A patricinha e o taxista

Um conto erótico de Anjo Cigano
Categoria: Heterossexual
Contém 13796 palavras
Data: 03/03/2012 00:24:37

Olá a todos, venho trazer hoje meu terceiro conto torcendo para que gostem, pois faço-os com carinho pensando em vocês cujos comentários me fazem muito feliz.

Bem, esta estorinha tras um pouco de sexo, muito romance, e um certo drama como pano de fundo, desculpo-me por enventuais erros gramaticais lhes desejando assim uma boa leitura!

Muitos e muitos beijos!

São Paulo, janeiro deEntão fechou ein, hoje depois das 21h00min naquela casa que inaugurou nova na Alemada Lorena.

-Leninha, você vai né?

-Vou sim Gustavo, não perco essa balada por nada! Agora vou pra casa que ainda tem aquela porra de prova pra quinta, ninguém merece.

Assim me despedi de um dos meus colegas de faculdade e segui para minha vidinha perfeita.

Sou filha de um famoso empresário dono de uma frota de táxis, minha mãe uma socialite conhecida dos programas badalados da TV onde o apresentador adora sorrir e puxar o saco de todos.

Nessa época cursava Culinária e vivia para meus amigos, shopping e baladas nos lugares mais chiques de São Paulo.

Minha vida era completa, tinha tudo o que eu queria menos o amor de quem eu amava ou achava que amava...

Kaique era um verdadeiro deus grego, alto loiro, cabelo espetado, o sonho de consumo de todas as garotas da faculdade. Namorava uma menina já do terceiro período linda, parecia uma modelo e nem dava bola para mim, mas mesmo assim eu insistia...

-Ei Gustavo!

Dei uns passos para trás e chamei meu amigo.

-Ué, não tava indo pra casa?

-Tava, mas...

-Mas o que?

-Você sabe né o Kaique... Ele vai estar lá né?

-Ê Leninha...

-Ah...

-Se te faz feliz vai sim, ele já confirmou comigo e com a Elisabeth que vai lá.

-Oba!

Disse beijando meu amigo na bochecha.

-Epa, que liberdade é essa com meu gato dona Sollene?

-Oi Elis!

Cumprimentei minha amiga Elisabeth e namorada de Gustavo com um beijo no rosto.

-Seu gato acaba de me dar à melhor notícia da semana!

-É?

-O almofadinha lá do terceiro período...

-Ah, eu convidei ele pro meu “niver” pensando em você amiga!

-Te amo!

Dei um abraço de urso quase a derrubando no chão.

-Tchau!

Saí feliz pelo portão da faculdade e me dirigi até o ponto de táxi onde ficava uma pequena parte dos táxis da frota de meu pai.

-Oi Mauro!

-Tarde, Dona Sollene!

-Vamos?

-Ih, hoje não vai dar, to indo pra oficina, o carango não ta legal, e ainda tenho que prestar conta pro seu pai depois.

Disse levando a mão até a cabeça.

-E eu vou pra casa como? Tá todo mundo ocupado, só tem você aqui hoje...

-Espera que eu dou um jeito.

Disse tirando o celular do bolso.

-Alô? Toninho? Tá aonde? Vem pra cá, pro ponto da Nhambiquaras, que tem serviço pra você.

-Ele já vem Dona Sollene.

-Tira o Dona, Mauro! Não sou tão velha.

-É o respeito.

-Bobagem você me leva pra casa desde criança quase, em todas as escolinhas que eu estudei você quem me levava e buscava, pára de graça!

-Agora entendi por que você pediu pro seu pai me transferir pra cá!

-Além de poder ir pra casa botando o papo em dia, aqui ta cheio de cliente...

-É verdade, me ajudou muito!

-Vou ali, comprar uma Coca enquanto seu amigo vem me socorrer.

-Olha o drama!

Mauro era um dos taxistas mais antigos da frota de meu pai, me conhecia desde criança e por ele eu nutria um grande carinho, todo mundo lá em casa, inclusive minha avó preferiam tomar seu táxi devido às conversas descontraídas que até uma senhora sisuda como ela fazia rir.

Comprei o refrigerante e voltei me sentando no ponto. Definitivamente não me vestia como uma garota rica preferia o básico jeans e camiseta branca ou uma confortável saia indiana e uma batinha discreta. Não demorou muito e notei o carro branco se aproximando.

Dele saiu um homem alto aparentando seus cinqüenta e poucos anos, cabelos pretos, vestia uma camisa jeans aberta e uma camiseta branca por baixo, calça jeans clara realçando o corpo bonito de um homem de sua idade e sapatos sociais pretos. A cara era fechada... Não tinha barriga e trazia um palito de dente na boca. Bonito, mas um grosso dava pra perceber pelo jeito.

Cumprimentou Mauro com um aperto de mão e um tapinha nas costas.

-Cadê a princesa? Não basta receber uma mixaria ainda tem que bancar o motorista particular da patricinha.

Não acreditei quando ouvi aquilo, que cara abusado!

-Toninho, a Sollene é aquela ali.

Disse Mauro sem graça me apontando.

Ele tirou os óculos escuros e pude notar os olhos verdes, o rosto rude, fechado a marca azulada da barba, o nariz meio sobressaliente estilo italiano que combinava com o sotaque.

Era incrivelmente bonito, fora dos padrões de beleza que eu estava acostumada, mas bonito... Lindo eu diria.

-Boa tarde.

Tentei ser simpática lhe estendendo a mão, mas ele me fitou com desdém.

-Vamos que eu ainda tenho trabalho pra hoje.

-Não liga Sollene ele é casca grossa mesmo, mas é boa gente.

Disse-me Mauro.

-Relaxa.

Entrei no carro e não trocamos uma palavra, porém podia perceber discretamente algumas olhadas dele em minha direção pelo retrovisor.

-Alô? Oi papai! Tô indo agora pra casa, não to com outro taxista. Espera...

Como o senhor se chama?

-Antônio.

-É Antônio pai. Já chego já.

Continuamos o percurso calados e no final resolvi descontar a grosseria.

-Tá aqui, pra cobrir a mixaria que meu pai te paga.

Disse jogando duas notas de cinqüenta no painel do carro.

-Não quero seu dinheiro menina, pega de volta.

-O senhor deve precisar muito.

Disse lhe olhando com mais desdém do que ele me olhou, quando ele tomou a atitude mais inesperada que eu já vira.

Tomou as duas notas na mão e as rasgou e vários pedaços.

-Seu louco! Tanta gente precisando de dinheiro!

-Você acha que pode comprar todo mundo né garota?

-Gente como você eu posso mesmo!

-É? E se eu quiser receber de outro jeito?

-Eu já sabia, rasgou cem porque quer duzentos ou mais!

Disse abrindo minha bolsa pronta para fazer um cheque quando ele me puxou pelo braço e me deu um beijo!

Meu Deus! Ele tinha praticamente a idade do meu pai...

Seu beijo não era calmo, mas era experiente diferente dos garotos com quem eu ficava a língua experiente se movimentava rápida em minha boca, me causando as mais estranhas sensações.

Rapidamente retomei o juízo e me desvencilhei daqueles braços fortes que eu mal sabia, mas sempre seriam meu porto seguro e lhe acertei um tapa na cara que para meu espanto foi devolvido.

-Ai, seu grosso!

Disse quase chorando.

-Bateu levou patricinha, agora rala que eu to cheio de serviço.

-Eu vou mandar meu pai te despedir te colocar no olho da rua seu nojento!

-Ah, você manda no seu pai? Se fosse minha filha te colocava na linha rapidinho! E se quiser mandar manda to de saco cheio das explorações do seu pai minha filha, anda, rala!

Saí batendo a porta e entrei em casa pisando firme.

-Que modos são esses mocinha?

Perguntou minha avó.

-Nada vovó!

Corri para meu quarto onde me tranquei chorando, nunca havia sido tratada daquele jeito por ninguém, sentia raiva daquele homem e nojo, porém não me esquecia nem por um minuto dos olhos verdes, do cheiro daquela pele morena...

-Sollene, “fia” vem almoçar...

Disse Jô nossa empregada e minha confidente.

-Não quero Jô, obrigada...

-Tem batata frita...

-Tô sem fome...

-Abre essa porta menina, te conheço desde que nasceu num é normal você dizer não pra batata frita.

Abri a porta e ela me viu com os olhos inchados e vermelhos.

-Que foi menina?

-Ai Jô...

Chorando contei tudo a ela que me ouvia atentamente me consolando.

-Não liga minha filha tem homem que é grosso mesmo, você vai contar pro Seu Rubens?

-Não, eu não teria coragem de fazer o cara perder o emprego...

-Já vi isso minha filha...

Disse rindo.

-Isso o que?

-Esse brilho no seu olhar, já tive sua idade.

-Tá querendo dizer o que Jô?

-Você gostou do cafajeste!

-Eu não, você ta doida!

-Ai Sollene...

Disse rindo e saindo de meu quarto me deixando ainda mais nervosa.

Será mesmo que eu havia gostado daquele grosseiro?

Tomei um banho demorado onde procurei relaxar, e em seguida deitei em minha cama para descansar afinal precisava estar relaxada, pois a noite teria a chance de ficar sozinha com Kaique.

Decidi esquecer o infortúnio e dar vazão aos meus desejos pensando em meu amado Kaique...

Ainda era virgem apesar dos meus vinte anos e fantasiava minha primeira vez com ele.

Lentamente fui acariciando meus seios e gemendo a cada vez que imaginava aquele belo rapaz pouco mais velho que eu me tocando, porém quando alcancei minha vagina notei algo estranho, na minha mente a imagem de Kaique se dissipara e aquele taxista grosso tomara seu lugar.

Contrariada gemia imaginando aquele sotaque italiano barato, bem típico dos bairros de pobre onde eu nunca pisara me chamando de gostosa, ah caros amigos no auge da minha ingenuidade eu achava que “gostosa” era o maior palavrão que um homem poderia dizer para uma mulher na cama... Felizmente o tempo me mostrou que com um homem como o meu taxista essa palavra era algo comum que um homem dizia para a mulher num almoço de domingo na frente dos filhos.

Vibrava meu clitóris pensando em seus dedos enquanto minha mão livre acariciava meus mamilos imaginando ser sua boca... Aquela boca quente e ousada que me beijara.

Ousei imaginá-la em minha vagina e senti meu corpo todo estremecer num orgasmo que até então eu nunca havia sentido...

Cansada e extasiada pelo prazer que minhas mãos me proporcionaram adormeci lutando entre o tesão e a raiva daquele taxista grosso que eu jamais esqueceria.

Acordei com minha mãe batendo na porta de meu quarto me fazendo despertar assustada, pois estava atrasada para o aniversário de Elizabeth.

-Ai meu Deus!

-Que susto menina!

-Mamãe que horas são?

-Quase sete você dormiu a tarde toda...

-Eu tenho que me arrumar... Eu tinha que ir ao cabeleireiro, ai...

-Por que a pressa?

-Aniversário da Elis, mãe!

