Recomeçar [2x15]

Um conto erótico de Marcioads
Categoria: Homossexual
Contém 1927 palavras
Data: 12/08/2012 13:47:52
Assuntos: Gay, Homossexual

Continuando...

Na primeira semana de junho, já que não houve nada de importante no mês de maio, Gustavo me liga de manhã, enquanto ainda estou na academia.

Gustavo: - Marcio, bom dia, tudo bem?

Eu: - Fala sogro, to bem e o senhor?

Gustavo: - Sem essa de senhor, não estou tão velho.

Eu: - Tudo bem. To bem e você, melhorou?

Gustavo: - Com certeza, soa bem melhor. Então, sobre aquilo que tinha prometido dar uma boa adiantada pra vocês, sabe? (adoção)

Eu: - Sei sim, algum problema?

Gustavo: - Ao contrário, digamos que daqui eu posso fazer muita coisa, digamos também que eu possa ter adiantado um ano de burocracia pra vocês.

Eu: - Nossa, sério? O que temos que fazer agora?

Gustavo: - Queria que você viesse aqui logo que desse, pra conversar comigo, juntamente com um Juiz da área e uma assistente social, eles vão te dar as instruções do que fazer agora.

Eu fiquei totalmente entusiasmado.

Eu: - Pode deixar, vou pra casa tomar um banho e jaja estou aí.

Liguei pro Ricardo e contei tudo. Estávamos muito empolgados com a ideia de ter mais um filho, tínhamos até esquecido do trabalho que dava. Já tínhamos conversado e decidido que não adotaríamos bebes, daríamos preferência aos mais crescidos, na verdade, a preferência era dos que simpatizássemos na hora.

Pus uma roupa bem bonita pra causar uma boa impressão e fui me encontrar com eles. Lá, eles me passaram todas as instruções e me explicaram como funciona esse processo de adoção, principalmente a complicação da adoção homoafetiva, eu fiquei preocupado com tudo aquilo. Realmente não era fácil, me deram uma papelada pra preencher em casa, que nem uma solicitação de adoção e pediram que eu levasse de volta o mais rápido possível. Mas me disseram também, que eu conseguiria antes de agosto pelo menos a guarda provisória.

Em casa a noite, eu encarava aqueles papeis e minha mente não parava de martelar. Esperei Ricardo chegar pra contar a ele sobre a minha nova ideia. Quando ele chegou, eu nem esperei muito, já quis conversar.

Eu: - Ricardo precisamos conversar.

Ricardo: - Iih, o que foi? Só falar.

Eu: - Eu fui lá né, eles me explicaram tudo direitinho como funciona, mas uma coisa me deixou preocupado.

Ricardo: - Fala amor.

Eu: - Eu não acho uma boa ideia adotarmos como casal...

Ricardo: - Como assim lindo?

Eu: - É isso que você ouviu, tenho medo do que a criança possa passar por ter dois nomes masculinos, por ter dois pais, sabe? Não quero confusão.

Ricardo: - Você prefere ficar nessa de anonimato? Escondendo os fatos? Não entendo isso.

Eu: - Não é bem isso, só não quero constrangimento e estresse desnecessário, você sabe que não é todo mundo que entende. Pensa bem.

Ricardo: - Não sei não, mas nesse caso, quem vai ser o pai legalmente então? Eu ou você?

Eu: - Você, talvez o fato de você já ter um filho possa passar mais segurança e essas coisas.

Ricardo: - Tem certeza?

Eu: - Não, não tenho certeza de nada.

Ricardo: - Bom, eu confio em você. Se você acha que é o melhor, então deve ser mesmo.

Eu: - Toma aqui, você tem que preencher todos esses papeis.

Ricardo: - Nossa, e tenho que ler também?

Eu: - Você como advogado deveria saber que sim.

Ricardo: - Tudo bem então né. – E fez biquinho.

Eu tinha pensado muito naquela decisão, eu sabia que seria o melhor. Só nós sabemos o quanto sofremos por ser homossexuais, não queria que meu filho(a) sofresse também, queria pelo menos dar uma disfarçada, ninguém precisava saber da nossa vida. E outra, seria bom até ele crescer e algum dia eu explicar direito tudo e ele(a) tomar a decisão se aceita ou não, enfim, formar sua opinião.

