EU TE AMO 10

Um conto erótico de CARPE DIEM*
Categoria: Homossexual
Contém 2607 palavras
Data: 10/07/2012 16:43:07
Última revisão: 29/05/2018 21:32:29

Talvez essa tenha sido a situação mais tensa que já vivenciei, porque qualquer palavra que eu dissesse poderia ‘condenar’ algo sobre nós. Eu não sou tímido, mas nesse dia, nada de interessante saía da minha boca.

Eu - Tirando o famoso, sou eu mesmo.

Que idiota que eu fui nessa hora, rsrsrs. Que frase mais clichê. Definitivamente, essas coisas só acontecem comigo.

Ela me abraçou, acho que mais pra aliviar meu nervosismo, cumprimentei toda sua família, mas o pai dele parecia muito sério, na hora me assustou um pouco. Eu só queria que toda essa tortura terminasse logo, pois eu não sabia como me comportar diante de tamanho desafio. Eles conversavam entre si e comigo também, mas eu não conseguia responder nada direito, rsrs, só observava mesmo, mas eu precisava dizer alguma coisa, mas como? A mãe dele até disse que eu parecia ser bem quietinho e, que aquela noite havia sido preparada especialmente pra mim. Claro que eu achei bacana todo esse ‘esforço’ que ela estava fazendo para eu me sentir confortável, mas eu só sorria mesmo. Eu parecia um robô, todo no automático, rsrs.

O jantar estava maravilhoso, tudo seguia normal, até a irmã dele perguntar o motivo do Breno não ter aparecido por lá. Na verdade, o combinado com a família do Edu é que iríamos todos para esse jantar, mas só nós dois sabíamos que na realidade só eu iria. Não mentimos, mas omitimos. Eu me esforçava para interagir com eles e, de pouco a pouco eu já estava conseguindo, mas não foi tão fácil assim não.

Pai dele - Então Diego... Você faz faculdade de que?

Eu - Psicologia.

Pai dele - Boa escolha. Essa área é muito interessante.

Eu - É muito interessante mesmo.

Percebi que o Edu era igual a mãe no jeito de conversar, pois ela não parava de falar um minuto sequer. Ela dizia que ele não gostava de estudar, me entregou alguns ‘podres’, rsrs, enfim, agora era ele quem ficava quieto. Então, contei algumas coisas básicas sobre minha pessoa e tal, principalmente que gosto de estudar... Às vezes é cansativo, estressante, mas no futuro vai recompensar.

Pai dele - Tá vendo filho? Aprende com seu amigo.

Edu - Já to aprendendo mesmo. Aliás, ele está me ensinando muitas coisas.

Como ele diz uma coisa assim? O Edu parecia que desafiava seu pai, era no mínimo estranha toda essa situação. Tentei contornar antes que surgissem mais assuntos desse tipo, perguntei sobre a profissão dele, essas coisas.

Pai dele – Eu sou advogado. Eu queria que o Eduardo seguisse meu caminho, mas ele não se interessa por nada. O irmão dele sim está seguindo meus passos, dando continuidade ao meu nome.

#SURPRESO.

Irmão?!?! Como assim? Será que esse era o problema? Lógico que eu fiquei sem reação, ainda mais por descobrir dessa forma. Porque o Edu tinha me escondido algo assim? Nessa hora, ele me olhou de um jeito indecifrável. O pai dele falou um pouco desse irmão, elogiando-o demais e, quanto mais ele demonstrava o orgulho que sentia em relação á esse filho, mais o Edu ficava irritado. Nessa hora eu compreendi o porquê dessa raiva toda quando eu o questionava sobre esse assunto. O Edu era muito especial e, não tinha motivo para tanta critica por parte de alguém que deveria o apoiar sempre.

Pai dele - O Eduardo acha que essa faculdade que ele faz vai lhe trazer estabilidade (ele fazia Educação Física) Já falei que ele tem que fazer algo sério na vida.

Ele falava com uma autoridade, tipo impondo algo, querendo que todos aceitassem sua opinião. Eu já disse que no inicio eu fiquei um pouco tímido e tal, mas esse papo do pai dele mexeu comigo de tal forma... Eu já estava indignado com essa conversa. O Edu não disse mais nada, parecia que estava receoso sobre o que eu iria pensar dele, mas se eu continuasse só ouvindo não seria eu, não mesmo. O Edu já fez tanto por mim e, estava na hora de eu retribuir.