Arrumei-me às pressas, por sorte meu cabelo estava ajudando naquele dia, diferente de minha mãe.

-Mamãe, me empresta o carro.

-Não dá filha, marquei com a Glórinha e com a Esther hoje vamos a um chá beneficente para cachorrinhos carentes.

-E o carro do papai?

-Nem pensar, seu pai não gosta que você dirija a noite, liga pro Mauro ele te leva, te espera e te trás, seu pai paga o extra.

-Ai meu Deus...

Desesperada discava os números do celular de Mauro na esperança de chegar a tempo a festa de minha amiga para ver meu amor.

-Alô? Mauro... É a Sollene...

Expliquei o que acontecia e para meu desespero ele me respondeu:

-Ih, minha filha, o carro não está bom, levei no Zé, o mecânico da frota, mas não ficou legal, to aqui na oficina com ele.

-Mas Mauro...

-Não se preocupa eu vou falar pro Toninho ir ajudar você.

-Não ele não! Tenta outra pessoa Mauro.

Vinte minutos haviam se passado e eu já estava a ponto de ter um ataque de nervos quando Mauro me retornou.

-Sollene, minha filha, não tem jeito ta todo mundo ocupado e eu não conheço ninguém do turno da noite só o Toninho que mora lá na pensão mesmo, vai ter que ser ele.

-Ai Mauro esse cara é um grosso, um porre!

-É ele ou nada...

-Tá, manda...

-Já mandei, ele deve estar chegando ai.

A idéia de ver o tal Toninho de novo mexia comigo, sentia raiva e excitação afinal aquele cara grosso e rude pouco a pouco povoava meus devaneios eróticos.

Arrumei-me às pressas, não como eu gostaria, mas estava muito bonita modéstia a parte.

Logo a campainha tocou e Jarbas nosso mordomo anunciou que o táxi me esperava.

Lentamente desci as escadas e ao sair dei de cara com aquele homem que tanto me abalava.

Vestia jeans azul escuro, camiseta preta e jaqueta também jeans. Tinha um corpo bonito, as mãos grandes e não delicadas como dos meus colegas da faculdade, eram rudes... O rosto sempre fechado e o maldito palito de dentes na boca que o conferia um ar de cafajeste irresistível.

Aproximei-me e ele tirou os óculos escuros me fitando e para minha surpresa me deu um sorriso cínico e malicioso... Deus ele ficava lindo sorrindo!

-Tá linda patricinha... Vamos.

Não respondi, ao contrário empinei mais ainda meu nariz e entrei no carro.

-Pra onde madame?

-Alameda Lorena.

Durante todo o percurso imaginava como seria fazer amor com um homem pobre, rude e da idade de meu pai. Notei que ele ainda não tinha cabelos brancos, vai ver os tingia sei lá, mas as rugas nos cantos dos olhos já denotavam bem que o tempo lhe havia passado.

O som ligado numa rádio sertaneja odiava esse estilo, sim eu era uma moça até que humilde para meu alto padrão de vida, mas preferia tomar um vinhozinho suave ouvindo um bom clássico do rock ou algo culto da MPB ao ouvir aquelas duplas irritantes que mais berravam do que cantavam.

-Chegamos, a mocinha vai precisar de mim por quanto tempo?

-A noite toda.

Respondi de maneira seca.

-E aí?

-E aí o que?

-Você não vai me abrir à porta?

-A patricinha não é aleijada.

Disse mais frio ainda descendo do carro e encostando-se à porta do motorista.

Contrariada abri a porta e encarando-o disse.

-Nojento.

E para meu espanto ele me devolveu um...

-Gostosa!

Entrei na casa noturna pisando firme e indignada, mas com a calcinha já úmida pelo “elogio” do meu taxista, afinal homem nenhum me tratara assim.

-Oi amiga, nossa que cara!

-Ai Elis, to estressada viu...

-Com o que?

-Achei que não viesse mais...

Cumprimentou-me Gustavo com um beijo no rosto.

-Pois é deu a maior confusão, meu pai me tratando como criança achando que não posso dirigir a noite, tive que vir com um dos taxistas da frota dele um grosso, cavalo!

-Nossa amiga, calma...

Já ia reclamar mais uma vez com minha amiga quando vi a imagem de Kaique passando sensualmente a mão pelos cabelos e vindo em minha direção sorrindo.

-Queria dar oi pra aniversariante.

Disse beijando Elis no rosto.

-Ah, é pra você, não sei se vai gostar minha mãe quem escolheu, sou ruim de dar presente.

-Obrigada.

Elis pegou o pacote e o beijou novamente agradecendo.

-Fala brother!

-Grande Gustavo! Beleza irmão?

-Cadê a gata?

-TPM, ficou em casa, aí já viu.

-Mas sozinho você não fica dança com a Sollene, você conhece a Sollene né?

Senti meu coração pular no peito.

-Oi gatinha.

-Oi...

Foi o que consegui balbuciar, naquela hora até o presente de Elis eu havia esquecido de entregar e o segurava com força amassando a blusinha de uma grife francesa que eu havia escolhido.

-Amiga solta!

Disse Elis puxando o pacote de minha mão e sorrindo.

-Vamos dançar?

-Cla... Claro!

O acompanhei com as pernas bambas não acreditando no que acontecia.

Dançamos e conversamos animadamente a festa toda eu nem me lembrava que ele tinha uma namorada.

Eu nunca fui de beber muito, mas naquela noite para o espanto de meus amigos eu já estava na sexta taça de vinho.

-Bebe mais gata, se solta.

Incentivava-me Kaique.

-É melhor não...

-Você ta de piloto hoje, vai só mais uma.

Já era quase de manhã quando a festa terminou nem me lembro de ter visto meus amigos apenas saído com Kaique para fora. A rua estava deserta apenas alguns jovens tão bêbados quanto eu faziam algazarra. Não vi o meu táxi parado na porta e até agradeci a Deus por não ter que aturar aquele cara na volta.

-Vem cá vem gatinha...

Kaique me agarrava dentro de seu carro e eu nem mesmo sabia como havia parado ali, depois descobri que ele havia quase me arrastado, pois eu estava completamente bêbada.

-Pára Kaique...

Apesar de ser doida por ele não me sentia pronta para transar ainda mais naquele estado.

-Qual é vai fazer cú doce agora? Pensa que não saco suas olhadas pra mim?

-Pára eu não...

-Cala a boca gatinha, vem cá vem deixa eu ver o que tem debaixo dessa blusinha.

Dizia apertando meus seios.

Já começava a chorar naquele momento.

-Pára, não...

-Cala a boca sua vagabunda, me atiçou a noite inteira com essa bundinha gostosa e agora vai dar pra trás? Não vai mesmo antes vou provar desse cúzinho.

Disse afastando minha calcinha pro lado e introduzindo sem nenhum cuidado um dedo em meu ânus o que me causou um grito de dor.

-Ei!

Mesmo tonta percebi que alguém batia no vidro do carro, não conseguia ver direito, mas pelo sotaque era ele Toninho.

-Quer o que tio?

-Tio é o caralho que eu não sou tio de moleque folgado!

Disse tirando Kaique do carro pelo colarinho.

-Tia a mão de mim seu velho!

-Escuta aqui fedelho eu vou te dar um minuto pra tirar essa lata velha da minha frente agora e cair fora antes que eu te encha de porrada!

-Você sabe com quem ta falando?

-Sei com um babaca metido a homem, um viadinho que pra pegar mulher tem que forçar.

-Eu vou te quebrar seu velho!

Antes mesmo de Kaique terminar a frase meu taxista já acertava um soco em seu rosto o fazendo cair no chão.

-Vem cá.

Disse me tirando do carro e colocando sua jaqueta sobre meus ombros.

-Eu...

-Shio, eu vou te tirar daqui, vem...

-Eu não...

Balbuciei antes de vomitar em cima dele.

Mais aliviada da embriaguez achei que ele ficaria bravo, mas não, ele tirou a camisa me deixando admirar o peito moreno coberto de pêlos negros e me levou para o carro.

-Deita aqui, procura não se mexer.

Nessa hora já amanhecia e eu aos poucos ia melhorando.

-Pra onde você ta me levando?

-Pra minha casa.

-Não! Eu tenho casa, não preciso de você, eu exijo.

-Você não exige nada pirralha, vou te levar pra tomar um banho e botar alguma coisa que não seja álcool nesse estômago, de lá você liga pro seus pais e eu te devolvo bonitinha.

Chegamos a “sua casa”, uma pensão no bairro do Brás na zona Leste de São Paulo.

-Vem.

-Nossa, Toninho!

-Oi Mercedes.

-Quem é a moça.

-A patroazinha, filha do dono da frota.

-Tá louco cara? Sollene, ta tudo bem?

-Oi Mauro...

-Ela bebeu um pouco, vai tomar um banho, comer alguma coisa e eu levo ela pra casa. Dá um jeito nela Mercedes.

Mercedes era a esposa de Mauro e dona da pensão que herdara dos pais. Carinhosa ela me ajudou a tomar um banho e me emprestou uma roupa de sua filha que coube bem em meu corpo apesar de eu me sentir estranha numa roupa de “lojinha”, pois apesar se simples eu só vestia coisas de grifes muitas vezes internacionais.

-Tô com sono...

Disse cansada.

-Põe ela no meu quarto.

Respondeu o moreno de cabelos molhados que acabara de sair do banho. Incrivelmente lindo vestia apenas calça jeans e enxugava os cabelos.

-Vem cá, filha.

O quarto era pequeno e a cama de solteiro. No pequeno criado mudo uma imagem de Nossa Senhora Aparecida dividia espaço com o abajur e um pequeno enfeite do Palmeiras. Os móveis eram escuros e antigos, mas no geral o ambiente era limpo e cheirava bem, no outro criado mudo uma foto de uma adolescente sorrindo.

Sem me importar com nada deitei na cama e me encolhi chorando baixinho, me sentia burra, suja, lembro de ter me esfregado violentamente no banho. Sentia dor pela agressão que sofrera na parte mais sensível de meu corpo. Sem contar que me sentia envergonhada pela forma como tratara o homem que havia me salvado.

Dormi por horas um sono conturbado e povoado de pesadelos despertando confusa e preocupada com meus pais.

Por sorte eu havia dito a eles que caso ficasse tarde dormiria na casa de Elizabeth.

-Tá melhor patricinha?

-Com dor de cabeça.

-Você tem que comer alguma coisa.

-Meus pais devem estar preocupados.

-O Mauro telefonou pra sua casa dizendo que ficou tarde e que eu te levei pra casa de uma amiga sua.

-Melhor.

-Você tem que ir a delegacia.

-Pra que?

-Como pra que?

-Aquele crápula abusou de você.

-Não posso ia ser um escândalo. Não ia ser legal pros negócios do meu pai.

-Mas...

-Seu Antônio, o senhor não entende, eu não sou como o senhor, eu não posso pensar em mim, minha vida pode ser perfeita, mas por vezes eu tenho que carregar o mundo nas costas.