Eu só teria que ir pra São Carlos mais aquele sábado, depois estaria de férias e faria a transferência que seria muito melhor pra mim. No sábado, eu fui, assisti a aula, peguei todos os trabalhos que já tinha entregue, as notas, a papelada, me despedi dos colegas e vim embora tranquilo já que eu não precisaria mais fazer essa longa viagem todos os sábados.

Ricardo tinha entregue a papelada pro seu pai e agora era só esperar a ligação pra poder ir a ao orfanato e escolher, enfim, a parte mais pratica do que teórica. A ligação veio na segunda-feira. Como agora eu não precisava viajar aos sábados, tinha tempo de sobra. Gustavo nos encaminhou a um orfanato conhecido dele.

Antes de irmos, tínhamos que nos preparar psicologicamente, principalmente eu já que o Ricardo já era tranquilo. Eu sabia que veria muitos casos e crianças diferentes, histórias diferentes, todas tristes, sabia que ia me sensibilizar com todos, que podia gostar de mais de um, mas ao mesmo tempo eram seres humanos e não produtos, eu não podia experimentar e depois trocar, nem brincar com os sentimentos deles.

Lá, realmente era um cenário triste, as crianças brincavam, mas ao mesmo tempo era possível ver um vazio em seus olhos. Dava um sentimento meio ruim estar lá, se pudesse eu levava todos, mas todos sabem que não é assim. Se não fosse o Gustavo, teríamos ficado anos na fila, em incessantes brigas judiciais, teríamos ido até onde a burocracia deixasse.

Ricardo estava conversando com um menino, uma graça, meio mal cuidado, mas bem fofinho.

Ricardo: - Hey, vem aqui. – Disse pra mim.

Eu: - O que é?

Ricardo: - Gostei desse aqui, podemos ficar com ele?

Eu: - Ricky, isso não é igual no abrigo de animais, não é assim. Temos que conversar com a moça, saber um pouco sobre ele.

A história daquele garotinho não era fácil, era a clássica, a mãe viciada, presa por trafico de drogas, tinha muitos anos de prisão ainda, não sabiam o paradeiro do pai. Triste, ele não tinha nenhum comportamento violento observado, tinha 10 anos, não era mais tão criança, só tinha um porém: Ele tinha um irmão mais velho e não se pode separar mais os irmãos.

Nós não desistimos por isso, Ricardo tinha um bom pressentimento sobre as coisas, então quisemos conhecer o irmão. Ele já tinha 17 anos, ou seja, era praticamente impossível alguém adotá-lo. Em parte porque as pessoas acreditam que nessa idade já e um fruto podre e nos outros casos, porque nessa idade não da pra fingir ser pai biológico nem nada do tipo, porque já era grande e tal.

Fomos conversar com ele. Era um rapaz já, era notável a tristeza dele entre outras coisas, ele praticamente cresceu sozinho, virou homem, precisa se virar na vida mas a sorte está contra ele. Alem do mais, já estava no ultimo colegial, não gostava de estudar, mas estudava pra passar, tinha esperança de ser alguém um dia. Eu fiquei tocado de mais, de mais, quando saímos daquele lugar, eu cai no choro, mas foi um choro profundo de mais, o clima daquele lugar é muito pesado, fiquei com uma dor de cabeça enorme.

Fui o caminho todo em meio as lagrimas, cheguei em casa, não tinha cabeça pra nada, dei um beijo no Lucas e fui pra minha cama. Passei o resto do dia lá, Ricardo também estava tocado, mas ele não era tão sensível, era do jeito dele. Ele me deixou lá, depois a noite foi lá me ver.

Ricardo: - Eu sei que você ta muito mal meu amor, mas te ver assim ta me deixando pior.

Eu: - Desculpa, eu não... só não consigo entender e aceitar algumas coisas.

Ricardo: - Eu sei como é, mas não fica assim, nós vamos tirar aqueles meninos de lá.

Eu: - Como?

Ricardo: - É isso mesmo. Eu vi que você ficou balançado assim como eu fiquei, sei que não vai ser fácil, mas a gente passa por essa, custe o que custar. – Disse pegando meu queijo e me beijando.

Eu: - Mas... e agora? O que a gente faz?

Ricardo: - Vou dar entrada na papelada, levar pro meu pai, marcar entrevista e essas coisas. Vamos passar por isso juntos. Ta assustado?

Eu: - Um pouco.

Ricardo: - Não precisa ficar, eu to aqui pra garantir que vai ficar tudo bem, juntos, fica mais fácil, tá legal? Não quero te ver assim, vai dar certo, a gente merece.

