Recomeçar [2x17]

Um conto erótico de Marcioads
Categoria: Homossexual
Contém 2004 palavras
Data: 14/08/2012 20:19:33
Assuntos: Gay, Homossexual

Continuando...

Com o passar do tempo, julho chegou, os meninos já estavam conosco há um certo tempo. Wellington se sentia muito em casa, ele gostava dessa vida de reizinho. Will ficava quieto, então arrumei a solução: ele podia ver os antigos amigos de orfanato que já não estavam lá, quando quisesse.

Um dia, ele pediu que eu levasse á nova casa que seus amigos moravam, pelo que ele tinha me deixado entender, eles tinham ficado maior de idade, trabalhavam e dividiam uma casa em uma área meio pobre da cidade, mas eu estava disposto a levá-lo pra que ele ficasse melhor.

Ele se arrumou todo, acho que queria causar uma boa impressão e eu ia levá-lo.

Eu: - De, fica ai com o Lucas e com o Well que eu vou levar o Will lá, tudo bem?

Wellington: - Pode deixar que a gente vai ficar bem, vai levar o Will no gueto mesmo?

Will deu um tapa na cabeça dele.

William: - Você tá muito metido pro meu gosto viu anão?

Wellington: - to mesmo, agora eu posso.

Eu: - Chega vai meninos, vamos lá Will?

William: - Vamos sim.

Eles não me chamavam de pai, eles chamavam o Ricardo de pai, ele adorava. Me chamavam de você, senhor, Marcio, etc. Eu não me incomodava com aquilo, mas bem que seria legal ser chamado de pai.

Levei ele lá, não pude deixar de notar o lugar, mas eu não queria fazer julgamentos, só que por ser meio que dentro da favela não era muito possível. Chegando lá, os amigos estavam na calçada conversando com umas meninas, semi-vestidas, mas eu tinha que entender que aquilo no lugar era perfeitamente normal.

Eu: - Bom, toma aqui um dinheiro pra se vocês decidirem comprar alguma coisa pra comer. Toma cuidado e não bebe por favor, tá?

William: - Pode deixar, fica tranquilo ai. Toma cuidado pra ir embora.

Eu: - Pode deixar também.

Ele desceu e cumprimentou os amigos e as garotas. Quando vi que ele já estava enturmado, mesmo com algo em mim dizendo pra não deixá-lo lá, eu fui embora. Mas eu estava muito preocupado. Porém, tinha outros filhos e coisas a resolver. Em casa, joguei videogame com o Well até cansarmos. No final da tarde, fomos dormir na minha cama, deixei um jeito de colocar Lucas e Well lá comigo, pegamos no sono juntos, só acordamos com Ricardo chegando.

Ricardo: - Que cena linda, eu tenho muita sorte mesmo. Mas perai, ta faltando um filho, não Lindo?

Eu: - Pois é, mas 2 em 3 já que é aproveitamento maior que a metade, então ainda estamos bem.

Ricardo: - Onde ele tá?

Eu: - Ele quis ver uns amigos do orfanato e deixei ele lá.

Contei a ele sobre o lugar.

Ricardo: - Lindo, se você não se sentir bem, não deixa ele ir até lá mais ué. Você tem esse poder, não precisa dizer não pra tudo.

Eu: - Eu sei, mas ele estava tão empolgado e eu não quero ser chato com eles.

Ricardo: - Faz parte de ser pai lindo.

Wellington: - Ei, pai, a gente pode jantar no Mc Donalds hoje?

Ricardo: - Podemos lindo? – Perguntou a mim.

Eu: - Podemos. Vamos só buscar o William primeiro, tudo bem?

Wellington: - Tudo bem.

Eu: - E vai tomar banho vai lindinho.

Depois finalmente fomos buscar o William no lugar onde o deixei, liguei no celular e pedi que me esperasse do lado de fora já que íamos jantar. Chegando lá, lá estava ele com os colegas conversando, ele os abraçou e veio em direção ao carro com eles. Abaixei o vidro, eles nos cumprimentaram.

De lá, fomos ao Mc Donalds fazer a criança feliz, Ricardo. Depois voltamos pra casa em clima de família feliz.

Eu: - Eae, Will, como foi lá?

William: - Foi muito legal. Mas é uma pena que eles não tiveram a mesma oportunidade que nós, sabe? Eles podiam ter uma perspectiva de vida muito maior se tivessem alguma oportunidade.

Eu: - Eu te entendo, mas infelizmente nem todos conseguem, acho uma pena.

William: - Eu posso voltar ai mais vezes?

Eu respirei fundo, não queria dizer não.

Eu: - Tudo bem. Do que eles trabalham?

William: - Ah, resumidamente, eles são peões mesmo.

Eu não sabia o que dizer, então fiquei quieto enquanto Ricardo puxava assunto sobre futebol. Os amigos eram 4, em uma faixa de 21 a 19 anos. Will e Well já estavam diferentes, Ga tinha feito um bom trabalho com os dentes, agora era uma questão de poucos dias até o Bruno colocar aparelho neles pra corrigir o resto.