-Olha menina, eu não vou nem um pouco com a sua cara, você é metida, nojenta, mas é uma menina ainda não é justo passar pelo que passou.

A franqueza dele me espantava.

-O senhor pode me levar pra casa?

-Não, antes você vai comer.

Disse colocando um prato com um pão com mortadela sobre a cama.

- O que é isso?

-Come é bom.

Com cara de nojo dei uma mordida imaginando o quanto engordaria com aquilo, porém me impressionei com o gosto bom que tinha aquele lanche de pobre que eu nunca sentira o cheiro em minha vida e o devorei em segundos, estava faminta!

-Pronto, agora eu te levo.

Disse sorrindo e me fazendo um carinho na cabeça.

Pela primeira vez ele demonstrava um pouco de carinho comigo apesar de afirmar que não gostava de mim.

-Quem é a menina?

-Que menina?

-A da foto.

Disse apontando para o porta retrato.

-Minha filha.

-O senhor é casado?

-Divorciado.

-Ela é linda, quantos anos tem?

-Era pra ter 18.

-Era?

-Ela morreu tem três anos tinha 15 nessa foto, vamos que eu ainda tenho que trabalhar.

Na hora senti um nó na garganta e comecei a pensar que ele tinha seus motivos para ser tão amargo.

Antes de sair agradeci a Mauro e sua esposa que foram tão bons comigo, logo eu que nunca havia pensado entrar numa casa humilde fora acolhida tão bem em uma.

-O senhor contou a eles?

-Senhor ta no céu menina. Contou o que?

-O que aconteceu comigo?

-Não, só disse que você exagerou na bebida e passou mal.

-Antônio...

-Que é?

-Obrigada.

Disse lhe dando um beijo no rosto antes dele ligar o carro.

Ele me olhou, mas sem tesão ou raiva, apenas com um olhar meio triste e cansado, enquanto eu ainda acariciava seu rosto. Não me lembro ao certo como foi quem se aproximou primeiro só me recordo do beijo que seguiu aquele momento. Diferente do primeiro rodeado de tesão e raiva esse era calmo, suave, eu não o repelia pelo contrário acaricia aqueles cabelos negros que eu para sempre iria adorar ter em meu colo antes de dormir.

Finalmente nos soltamos e olhando em meus olhos ele me disse com aquele sotaque que já estava se tornando familiar para mim.

-Vou te levar pra casa sua mãe deve estar preocupada.

Fizemos o caminho em silêncio e na porta de meu luxuoso condomínio não resisti e o beijei novamente.

-Você está brincando com o fogo patricinha.

-E se eu quiser me queimar?

Dizia enquanto o beijava e mordia seu queixo.

-Vai pra casa...

Dizia já ofegante enquanto eu beijava seu pescoço.

Meu Deus aquilo era um absurdo! Eu estava me atracando na frente de minha casa com um taxista que poderia ser meu pai!

-Eu vou, mas vou te fazer ir com a minha cara rapidinho.

-Sollene! Meu Deus onde você estava?

Perguntou minha avó espantada.

-Ah vovó perdi a hora e dormi na casa da Elizabeth.

-E que roupas são essas?

-Ah, um doido derrubou guaraná no meu vestido e a Elis me emprestou.

Apesar de seus setenta e poucos anos minha avó era uma mulher esperta e bem vivida, a frota de táxis São Rafael fundada por seu pai havia sido administrada a mão de ferro por ela até seus sessenta e poucos anos quando meu pai assumiu a frente dos negócios da família.

A frota contava com mais de duas centenas de carros apenas em São Paulo, devendo ter mais uns cem no Rio de Janeiro.

Subi as escadas sob seu olhar desconfiado e tratei de me enfiar na hidromassagem que havia em meu quarto. Ainda me sentia mal pelo acontecido como podia ter sido tão boba e me enganado tanto com Kaique? Como seria na faculdade? Será que ele contaria ao pessoal? Se esse escândalo estourasse não seria nada bom para minha família e meu pai que sempre fora tão frio e distante iria me passar um belo sermão.

Por outro lado Antônio, aquele taxista pobre e grosso estava me encantando, havia adorado beijá-lo, admirado sua franqueza em me chamar de nojenta e metida e me encantado com o jeito como me defendeu, sem contar que ele havia me apresentado ao pão com mortadela, que delícia! Como pude nunca ter experimentado tão fantástica iguaria?

Absorta em meus pensamentos quase não me dei conta de meu celular que estava ao lado da banheira tocando.

-Leninha!

-Oi Elis...

-Oi Elis? Meu, você some, enche a cara e só me diz isso? O que houve? Aposto que se divertiu horrores com o Kaique...

-Que nada amiga...

Contei tudo a ela que era minha confidente desde os tempos do colégio, ao final minha amiga estava pasma com tamanha desfaçatez e atrevimento sem dizer falta de caráter de Kaique.

-Mas que fique só aqui, você sabe...

-Relaxa amiga, mas aonde você disse que dormiu mesmo?

-Aff, na casa de um dos taxistas da frota.

-E como é?

-O que?

-Ah...

Ela fez uma pausa meio envergonhada e continuou...

-Você sabe... Casa de pobre... Como é?

-Ai amiga... É estranho, mas sei lá, me trataram super bem e eu comi pão com mortadela.

Contei a minha amiga rindo e também contei dos beijos que rolaram entre eu e Antônio.

-Ai Leninha! Também quero saber como é.

-Como é o que garota curiosa?

-Beijar um cara mais velho.

-Diferente... Ele é experiente não baba, não colocou a mão no meu seio como os garotos da nossa idade fazem...

Conversamos durante horas, não jantei e nem conversei com meus pais fui dormir cedo e agarrada na camiseta que Dona Mercedes me emprestara, pois nela eu sentia o cheiro do meu taxista.

-Nossa pulou da cama?

-Bom dia papai! Cadê a mamãe?

-Deitada ainda.

-Escuta... Posso te pedir uma coisa?

-Seu cartão já estourou?

-Não, credo pai...

-Pede.

-Sabe o Mauro?

-O que tem ele?

-Então desde que eu pedi pra você colocá-lo lá no ponto de Moema que a clientela dele cresceu, agora vira e mexe ele não pode me levar quando eu estou sem carro...

-E?

Meu pai me dava respostas vagas sem me olhar apenas lendo seu irritante jornal.

-Então ontem um tal de Toninho que me trouxe da faculdade e me levou na festa da minha amiga, eu achei ele um senhor simpático, cuidadoso pra dirigir, você poderia colocá-lo lá na porta da faculdade também, né?

-Se isso implica você não pegar meu carro, hoje mesmo eu transfiro o sujeito.

-Se eu tivesse o meu carro...

-Se a senhora não tivesse perdido sua carteira por pontuação...

-Então vou ligar pro Mauro vir me pegar.

Ele continuou lendo indiferente...

-Alô Mauro?

-Sollene! Como você está?

-Melhor, obrigada... Escuta você tem um tempinho livre? Eu queria conversar com você...

-Tenho sim.

-Então passa aqui daqui a uma meia hora pode ser?

-Tudo bem...

Em pouco tempo Seu Mauro estava em minha casa e pedi a ele que fossemos até uma lanchonete por perto.

-O senhor quer um suco?

-Que é isso Sollene? Cinco Reais um copo de suco não to com essa bala toda não.

Sorri de seu jeito simples.

-Relaxa, eu to convidando.

-Mas eu fico sem jeito.

-É o mínimo que eu posso fazer depois do que você e sua esposa fizeram por mim ontem.

-Mauro, você conhece o Toninho há muito tempo?

-O pai dele era amigo do meu pai apesar de eu ser mais velho somos amigos de longa data, por que?

-Por nada, fiquei curiosa ele é tão carrancudo e ao mesmo tempo foi tão legal comigo me levando pra sua casa...

-Ele é gente boa, sofreu muito nessa vida, ainda sofre, mas tem um coração enorme.

-Sofreu?

Durante a conversa Mauro me contou que Antônio fora criado pelo pai, já que sua mãe o abandonou quando bebê se casou e teve uma filha. Foi dono de uma grande frota de táxis, mas quando a menina adoeceu vendeu tudo para pagar o caro tratamento contra uma rara doença não conseguindo salvá-la e acumulando dívidas. A brusca queda de padrão econômico fez com que sua mulher o abandonasse e agora lhe restava trabalhar como empregado para outra frota e cuidar do pai que bem idoso e doente com mal de Alzheimer.

-Então é por isso que ele é tão amargo.

-Pois é Sollene, ele sofreu muito na vida coitado sempre foi pobre e quando tava bem dando uma boa vida pra esposa e pra menina perdeu tudo.

Senti um aperto no peito ao ouvir a história do homem que vinha mexendo com meus sentimentos e decidi que iria correr o risco de me aproximar dele, mesmo sendo isso uma loucura, uma deliciosa loucura...

Quando saí da faculdade ele já estava no ponto me esperando e a cara de insatisfação me provocou um sorriso.

-Quer dizer que agora sou motorista particular da burguesinha?

-Sim é...

Disse me aproximando dele e podendo sentir o cheiro da colônia barata comprada em alguma farmácia

-Sacanagem...

Ele riu de maneira cínica.

-Pra onde a patroinha vai?

-Pra onde você me levaria?

Ele estranhou e me olhou pasmo.

-Anda, responde... Pra onde você me levaria?

Nessa hora já estava bem próxima dele e ousei desabotoar ali mesmo no meio da rua enfrente a faculdade um dos botões da camisa branca que trazia as mangas compridas dobradas.

-Menina...

O surpreendi mais uma vez entrando no táxi e me sentando no bando do passageiro da frente ao invés do banco traseiro.

-O lugar da patroa não é aí.

-Eu sei... Mas sabe o que é? Hoje eu quero fazer uma brincadeira com você... Topa?

-Não tenho tempo pra brincar e nem sou homem disso.

-Vai Toninho não custa nada...

-Não te dei tanta liberdade moça...

-Diz que sim vai!

-Que diabo de brincadeira você que fazer?

Perguntou-me meio sem paciência.

-Seguinte. Hoje eu não quero ser passageira nem a filha do patrão.

-Quer ser o que? A presidente do Brasil?

-Não seu malcriado! Quero ser sua namorada...

Disse pousando minha mão em sua perna.

-Tá doida garota?

-Por quê? É só uma brincadeira.

-Escuta aqui mocinha...

Nem o deixei terminar de falar e já fui interpelando.

-Escuta aqui você, se você não concordar eu grito! Berro, esperneio! Falo que você quis abusar de mim!

-Olha garota se você...

Ameacei gritar chamando a atenção de um grupinho de pessoas e logo ele desesperado achou melhor calar a minha boca com um beijo.

-Aonde a minha “namoradinha” quer ir?

Disse-me irônico.

-Bom, como to com fome quero comer pão com mortadela e aquele negócio doce lá que eu bebi como chama?

-Tubaína.

Dizia achando graça e sem nenhuma paciência.

-Depois tomar sorvete e depois... Hum... Aí você escolhe pra onde me levar. Mas olha... Você vai ter que ter que me respeitar mesmo sendo meu namorado, eu sou virgem...

