de 18 anos. Como deu para perceber, os meus pais adoram nomes compostos.

Não vou mentir, nós brigamos, mas o amor sempre veio em primeiro lugar. Desde sempre fomos unidos. A nossa infância foi maravilhosa, na verdade, a melhor época das nossas vidas, pelo menos, a minha foi.

Não existiam problemas (nem boletos). Tudo era brincadeira e diversão. Lembro que quando éramos pequenos as pessoas nos chamavam de os 'três mosqueteiros'.

Paulo, lógico, era o líder do bando, sempre autoritário e mandão. A Priscila, geniosa, era um espírito livre e fazia o que queria. Sempre rolava confusão de irmão entre eles, eu, claro, apaziguava as coisas.

Lembro de uma vez em que fomos à praia. Em um dos passeios, acabamos brigando com uns moleques que nós não conhecíamos. Para ser sincero, não recordo o motivo.

— Ei, vocês são loucos? — indagou um garoto enorme, tirando o pirulito das mãos de Priscila.

— Cara, não queremos confusão, é melhor ficar na tua. — Paulo retrucou, olhando para mim e balançando a cabeça.

Merda! Mil vezes, merda! Aquele olhar significava duas coisas: segura o grandão para que eu o espanque ou pega a Priscila e corre. Eu, sabiamente, decidi pela segunda opção. Segurei a minha irmã e sai a arrastando pela praia.

Indignada com a situação, a Priscila se soltou e correu na direção do brutamontes.

— Devolve meu pirulito! — exclamou Priscila, agarrada no garoto. Uma garota corajosa ou louca, até hoje não decidi.

— Priscila, espera! – gritei.

A confusão estava armada na praia. Imagine a cena: a minha irmãzinha segurando no pescoço de um garoto que tinha o triplo do tamanho dela e o meu irmão sendo massacrado pelos amigos dele.

Infelizmente, nessa situação eu não tive opção, corri feito um louco para ajudar o Paulo, realmente, não sei como conseguimos. Por sorte, chamamos a atenção de um grupo de guardas municipais e os garotos fugiram.

Nossos pais estavam na casa de verão, não muito distante, quando a campainha tocou. Meu pai atendeu a porta. Ele tomou um susto ao nos ver com os guardas.

— Boa tarde. — cumprimentou papai, sem entender nada.

— Senhor, esses são seus filhos? — perguntou o guarda.

— Sim. — respondeu meu pai, nos olhando incrédulo e suspirando. — Acho que são eles sim, tirando os hematomas e sangue são meus filhos, seu guarda.

As mães são incríveis, né? Elas conseguem fazer um escândalo com pequenas coisas. A mamãe entrou na sala e nos viu naquela situação. De forma exagerada, ela correu em nossa direção e nos arrancou das mãos do guarda.

— Meu Deus. — ela soltou. — O que aconteceu com os meus filhos? — questionou. — Meus bebês todos cheios de sangue. Vêm cá filhinha, olha só esse cabelo. — afagando o cabelo de Priscila.

— Seus filhos arrumaram confusão com uns trombadinhas. Eles deram sorte que chegamos na hora. — explicou um dos guardas ao meu pai.

— Pode deixar seu guarda, vou ter uma conversa com meu filho mais velho. — falou papai. — Essa situação não vai mais se repetir. — pegando firme na mão do guarda e olhando decepcionado para o meu irmão.

O meu pai não era uma pessoa ruim, mas não admitia um comportamento levado em seus filhos. Ele levou o Paulo para o quarto, enquanto a mamãe nos direcionou ao banheiro. Eu fiquei preocupado com o meu irmão. Afinal, ele não foi o único que brigou.

Eu merecia a culpa tanto quanto ele, já que tentei fugir. Depois do banho, seguimos para o quarto. A mamãe nos deixou assistindo televisão. Priscila e eu, lado a lado, ficamos em silêncio, esperando por quase uma hora o Paulo voltar.

O Paulo voltou de banho tomado, mas visivelmente abalado. Os seus olhos estavam vermelhos, ou seja, ele chorou. O meu irmão chorou porque apanhou do papai. Apanhou por ter sido o único corajoso e nos defendeu.

Priscila, gentilmente, pegou na mão do nosso irmão e o deitou na cama, em seguida, o abraçou. Ele não segurou as lágrimas e começou a chorar. Eu sentei perto dele e notei as costas marcadas, tentei ser forte e confortar meu irmão.

Ele levantou, enxugou as lágrimas e fez uma promessa que levaríamos para o resto de nossas vidas.

— Nunca deixaria ninguém fazer mal a vocês. Nem que pra isso eu tenha que levar uma surra todos os dias. — ele contou nos abraçando.

— Eu sei. — concordei. — Vamos fazer um pacto hoje. Não importa como, mas sempre defenderemos uns aos outros. Somos irmãos de sangue e nada pode mudar isso. — olhei para os dois e sorri.

O tempo passou. Ele não tem piedade. A infância ficou para trás. Nós crescemos, mas nunca esquecemos aquele dia. Sempre dávamos cobertura uns aos outros, como verdadeiros cúmplices.

Só que em alguns momentos, eles não me defenderam. Calma, não é culpa dos meus irmãos. Eu escondia um segredo de todos. Eu era diferente. Eu sentia as coisas de maneira diferente. O sentimento era assustador, entretanto, eu consegui segurar. Eu tinha que segurar.

O momento mais difícil para a vida de qualquer pessoa deve ser o ensino médio, eu lembro que eu sofria muito por ser diferente. Enquanto o meu irmão e nossos amiguinhos se reuniam para jogar futebol ou videogame, eu vivia afastado.

