Estranhos Apaixonados [Cap.3]

Um conto erótico de David
Categoria: Homossexual
Contém 1158 palavras
Data: 08/04/2012 19:05:01

Um pouco mais de duas horas depois de decolarmos pousamos em uma pista que parecia abandonada por não ter ninguém por perto além de estar no meio de uma floresta. A viajem foi silenciosa, até acho que dormi um pouco pois tinha passado muito rápido...

- (eu) Já estamos em Assunção?

- (Marta) Ainda não, a cidade está a uns 20 quilômetros daqui.

Marta se afasta de nós para atender uma ligação, eu consigo ouvir um pouco, mas ela falava em inglês, então não dei atenção, na verdade eu só pensava em duas coisas: em minha mãe e no Eric.

Embora eu morasse em bairro de classe média, minha família era humilde, se é que posso chamar de família: meu pai abandonou minha mãe pouco tempo depois que nasci, eu tinha um irmão mais velho, 22 anos, ele só servia para dar dor de cabeça para minha mãe, tinha rolos com a polícia, era usuário de drogas e me batia de vez em quando. Mas mesmo com as dificuldades minha mãe sempre demonstrou seu amor por mim, e se fosse para mante-la segura, eu ficaria bem em ficar longe dela.

Eric ainda era um enigma para mim, ele mexia comigo como nenhuma outra pessoa mexia, no início ele olhava tanto para mim que me intimidava, e agora parecia evitar meu olhar...Enquanto a Marta falava ao celular, ele concentrado arrumava algo no motor do avião. Eu ainda tinha muitas dúvidas sobre no que eu estava me metendo, se era realmente certo me deixar nas mãos de completos estranhos, mas eu sentia que podia confiar no Eric. Me aproximo dele pra tentar conversar...

- De onde você é?

- Sou de Los Angeles.

- Você fala muito bem português brasileiro, nem parece que é americano.

- Estudei muito as línguas latinas.

- E entende de aviãopouco.

- E é cientista.

- Pois é.

- Tem alguma coisa que você não faça?

- (risos) Recusar um beijo de um garoto descontrolado.

- (risos) Desculpa de novo.

- Não precisa pedir desculpas. (passamos um tempo em silêncio)

- Desculpa a pergunta direta, mas... você é gay?

Eu fui muito direto, mas eu estava confuso, ele não parecia nada gay, mas tinha correspondido meus beijos, minha curiosidade estava me matando. Ele até então não tinha olhado para mim, conversava mas ficava concentrado no motor. Porém depois dessa pergunta ele vira o rosto para mim olhando nos meus olhos. Sua expressão era neutra, mas depois confusa, ele abaixa a cabeça desviando o olhar e diz...

- Eu não sei responder, sempre dediquei minha vida ao conhecimento, nunca tive tempo de ter ou pensar em relações afetivas.

- Então você não sabe sua própria sexualidade?

- E você sabe a sua?

Eu fiquei surpreso com a questão dele, realmente eu estava confuso fazia algum tempo, eu sempre namorei muitas garotas, mas sempre sentia fixação em homens. Constantemente falo pra mim mesmo para parar com isso, parar de se atrair por machos, eu era um macho, não tinha como acontecer, até porque eu detestava bichas, sempre fui um dos que desprezavam pessoas assim, homens afeminados, via isso como uma forma de me afirmar que eu não era como eles, que eu não era gay.

Continuei sem responder, pensando comigo mesmo... Marta volta para onde estávamos e diz que há uma avenida próxima dali onde um carro esperava por nós, Eric pega uma mochila no avião e nós seguimos... começamos andar por uma trilha até chegarmos na avenida. Alguns minutos depois um táxi simples chega para nos buscar.

Chegamos a um hotel na cidade, era simples, discreto. Eric fala com o cara do atendimento em espanhol, deve estar pedindo os quartos. Já devia ser umas onze horas da noite, e não tínhamos comido nada, então Marta se oferece para ir buscar comida. Eu e Eric fomos ver os quartos, ele alugou dois , um para mim e ele, e outro para a Marta. Ficamos no nosso quarto, tinha uma pequena TV, ar condicionado e duas camas de solteiro. Liguei a TV, mas como não conseguia entender muito o espanhol logo desliguei. Eric tinha tirado os tênis e estava sentado na cabeceira da cama dele mexendo em um notebook. Eu então tento puxar conversa, queria conhecê-lo melhor...

- Você tem família Eric?

- (ele demora a falar, mas fala) Sim... tenho uma irmanzinha em Chicago de doze anos.

- Só ela?

- Sim.. minha mãe morreu quando minha irmã nasceu, e meu pai morreu a dois anos. (ele falava sério olhando o notebook)

- Seu pai era cientista?

- Era... ele me ensinou tudo que sei... (ele então desvia o rosto do notebook e olha pra mim) ...quando eu era pequeno ficava fascinado com o trabalho dele, ele começou a me ensinar tudo que ele sabia, ele criou em mim um amor pelo conhecimento, me ensinou que podem tirar tudo de você, menos o conhecimento. Eu dediquei minha vida toda a seus ensinamentos, até que... ele morreu. (ele, que estava com uma expressão entusiasmada, agora se entristece)

- Como ele morreu? (Eric então volta o rosto para o notebook)

- Eu não quero falar sobre isso.

- Me desculpa, eu... eu só queria te conhecer mais, não sei porque mais sinto uma ligação com você, sinto que posso confiar em você.

- (ele me olha com uma expressão triste) David você não devia... (então ele é interrompido porMarta) Não devia O QUÊ Eric?

Ela estava com uma expressão irritada, tinha aparecido repentinamente na porta do nosso quarto, eu até me assustei... Eric rapidamente voltou sua atenção ao notebook dizendo...

- Não devia ficar acordado até essa hora. Dê logo a comida dele.

Ela então me dá um sanduíche com um copo de refrigerante, que eu não penso em mais nada e avanço naquilo, eu não tinha comido nada desde o almoço. Marta dá um para Eric e sai do quarto. Depois de um tempo em silêncio por causa da refeição...

- Cara, eu estava morrendo de fome... e então? O que eu tava dizendo mesmo?

- David, é melhor você ir dormir, amanhã saímos cedo para pegar um avião para Chicago.

- Eu posso só te dizer... Obrigado, muito obrigado por estar me ajudando.

- Não precisa agradecer, sério... para com isso. (ele realmente estava sério)

- Bem, será que eu podia te dar um abraço então?

Ele pensou um pouco e se levantou da cama, eu me levando e o abraço... foi um abraço demorado, eu sentia a respiração dele, como eu era um pouco mais baixo que ele, minha cabeça meio que ficava deitada acima do peito dele e abaixo do seu queixo. Com ele eu me sentia calmo e em paz, até mesmo protegido ali cercado pelo seus braços. Depois de um tempo fomos nos soltando, ficamos com nossos rostos frente a frente e nos beijamos. Não fui eu que avancei dessa vez, nós dois de livre e espontânea vontade nos beijamos, lentamente, suavemente, apaixonadamente.

[CONTINUA]

Mais um capítulo online! Ainda tem muita coisa pra acontecer! Não esqueçam de comentar e votar galera.

Vou postar o próximo mais tarde, onde a coisa vai esquentar... Abraços!

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Comentários

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tb to curtindo mto e to mega curioso p q vai acontecer

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Nossa!! Li os 3 agora ... Amando! Adoro ficçao e vc ta de parabens!!!! Continuaa *-*

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Explicar melhor as coisas to com a impressão que falta algo, pois de ficção cientifica não consigo ver quase nada. Ta faltando mistérios, ação, suspense e uma dose de terror.continua....

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