Atenção: Leia a primeira parte aqui: http://www.casadoscontos.com.br/texto/Gente, gostaria de agradecer à todos os comentários que recebi na primeira parte. Eles me estimulam a continuar a escrever mais e mais. Obrigado mesmo, de coração.
Era impossível acreditar que naquela cena. Felipe e eu andando de mãos dadas pelo parque da cidade, gargalhando ao som de piadas idiotas, sem medo de sermos felizes. Tudo estava perfeito, e Felipe me parou, segurou minhas mãos, e me olhou nos olhos.
- Sei que ainda é cedo, mas você quer namorar comigo? – me disse sorrindo.
- É claro que quero, amor. – respondi sem conseguir conter a alegria, e aproximei meu rosto do seu, para o beijar.
Meu celular tocou, e eu despertei do sono profundo. Abri os olhos, sem conseguir enxergar direito, e vi a fraca luz vindo da mesinha de cabeceira. Estiquei o braço e pude ler no visor “Carol”. Rejeitei a chamada e desliguei o telefone, ainda sonolento.
- Não vai atender? – disse uma voz suave vindo de trás de mim. Me virei completamente assustado. Não tinha sido um sonho. Ele estava ali, deitado de cueca ao meu lado, na minha cama. E eu não conseguia parar de olhá-lo. – Er, oooi? Não vai me responder?
- Desculpa, tava dormindo tão bem, que acordei meio bobo ainda. – disse sorrindo sem graça, e puxando discretamente o cobertor que me cobria mais pra cima, escondendo meu corpo.
- É impressão minha, ou você tá estranho? – disse Felipe me olhando firmemente nos olhos.
- Eu só... – disse desviando o olhar – to pensando no que eu fiz, e no que você pode fazer agora. – disse, baixando o olhar.
- Ei, olha pra mim – disse ele se debruçando na cama e girando suavemente meu rosto, me fazendo olhar pra ele – você não me forçou a fazer nada. Eu fiz porque quis. E não me arrependo. – disse ainda segurando meu queixo com a mão direita.
- Você tava bêbado, e eu me aproveitei. Admito. – disse pegando a mão que estava no meu queixo, acariciando-a bem devagar, e repousando-a junto com a minha sobre minha barriga. – Mas também não me arrependo de nada. – finalmente sorri de verdade, sem constrangimento de olhá-lo novamente.
- Para com isso, Dani. – disse chegando mais perto, deitando no meu peito e jogando um braço por cima de mim. – Só não tinha feito isso antes, por medo. Mas sempre tive essa curiosidade. E foi bem bacana, curti de verdade. – disse rindo e beijando meu queixo.
- Ah, que bom, né? – respondi sorrindo – e o abracei, fazendo cafuné nos cabelos bagunçados e secos. Secos? – Ei, que horas são?
- Algo por volta das 10, por que? – disse ele me olhando desconfiado.
- Nossa, por que não me acordou antes? – eu disse assustado - Dormi por três horas! O que você fez durante esse tempo?
- Ah... depois que você veio pro quarto, – ele começou – eu demorei um tempo no banho, pensando no que tinha acontecido, e no que tava acontecendo comigo. – ele fez uma pausa, e depois de alguns segundos continuou – Aliás, no que você tá fazendo comigo.
- Fe, não quero forçar nada. Foi bacana, eu curti e tal... Mas eu sei que você gosta da Carol. Então, não tem problema. De verdade. – menti – E ninguém vai ficar sabendo a não ser que você conte.
- Na verdade, eu gostava da Carol... Gostava. Passado... Depois fui vendo que não daria certo, e que somos só amigos mesmo. – ele disse calmamente – Mas você também tem a Tamara, né?
- É, mas nem gosto dela, você sabe... Só fico com ela, porque to sozinho mesmo. – respondi.
- Hmn... – ele se limitou a dizer.
- Eu to com medo. – finalmente admiti.
- De que, Dani? – disse ele se apoiando nos cotovelos e me olhando nos olhos
- De tanta coisa... – respondi , inseguro com o que ia falar, mas não me contive, e despejei as palavras – de como você vai me tratar agora, de você se afastar, de você não querer mais falar comigo, e o pior de todos eles... O medo de te perder. – finalizei com uma lágrima bem equilibrada pra não rolar sobre meu rosto.
Felipe se limitou a me olhar, dar um sorriso calmo e belo. Após alguns segundos me olhando, me beijou da forma mais gostosa que sabia. Lentamente sua língua brincava com a minha, e seus braços me envolviam pela cintura e pescoço, seu corpo tomava lugar em cima do meu. Minhas mãos percorriam suas costas nuas. Fui as abaixando até sua bunda, colocando uma mão dentro da cueca e a acariciando, enquanto a outra e puxava levemente e brincava com seus cabelos. Senti seu pênis começar a dar sinal de vida contra meu, que também já estava meia bomba. Mordi seu lábio inferior, e ele saiu do beijo, me dando um selinho e sorrindo.
- Você realmente tem medo de me perder? – disse me olhando bem de perto.
- É claro que tenho. Olha só o sonho que eu to vivendo aqui... Tenho medo de acordar de uma hora pra outra. – disse fechando os olhos, e apertando seu corpo mais pra perto do meu.
Senti sua mão passar pela lateral do meu rosto, e segurar meu queixo suavemente. E depois, mais um beijo delicioso e demorado, que me tirou o fôlego. Felipe apenas me beijava, mas podia sentir seu sorriso entre o beijo. Até que ele parou, e eu abri os olhos. Seu sorriso era enorme. Fiquei sem graça, e desviei o olhar pra janela. A noite estava escura, e parecia esfriar lá fora.
- Nunca vivi nada tão intenso como o que to tendo com você hoje... – disse ele, virando gentilmente meu rosto para olhá-lo – e esse é só o começo. Não to com medo de muita coisa mais. Te olhar me passa segurança. Me faz querer ficar com você. Aqui. Agora. Só me resta saber se sou retribuído da mesma forma. – disse ele me encarando com uma carinha tão fofa, mas tão fofa, que até se me pedisse em casamento, na mesma hora aceitaria.
Eu só conseguia rir. Gargalhar. A carinha fofa de Felipe sumiu, transformando-se numa expressão de incredulidade e tristeza. E quando eu percebi o que tinha feito, já parecia ser tarde. Felipe saiu de cima de mim numa fração de segundo, e saiu do quarto. Não consegui me mexer na cama, estupefato com minha idiotice. O sorriso sumiu de meu rosto, e mais lágrimas surgiram em meus olhos. Eu havia conseguido estragar tudo.
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