Despertando o amor no brutamontes (01)

Um conto erótico de Matheus
Categoria: Homossexual
Contém 2273 palavras
Data: 02/05/2012 16:49:11

AVISO AOS NAVEGANTES: Essa é a segunda temporada de "Apaixonado por meu primo brutamontes."

Eu passei os três primeiros dias direto na cama. Não queria atender telefone, não queria falar com ninguém. Acho que nunca me senti tão triste em toda minha vida. Um vazio tinha ficado dentro de mim. É como se um pedaço de mim tivesse sido arrancado. Enviei um e-mail para empresa dizendo que estava doente e não poderia ir trabalhar por uns dias.

Bruno chegou a me ligar quando no Brasil, mas não queria atende-lo, apenas ouvi o inicio da mensagem na secretária eletrônica e apaguei o restante da mensagem.

Eu tentava entender que na cabeça dele o que fez tinha o intuito de me proteger. A historia que ele viveu no passado no qual ele amava a mulher mas ela não o amava deixou uma ferida que demorou muito a sarar. Do jeito dele, ele tentava evitar que eu passasse pelo mesmo sofrimento. Mas logicamente depois de alguns dias toda essa compreensão foi pra puta que pariu. Passei a sentir raiva dele. Pensava que depois de tudo que fiz por ele, aquele filho da puta simplesmente me abandonou, xingava, tinha raiva, joguei as coisas que ele deixou em casa no lixo e adiantei meu projeto de mudança. Não queria mais morar ali. O cheiro do sacana estava impregnava todo o apartamento. E por fim, logicamente veio a aceitação. Aceitei que ele não era gay e que eu fantasiei uma relação que não existia. E definitivamente eu não queria mais lembrar dele. Era uma lembrança sofrida. A primeira vez que a gente ama e não é correspondido é dureza.

Após duas semanas retornei a minha vida. Voltei a trabalhar e ate a freqüentar a academia duas ou três vezes por semana. Consegui me mudar para um apartamento melhor, maior, em um bairro mais seguro e bem iluminado. Mas a verdade é que passei a carregar comigo uma tristeza que não existia antes. Algo estava quebrado em mim.

Saia com amigos e colegas de trabalho ou as vezes ia só a pubs e bares mas nunca me divertia completamente. Mesmo tentando não lembrar dele vez ou outra um pensamento com ele me riscava a memória.

Estava decidido que não queria relacionamento com ninguém, tive dois encontros que terminaram em sexo, depois desisti do encontros, parti apenas para o sexo casual puro e simples, mas a verdade foi que o sexo tinha perdido a graça. Tudo me parecia lento na execução e rápido demais na conclusão. Não poder chupar um cara com vontade por mais de 30 segundos sem ser segurado porque senão ele iria gozar me fazia broxar. Tentei então eu ser um ativo como Bruno, mas não tinha competência para isso. Se eu desse umas metidas rápidas e firmes como a dele o gozo vinha muito rapidamente e eu não sou capaz de gozar e continuar transado como ele fazia, enfim eu era outra decepção para mim mesmo. Ate um garoto de programa que achei na internet, brasileiro, moreno, saradão, pauzão de 21cm, ok, ok, vamos dar o valor devido ao rapaz, em relação as transas que tive nos meses anteriores ele foi a menos pior, mas estava longe de ser como Bruno. A pegada, a potência, a força, a atitude, o abdômen, eram só dele. E ninguém poderia substituir isso.

Na verdade passei a viver minha vida assim dessa maneira. Sem graça, sem vontade.