Eu: - Sabe Ricky, tava pensando em ir pra chácara, passar uns dias com os meninos lá. Vamos?

Ricardo: - Bom lindo, depende de quando você quer ir.

Eu: - Eu quero ir na sexta-feira, o que acha?

Ricardo: - Bom, eu posso ir, mas segunda eu preciso vir embora e posso voltar lá na quarta.

Eu: - Tudo bem, qualquer tempo que passarmos juntos vai ser bom. Adoro essa ideia de família.

Não nos beijávamos na frente deles, acho que por uma questão de timidez da minha parte mesmo.

No nosso quarto continuamos a conversa.

Ricardo: - Você acha que aguenta? Ficar com os 3 alguns dias sozinho.

Eu: - Dou conta sim. Alias,vou dispensar a Denise nesses dias.

Ricardo: - Tudo bem. Eu te amo, sabia? Muito.

E me beijou.

Eu: - Muito quanto?

Ricardo: - Mais do que qualquer coisa no mundo, somos uma família, acredita nisso?

Eu: - Pois é. To pensando seriamente em fugir... – Tentei fazer piada com a situação da Aline, mas ele fez cara feia e eu não falei mais nada.

Ricardo: - Nunca me abandona... tá? Não consigo sem você.

Eu: - Nunca.

Tomamos banho juntos e fizemos amor. Agora o Lucas dormia muito bem, só de vez em quando que acordava de madrugada, mas não fazia tanto escândalo mais, ele só não tinha culpa de sentir fome e só saber chorar.

Na quinta eles colocaram aparelho e ficaram reclamando que não conseguiam comer direito, então eles igual o Ricardo pareciam que estavam em coma, ficaram deitados o resto do dia, e acabou pra mim ter que fazer as malas deles. Na quinta a noite, Ricardo e eu assistíamos TV no nosso quarto com Lucas deitado conosco, já que os meninos jogavam videogame na sala. Até que alguém bate na porta do nosso quarto.

Eu: - Entra.

Era William. Eu sai do peito do Ricardo pra não causar nenhuma má impressão.

William: - Tudo bem, pode ficar assim, aqui é o quarto de vocês.

Eu: - Aconteceu alguma coisa?

William: - É que... sabe? Eu não queria pedir as coisas, já que vocês fazem tanto por nós e tal...

Eu: - Pode falar na lata lindo.

William: - Posso levar meus amigos? Aí na segunda-feira eles vem embora com o pai pra poderem trabalhar?

Eu: - Vou conversar com seu pai e daqui a pouco te chamo, tudo bem?

William: - Ok.

Então ele foi porta a fora.

Ricardo: - A decisão é sua lindo, como sempre.

Eu: - Você acha que a gente dá conta?

Ricardo: - Como eu disse, você que sabe.

Eu: - Vou deixar então.

Ricardo: - Tudo bem chefe, eu busco eles amanhã.

Eu fui até a sala falar pra ele.

Eu: - Will, falei com o Ricky e tudo bem, podemos levá-los juntos. Ele vai buscar eles amanhã com você.

William: - Muito obrigado, não sei nem como agradecer você.

Eu: - Somos bons pais. Agora vão dormir jaja, amanhã o dia vai ser corrido.

Eu não sabia se aquilo era certo, principalmente levar pra viajar umas pessoas estranhas, mas eu faria pelo William.

De manhã, já estávamos prontos pra viajar. Ricardo tinha ido com William buscar os amigos, já que o carro dele tinham 7 lugares e eles eram 6. Então as malas foram colocadas no meu, pelo menos as nossas. Coloquei a cadeirinha do Lucas no meu carro, e o Well do lado, já que eu não deixava ele andar na frente ainda, o que deixava ele meio bravo. E seguimos viagem, acabamos chegando depois do Ricardo, no mínimo ele foi voando pra lá mas era problema dele. Eles já estavam na piscina, todos de sunga.

Eu: - Eai pessoal, quem quer ajudar a descarregar meu carro?

Ninguém se manifestou.

Eu: - Calma, sem brigas. Ricardo? William?

Eles amaldiçoaram o vento e foram, depois como sempre eu limpei a casa lá, porque precisava e a noite fui ao mercado com o Lucas. Era incrível o quanto um pai no mercado com o filho neném chamava atenção das mulheres, elas olhavam descaradamente, mas eu fiz as compras que tinha que fazer. Pus tudo no carro e voltei pra chácara. Lá eles estavam jogando bola e eu aproveitei pra fazer o jantar, pedi pizza.

Eles comiam de mais, depois capotaram.

Ricardo: - Eae, quem quer bebida?

Eu: - Ricardo, sem gracinha, os menores de idade não bebem, ta ouvindo?!

