Juntos Até o Fim - parte I

Um conto erótico de Knight
Categoria: Heterossexual
Contém 2361 palavras
Data: 12/11/2012 08:49:07
Última revisão: 12/11/2012 19:31:03

Istambul, Turquia. Num ambiente envolto pela fumaça exalada dos inúmeros narguiles tragados nas mesas e inebriado pelo aroma do fumo que se espalhava no interior da boate, uma garota elegantemente trajando um caro vestido colado ao corpo e finos sapatos de salto destoava da paisagem rotineira. Atraiu olhares dos rudes homens em ternos de cores gritantes que bebiam uma garrafa de vodka numa das mesas, provavelmente mafiosos búlgaros, que proferiam palavras grosseiras e obscenas em seu idioma para todas as garotas estrangeiras que ali trabalhavam e seminuas dançavam sobre os palcos. Não os deu atenção e continuou em passos determinados até o balcão de fronte ao bar. Sentou-se ao lado de outras duas garotas não tão bem vestidas como ela. Usavam maquiagem pesada e davam olhares desconfiados para a misteriosa presença que se aconchegava. Ela então pensou que seriam as pessoas perfeitas para o que planejava.

- Martini com licor, por favor. E mais dois para elas também. – completou, no rápido momento em que se entreolharam.

- Desculpe. Não trabalhamos com mulheres. – esquivou-se a garota mais próxima a ela: uma bela e alta morena com sotaque de algum lugar do leste da Europa. – Casais, talvez, mas nunca mulheres sozinhas. – completou a outra garota; loira de rosto delineado e sorriso quase infantil.

A bela mulher então agradeceu ao barman que acabara de servir as bebidas. Bebeu com delicadeza um gole umedecendo os lábios, e com o sutil sorriso e olhar incisivo respondeu:

- Não é para mim. É para o meu marido.

As duas garotas entreolharam-se perplexas. No tempo em que lá estavam nunca haviam encarado uma situação parecida.

-Como? – respondeu uma delas.

- Um presente meu para ele, apenas. Estamos comemorando nosso primeiro ano de casamento aqui. Vou pagar bem, em euros, às duas.

- Você escolhe mulheres para ele? – perguntou uma das meninas, curiosa. Mas com a voz baixa e calma de quem estava acostumada a acatar às mais estranhas ordens.

- É só um jogo nosso. Toda mulher tem seus segredos e vocês devem entender bem isso. O meu, é que eu gosto de vê-lo com outras garotas. Estão dispostas? Dois mil para cada uma. Em dinheiro.

Enquanto tentavam maquinar o que haviam acabado de ouvir para tomar uma decisão as duas garotas foram surpreendidas pela voz grave de um dos seguranças da boate: um homem grande e corpulento. A jaqueta de couro e as barbas por fazer davam-lhe um ar rústico e ameaçador:

- Aisha! Milena! Já conversaram demais por hoje. Ao trabalho. Agora! – bradou ele ao lado das duas olhando com desconfiança para a mulher que com elas conversava, uma estranha presença para aquele lugar. Completou, desta vez fitando-a diretamente:

- E você? Está procurando trabalho? Não acha que seu tempo já passou um pouco para isso? – disse ele sarcasticamente. Paola, a misteriosa mulher, tinha apenas 32 anos. Um pouco mais do que as garotas que ali trabalhavam, mas ainda conservava um belo corpo quem em nada devia para as outras, e um lindo rosto de pele branca e olhos verdes que combinavam com os cabelos de cor acaramelada.

- Sr. Marko, estávamos negociando com ela...

-Silêncio! – Ele interrompeu-as e continuou:

– Quem sabe uma fruta madura não acabe tornando esse banquete mais interessante. – terminou ele, serrando os dentes e levando uma das mãos à coxa direita de Paola, que de certa forma começava a temer o homem. Antes que ele chegasse a seu objetivo foi interrompido por outro par de pesadas mãos que agarraram seu braço torcendo-o para trás, e pegando-o pelos espessos cabelos puxaram sua cabeça para logo em seguida empurrá-la de encontro ao duro mármore do balcão.