-Se você é virgem eu sou o papa!

Fizemos o caminho todo até um barzinho no bairro do Bixiga comigo com a mão em sua perna. Vez por outra lhe acariciava os cabelos e aproveitava quando sinal fechava para trocar um delicioso beijo com meu taxista, estava amando nossa brincadeira.

-Aqui? Você me trouxe pra comer nessa espelunca?

-Se é minha namorada vai ser do meu jeito.

-Já que eu sou sua namorada, abre a porta pra mim...

-Já te disse que você não é aleijada.

-Malcriado, grosso!

-Gostosa...

Dessa vez não se limitou apenas ao comentário e foi logo colocando a mão por debaixo do meu vestido.

-Ai...

-Fala Toninho;

-Beleza? Vê dois “pão” com mortadela e duas “Tubaína”.

Ele não devia conhecer o plural...

-Quem é a gatinha?

-Mais respeito cara, essa é a minha namorada.

Nessa hora meu coração disparou quando notei o olhar dele para mim seguido de uma piscadela.

Ele estava sentado num dos banquinhos altos do boteco e eu de pé, não resisti e o abracei mexendo naqueles cabelos negros lindos...

-Você pinta!

- O que?

-O cabelo.

-Eu não, viadagem isso...

-Não tem nenhum branco...

-É o sangue italiano que é quente.

-É? Então vem cá meu “carcamano...”

Nos beijávamos atraindo olhares de quem nos visse...

-Pra onde mais você vai me levar ein?

Perguntava enquanto mordia sua orelha.

-Pro céu burguesinha...

-O que você vai fazer comigo?

-Primeiro vou tirar esse vestidinho de grife e te deixar peladinha...

-É? E depois?

-Depois eu vou fazer minha burguesinha gozar na minha boca bem gostoso...

Naquela hora senti que mais do que eu minha vagina havia adorado aquele comentário baixo e sujo daquele velho ousado, afinal minha calcinha se molhou na hora...

-Bom apetite.

Disse o dono do bar com um olhar meio malicioso que me deixou envergonhada.

Comemos e ele pagou tudo reclamando, claro.

-Já não chega ser explorado pelo pai...

-Pára de reclamar meu italiano pão duro! Que eu ainda quero sorvete...

-Vai me levar a falência!

Ele reclamou, mas me comprou um picolé.

Sentada se pernas abertas no capô do carro fazia com o doce o que queria estar fazendo no pênis do meu homem. Lambia toda sua extensão olhando sensualmente para meu lindo taxista, colocava apenas uma pequena parte na boca tal qual fosse a cabecinha de seu pênis...

Ele apenas me olhava e não resistindo ajeitou seu órgão por cima da calça nem se importando se estávamos no meio da rua.

Demonstrava desenvoltura e experiência conferidas dos meus acessos a sites eróticos, conversas com as amigas e prazer solitário, mas na verdade nem ao menos ver ao vivo eu já havia visto um pênis.

-Chega!

Disse me fazendo descer do capô e entrar no carro.

Dirigia apressado até a pensão da esposa de Mauro onde morava.

Estacionou o carro e pela primeira vez me abriu a porta.

-Pode ter alguém...

Dizia em meio aos beijos apressados que sentia em minha boca e em meu pescoço.

-A Mercedes ia pra casa do filho hoje e o Mauro, bom esse meu sogrinho ta explorando... Vem...

Pegou-me no colo e subiu as escadas me levando até seu quarto.

-Calma...

Pedia enquanto ele tirava meu vestido. Num gesto instintivo de quem se envergonha diante da nudez tapei meus seios com os braços, mas logo meu amado os tirou dizendo que queria olhar a sua menina.

-Tão novinha e tão vadiazinha... Olha isso já com os biquinhos durinhos e eu nem te toquei ainda...

Acredito que tenha ruborizado naquela hora, pois jamais imaginava ouvir um comentário daqueles, aliás, jamais me imaginava com um taxista da idade do meu pai (que trabalhava para meu pai) num quartinho de pensão sendo tratada daquele jeito... Revoltava-me, mas me excitava e muito!

-Vem cá vem...

Disse batendo com as mãos nas pernas.

-Senta aqui pra eu te fazer um carinho, senta princesa...

Sem jeito me dirigi até ele e me sentei em seu colo já ganhando um delicioso beijo e sentindo sua mão quente e forte em meu mamilo o apertando me causando dor e prazer enquanto sua outra mão afastava minha calcinha para o lado.

-Espera...

Era inútil pedir eu o havia provocado e agora agüentaria as conseqüências...

Oscilando entre o medo e o tesão sentia aqueles lábios quentes e experientes sugarem meus seios tal qual um bebê faminto, o dedo inquieto atormentava meu clitóris que ansiava por mais e mais carinhos.

Eu nada dizia estava paralisada. A diferença entre ele e os garotos de minha idade era gritante, seus toques apesar de nada delicados era precisos e certeiros.

Quando me dei conta estava deitada naquela cama pequena e velha com as pernas abertas e apoiadas nos ombros do meu macho que ajoelhado no chão me levava à lua com aquele carinho diferente.

A língua meio áspera e quente em contato com minha vagina fazia meu corpo serpentear na cama, me causava espasmos que chegavam a me assustar tamanha intensidade.

Puxava seus cabelos e dizia palavras desconexas enquanto vez ou outra ouvia as doces sacanagens que ele me dizia.

-Goza patricinha gostosa, goza na boca do seu macho, to adorando o gostinho da sua xoxota...

Ilusão a minha achar que jamais ouviria esse palavreado...

Porém, ele nem precisava ter pedido, pois agarrada a seus cabelos senti que “matei a sede” de meu taxista mais do que uma vez.

Se aproveitando do meu torpor e relaxamento devido aos múltimos orgasmos que sua boca me proporcionara ele foi se ajeitando sobre meu corpo, beijando meus seios e me masturbando sem nenhum cuidado. Colocava dois dedos em minha vagina inexperiente e eu apenas emitia sons ora de dor, ora de prazer...

Logo notei que os dedos foram substituídos por algo mais grosso e maior. Não dei importância, pois ele não havia tirado as calças apenas aberto um pouco a camisa devido ao calor, todavia logo uma dor aguda no centro de minhas pernas me fez perceber que ele havia me penetrado e com isso tirado a minha virgindade, sem o menor carinho que eu fantasiava sem o menor cuidado seu pênis entrava e saía de dentro de mim e ele com os olhos fechados não percebia minhas expressões de dor e as lágrimas que rolavam em meu rosto. Não sentia prazer, nem nojo como senti quando Kaique tentara me violentar. Sabia que de certa forma me apaixonara por Antônio e dessa forma me sentia apenas entristecida pela forma como ele estava me tratando. Desejava ardentemente ser pobre, viver como ele, ser do mundo dele para merecer seu amor e seu respeito.

Seu corpo se enrijeceu e sua expressão modificou e logo me senti inundada por algo quente que começava a escorrer pelas minhas pernas. Ele havia gozado dentro de mim.

Exausto se atirou na cama tentando me puxar de encontro a si, porém o repeli.

-Tenho que ir ao banheiro.

Levantei-me sentindo muita dor, pois fora penetrada sem nenhum cuidado para uma primeira vez, seus gemidos ainda ecoavam em meus ouvidos... “Minha putinha”... Sentei-me no vaso sanitário chorando ao me lembrar de suas palavras que eram excitantes, mas naquela hora em que me sentia frágil e insegura eu só queria ser chamada de meu amor. Limpei-me do esperma e do sangue que corriam para fora de mim e voltei para o quarto para me vestir, ele já deitado para o lado oposto de mim dormia e nem notou minha saída.

-Oi filhinha, a mamãe quer que você dê uma opinião no cardápio que eu e a Danúbia estamos preparando para o Chá das Senhoras Paulistanas.

-Agora não mamãe...

Subi para meu quarto chorando e nem com Jô falei. Não quis comer, não quis dormir apenas chorar...

Porém, vencida pelo cansaço e pelo incômodo que sentia em minha vagina adormeci sendo desperta algumas horas mais tarde por uma das criadas da casa que batia na porta.

-Dona Sollene?

-Me deixa em Paz Rita!

-Tem um rapaz querendo falar com a senhora lá embaixo um taxista da frota do Seu Rubens.

-Um taxista? Ele disse o nome?

-Um tal de Antônio.

-Diz que não quero vê-lo.

-Ele disse que a senhora não ia querer mesmo, mas que esqueceu algo no carro dele e como ele é um homem honesto não sai daqui enquanto a senhora não descer para pegar.

-Problema dele...

Cerca de meia hora ela voltou...

-Dona Sollene melhor a senhora descer ou ele não vai sair daqui hoje parece que tem um gênio...

Como já conhecia o gênio dele e sabia bem que minha mãe surtaria se ele ficasse plantado em casa resolvi descer e o encontrei impaciente já fora do táxi.

-O que você quer?

Ele nada respondeu e apenas me mostrou o lençol sujo com meu sangue.

-Por que você não me contou? Eu fui um cavalo com você menina!

-Eu contei sim! Você preferiu dizer que se eu fosse virgem você era o papa!

-Eu... Você e essa mania de levar tudo na brincadeira eu achei... Caramba menina, ninguém mais é virgem hoje em dia e você... Você é linda eu achei que...

Ele estava impaciente e aparentemente arrependido e tomou a atitude que eu jamais esperaria dele até aquele momento.

-Vem aqui.

Disse me abraçando.

-Você é louco! Meus pais podem ver os empregados.

-Eu te machuquei muito? Doeu?

-Um pouco...

-Ainda ta sangrando?

-Acho que não...

-Vai pra casa e dá um perdido no seu pai e na sua mãe.

-Como?

-Sei lá, diz que uma amiga sua te ligou, inventa alguma coisa e vem comigo... Vai...

-Não vai dar certo Antônio.

Entrei em casa e disse aos meus pais que iria ver Elis que estava passando mal, disse que talvez dormiria na casa dela, minha mãe com suas futilidades e meu pai com sua ganância nem deram atenção e caíram fácil mas minha avó... Essa me olhou bem desconfiada.

Entrei no carro e ficamos um pouco parados no grande pátio do condomínio.

-Me desculpa...

-Tá tudo bem.

-Aquela história de ser minha namorada, ainda ta de pé?

Perguntou-me tirando uma caixinha de seu bolso e me entregando.

- O que é isso?

-Abre...

Abri e vi um lindo anel solitário e como conhecia coisas finas de longe percebi que era ouro branco com uma pedrinha de brilhante, porém antigo...

-Você é louco! Isso deve ter sido uma fortuna!

Ele riu...

-Era da minha mãe, meu pai me deu pra eu entregar pra Paloma, minha filha quando ela fez quinze anos. Agora é seu...

-Mas...

-Sem mais nem menos burguesinha, você agora é minha namorada.

Disse beijando minha mão após colocar-me o a jóia no dedo.

- Malcriado, nojento, cretino!