Eu – Nesse caso, o Eduardo deve seguir o coração dele, mesmo que você não o apoie, mas fazendo aquilo que ele gosta, do que seguir o seu desejo, e ser um fracassado na vida.

Pai dele - Mas advocacia é uma bela profissão. (ele começou a ficar irritado).

Percebi que ele não gostava muito de ser questionado, mas quer saber? Só quem pode brigar com o Edu sou eu, hahahaha. Na verdade eu estava com um pouquinho de medo, não nego, mas me enchi de coragem.

Eu - Sem dúvida alguma que é... Aliás, todas as profissões são dignas, tem seu valor e merecem respeito. O meu pai sempre me incentivou a escolher uma profissão que eu gostasse e, se trouxesse estabilidade, ótimo, se não, consequências da vida, mas que fosse algo bom para mim e, com todo o respeito, o senhor como pai dele, deveria apoiá-lo, ao invés de criticá-lo.

Depois disso, todos ficaram em silêncio. Não sei se fui muito grosseiro e tal, mas não consegui evitar e, só disse minha opinião, nada mais. O Edu até sorriu pra mim, então, acho que fiz a coisa certa. Depois dessa, acho que nunca mais seria bem vindo nessa casa, rsrsrs. A mãe dele tentou amenizar, inventando outros assuntos, e tal e, assim tudo seguiu, não muito bem, mas as conversas pararam finalmente.

Depois do jantar, eu estava mais calmo porque o pai dele resolveu se retirar, graças a Deus. O irmão dele pequeno era super comunicativo também e inteligente, me mostrou sua coleção de carrinhos, atividades da escola...

Mãe dele - É. Parece que ele gostou de você.

Eu – Que bom. Eu também gosto muito de crianças. É uma pena que na minha casa não tem nenhuma.

Mãe do Edu - Ele e o Edu são muito parecidos em tudo. (ela dizia toda orgulhosa).

Então ela me mostrou várias fotos deles bebês, os comparando, essas coisas. Bom. Ao menos a mãe o tratava e demonstrava muito amor por ele. O Edu ficava um pouco contrariado, porque a mãe contava toda sua intimidade pra mim, rsrsrs. Já no quarto com ele, preferi não tocar nesse assunto por enquanto, era melhor esperar outra ocasião. Talvez ele não quisesse falar, porque em nenhum momento fez menção de me contar essa história. Ficamos mais um tempinho por lá, até que a irmã dele me chamou pra ir ao seu quarto pra me mostrar algo. O Edu não gostou muito. Assim, ela logo o questionou se ele estava com ciúmes. A impressão era essa mesmo, já que o Edu não consegue disfarçar muito. E lá ia eu novamente tentando contornar a situação, rsrsrs. Aceitei seu convite e, ela apenas queria que eu visse a quantidade de livros que possuía. Claro que peguei alguns emprestados e, ela faria o mesmo também. Conversamos um pouco, trocamos experiências, entre outras coisas... Despedi-me de todos e fomos embora. Já sozinhos, era aquele mesmo esquema de sempre. Quando algo o incomodava, ele ficava com cara de poucos amigos.

Eu – O que foi agora Edu?

Ele não respondia, continuava sério. Detesto quando isso acontece.

Eu - Edu. Posso te perguntar uma coisa?

Ele apenas assentiu. Tentava procurar um meio mais eficiente para falar.

Eu - Então... Seu irmão... (ele me interrompeu).

Edu - Ele não é meu irmão.

Eu - Ok. O filho do seu pai, que não é seu irmão. Tá melhor assim?

Seria mais difícil do que eu pensava.

Eu - Porque você não me contou? Pensei que você confiava em mim.

Edu - Você viu como ele o enaltece? Por isso não te contei. Eu não existo, é só o outro que importa.

Eu – Edu. Não fala assim.

Edu - Mas é verdade. Eu não suporto, e toda vez é isso. Todo mundo o adora, agora eu... Eu não consigo. Ele tá sempre querendo ser o melhor em tudo.

Eu - Eu to aqui com você Edu. (eu disse o abraçando) pode contar comigo sempre. A hora que você quiser conversar, eu to pronto para te ouvir, ok?

Edu – Ok. Te amo, tá? Mas agora, eu adorei o jeito que você debateu com ele. Me defendeu direitinho, meu advogado. kkkkkk.

Eu - Rsrsrsrs. O jeito que ele me olhou, parecia que iria me matar ali mesmo.