- Ei, Ruffus lenhador. A garota está comigo. Algum problema? – disse um homem que acabara de entrar à boate e até então não tivera sua presença notada. Alto, devia ter seus 1.90 ou mais, queixo proeminente, uma pequena cicatriz no alto esquerdo da cabeça, lembranças de seu passado, sutilmente escondidas pelo cabelo que caia ao lado da testa, e vestindo paletó cinza com a camisa preta aberta até o terceiro botão.

Marko então tentou levantar-se do chão com o nariz sangrando, e ainda zonzo fez sinal para que os outros seguranças do clube interviessem. O primeiro, antes de conseguir fechar sua guarda para a briga foi golpeado com uma garrafada que fez o vidro estourar ao redor de sua cabeça, deixando-o inconsciente no chão. O segundo tentou sacar a arma, um revolver desert eagle .50, mas teve seu braço segurado no mesmo momento em que a lateral de seu joelho dobrava com um preciso chute simultâneo ao soco que afundou seu globo ocular na órbita. Também caiu desmaiado. Nesse momento todos os presentes no lugar olhavam atônitos ao violento e rápido espetáculo. As duas garotas e Paola pasmas, sem reação. Quando tudo terminou a boate jazia num silencio sepulcral. Leon, o companheiro de Paola, apenas ajeitou a gola de seu paletó e disse para sua parceira:

- Vamos? Acho que aqui não somos mais bem vindos.

Ela apenas agarrou em seu braço, assustada, tentando aninhar-se sob a proteção dele, que antes de caminhar para a porta de saída perguntou, virando o rosto para trás mirando as garotas que antes conversavam com Paola:

- São estas as duas que você escolheu?

- Sim. Combinei dois mil para cada uma.

- Parece justo. – respondeu carregado de sarcasmo. E completou:

- Venham vocês também. Acho que não têm muita escolha agora.

O casal saiu acompanhado pelas duas logo em seguida. Entraram no Chrysler 300c preto e de vidros escuros estacionado do lado de fora. Quando o carro acelerou, desapareceram na noite marginal...

Em uma grande suíte com vista para o estreito de bósforo Paola bebia seu drink numa mesa na varanda. Olhar compenetrado, apenas mirando o horizonte, pensativa, como se ignorasse as outras três pessoas que conversavam no quarto ao lado.

- Então...o que você quer exatamente de nós? – perguntou uma delas para Leon, que sentava em uma poltrona ao lado da cama após servir três doses de uísque sobre o bar no canto do quarto. Tirou de seu paletó o maço de Benson & Hedges, acendeu um dos cigarros e respondeu:

- Ainda estou pensando. O que deixaria vocês mais felizes nesse momento?

Sentadas na grande cama de casal olharam uma para a outra. Eram amigas, cúmplices. Haviam sofrido juntas, praticamente da mesma maneira e pelos mesmos motivos desde que chegaram naquele país. Aquele era o primeiro momento em meses desde que conseguiam escapar da perigosa vigilância dos homens que as transformaram em suas propriedades, apenas mercadorias para se fazer dinheiro. Porém, isso não tornava a atual situação menos estranha.

- Você não parece o tipo de homem que freqüenta tipicamente lugares como aquele em que nós trabalhamos. Ou trabalhávamos, ainda estou confusa.

- Bom. Talvez eu não seja mesmo.

- Você espancou três homens só para nos tirar de lá. Que tipo é exatamente este?

- Sabe; vocês duas são jovens, bonitas, parecem princesinhas saídas de algum conto de fadas. E pelo visto o conto não terminou muito bem. Vocês acabaram em um prostíbulo turco sendo exploradas por bandidos. Eu fico curioso para saber como isso aconteceu.

- Na verdade tudo começou quando recebemos propostas para estudar e trabalhar nesse país. Mas não imaginávamos que ao chegar aqui...