Varias vezes minha mãe me perguntou no Skype o porque que o Bruno foi embora, eu apenas respondia que não sabia a razão. Um belo dia ele acordou dizendo que ia embora. Mas ela não acreditava na minha resposta por um motivo muito simples: Bruno saiu do Brasil com uma mão na frente e outra atras. Trouxe apenas duas malas que continham todos os seus pertences. As passagens tiveram que ser pagar por meus pais (leia-se por mim, já que eu que sustento meus pais), e na sua volta, alem de varias malas, ele já havia comprado um carro e aberto um negocio no Brasil. Para meus pais ele havia me aplicado algum golpe e eu quando descobri o mandei embora ou que ele tinha me enganado e quando conseguiu o dinheiro que precisava foi embora. Mas a verdade é que ele morava em minha casa e tinha zero de gastos. Quando eu ia comprar roupas para mim, sempre comprava para ele, eu colocava créditos em seus telefone, pagava seu estudo e seu material, sua academia e ainda dava um troco para transporte e alimentação. Ele praticamente juntou 100% de tudo que ganhou no seu trabalho de faz tudo. Eu não teria como precisar exatamente o quanto ele havia juntado, mas sem a menos duvida não foi menos de US$50.000,00. Tentei explicar isso para minha mãe, mas ela nunca que aceitou a verdade. Se em algum momento ele me enganou para obter dinheiro de mim, ele foi tão bom que nem eu mesmo havia percebido.

Mas tudo isso passou, o tempo é um ótimo remédio para coração partido. Seis meses se passaram desde que Bruno saiu da minha vida e que conheci Antony. Tratava-se de um Porto Riquenho, 1,78, 76 quilos, cabelos escuros e curtos, olhos profundos e acima de tudo uma personalidade sensacional. Seu bom humor era contagiante e cativante. Encontrei com ele em uma tarde de sábado em um bar de esportes enquanto assistia o 4 innig de jogo de baseball. Ele sem cerimonia se aproximou de mim e puxou papo. Acabou arrancando meu telefone, me ligou e me convidou para sair. Não aceitei. Expliquei que passava por um momento complicado. Que queria ficar só, que não estava pronto para novos relacionamentos.

Antony: -Não vai se livrar de mim fácil assim não, gostei de você e sinto sua alma triste, eu quero alegrar sua alma novamente!

Embora achasse lindo o que ele disse, e ter conseguido me arrancar um sorriso de canto de boca com essa frase, eu não queria mesmo nada com ele e nem ninguém. Mas o cara não desistiu mesmo, ate o mico de receber um buque enorme de flores no trabalho eu paguei. E por fim em uma noite de sexta-feira na qual eu estava deitado no sofá vendo televisão e comendo pipoca e minha campainha da porta tocou (o que era estranho sem o interfone ter alertado antes) e eu abri a porta, ele estava de fraque, ajoelhado, abraçado com uma caixa de bombons em forma de coração em um braço, mordendo uma rosa com a boca e na outra mão uma placa dizendo: “Por favor, me dê uma chance”, amoleceu meu coração. Afinal alguém disposto a protagonizar uma cena tão patética merecia uma chance. O jantar foi fantástico, ele foi romântico, atencioso, em resumo, um puta fofo.

Antony: -Eu sei que você não esta pronto, mas vamos devagar, não precisamos de pressa.

Eu: -Eu não quero é enganar você, dando falsas esperanças.

Antony: -Mas não esta, eu sei onde estou pisando.

Nessa mesma noite transamos. Antony não era sarado, tinha um corpo atlético, lindo, tinha uma pegada mais leve, mais apaixonada, mais tranqüila. Era um sexo diferente, era um sexo onde haviam gemidos, onde eu era chupado, era diferente de Bruno, mas era muito bom.

Pois é, ele conseguiu derrubar a barreira que levantei. Estava com alguém sem pensar em Bruno pela primeira vez em meses.

A relação evoluiu. Eu começava a gostar dele, ainda não amava. Amar novamente demoraria muito. Já nos apresentávamos para amigos como namorados. Estávamos sempre juntos e nos divertíamos muito. Mas aquilo que estava quebrado em mim, ainda não estava totalmente reparado e ele sentia isso e fazia de tudo para me arrancar um sorriso. Desde uma simples piada ate uma palhaçada mais elaborada.

Foi no dia 13 de setembro que recebi aquele telefonema. Calma, não era nada relacionado a Bruno, e sim ao reitor da Universidade da Yale. Ele me convidava para ir ate Connecticut visitar a minha velha Universidade, rever a casa da minha fraternidade e conversar com ele. A Universidade precisava de minha ajuda.