Depois daquilo eu fiquei feliz, tão feliz que até tinha me esquecido que eu teria 3 filhos, ou seja, muito mais trabalho mesmo. Mas eu nem ligava pra aquilo, muito menos Ricardo.

Eu: - Já pensou em como essa casa vai ficar cheia agora? Já pensou que nunca mais mesmo vamos ter uma noite de sono tranquila sem se preocupar com nossos filhos.

Ricardo: - Nada é totalmente bom, a não ser você.

Eu dei um beijo nele, mas foi um beijo de amor, de gratidão, canalizei todas as minhas energias boas e concentrei nele, ele era de mais. Nossos beijos começaram a ficar mais acelerados, ele veio por cima de mim e começou a beijar meu pescoço, minhas orelhas, eu já tava louco com aquilo. Tirei a camisa dele e minha calça, logo ele tirou minha camisa também e foi beijando meu corpo, me virou de barriga pra baixo e foi descendo os beijos até chegar no meu ânus, lá ele ficou um bom tempo, eu fui ao céu e voltei. Vi estrelas, eu quis deixar rolar, não quis pedir pra ele penetrar logo, quis tomar as rédeas. Me virei e fui beijando o corpo dele, beijei o peito dele que eu pirava, a barriga, desci até a virilha e fiquei provocando-o por lá, até ele começar a passar a mão no meu cabelo e me direcionar ao seu pau, mas eu não fui, voltei a beijar ao redor.

Ricardo: - Você ta me deixando louco, vai logo por favor.

Quando ele menos esperava eu abocanhei seu pau e me deliciei ali, ele se contorcia de mais, quando ele já estava pra gozar e respirando ofegante, ele parou e veio me penetrar. Me pôs pra cavalgar ali no seu pau, eu fiquei louco com aquilo, era muito bom, ele já suava muito, respirava ofegante, gozou dentro de mim. Como seu pau não abaixou, ele ficou por cima e veio me penetrando do meu jeito favorito. De frente pra mim, olhando nos meus olhos, mas eu não conseguia olhar seus olhos, eu ficava de olhos fechados curtindo o momento, a sensação até que o orgasmo veio pra mim e em seguida pra ele.

Caímos no sono. No dia seguinte, fui almoçar com a minha mãe e contei a ela tudo.

Mãe: - Você é corajoso hein? Adotar dois de uma vez, ainda mais um adolescente e uma criança entrando na adolescência, tem certeza disso?

Eu: - Olha mãe, eu to numa fase, que não tenho certeza de nada.

Mãe: - Eu te entendo, você foi sempre tão sistemático que é bom ver você se arriscando hoje em dia.

Eu: - Até de mais eu diria, me arrisco até de mais. Mas com o Ricardo não tem jeito, tem que ser assim.

Mãe: - Você sabe que não é fácil né?

Eu: - Nunca é. Se tem uma coisa que eu aprendi, é que nunca é fácil, nada. Mas tem coisas que fazem valer a pena.

Mãe: - Bom, que seja o que tiver que ser, eu só tenho a te desejar uma boa sorte. Eu achei um anjo, Marcelo é um anjo pra mim, desejo o mesmo pra vocês.

Terminamos nosso almoço e eu fui pra casa ficar com o Lucas, deixar ele curtir os últimos momentos como filho único. Mas ele continuaria sendo nosso caçulinha.

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Bom gente, ta aí mais uma parte. Espero que vocês gostem. Muito obrigado pelo carinho pessoal. Qualquer crítica e sugestão são bem vindas.

E-mail para contato: marcio.casadoscontos@hotmail.com

Até mais ;)

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Comentários

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Nossa, realmente corajoso. Continua logo, parabéns!

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hmm... realmente n fazia ideia d q hajam tantos entraves em realizar adoção. a atitude eh linda, mas devido a dificuldades talvez aumente o numero d desistencias, ao msm tempo q acho q seja necessario um processo arduo para q somente pessoas plenamente dispostas ao ato, sejam beneficiadas. eh uma questão polêmica e, por n vivencias a experiencia d visitar orfanatos, ainda n possuo maturidade à discutir sobre. grato pela leitura, um enorme abraço e, apossando-me da fala dos demais, feliz dia dos pais.

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e feliz dia dos pais para vc e para o ricardo

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uma família grande e feliz vc merece. adoro sua história bjs

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