Quando completei 16 anos fomos convidados para uma festa na casa de um amigo do Paulo, ele pegou o carro e fomos para o local do evento. Todos os garotos da escola estavam lá. E todos conheciam o Paulo. Ele virou uma espécie de celebridade por levar o time do colégio ao Campeonato Nacional.

Os jovens se divertiam naquela maldita festa, quer dizer, menos eu. Decidi ir para uma parte afastada e fiquei apreciando o céu estrelado. Se eu soubesse, nunca teria me afastado do meu irmão, nunca. Depois de alguns minutos, ouvi uma voz familiar.

— A festa fica para outro lado. — disse Márcio, um dos meus colegas de classe, se aproximando.

— Oi, Márcio, tudo bom? — perguntei.

— Sim, estou ótimo. — ele respondeu, passando o braço em volta do meu pescoço e me encoxando. — Reparei que você estava se distanciando da turma.

— Reparou. — falei com a voz trêmula. — Pensei que eu estava mais sutil. Droga, não foi dessa vez. — brinquei, querendo me desvencilhar da situação.

— Você tem alguma coisa de diferente, Pedro. — comentou Márcio, movimento a cintura contra o meu corpo.

— Mesmo. Eu não acho, sou normal. — gaguejei mais que o normal. — Apenas um garoto normal.

— Posso te perguntar uma coisa? — indagou Márcio, antes de me virar. O Márcio era mais alto e sua boca ficou perto do meu nariz. Seu hálito cheirava a caipirinha e chiclete.

— Claro... pode...perguntar.

— Você é gay? — ele questionou e deu um sorriso sarcástico.

Como assim? Eu não conseguia acreditar. Que pergunta idiota. A minha respiração ficou ofegante, então, o deixei sozinho e voltei para a festa. Comecei a procurar o meu irmão. Queria sair o mais rápido possível daquela casa.

Não o encontrava em lugar nenhum. Quando fui para o bar da festa esbarrei com o Márcio, que sorriu de maneira perversa. Corri até a cozinha e, finalmente, encontrei o Paulo.

— Paulo, eu quero ir embora. — pedi, tremendo e apavorado.

— Pedro, aconteceu alguma coisa? — perguntou o meu irmão, deixando o copo sob a mesa.

— Não, apenas quero ir embora para casa. Vamos.

— Tá bom. — Paul se deu por vencido e olhou para os amigos. — Gente, eu preciso ir. Conversamos outra hora.

No caminho de volta pra casa fiquei em silêncio. Meu irmão tentou algumas táticas idiotas para me fazer falar, mas eu não estava conseguindo entender os meus próprios sentimentos.

Abruptamente, pedi para o Paulo encostar o carro e abaixei minha cabeça. As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Era inevitável.

O Paulo ficou me olhando de maneira estranha, uma vez que eu estava agindo de maneira estranha. Ele parou com as brincadeiras, me abraçou e perguntou o que havia de errado.

— Paulo... eu...

— Pedro. Irmão, você está me deixando assustado. O que aconteceu? — ele perguntou.

Ok. Posso estar confuso, só que eu não sou burro. Eu sabia a resposta. Sabia há muito tempo. Apenas não conseguia desabafar com ninguém. Sempre nutri sentimentos por homens. A vontade aumentou quando completei 15 anos.

Eu não queria falar, porque não aguentaria ver os meus parentes me virando às costas. Tinha que manter a pose do bom filho, porém, a angústia acabava comigo.

Até pensei em me matar, entretanto, sou covarde mais. Não seria a primeira vez. O Paulo olhava para mim. Os seus olhos não escondiam a preocupação.

— Foi algo que eu fiz? Cara, pelo Amor de Deus fala alguma coisa...

— Eu, sou... eu sou gay.

— Mas, você é. — Paulo não conseguia raciocinar. — Eu acredito que não. Você deve estar confuso, mas...

— Eu precisava contar isso para alguém. — expliquei. — Não conseguia carregar isso sozinho. Não sei o que fazer. Preciso da tua ajuda.

— Desde quando? — Paulo perguntou, colocando as mãos sob o volante e apertando.

— Desde sempre. As pessoas estão percebendo, tenho medo que os nossos pais saibam e me expulsem de casa. O que eu faço?

— Irmão, eu. — balbuciou Paulo, me deixando apreensivo.

Meu Deus! Será que o meu irmão vai esquecer a promessa? O meu irmão vai contar tudo para os nossos país? Eu serei expulso de casa? Estou, realmente, desesperado e não sei o que fazer.

*Se vocês curtiram o meu conto, por favor comentem e votem no meu conto e ajudem a divulgar também para amigos e colegas. Agradeço vocês e boa leitura.

E-mail: contosaki@hotmail.com

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Comentários

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FANTÁSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSTICO..........................

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Adorei o seu conto simplesmente maravilhoso estou indo ler o numero 2 nota 10

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Ai kra mto legal teu conto adorei XD

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Gente obrigado pelos comentários. Eu realmente fico feliz. Em breve a Parte 2

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Se você também curte uma boa sacanagem entre machos de verdade, não perca tempo. Clique no meu nome e leia meus contos. Não deixe de comentar. Para o pessoal de Campinas que se interessar, meu e-mail está no final. Curto uma boa pegação com outro macho de verdade. Até mais.

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Muito bom mesmo, mesmo sem cunho sexual, e pra falar a verdade o sexo é so parte sabe, eu prefiro e acho que muita gente prefere uma leitura assim, de experiencias reais... Voce escreve muito bem, quero ver logo a continuaçao. Parabens!!

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Começou bacana... apensar de não ter sexo achei muito interessante. Continua assim My Way. Estou esperando a segunda parte.

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