Eu: -Mas Senhor Levin eu nunca deixei de enviar minha doação anual para Universidade, nunca deixei de ajuda-la!

Levin após uma curta risada: -Mas a ajuda que peço esta longe de ser financeira. Mas isso é assunto para conversarmos aqui. Estou encaminhando para você as passagens para sua viagem com a data a sua escolha e quanto a hospedagem se não quiser ficar na sua fraternidade posso providenciar um hotel.

Eu não via problemas em ficar na casa da fraternidade, antes que me perguntem por e-mail já respondo: não, não sou membro da Skulls and Bones, embora por mais incrível que possa parecer eu nunca tenha sofrido um único tipo de preconceito na minha estadia na faculdade, aliais ao contrario os colegas ate me conseguiam encontros com outros caras gays. Mas a Skull and Bones não aceitam homossexuais e por isso jamais tentei nem me aproximar dela. (se é que ela realmente existe).

Então aceitei o convite do reitor e uma semana depois eu chegava no campus de Yale.

Boas lembranças dos tempos de universidade eu guardava dali. Fui muito feliz naquele lugar. Um brasileiro que acaba de chegar nos EUA para estudar e que nunca havia saído do Brasil, ali naquele lugar, não parecia outro pais e sim outro mundo. Passeie muito por ali, precisava daquele ar nostálgico de tempos mais simples.

Mas finalmente chegou o momento de conversar com o Senhor Levin.

Levin: -Que bom que você pode vir.

Eu: -Jamais deixaria de atender a um chamado de Yale, afinal o que vocês fizeram por mim não esquecerei jamais.

Levin com um ar satisfeito: -Os filhos de Yale sempre são fieis a ela, não é verdade?

Eu: -Sem dúvida. Mas então? Como posso te ajudar?

Levin: -Ah é muito simples! Andamos monitorando um conterrâneo seu.

Eu: -No Brasil?

Levin: -Sim, mas conterrâneo mesmo, da mesma província de onde você veio.

Eu: -Estado, no Brasil temos estados.

Levin riu um pouco: -Foi o que quis dizer, estado.

Eu: -Então é baiano.

Levin: -Se for assim que se chamam no seu estado, ele é baiano (o sotaque dele falando essa palavra foi ótimo)

Eu: -Que bom, a quantos anos não vez alguém da Bahia para cá.

Levin: -Você tem quantos anos de formado?

Eu rindo: -Que bom! E o que Yale quer de mim? Que eu o receba?

Levin: -Não, mais que isso. Ele ainda não foi oficialmente convidado para Yale, e segundo algumas fontes outras faculdades também estão interessadas nele. Yale precisa de um estudante estrangeiro de alto nível para manter o sistema de cotas. Queremos que você vá ate ele e o convença a vir para nós.

Eu não sei ao certo como anda o sistema universitário no Brasil, serei honesto e vou admitir que não encontrei tempo para pesquisar sobre o assunto, mas nos EUA as faculdades publicas são a piores. As melhores são as particulares e Yale esta no hall das tops. Bons alunos são disputadissimos, foi assim que eu vim parar aqui, sem a bolsa que eles me ofereceram seria impossível para mim estudar nela. O rapaz em questão estava cursando direito no Brasil e Yale queria que ele fizesse o curso aqui e estava disposto a dar uma bolsa para ele. Eu era grato por tudo que Yale tinha me proporcionado, mas ir ao Brasil não era algo que eu queria fazer naquele momento.

Eu: -É realmente importante que seja eu a ir fazer esse convite?

Levin: -É fundamental que seja você!

Eu: -Não gostaria de voltar ao Brasil agora.

Levin: -A quanto tempo você não vai ao Brasil?

Eu: -Desde que vim para cá eu nunca voltei lá.

Levin agora com ar de pai: -Então filho, acho que esta na hora de você retornar. Todos precisamos um dia rever o lugar de onde viemos. Relembrar o passado é honrar todos aqueles que nos ajudaram a chegar aonde estamos. Você esta em um lugar que rende a necessidade de muito agradecimento. Poucos são, principalmente estrangeiros, que chegam aonde você esta hoje.