Disse batendo em seu peito e ele surpreendentemente não revidou e me abraçou enquanto me ouvia dizer chorando coisas sem sentido em meio há algumas verdades.

-Você acha que pode fazer isso comigo Antônio? Que droga como eu vou enfrentar eles? Como?

-Você quer que eu me afaste de você?

-Não! Seu grosso! Eu te amo...

Nessa hora nos beijamos de um jeito calmo e apaixonado.

-Minha menina...

-Não me faz mais sofrer... Eu pensei que você tivesse me usado eu...

-Shio... Eu usei mesmo, mas quando eu vi que você tinha se entregado pra mim, corrido tanto risco, esquecido sua família e os namorados ricos que você podia ter pra entregar sua virgindade pra um cara velho, duro e que nunca te tratou bem numa pensão... Eu entendi que você era a mulher da minha vida!

-Eu te amei desde aquele dia que você me chamou de patricinha seu carcamano nojento!

Disse rindo e o beijando.

-Vamos pra casa? Dorme comigo essa noite?

-Depende, como vai ser amanhã...

-Por mim eu falaria com seus pais, mas tenho que pensar em você, eu não tenho nada pra te oferecer agora, eu to tentando me reerguer eu perdi...

-O Mauro me contou tudo sobre você.

-O Mauro?

-Sim, eu perguntei sobre você pra ele... Eu tinha que saber mais sobre o homem que eu amava e você não me dava chance...

-Esse Mauro...

-Ei, com tudo que ele me disse eu te amei ainda mais! E entendo o que você está passando sei que se a gente assumisse alguma coisa agora eu poderia te atrapalhar.

-Você confia em mim?

-Você já salvou minha vida seu carcamano pão duro!

Disse o beijando e rindo.

-Eu vou recuperar tudo e vou casar com você, vou te dar uma vida de rainha do jeito que você ta acostumada.

-É? Mas por enquanto eu só queria uma coisa...

-O que?

-Consertar o estrago que você fez mais cedo! Você ta me devendo uma primeira vez decente!

-Promessa pra mim é dívida burguesinha!

Disse tocando o carro. Feliz, eu achava que tudo estava perfeito, mas não desconfiava que minha avó nos espiara por uma das janelas da casa.

-Pra onde meu veio gostoso vai me levar?

-Ia te levar pra um motel, mas você é minha mulher, vai pra minha casa comigo.

-Nossa então eu tenho um dono?

-Tem sim nojentinha e algumas coisinhas já vão mudar...

-É?

-Esse vestidinho curto, por exemplo, não quero minha menina mostrando o que é meu pra marmanjo nenhum babar, nem aqueles mauricinhos da sua faculdade.

-Nossa, meu Deus que gato ciumento que eu tenho, nossa!

Fomos até a pensão e só de lembrar a cara de espanto de Dona Mercedes e Mauro e dou risada até hoje! Também, pudera Antônio já chegou me apresentando como namorada, logo eu a filha do patrão.

-Tá com fome amor?

-Não, só com um pouquinho de sono.

Disse-lhe dando uma piscadela nada inocente.

-Vamos subir então... Tem problema ela ficar aqui hoje?

-Problema nenhum Toninho, mas a cama é de solteiro...

Logo percebi que a idéia de passamos a noite juntos não deixava Dona Mercedes muito feliz, creio eu que ela pensava que estávamos fazendo de sua casa um motel.

-Não vou dormir aqui, só descansar um pouco, não se preocupe.

-Olha não tem problemas, mas meu único medo é seu pai descobrir, acredito que ele não saiba que você e o Toninho... Entende, não posso perder meu emprego.

-Tá tudo bem Mauro fica tranqüilo...

Já chegamos ao quarto nos atracando e era minha vez de ir à forra o empurrando na cama.

-Calma princesa.

-Abre a calça...

-Como?

-Abre a calça! Tá surdo?

Perguntei abrindo sua camisa e puxando seus pêlos lhe fazendo reclamar.

-Quero ver o que me fez mulher...

Lentamente ele abriu a calça jeans clara e tirou um pênis grosso e grande para fora, tinha as veias saltadas e a cabeça arroxeada e ele lentamente o masturbava me observando descer as alças do meu vestido...

-Tira o resto e deita!

Ele nada dizia e seguia minhas ordens me fazendo delirar ao ver aquilo tudo de homem se despindo em minha frente. Tinha um corpo perfeito para seus cinqüenta anos, nenhuma barriga, mãos grandes, pernas fortes, cor morena... Um pecado em forma de homem.

-Como você conseguiu colocar tudo isso dentro de mim? Mal cabe na minha mão...

Disse segurando seu pênis que já pulsava em minha mão...

-Seu corpo foi feito para o meu princesa...

Nessa hora o olhei sensualmente e passei minha língua por toda a extensão do órgão duro o fazendo gemer, e logo já estava abocanhando aquela delícia de gosto forte me provocando contrações involuntárias em meu útero de tanto tesão que estava sentindo.

-Pára princesa... Eu vou gozar...

Mais que depressa tirei seu pênis de minha boca, afinal era inexperiente a ponto de engolir seu esperma e o coloquei entre meus seios o fazendo derramar seu líquido quente sobre eles.

Olhando-o sensualmente espalhei seu esperma pelo meu colo como se fosse um creme e num misto de curiosidade com algo que não sei definir tomei um pouco em meus dedos e levei até minha boca, me deliciando com o gosto de macho que tinha o leite de meu lindo taxista.

-Você ta me deixando louco nojentinha.

-Hum... Que leitinho gostoso do meu carcamano! Da próxima vez quero tomar ele todinho na minha boca...

-É? Mas agora é minha vez de chupar essa xotinha gostosa de novo vem cá vem...

Não me fiz de rogada e me deitei na posição que eu já conhecia de mais cedo e senti seus dedos agora carinhosos afastarem meus lábios.

-Caramba...

- Que foi?

-Eu te machuquei você ainda ta sangrando...

Disse passando carinhosamente um dedo entre meus lábios.

-Ai... Devagar arde um pouquinho.

-Você quer que eu te leve pra um hospital pra ver isso?

Ri do jeito dele.

-Não meu anjo, não precisa... Daqui a pouco passa...

-Posso?

-Devagar...

Cuidadosamente ele passou a língua por toda minha vagina dispensando especial atenção ao meu clitóris me fazendo gemer e passar as mãos pelos seus cabelos negros. Aquela língua me enlouquecia e me garantiu orgasmos deliciosos e meio doloridos, pois eu estava um pouco sensível, mas só quem já experimentou a combinação de prazer e dor sabe como isso é gostoso.

Gemia e movimentava meus quadris enquanto gozava em sua boca. Suas mãos alcançaram meus seios no exato momento em que eu implorei para que ele me penetrasse.

-Ai...

Reclamava de dor e ganhava uma deliciosa sugada em meus mamilos enrijecidos e logo ele estava todo dentro de mim movimentando-se vagarosamente e com cuidado.

-Me faz tua mulher amor...

-Você já é minha...

Dizia ofegante enquanto beijava meu pescoço.

O cheiro de sexo e o barulho que nossos corpos faziam completavam o cenário exótico para uma moça rica como eu. Ele foi muito cuidadoso, não fizemos nada de selvagem, pelo muito contrário depois de nos amarmos eu me deitei em seu peito brincando com seus pêlos e ganhei muito carinho e beijos em meus cabelos.

-Amor?

-Hum...

-Posso te fazer uma pergunta?

-Faz.

-O anel que você me deu era da sua mãe não era?

-Sim, o que tem?

-Quando eu perguntei sobre você pro Mauro ele me disse que a sua mãe...

-Me deixou com meu pai e sumiu quando eu nasci.

-É...

-Meu pai também era taxista e minha mãe era como você, linda e rica...

Ele fez uma pausa e seu semblante ficou sério.

-O pai queria que ela casasse com um cara rico dono de uma frota a frota que meu pai trabalhava, mas ela e o meu velho se apaixonaram o coitado trabalhou quase um ano inteiro pra comprar esse anel pra ela. Meu pai nunca soube ao certo, mas um belo dia ela bateu na porta da casa dele comigo e com o anel...

-Ele se casou depois disso?

-Não, me criou sozinho.

-E onde ele está?

-Numa casa de repouso com Alzheimer ele morava comigo quando eu tinha uma casa.

-Vem aqui.

O aconcheguei em meu peito e acariciando seus cabelos dizia que tudo ficaria bem.

-Agora me fala de amanhã...

-Amanhã?

-Sim, quando a gente tiver uma casa só nossa, me fala como vai ser...

-Eu vou te amar todos os dias, te encher de filhos e dessas coisas caras eu você ta acostumada.

-Não preciso das coisas caras meu anjo e tantos filhos vão me deixar gorda.

-Ótimo assim ninguém te cobiça na rua.

-Deixa que olhem, eu tenho dono...

-É? E quem é seu dono burguesinha?

-Um carcamano narigudo!

Disse puxando seu nariz.

-Promete uma coisa.

-Depende...

Ele e sua franqueza.

-Promete que quando você for um burguês nojento como eu não vai fazer plástica nesse nariz lindo e nem depilar o peito?

-Que é isso menina, ta doida? Não gosto dessas viadagens não, mas daí a achar meu nariz bonito é sacanagem...

-Pára amor, é lindo! E tem mais uma coisa.

-Ai meu santo, que que é agora?

-Promete também que não vai depilar esse saco gostoso...

Disse passando a mão em seus testículos.

-Coisa feia mocinha... Falar desse jeito, uma menina tão fina.

-Foda-se...

Ele estava espantado com meu jeito.

-Você faz faculdade de cozinha né?

-Culinária amor...

-É essa frescura mesmo... Então você sabe cozinhar?

-Sei o que você quer que eu te faça?

-Sabe fazer empada? Não como uma decente desde moleque, meu pai tinha uma namorada que fazia, quando ele me levava na casa dela era festa.

-Faço sim meu guloso, agora amor, por favor, chega desses caipiras berrando...

-De que música você gosta?

-Ah rock, MPB...

-Toma...

Disse se levantando da cama nu, ai que visão tentadora... E me entregando um cd da dupla Bruno e Marrone.

-Ai credo!

-Sabe o que eu quero patricinha?

Perguntou-se se aconchegando novamente em meus braços.

-O que paixão?

-Te ver um dia na nossa casa, com um moleque meu nessa barriguinha, fazendo um monte de empada pra mim ouvindo esse cd e lembrando de hoje.

Nessa hora não contive a lágrima que escorria em meu rosto.

-Só tem uma coisa errada nisso...

-O que?

-Eu quero uma menina...

- Mas eu vou te dar uma menina também amor... Dois moleques e uma menina ta bom?

-Não, oras! Duas meninas, um menino, um gato e um cachorro!

-Melhor... Dois moleques, duas “menina” um gato e um cachorro...

-Nossa amor, quatro filhos... Será que eu dou conta?

-Dá sim meu anjo.

Ele riu e me beijou.

-Vamos dormir?

-Não acho uma boa idéia anjo, a Dona Mercedes, eu fico sem jeito.