Os meninos eram muito gente boa, todos bem simples, pra deixá-los á vontade, eu e Ricardo não nos tratávamos como casal, só dormíamos no mesmo quarto. Deixei ele curtir um pouco os jovens, jogando bola, videogame, nadando. Quando o final de semana acabou. Ficamos eu, William, Wellington e Lucas apenas.

William: - Eae, meus amigos tão aprovados?

Eu: - Quem tem que gostar é você lindo, mas eles são legais, acabei gostando deles sim.

William: - Eu sei, eles são boas pessoas, só são a parte excluída da sociedade. Alias, eles gostaram muito de vocês.

Eu: - Todo mundo gosta do Ricardo, ele é totalmente eclético.

William: - Mas eles gostaram de você também.

Eu: - Achei que todo mundo me achasse chato.

William: - Não, todos os casais precisam de equilíbrio, não? Se você fosse igualzinho o meu pai, vocês não seriam legais, seriam sem noção e ninguém gosta de gente sem noção.

Gostei de ouvir aquilo. No resto da semana, tudo foi tranquilo, nos divertimos bastante, no domingo fomos embora. Eu não gostava de ficar muito tempo fora de casa, eu adorava a minha cama, meu quarto e poder curtir bastante o meu maridão. Apesar que Ricardo e eu, tínhamos sempre nosso tempinho pra curtir, não caiamos na rotina, fazíamos amor sempre que queríamos, não precisávamos marcar horário e etc.

Naquela madrugada, eu acordei morrendo de sede, levantei e fui até a cozinha, passando em frente ao quarto dos meninos ouvi alguém falando. Entrei de vagar e vi que William falava dormindo, mas ele não falava normalmente, gritava, se contorcia, suava muito, fui até ele e o acordei. Ele tava todo suado, eu fiquei preocupado, falei pra ele tomar banho e peguei meu computador pra dar uma olhada na internet. Eu acreditava que podiam ser coisas guardadas no subconsciente dele de tudo que passou.

Eu não consegui dormir mais naquela noite, eu queria dar um jeito na situação, não gostava daquilo. Quando amanheceu, eu liguei pra um psicólogo e marquei horário pro Will, ele com certeza precisava conversar com um especialista. Quando ele acordou fui conversar com ele.

Eu: - Will...

William: - Oi lindo.

Eu: - Sabe, o que aconteceu essa noite... fiquei preocupado!

William: - Não precisa, no orfanato todo mundo falava que eu tinha essa mania.

Eu: - Mas isso não é normal lindo, eu marquei psicólogo pra você.

William: - Não quero ir, eu não sou louco.

Eu: - Psicólogo não é medico de louco, para com esse pensamento pequeno. Você vai sim!

Ele fez terapia durante aquele mês, no começo hesitou mas depois concordou. No final do mês, fui com eles comprar material escolar. Wellington estava todo empolgado pra ir pra colégio particular e o Will feliz porque continuaria onde estava. É o que eu sempre digo, o ensino até é importante, mas quem faz a escola é o aluno, se ele fosse estudioso, tanto no publico quanto no particular se daria bem. Agora era uma outra fase pra eles, encaixar a vida deles na nossa.

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Bom gente, ta aí mais uma parte espero que vocês gostem. Eu sei que a história tá meio parada, sem grandes acontecimentos, mas é que eu não quis relatar apenas as tragédias porque a vida não é feita só disso, quero mostrar as duas faces da moeda. Muito obrigado pelos votos e comentários. Qualquer crítica e sugestão são bem vindas.

E-mail para contato: marcio.casadoscontos@hotmail.com

Até mais ;)

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Comentários

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Sério mesmo, só comento por comentar, porque naum tenho mais nada a dizer. Seus contos sempre surpreendem, e não há mais o que esperar. Então eu só lei e nem me surpreendo mais com você, o cara que é capaz de tudo. Na boa, brincar de Deus é pra poucos. Parabéns.

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Que conto maravilhoso,ja estava cm saudades.

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Estou achando a história maravilhosa, sem tirar nem pôr. Parabéns! 10, 10 e 10.

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Amar é um ato mais bonito que o ser humano é capaz de sentir,de produzir e de receber.

Sejam sempre assim felizes,dignos e humanos.

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Eu não acho chato, a sua história é como a vida de qualquer um de nós tem momentos,bons,ruins de alegria,os momentos parados. Eu acho supet incrivel. Eu vejos muito dos meus sonhos,na sua vida. Apesar de ser gay,todo mundo acha que somos promiscuo,que vivi em festa pegando vários... Eu sempre quis casa ter filhos,casa cheia,encotro em famila,ter cachorro,gato,passarinho,peixe,hamster.. Eu acho muito linda sua historia de vida, e quem sabe um dia eu encotre um ricardo da vida,pra compartilhar meus sonhos.

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vc cuida de tres filho de um marido e administra uma casa eu jamais consideraria sua história parada. bjs posta outro por favor

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