Eu tinha que concordar com ele. Eu era um privilegiado.

Levin: -Faça isso por você, por Yale, por aqueles que você ama e a muito não pode abraçar.

Eu: -Senhor Levin americano quando quer ser sentimental ele consegue hein? E o senhor então!

Levin: -Filho conseguir doações para manter uma faculdade desse tamanho é um trabalho que exige muito coração.

Rimos solto da piada dele. Eu realmente era a opção ideal para ir ao Brasil, alem de filho da terra, aluno da mesma faculdade aonde o garoto estava estudando e ainda com raízes lá, era mais fácil convencer a mim ir ao Brasil trazer o garoto do que qualquer outra pessoa. Ah! só um detalhe curioso, eu não ia ganhar um centavo por isso, nem mesmo as passagens da viagem e mais, caso o garoto aceitasse eu que teria que arcar com os gastos dele ate a sua chegada em Yale. É ser ex-aluno de uma grande faculdade pode custar muito dinheiro e esforço.

Por fim ele me convenceu a ir pelo menos tentar buscar o rapaz, e foi assim que meu caminho de volta para casa começou. Eu que achava que o que havia de mais doido e perigoso que aconteceria na minha vida já tinha ficado para trás não imaginava que o caminho que estava pela frente faria tudo que passei ser apenas uma aquecimento. A maior aventura que vivi estava começando ali.

CONTINUA....

OBSERVAÇÃO: Não fiz a descrição da transa com o Antony a pedido dele. Me desculpem por não ter feito, mas tenho que respeita a opinião do rapaz.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 9 estrelas.
Incentive Matheus909 a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

"Caraca" matheus eu to bobo, não acredito que você publicou a continuação, nossa que felicidade, estou louco para continuar lendo, a e atè agora para mim tudo que você escreveu esta uma maravilha.PS: gostaria de saber se você me permite publicar está historia no meu tumblr????

0 0
Foto de perfil genérica

mateus essa fase da sua vida foi uma experiencia triste,sofrida e q te machucou demais,ms foi forte venceu,hoje vc e um cara lutador,trabalhador tem uma vida maravilhosa ama alguem e é correspondido e um cara muito feliz,continue mostrando a todos e a si masmo q esta situaçao serviu pra te amadurecer e saber dedtinguir o bom e o mal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

0 0
Foto de perfil genérica

Voltou com gosto de gas em parabens d+ não demora

0 0
Foto de perfil genérica

Nossa adorei seu conto ainda bem fez a continuação pois to muito curiosa para ver o desenrolar dessa história não demora pra posta não bjuss

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Demorei pra ler e comentar pq nem sabia que era a continuação. E começou muito bem hein, profissional. Continua logo...

0 0
Foto de perfil genérica

Upa!! vc volto ,ainda bem pois adorei a 1 tempora e pensei que tinha acabado,valeu!!! Adorei!!!!

0 0
Foto de perfil genérica

Caralho, Matheus! Não sei como você consegue prender minha atenção sem nem apelar pra sexo. Não esperava a segunda temporada tão cedo, mas adorei. Novamente não tem como eu dar menos que 10! Continue escrevendo assim, deixando nos, leitores, presos a seus contos!

0 0
Foto de perfil genérica

Cara como vc consegue isso? Vc é o único cara aqui que escreve sem se preocupar de falar de sexo! O sexo aparece natural nas suas historias, todas se ligam, se completam e sabe o que é o pior? A gente fica louco por elas!!! Totalmente viciante! Inesqueciveis! Perfeitas! Nota 1000000000000000000

0 0
Foto de perfil genérica

Aaaaaaah!!!!! Quando vi a nova temporada eloqueci!!!!! Não aguentava mais de ansiedade!!!!!! Lindo como sempre!!! Continua logo!!!!

0 0
Foto de perfil genérica

Que volta heim? Parabéns, já está em meus favoritos.

0 0