Edu - kkkkkk. Eu não deixaria isso acontecer. ♥

Eu - Eu sei que não. ♥

No outro dia, logo que tive a oportunidade, contei ao Breno sobre o jantar e mais esse problema. Eu precisava entender melhor essa situação, mas ele me advertiu, dizendo para eu esperar a hora certa e, que comigo talvez o Edu se sentisse confortável para falar, mas quem disse que eu conseguia esperar? Se alguém próximo a mim enfrenta alguma situação difícil, eu faço o que eu posso para ajudar logo, eu sou assim.

Eu - Ontem ele estava mal, mas vou convencê-lo a se abrir comigo.

Se o Edu conversasse sobre esse assunto, ele ficaria melhor. Eu sei que sim. Ás vezes, desabafar, pode ser a melhor solução, mas eu precisaria ter muita paciência até ele resolver conversar. Sei que não seria fácil, mas eu iria tentar. Depois de um tempo ele se juntou á nós.

Breno – E então... Como foi? O Diego passou no teste?

Edu - Com 100%de aproveitamento.

Breno – Sabia que ele tiraria de letra.

Não foi bem assim não. Passei por vários apertos nesse jantar, mas vida que segue.

Á tarde fomos dar uma volta, eu e a Clara, ela sempre era uma ótima companhia, ela era demais. Os dias passaram bem rápido. Eu já pensava nas minhas férias. Finalmente eu iria rever minha família, amigos, já estava com muitas saudades. Nada poderia estar melhor, ah não ser o Edu que cada dia demonstrava estar mais triste e, no fundo isso também me chateava um pouco. Por mais que ele se esforçasse para ficar bem na minha frente, eu sabia que algo estava o incomodando e, sempre que eu perguntava o porquê de tanta tristeza, ele inventava uma desculpa.

Certo dia estava em casa tranquilo, quando ele chegou num desespero terrível. Logo me assustei, pois nesses ultimo dias o Edu estava cada vez mais diferente.

Eu - Por favor... Edu, eu preciso saber. O que tá acontecendo com você?

Edu - Eu não quero te preocupar com meus problemas.

Eu - Não precisa falar agora se não quiser. Tudo bem.

Não me restava outra alternativa. Fiquei consolando-o, esperando o momento certo e, essa ocasião chegou. Finalmente o Edu me contou essa situação tão difícil pra ele. Na verdade, a história era um irmão que ele tinha por parte de pai apenas, uns anos mais velhos que ele, mas, segundo o Edu é o preferido do pai e, que sempre ele os comparava, elogiando um e desfazendo do outro. Eu nunca tinha o visto desse jeito.. Tão frágil.

Edu – Minha vida inteira eu me esforçava para mostrar meu melhor, e ele nem sequer notava, trazia seu filho para ficar conosco. Eu não consigo ficar no mesmo lugar que ele.

Eu - Você já tentou conversar, dizer como você se sente pra ele? Vocês são irmãos.

Edu - Ele não é meu irmão. (ele disse com raiva).

Eu – Ok. Se acalma.

Edu - Isso é coisa minha. Você não tem que se preocupar.

Eu - Claro que não. Seu problema, meu problema, ok? E hoje você fica aqui comigo, tudo bem? Agora esquece isso.

E o tempo passou, passou... O Edu começou a ficar mais lá em casa, mas se desse jeito ele estava bem... Que fique aqui pra sempre então, rsrsrs. No final de semana fomos a praia só eu ele. Estava tudo bem legal, aquele clima gostoso... Logo apareceram algumas garotas que o conheciam e, se juntaram a nós. Aff, sempre pode piorar. Conversa vai, conversa vem e, elas o provocavam querendo saber o porque dele nunca mais aparecer com nenhuma garota, mas tentei demonstrar maturidade. Confesso que diante de tanta insistência estava difícil me controlar. Deixei-o lá e fui dar um mergulho para relaxar, mas elas continuaram por lá seduzindo e debochando por ele dizer que estava apaixonado... Para elas, isso era impossivel, já que ele sempre foi pegador e tal.

Porque as pessoas não podem ver os outros felizes? Sempre tinha algo entre nosso relacionamento, mas esse fato eu não poderia ocultar, pois por mais que elas dessem em cima dele, sem sucesso, é claro... O Edu sempre esteve rodeado por mulheres e, assim de repente tudo muda... Sempre eu passaria por essa situação. Triste realidade. Eu precisava sair dali.