-Relaxa amor, ta tarde pra eu te levar, você me deu uma canseira hoje.

-Tá bom, mas nessa cama apertada?

-É mais gostoso assim a gente fica mais juntinho.

Aquela noite foi difícil de dormir, primeiro pela cama apertada depois a excitação de estar com ele, me lembro que acordamos sonolentos umas duas vezes no meio da madrugada para nos tocar, não fizemos amor, pois eu ainda sentia alguma dor mas o deixei gozar em minhas coxas e me masturbar, por fim adormecemos agarrados.

Acordamos antes de todos na pensão e ele me levou pra casa.

-Até mais tarde princesa...

-Acho que não vou pra aula hoje.

-Por quê?

-Pelo mesmo motivo que você estava cansado ontem.

-Então não vou te ver?

-Ninguém precisa saber disso.

O beijei e entrei em minha casa onde todos ainda dormiam e após tomar um banho e descansar um pouco corri para a cozinha para preparar as empadas que meu amor havia me pedido.

No som o cd do Bruno e Marrone que eu já começava a decorar e cantarolar enquanto assava o salgado.

-O que é isso?

-Oi pai! Quer empada?

- O que você está ouvindo?

-Ah é Bruno e Marrone, legal né?

-Não, não é legal, é brega, de mau gosto. O que deu em você? E essa comida de pedreiro? É pra fazer salgadinho de festa de pobre que eu te pago uma faculdade cara?

-Mas... É justamente um trabalho pra faculdade pai...

-Só pra jogar o meu dinheiro fora e desliga essa porcaria que ta infectando meus ouvidos. Ninguém merece ouvir essa droga logo de manhã.

-Tô fazendo essa comida de pedreiro pro seu taxista da sua idade que ta me comendo.

Disse com raiva quando ele saiu da cozinha.

Em casa todos me notaram diferente, mais feliz, brincalhona... Sem contar as empadas e a música sertaneja. Quando o relógio deu meio dia meu anjo já estava me esperando.

-Puta que pariu Sollene, essa porra de roupa curta de novo moleca?

-Tá calor Toninho! Deixa de ser chato.

-Todo mundo sabe que você tem perna não precisa sair por aí mostrando!

-Pára amor! Que coisa.

Entrei no carro com ele emburrado e falando o caminho todo da minha roupa, fomos para a pensão já que naquela hora do dia não ficava ninguém lá. Dona Mercedes havia ganho um netinho por parte de seu filho do primeiro casamento e agora vivia na casa dele, com isso poderíamos ficar a vontade lá por um bom tempo...

-Poxa gato, você vai ficar assim emburrado comigo o tempo todo?

-Já tinha te avisado que não quero mais você com essas roupas, não tinha?

-Ô meu príncipe, não dá pra mudar meu guarda roupas em um dia... Vem cá vem me dá um beijo.

Ele relutou um pouco, mas acabou cedendo e me beijando enquanto eu já desabotoava a camisa branca que ele usava.

-Espera to suado...

-Então vamos tomar um banho juntos...

Despimos-nos e entramos no pequeno Box. O abracei por trás encostando meus mamilos em suas costas enquanto carinhosamente passava uma bucha com sabonete em seu peito.

-Eu amo você Toninho...

-Vem aqui burguesinha...

Ele se virou e me beijou apaixonadamente, enquanto eu o abraçava. O contato de nossos corpos nus e molhados era maravilhoso. Ah... Como beijei seu peito, como o achava másculo não era totalmente peludo, mas os pêlos negros o cobriam o suficiente para deixar seu dono lindo, másculo e irresistível. Lentamente passava minha língua em seus mamilos o fazendo arrepiar, enquanto seu dedo carinhoso afagava meu clitóris duro e inchado de tesão por aquele lindo taxista.

Fui descendo meus beijos pela sua barriga onde com minha língua brinquei com seu umbigo até chegar em seu pênis completamente duro. Primeiro beijei sensualmente a cabecinha olhando para seus olhos lhe provocando gemidos, depois coloquei o lambi tal qual sorvete delicioso. Não cabia todo em minha boca, mas eu colocava até onde conseguia me deliciando com seu gosto e o deixando louco segurando meus cabelos com doçura e violência. Logo cumpri minha promessa e tomei seu leite “direto da fonte” me fartando com o gosto agridoce de meu homem.

-Você é minha ta entendendo? Minha...

Dizia meu ciumento enquanto gozava em minha boca recostado na parede de azulejos.

Nos enxugamos enquanto ele se recuperava do orgasmo e deitamos na pequena cama eu nem por um segundo parava de acariciar e beijar seu peito o que o despertou logo para um segundo tempo de prazer.

-Minha putinha gostosa, queria ver a cara daquele bando de granfino com quem você anda se te visse gozando na boca de um pé rapado que nem eu.

Dizia enquanto me chupava.

-Sabe o que eu diria pra eles? Esse pé rapado é o homem que eu amo agora me chupa e fica quieto seu safado me faz gozar nessa boca gostosa...

-Seu desejo é uma ordem madame.

Disse me penetrando com a língua me causando um orgasmo quase que instantâneo.

-Me come...

-Como é madame?

-Anda... Me come quero sentir esse pau grosso dentro de mim, vem...

-Já disse que quem manda é a patroa. Mas agora eu quero comer essa bucetinha com a princesa de quatro.

Não demorou para eu me colocar naquela posição que eu sempre achei humilhante e começar a gozar como uma cadela no cio com seu pênis dentro de mim.

-Tá gostando de tomar de quatro, ta cachorra?

-Cala a boca e mete!

Já começava a tratar ele com as mesmas deliciosas baixarias que me faziam enlouquecer.

-Que bucetinha apertadinha a minha cadelinha tem, esfrega o grelinho, esfrega...

Atendi prontamente e logo estávamos gozando juntos e caindo cansados e suados na pequena cama que se tornava gigante para nos amarmos.

-Cansado?

-Você acaba comigo...

-É? Espera só até a gente estar junto de vez, vou querer essa pica gostosa dentro de mim todos os dias!

-Putinha!

-Cafajeste...

Rimos juntos e nos abraçamos.

-Ah... Tá com fome?

-Morrendo.

-Olha o que eu te trouxe.

Abri minha bolsa e tirei um pote com as empadas que ele havia me pedido.

-Você fez?

-Sim, vê se ficaram boas?

Meu guloso comia de gosto o que eu lhe havia preparado.

-Caramba, eu não acredito que achei uma virgem que cozinha bem e é boa de cama.

-Achou sim bobo e eu sou toda sua!

Nunca havia me sentido tão feliz em toda a minha vida. Passei a ir melhor na faculdade, a me sentir mais bonita, enfim estava radiante e em minha casa todos notavam a diferença, até o dia em que algo estranho aconteceu. Em uma ocasião, voltei tarde de um encontro delicioso com meu amor e enquanto tomava um suco na cozinha fui interpelada por minha avó.

-Onde você estava menina?

-Oi vovó, estava com umas amigas fazendo um trabalho.

Ela como sempre me olhou desconfiada, mas logo sua atenção se voltou para meu dedo que trazia o anel que Antônio havia me dado.

-Onde você conseguiu isso?

-Eu... Comprei, achei bonito e comprei.

-Não, você não comprou, esse anel é antigo demais.

-Boa noite vovó.

Subi assustada para o quarto e consternada pelo jeito como ela ficou ao ver a jóia em meu dedo.

Minha avó... Ah minha avó, ledo engano ver naquela senhora uma velhinha inócua. Hoje sei que ela tratou de colocar um detetive em meu encalço e logo descobriu que eu andava “de caso” com Antônio, mas ao contrário do que eu esperaria se o soubesse na época, ela nada fez e sim o procurou.

-Aconteceu uma coisa estranha hoje enquanto você tava na faculdade.

-Limpa aqui amor, caiu sorvete na sua camisa... O que aconteceu?

-Uma senhora pegou corrida comigo, ficou me enchendo de pergunta... Queria saber do meu pai, onde eu morava, qual minha idade.

-É? Que estranho...

-Depois me deu dinheiro a mais e quando eu fui devolver disse que como tinha gostado do serviço era pra eu ficar com o troco.

-Nossa, encantando velhinhas carcamano? Bonito ein...

-Ô amor, já ia esquecendo, ta livre o resto do dia?

-Sim, só tenho que estar em casa antes do jantar, vai umas amigas da minha mãe lá e a sobremesa ficou por minha conta. Por quê?

-Queria te levar pra conhecer meu velho. Ele não regula mais tadinho, mas eu quero que você conheça ele.

-Eu vou adorar conhecer o meu sogro, afinal se não fosse por ele meu amor não existiria hoje!

Ao chegarmos à clínica me deparei com um senhor fraco e debilitado e me emocionei ao ver o carinho com que meu amor o tratava lhe dando comida na boca como uma criança.

Devido ao avançado estágio da doença degenerativa, ele não mais falava, mas me olhou o tempo todo sorrindo.

-Linda, minha namorada né pai?

Dizia meu amor enquanto o alimentava.

Ao sairmos percebi seu olhar triste, era claro que um homem de cinqüenta anos não tinha os mesmos problemas de uma menina de vinte, enquanto eu me preocupava apenas com minha faculdade ele carregava um mundo nas costas.

-O que foi meu anjo?

-Eu to perdendo ele Sollene...

-Não fica assim meu amor.

-É horrível ver meu pai morrendo cada dia um pouco sem poder fazer nada.

-Primeiro foi minha boneca.

Nessa hora percebi que a voz dele ficara embargada.

-Eu perdi tudo pra cuidar dela, dinheiro, casa, meu negócio, até a mãe dela... Quando ela percebeu que eu tava falido me largou.

-Toninho... A Paloma não ia gostar de te ver assim meu amor, eu tenho certeza que de onde ela estiver ela tem muito orgulho de você, assim como os nossos filhos terão um dia.

Nada que eu dissesse mudava o semblante triste do meu amor.

-Olha, vamos largar tudo! Esquecer tudo, eu jogo tudo pro alto e vou viver com você... Eu sei cozinhar posso trabalhar com isso...

-Uma garota rica, mimada morando em uma pensão cozinhando pra fora... Menos filha...

-Ei não precisa ser grosso.

-Tá na hora de encarar os fatos menina, não dá mais pra gente levar isso adiante, nosso mundo é diferente eu não tenho e nem posso te oferecer nada.

-Você ta me dando um fora?

-Tô te mostrando a vida. Foi legal o que a gente viveu, mas num dá mais.

-Mas eu amo você!

-Eu nunca duvidei disso...

-Então...

-Toma Sollene, vai pra casa.

Disse me dando um dinheiro que assim como ele fizeram quando nos conhecemos rasguei em mil pedaços e saí pisando firme, porém destruída por dentro, não acreditava que havia perdido o único homem que amara.

Porém, antes de ir me virei e lhe devolvi o anel que ele havia me dado.

Minha felicidade se transformara em lágrimas e tristeza, faltava muito as aulas e já não me importava mais nada.