- Depois, meninas. Agora temos algo mais importante para fazer...

Leon então se aproximou de Aisha, beijando-a carinhosamente os lábios enquanto envolvia Milena com seu braço direito aproximado-a. Paola, ainda na varanda já percebia o clima que esquentava no quarto. Continuou bebendo como se nada acontecesse, apenas olhando de ponta de olho como se esperasse que alguma sensação repentina tomasse conta do seu corpo ao ver aquela cena.

O toque dele era diferente do que as garotas estavam acostumadas a receber dos habituais clientes. Sequer se lembravam da última vez que foram tratadas com um pouco de carinho ou respeito. Normalmente eram consideradas apenas pedaços de carne. Agora, inusitadamente eram beijadas, acariciadas, uma de cada vez, de uma maneira que elas só esperariam receber de algum homem que delas muito gostasse e desejasse. Definitivamente havia algo de misterioso e estarrecedor naquele casal. Leon abraçou Aisha por trás segurando-a pela cintura. A garota de cabelos dourados sentiu o volume apertar-se contra sua bunda mostrando que o homem já estava preparado para ela. Perguntou-lhe ao ouvido se estaria disposta a beijar a amiga, que antes de qualquer resposta aproximou-se e colou seus lábios nos dela. Enquanto as duas línguas femininas serpenteavam entre as bocas Leon continuava beijando-a no pescoço. Paola agora olhava tudo e sem conseguir resistir levava sua mão pela parte interna das coxas desde o joelho até a virilha. Ele despiu Aisha com a ajuda de Milena, que logo também estava nua. Deitou as garotas sobre a cama uma ao lado da outra. Concentrou e aumentou a intensidade dos beijos no pescoço, colo e seios da loira e vagarosamente penetrou-a. Ela sentiu o membro acomodar-se de uma forma imponente mas gentil dentro dela, que mexia os quadris enquanto aquele enorme invasor a tomava como se sempre houvesse sido o legítimo ocupante de seu sexo. Aos poucos o ritmo cadencia. O intervalo entre cada entrada e saída é cada vez menor. Aisha teve seu primeiro orgasmo enquanto era invadida e beijada na boca tanto pelo homem quanto pela amiga. O mesmo é repetido com Milena. A morena por sua vez enlaçou-o com as pernas. Gostava de estocadas mais fortes. As mãos dele prendiam-na pela cintura, volta e meia apertando-lhe as nádegas e tocando seu ânus com uma leve pressão na ponta do dedo, enquanto seus seios agora eram sugados com voracidade suficiente para se deixar marcas. Gemiam juntas. Uma penetrada pelo pênis de Leon e a outra tendo a vagina acariciada por uma de suas mãos. Quando Leon derramou seu esperma sobre os ventres de ambas as garotas Paola gozou junto. Agora com o vestido abaixado revelando os seios, os dedos dentro de sua fenda e acariciando o clitóris sem pudor nenhum.

Deitaram-se, Leon no centro da cama e uma das garotas de cada lado. Passaram algum tempo dessa forma. Ele pediu que as garotas continuassem a história que haviam começado antes da transa. Esvaziaram as duas garrafas de Moët & Chandon durante a conversa. Na qual ele ouvia atento a todos os detalhes. Enquanto isso Paola, já recomposta e de volta ao seu ar de dama recatada agora pegava o dinheiro das meninas. Ela ficara excitada com a cena de sexo, mas não gostava de ver qualquer sinal mínimo de afetividade entre eles, e para ela era isso que aquela conversa dos três na cama parecia. Parou altiva em frente a cama estendendo os maços de dinheiro e disse.

- Essa é a parte de vocês. O trabalho termina aqui. Não gastem tudo de uma vez.

Leon, até então em silêncio completou, sem deixar as meninas irem:

- Peguem esse dinheiro e não voltem para a boate. Às sete da manhã tem uma fragata com a bandeira de Israel que irá até Tel Aviv. De lá vocês procuram as embaixadas de seus países e voltam para o lugar de onde vieram. Certo?