Edu - Ei? Aonde você vai?(ele disse me segurando).

Eu - Vou para casa.

Edu - Espera. Eu vou com você.

Eu - Não Eduardo. Eu vou sozinho.

Sai dali rapidamente, caminhava depressa e, num minuto cheguei à minha casa. Claro que elas perceberam algo, mas agora isso nem me importava muito. Tempo depois o Edu chegou querendo me ver, mas eu não estava a fim de conversar. Ele continuava batendo e tocando a campainha, tudo ao mesmo tempo. Logo ele percebeu que eu não abriria, então parou de insistir. Pensei que ele havia ido embora, mas quando abri a porta para verificar, encontrei-o sentado todo sujo de areia. Assim que ele me viu, levantou-se e me abraçou.

Edu - O que tá acontecendo contigo?

Eu - Edu? Como pode você me amar tanto assim?

Edu - Você tem duvidas?

Eu - É tudo tão louco.

Edu - Vamos conversar? Me deixa entrar.

Eu - Você não percebeu como as suas amigas te trataram pelo fato de você dizer que está apaixonado. E a tua mãe falando das meninas que ficavam aos seus pés?

Edu – Tá, mas e daí? Se nós tivermos que passar por essas provações, nós vamos passar, mas continuaremos juntos.

Eu - Eu tenho tanto medo.

Edu – Esquece isso. Vamos dar tempo ao tempo. Deixa as coisas acontecerem.

Eu – Ok, mas eu não quero que você desista de mim, mesmo eu sendo assim tão complicado.

Edu - Você é meu amor Diego. Nunca vou desistir de você, mesmo você sendo assim enjoadinho rsrsrs.

Eu – E você é um chato, um pouco convencido, mas é o meu melhor.

Ele ficou me abraçando, beijando. Realmente nós tínhamos uma química absurda, sempre um apoiando o outro e, isso nos dava força para enfrentar qualquer situação. Eu mudei bastante depois que o conheci e, acredito que ele também se transformou.

Eu - Argh! Você tá cheio de areia.

Edu - Putz! Só agora você percebeu. (ele disse sendo irônico).

Eu – Você tá precisando de um banho.

Edu - Gostei dessa parte.

Ficar com ele era maravilhoso. Final de semana acabou e, logo os dias passavam ligeiramente, sem grandes acontecimentos. Faltavam apenas duas semanas para minhas tão sonhadas férias, não poderia estar mais feliz, e como o Edu também estava contente, minha felicidade era em dobro, já tínhamos combinado tudo e, dessa vez eu levaria todos meus amigos para Angra comigo.

Eu - Quero ver meus amigos logo. Falta só uma semana. (empolgado).

Edu - A única coisa chata será aturar seu amiguinho, mas ele não vai ser maluco de chegar perto de você outra vez.

Eu – Espero que vocês não comecem a brigar novamente.

No outro dia ele não apareceu na faculdade, nem me ligou. Perguntei ao Breno o motivo, mas ele não sabia... Telefone desligado... Comecei a me preocupar, mas não poderia fazer nada, ah não ser esperar e, um tempo depois, ele apareceu.

Eu - Edu, onde você... (ele me interrompeu).

Edu - Amor, você sabe que eu te amo não é?

Eu - O que houve Edu? Tá me deixando preocupado.

Edu - Eu preciso muito da sua ajuda. Me deixa ficar aqui com você?

Eu - Você pode ficar sempre que precisar. E, se quiser pode dormir aqui hoje também.

Edu – Amor. Não to falando desse jeito.

Eu - Não to te entendendo Edu. (na verdade, eu tinha entendido).

Edu - Eu quero morar aqui com você.

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Comentários

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Quando a história é boa, mesmo você já conhecendo a história você fica ansioso pelo que ainda vai acontecer! Esse conto é massa!

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Há. Quanto a faculdade cuida direitinho do Edu....

Passa um tarja.preta para ele brincadeira kkkkkkkk abraço.

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Cara você está fazendo a faculdade certa e o Edu poderia processar o pai dele por danos psicológicos.kkkkkkkk o velho é um mala seu conto é. Ótimo.

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Huuuum... Muito bom hein! Continua logo :)

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por favor deixa. o edu é um fofo e vcs dois juntos são um casal maravilhoso

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Deixa!!! Lindo demais sua história!!!e quem diria que a vida do Edu fosse tão complicada ..... bjs

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