Um mês havia se passado e um dia estava no meu quarto quando minha avó veio conversar comigo.

-Sollene?

-Oi vovó.

-Tá tudo bem filha?

-Sim.

-Nunca mais te vi usando aquele anel...

-Cansei dele, ta guardado.

-Você não está mais namorando com ele?

Nessa hora me espantei.

-Como?

-Não sou boba filha, eu sei eu você estava saindo com o taxista.

-Besteira vovó, curiosidade ele pobre, mais velho...

-E você gostou do que viveu.

-Não, se tivesse gostado estaria com ele.

Disse tentando dar uma de durona.

-Vou deixar você em paz.

Disse beijando-me a testa e saindo do quarto.

Naquele dia fui para casa de Elis estudar e notei que mal conseguia sentir o cheiro da comida que nós havíamos preparado como estudo da próxima prova.

-Que foi Sollene?

-Sei lá to enjoada.

-Tá pálida... Tem quanto tempo?

-Quanto tempo o que Gustavo?

-Ah você sabe, que você não fica naqueles dias.

Só então me dei conta que fazia um mês que não menstruava e eu sempre fora extremamente regulada.

-Gustavo, não brinca com isso!

Disse Elis.

-Ué amor, esqueceu que enquanto as duas aprendem a cozinhar eu faço medicina?

As palavras de meu amigo não me saíram da cabeça até ir ao meu ginecologista que de pronto me parabenizou pela gravidez, naquela hora sem pensar corri para o ponto onde Antônio ficava, mas logo Mauro me avisou que ele não estava lá, havia saído da empresa naquela mesma semana.

Voltei para casa desesperada, pois não sabia como contar aos meus pais sobre meu estado e com isso fui driblando os meses que passavam com roupas largas e diferentes das que eu costumava usar, finalmente me vestia do jeito que o pai do meu bebê sempre quis: de maneira discreta e comportada.

-Se cuida Leninha, eu e a Elis ainda somos os padrinhos do neném...

-Pode deixar...

Disse me despedindo dos meus amigos e caminhando em direção ao ponto de táxi onde Mauro me esperava.

-Sollene!

Aquela voz... Não podia ser... Ao me virar dei de cara com meu moreno, bem vestido e sorrindo para mim.

-Antônio?

-Meu amor...

-Meu amor? Você me dá um pé na bunda e vem com essa de meu amor?

-Sollene me escuta... Eu fiz tudo aquilo pra você se afastar de mim, eu achei que seria melhor, mas o tempo ia passando e eu percebia que não podia mais viver sem você mas também tinha que dar um jeito na minha vida, vem aqui... Olha, é meu!

Disse me mostrando um táxi com meu nome escrito na identificação da frota.

-O que meu nome faz aí?

-É o nome da minha frota amor... Ainda é pequena, além desse tem só mais dois carros, mas já me deu o suficiente pra pagar o empréstimo que eu fiz no banco e dar entrada num apartamento pra gente. É simples, mas eu prometo que você vai ser muito feliz lá.

Ao invés de dizer alguma coisa paguei o maior mico da minha vida e mais uma vez vomitei em cima dele.

Mais uma vez ele não ficou bravo e sim abriu o casaco largo e pesado que eu usava para me proteger do frio do começo da Páscoa em São Paulo e esconder a minha barriga de quatro meses.

-Meu Deus...

Disse sorrindo.

-Você? É meu?

-Não sei se é, faça as contas já têm três meses que você me deixou e eu estou de quatro meses, você acha que é seu?

-Você já tava quando eu... Por que não me disse?

-Eu não sabia...

Nessa hora ele já com lágrimas nos olhos colocava a mão em minha barriga, eu não sabia se estava feliz ou assustada, aquele homem transformara minha vida em uma bagunça.

-Meu amor...

-Espera! Você fez da minha vida um inferno! Faz idéia do medo que eu senti desse neném? Até hoje não sei se é menino ou menina, não sabia se poderia ficar com ele.

Me encostei no carro chorando muito.

-Tá tudo bem nojentinha.

-Não está não!

-Vem eu vou te levar pra nossa casa.

Incrédula naquela situação segui com ele até o bairro do Belém, para um apartamento simples, porém bonito. Amplo, tinha três dormitórios, segundo ele um para nós, um para os dois meninos e o outro para as meninas.

-Você acha isso certo?

-O que amor?

-Brincar assim comigo?

-Sollene, eu precisava levantar a minha vida, até quando você ia querer continuar se escondendo de todo mundo? Transando numa pensão?

-Eu to confusa...

-Eu sei. Mas agora a gente tem que olhar pra frente e pensar nessa coisinha que ta aqui dentro, eu não acredito que você não está fazendo o pré natal.

-Eu... Tá tudo tão confuso, eu tive medo de ter que tirar...

-Você está louca? Quatro meses! Isso é assassinato. Não acredito que você pensou em matar o meu filho.

-Eu tava assustada, sozinha...

-Eu sei princesa, mas agora ta tudo bem... Você já comeu? Tem desejo de alguma coisa? Mulher grávida fica cheia de vontade esquisita, me fala o que você quer que eu vou te comprar.

Não resistia ao jeito dele e a possibilidade de ser feliz ao seu lado e de nosso filho numa casa nossa me fez esquecer a raiva e sorrir.

-Pão com mortadela!

Ele me beijou com carinho e eu retribui com um abraço.

-Senti sua falta...

-Eu também, não dá pra esperar um pouco pelo pão com mortadela?

Eu bem conhecia aquele olhar malicioso...

-Não dá pra tomar um banho? Tem uma coisinha sua aqui dentro de mim que me deixa cheirando a leite!

Ele riu e me levou para o banheiro, lá me despiu num misto de tesão e curiosidade olhando cada canto modificado do meu corpo.

-Você não vem?

Perguntei vendo que me olhava parado em pé sem a camisa que eu havia estragado.

-Quero te olhar... Você ta linda menina.

-Tô gorda...

-Tá gostosa demais.

-É?

Sensualmente lavava meus seios avolumados pela gravidez, enquanto o chamava.

-Vem...

Ele não resistiu e entrou no Box me beijando com sede e acariciando meu corpo com vontade afinal eram mais de três meses separados.

-Delícia...

Dizia beijando meus seios.

-Cuidado amor...

Não terminei a frase e cai na gargalhada vendo a cara feia por ter sem querer tomado um pouco do meu leite.

-Que coisa horrível!

-Guloso!

Disse antes de sentir seu dedo em meu clitóris e gemer de prazer.

-Vem...

Desligou o chuveiro e me levou para o colchão ainda sem a cama me fazendo rir.

-Cadê a cama?

-Não comprei ainda, não deu tempo, mulher gosta de escolher os móveis e eu ainda não tinha você.

Lentamente meu amor me penetrou de ladinho e como era bom sentir aquele pênis grande, grosso e quente em minha vagina após tanto tempo.

-Hum... Tá mais molhadinha...

-Me come amor... Faz eu me sentir tua cadelinha, faz...

-Você não mudou nada princesa... Uma patricinha na mesa e uma putinha gostosa na cama.

-É? Então cala a boca e mete esse pau gostoso na minha buceta seu cafajeste, grosso! Me come que eu sou tua puta...

-Pára menina, pára que eu esqueço que tem um filho meu na sua barriga, agora a gente tem que se controlar...

-Eu confio em você.

Disse antes de gozar gostoso no pênis do meu macho que não demorou a derramar seu leite dentro de mim.

Ficamos muito tempo abraçados fazendo planos para o futuro, escolhendo os nomes do nosso anjinho ou anjinha...

-A gente pode colocar o nome da sua filha Paloma... Eu acho lindo.

-É lindo sim meu anjo, mas sei lá ela ficou tão doentinha que tenho medo que não traga sorte. Giulia era o nome da mãe do meu pai, ela ajudou ele a me criar...

-É lindo! Mas se for menino eu escolho... Antônio...

-Ah não amor esse negócio de ter o mesmo nome do pai, escolhe outro...

-Marco... É o nome do seu pai não é?

-Eu gosto...

-Amor...

-Que foi?

-A Giulia ou o Marco está com fome...

Ele riu e me beijou levantando-se para vestir a roupa.

-Pão com mortadela?

-O que você acha que uma burguesinha nojenta como eu come depois de foder gostoso com um taxista lindo na Zona Leste?

-Pão com Mortadela e Tubaína?

-Sim e trás chocolate também bem grande!

-Já não basta o avô e a mãe me explorarem...

Disse beijando minha barriga e fazendo meu bebê se mexer pela primeira vez!

-Oi meu anjo... Papai ta aqui, to doido pra ver sua carinha...

Dizia conversando com ele ou ela que não parava de chutar.

-Vamos fazer melhor, vamos tomar um banho e você vem comigo na padaria que tem aqui perto depois a gente vai falar com seus pais, não quero passar nem mais um dia longe de você e dessa coisinha que ta aí dentro.

Tudo ia bem, exceto meu frio no estômago quando depois de jantarmos fomos para a minha casa, sentia medo e vergonha de encarar meus pais, afinal eu os havia enganado por quatro meses.

-Boa tarde Dona Sollene.

-Oi Jarbas, meus pais estão?

-Não, mas não devem demorar.

-E a vovó?

-Vou chamá-la. O senhor é seu amigo?

-Meu noivo...

-Marido, eu sou marido dela.

A cara de Jarbas era impagável.

-Você assustou o coitado amor!

-Mas eu não sou seu marido?

-Não!

-Como não?

-Você nem me pediu em casamento ainda, oras!

-Não seja por isso, quer casar comigo nojentinha?

-Vou pensar...

O beijei rindo da cara de bobo que ele fez.

-Claro que eu quero!

-Sollene!

-Oi vovó...

Ela nem me olhava, estava com os olhos fixos em Antônio que a cumprimentou.

-Eu sei quem você é meu filho... Vem, senta aqui.

Disse apontando o sofá.

-Os mesmos olhos dele...

-De quem vovó?

-Ah de ninguém, é que seu amigo, ou namorado, eu não sei me lembrou uma pessoa que eu conheci há muitos anos.

-Eu e a sua neta a gente vai viver junto.

-Nem por cima do meu cadáver que minha filha vai viver com um favelado, velho como você!

Interpelou meu pai que chegara de súbito.

-Calma Rubens.

Dizia minha mãe.

-Meu senhor, com todo respeito se tem algum favelado aqui não sou eu, pro seu governo eu já dei uma casa pra sua filha e com o que eu ganho ela não vai precisar trabalhar.

-Sua vagabunda.

Disse nervoso me acertando um tapa no rosto.

-Seu filho da puta, não vê que ela ta grávida?

Disse meu “marido” acertando um soco em meu pai e logo os dois estavam se atracando pelo chão.

-Faz alguma coisa mãe!

-Jarbas!

Era inútil tentar separá-los, nem os seguranças o conseguiam, porém bastou a intervenção de minha avó e os dois se largaram instantaneamente

-Parem já com isso!

-Eu vou matar esse velho desgraçado!