Ambas assentiram juntas com a cabeça. Estavam confusas sobre quem seriam aquelas pessoas que aparentemente sem motivo algum as ajudaram. Mas isso pouco importava. Finalmente estavam livres, e seguiriam a risca as ordens de Leon, para enfim voltar para casa.

NO DIA SEGUINTE...

- E então, Leon. Pode dizer que me ama? – perguntou Paola sorrindo matreira enquanto olhava-se no espelho ao se vestir. Desta vez mais informal, calça jeans, e uma leve blusa branca sob a jaqueta feminina.

- Do mesmo modo que um leão ama uma zebra, Paola. – respondeu ele enquanto fumava na varanda sem tirar o olhar dos barcos que movimentavam-se no cais naquele início de manhã.

Ela apenas riu, discreta e graciosa.

- Conseguiu arrancar mais alguma coisa daquelas meninas? Claro, além das calcinhas delas?

Ele então finalmente direcionou seu olhar para ela. Automático e secamente, respondeu:

- Um velho prédio de uma fábrica em Ortakoy. É para onde elas são levadas logo que são pegas.

- Então é para lá que vamos!

- Não agora, Paola. O lugar deve estar movimentado a essas horas. Vamos esperar a noite.

- A noite? E o que faremos até lá? Ficamos aqui jogando cartas?

- Eu tinha uma sugestão melhor, mas jogar cartas está bem. Sobrou algum dinheiro na sua bolsa para apostar ou vai me pagar em serviços?

Tensa e exaltada Paola respondeu:

- Leon, isso é sério. Você sabe que eu não posso esperar. Cada segundo conta.

Ele então apagou o cigarro, caminhou até a garota segurando-a calmamente pelos braços:

- Ei, eu te prometi que ia resolver isso, lembra? Acalme-se. Tudo vai dar certo.

Ela abaixou a cabeça ajeitando o cabelo, tirando-o da frente do rosto. Puxou o máximo de ar que conseguiu tentando acalmar-se. Pareceu pensar por um instante e respondeu:

- Tudo bem. Está certo. Você sabe como eu fico com isso e...bom, preciso beber alguma coisa. Eu vou até a adega lá embaixo pegar algum vinho.

- Não. Você não sai da minha vista até a hora de irmos. Lamento.

- Nossa, estou sendo mantida em cativeiro aqui? Você poderia então pegar algo para eu beber? Vou estar aqui.

Ele olhou-a, desconfiado. Pensou que qualquer coisa que a fizesse relaxar seria útil no momento. Ela então correspondeu-o com o olhar dengoso e a voz manhosa que sabia fazer quando queria algo, e completou:

- Por favor?

- Tudo bem. – respondeu ele. – Não faça nada que eu não faria.

- Perfeitamente. – ela respondeu.

Leon então saiu trancando a porta por fora. Desceu até a adega e levou poucos minutos para escolher o vinho. Sabia bem de qual Paola gostava. Voltou para o quarto já com a garrafa aberta em uma das mãos. O saca-rolhas em outra. Encontrou a maçaneta destruída e a porta entreaberta. Tirou uma pequena adaga da manga de seu paletó e entrou cuidadosamente no quarto. Estava vazio. Nem sinal de Paola. E sua arma não estava mais sob o travesseiro, onde ele a havia deixado.

- Ah Paola, Paola! Eu devia te colocar sobre os meus joelhos e te dar umas boas palmadas. – pensou ele.

Sem tempo para planejar o que fazer a partir dali, saiu da casa a passos rápidos atrás de Paola. Não sem antes voltar ao armário da suíte e levar consigo uma grande pasta prateada de metal.

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Comentários

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Perfeito! Conto inteligente, digno de um escritor como você... Seus contos prendem a atenção do leitor, são maravilhosos... alguns já são uma espécie de roteiro cinematográfico. Então, por favor, não demore para continuá-los, não me mate de ansiedade... rsrs.

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