-Você não vai matar ninguém Rubéns... Ele é seu irmão.

-Como? Que brincadeira de mau gosto é essa?

-Filho... Eu não pude ficar com você... Me perdoa.

-Mamãe, o que a senhora está dizendo?

-O Antônio é meu filho Rubens, seu irmão.

-Então ele é meu tio?

Nessa hora estava incrédula e atormentada com a possibilidade de estar apaixonada e grávida do meu próprio tio.

-Não Sollene.

Minha avó continuou...

-Quieta Dona Iolanda! Não mexa em estórias que não lhe dizem respeito.

Interpelou minha mãe já alterada e logo ela que sempre fora tão calma.

-Ela tem que saber da verdade Eva! Não está vendo que ela está grávida? Sollene, minha filha...

-A senhora não ousaria!

-Quieto Rubens! Ao menos alguém tem que ser feliz nessa família!

-Filha... Quando O Rubens e a Eva se casaram eles queriam muito ter um filho, mas infelizmente seu pai teve uma doença na infância que o deixou estéril, com isso o Antônio não é nada seu além de seu namorado, marido, sei lá e pai do seu filho... Você foi adotada Sollene.

Estava atônita com aquelas revelações e me pus a chorar sentada no sofá.

-Então minha vida toda foi uma grande mentira?

-Filha, a gente sempre te amou.

-Me solta!

-Não fale assim com sua mãe!

-Ela não é minha mãe, e você, você... Eu já devia ter desconfiado sempre tão distante é claro que você jamais seria meu pai.

Disse revoltada antes de sair sem destino.

-Sollene espera!

Já estava no meio da rua quando Antônio me puxou pelo braço.

-Aonde você vai?

-Me deixa...

-Como te deixar? Olha pro seu estado...

Comecei a chorar abraçada nele.

-Como ela pode? Deixar você passar pelas dificuldades que passou...

-Calma amor, pensa no nosso neném, não fica assim.

Nessa hora minha avó apareceu atrás de nós.

-Antônio, meu filho...

-Meu pai nunca mentiu sempre me disse que você era rica, bonita e que tinha outras prioridades do que ser mulher de um taxista e cuidar do seu filho.

Com desdém ele olhou a mansão que iluminada a noite ficava mais vistosa.

-E ele tava certo... Agora se a senhora me der licença “Dona Iolanda” eu vou tirar minha mulher daqui.

Íamos nos afastando quando ouvi meu pai dizer com a voz alterada.

-Nunca que eu vou dividir meu dinheiro com um pé rapado!

Quando nos viramos ele nos encarava de arma em punho.

-Calma aí cara, não vai fazer besteira, eu não to nem um pouco interessado na grana, só quero sair daqui com minha mulher...

-Sua mulher? Bem se vê que são dois bastardos! Três com esse infeliz que essa vagabunda ta carregando. Mas se eu não mando a família feliz pro inferno pelo menos você eu mando, seu merda!

Disse antes de atirar...

São Paulo, janeiro deTô nervosa vovó!

-Eu sei meu amor, mas não é tão difícil, você vai ver que tudo vai dar certo!

-Poxa, demorou tanto... Eu nem vejo a hora de trazê-la para casa.

-Eu sei meu anjo...

-Mamãe! A senhora veio?

-E ia te deixar nesse momento tão especial meu amor?

Abracei calorosamente a mulher que para mim sempre fora minha mãe e que agora diante de tantos percalços que a vida lhe impusera tornara-se uma pessoa humilde.

-E o papai?

-Fui visitá-lo hoje na clínica, os médicos me disseram que ele está mais controlado... É triste ver o homem que eu amei e amo ainda num manicômio.

-Eu ainda o amo também, apesar...

-Ei, ei... Alegria vocês duas! Hoje é um dia especial...

-Ai meu Deus cadê o Toninho?

-Calma o orfanato é longe ele já deve estar chegando.

-Você devia ter ido junto!

Disse Elis minha eterna amiga e agora sócia em um bem sucedido Buffet ajeitando as bandejas do almoço na mesa.

-Gente eu vou deitar um pouco to com o coração na mão!

-Vai filha, você precisa descansar se eu te conheço bem não deve ter dormido nada essa noite.

Disse minha mãe.

-Isso querida, a gente cuida de tudo.

Completou minha avó.

Já em meu quarto, peguei nas mãos o bendito cd do Bruno e Marrone que meu marido agora no papel me dera há anos atrás e me lembrei de sua frase que dizia querer me ver com um filho seu na barriga, fazendo empadas e ouvindo esse cd em nossa casa e deixei uma lágrima descer pelo meu rosto.

Naquela noite o tiro que meu pai ensandecido disparara em direção a Antônio me atingiu, pois me coloquei na frente de meu amor para defendê-lo... Me atingiu na barriga, me fazendo perder a menininha que eu esperava. Foram horas de uma difícil cirurgia que culminou na retirada total de minhas trompas e ovários, me tornando assim uma mulher estéril.

O primeiro ano foi de dor e revolta, não deixava meu marido encostar em mim e chorava dias e noites, mas hoje vejo que foi preciso, pois dessa forma em prol de minha saúde Antônio e vovó estavam mais unidos, assim como eu na dor por querer ser mãe e não poder entendi os motivos de minha mãe adotiva e a perdoei, pois agora eu sentia a mesma dor que ela sentia.

Com o tempo eu e meu marido vimos por nossas próprias estórias de vida que se nós desejávamos tanto uma criança e tantas queriam uma família, por que não partir para a adoção?

Foram longos três anos de espera, quando finalmente fomos chamados aí começaram as visitas aos orfanatos. Via aqueles rostinhos lindos e sofridos com vontade de trazer todos comigo, pois bem sabia que eu era parte deles. Havíamos decidido por adotar umas quatro crianças duas meninas e dois meninos não importava a idade, mas o primeiro eu gostaria que fosse um bebê, pois eu não tivera a chance de ter um em meus braços, queria me sentir mãe... Acordar a noite ensiná-lo a falar, a andar, ouvir sua primeira palavra. Porém sabíamos que isso era praticamente impossível, pois haviam muitas crianças na espera de uma família, crianças estas já grandinhas.

Nos anos que se passaram aprendi que Deus realiza os sonhos das mães e em uma das visitas que fizemos a um abrigo vi uma linda garotinha de não mais que dois anos. Logo que a olhei senti meu coração bater mais forte, não sei porque mas senti que aquela menininha era minha.

Após todos os tramites legais recebemos uma ligação de uma assistente social que dizia que poderíamos trazê-la para casa, mas na minha ansiedade não quis acompanhar meu marido.

Parada observando a capa do cd mal percebi o barulho que vinha da sala...

-Que coisa mais linda, meu Deus!

-Ela até se parece com você, filho...

Ao sair do quarto vi a imagem mais linda que nunca, nem que eu viva duzentos anos esquecerei.

Meu anjo com aquele bendito palito de dentes na boca trazia aquela linda princesinha no colo. Sonolenta ela estranhava um pouco tanta movimentação e olhava tudo atentamente com seus lindos olhinhos assustados agarrada no pescoço do pai.

-Meu amor...

Disse beijando-o e a pegando no colo.

-Oi bonequinha, você sabe quem eu sou?

-Minha “nanain”?

Nada respondi apenas a abracei e a levei para conhecer seu quartinho.

São Paulo, outubro deLivre moço?

-Depende pra onde a madame quer ir?

-Pro céu!

Disse antes de entrar no táxi que meu amor que mesmo agora sendo um empresário bem sucedido insistia em dirigir.

Logo estávamos num lugarzinho afastado e eu gemia feito louca sentindo sua língua quente em meu clitóris brincando.

-Me fode...

-Aqui quem manda é a freguesa...

-É? Então senta aí que hoje eu quero cavalgar na pica do meu macho...

Freneticamente me movimentava em seu pênis enquanto ele sugava meus seios e me chamava de sua putinha.

-Agora vem cá que eu quero gozar na sua boquinha, vem mamar seu homem vem.

Não me fiz de rogada e após alguns minutos mamando naquele pênis que me enlouquecia recebi os jatos quentes do meu amor em minha boca. E após alguns instantes abraçados naquele carro apertado, ele olhou em meus olhos com o mesmo carinho de anos atrás e me perguntou:

-Pra onde agora madame?

-Pra casa moço... Tem três crianças esperando a gente.

Três... Eu me referia a nossa Giulia que já contava com oito aninhos e os gêmeos que adotamos juntos Gabriel e Bruno de quatro anos. Ainda falta um, mas dessa vez queremos uma menininha. Se sou feliz? Ainda não sei só sei que adoro ouvir aquelas músicas bregas dele enquanto asso as empadas que ele adora e me sinto no céu a cada vez que um dos filhos que de uma certa forma ele além de Deus, é claro me deram me chamando de “mamãe”...

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Comentários

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Nossa amei estou literalmente apaixonada por seus contos emocionantes

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Olá APENAS UM ANJO. Li seus contos, digo seus, pois li tudo em uma noite em que estou muito resfriado e sem condições alguma de ler algum artigo científico, ou de produzir qualquer coisa. Mas, quero que saiba que você possui um talento ímpar, e deve continuar escrevendo sempre, pois você tem uma ótima imaginação.

Um grande abraço, e continue postando, nós a agradecemos.

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nossa eu viajo em seus contos eu vivencio no lugar de sollene sempre. muito bons seus contos parabens msm!!!!!!!!!!!

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Sem problemas.. uma pena :( mas não quero lhe dar trabalho afinal estou sempre por aqui :)

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Olá Comportadinha, só hoje vi seu comentário que falha rss Querida não possuo msn :( mas se vc me passar seu e-mail prometo mantê-la informada de novos contos, aliás um acabou de sair do forno hehe

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Obrigada, posta logo, mto anciosa por aqui rsrs passa msn se puder, beijinhos e ótima semana!!

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Perfeito, ótima linguagem, bom tema... Realmente daria um belo livro!

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Mais uma vez, você nos presenteia com uma bela história de amor!

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Surpreendente conto, mais vale ser publicado como um livro do que participar com esta pepita neste site de contos eróticos. Nos tempos atuais, com a liberação dos nus frontais, tranzas quase que reais nos filmes, todo mundo comendo todo mundo nas novelas, o erotismo deste conto pode ser até considerado acanhado. Bela estória, bonita apresentação, num portugues que dispensa comentários, enfim está aí com conto nota MMMIIIRRR!!!

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Comportadinha, obrigada pelo carinho fiquei emocionada! Fique ligada que em breve vem mais uma estórinha hehe... Mil beijos e tenha um maravilhoso final de semana!

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Sem palavras p/ expressar o quão emocionada fiquei ao ler seu belo conto, ja que a mesma se encarregou disso.. Não reconheci pelo nick mas ao clicar em seu nome e ver que é o mesmo autor de "Meu Lindo Delegado" naum poderia esperar menos.. que um excelente conto!! Parabéns de coração!!

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Lindo conto, parabens. Afinal o q importa na vida é o amor q nela cultivamos. ^^)otimo

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