Querido Bruno [2]

Um conto erótico de Tommy
Categoria: Homossexual
Contém 2009 palavras
Data: 29/12/2012 00:01:04
Assuntos: Gay, Homossexual

Eu estudava de manhã, das 7 a 12:20, entrava no trabalho as 13:00 e trabalhava até 21:00, era cansativo, mas eu não tinha escolha.

No primeiro dia de aula, acordei como sempre as 6:00, tomei um banho pra acordar, vesti uma calça jeans e uma camisa, como sempre, um tênis, all-star que eu usava por ser mais barato que aqueles tênis que todos amavam.

Eu morava próximo a escola, cerca de 15 minutos de caminhada, dava tempo de tomar um café da manhã e assistir um pouco do jornal matinal.

Chegando na escola, fui a procura da lista, que estava cercada de gente, parecia salgadinhos no meio das pombas, como eu era alto usei minha altura de vantagem e vi que dos 3 segundos anos que tinham de manhã, formaram apenas 1 de manhã, então era uma mistura de alunos, muitos revoltados por terem sido tirados do período da manhã e eu pra minha sorte, continuei.

Pelo que vi na lista, os bons alunos estavam todos naquela sala de manhã, tinham alguns meninos lindos das outras salas, porém idiotas, e meninas bem legais, mas eu só os observava, já que não era de conversar.

Eu sentava na primeira carteira, de frente ao professor, mas não conversava, nem puxava o saco deles, eu sabia que os professores não gostavam daquilo, de bajulação, eles queriam ir e fazer o trabalho deles e eu queria fazer o meu: aprender.

Eu sempre fui muito focado e auditivo, então, só de escutar, eu aprendia e conseguia fazer minhas anotações tranquilamente, por isso me dava em provas e tinha conseguido medalhas das olimpíadas de matemática. A única matéria que eu não era muito bom, era química, pra mim aquilo era coisa de outro mundo, mas não dá pra ser bom em todas as matérias.

Durante o primeiro dia, alguns alunos tentavam puxar assunto comigo, mas eu não conseguia manter um dialogo, apenas respondia o que me perguntavam, tinha medo de causar má impressão neles, mas fazer o que se eu sou assim?

No intervalo, eu fiquei na sala de aula, lendo um livro, pra me distrair. Eu não gostava do intervalo, preferia que fosse direto e eu saísse 20 minutos mais cedo, pois todos andavam com seus amigos, comiam, conversavam, brincavam, tudo que eu não sabia fazer.

Quando eu olho pra trás na classe, em uma das ultimas carteiras, tinha um aluno de cabeça baixa, dormindo, aluno novo, já que eu estudei a vida toda naquela escola, reconhecia a todos, e confesso que tinha visto ele levar o papel para a professora assinar. Seu nome era Bruno, ele não era lindo, era não muito feio, o rosto era desproporcional, era meio gordinho mas não muito, olho castanho lindo, ele parecia bem deslocado, e a julgar pelas suas vestes, ele não aparentava ser simples como os demais.

Na hora da saída, eu fui embora as pressas pra não perder o ônibus pra ir trabalhar, e não pude deixar de ver Bruno passando por mim as pressas e entrando em uma das lindas casas localizadas em frente a escola, linda mesmo, tinha dois carrões na garagem e pelo que ouvi, até piscina nos fundos. Mas não dei atenção a aquilo, a escola publica é pra todos, e não apenas aos que não tem condições.

Não sei porque, mas não consegui parar de pensar no Bruno naquele dia, sua imagem não saía da minha cabeça, eu estava distraído, o que era bem raro, mal podia esperar pra ir na escola no dia seguinte. Aquela noite tive insônia, fiquei inquieto, até que o dia seguinte chegou.

Na escola, no dia seguinte, torcia pra que ele viesse falar comigo, já que eu não tinha coragem de ir falar com ele, mas ele não tirava seus fones de ouvido por nada, então nem quis tentar, como eu não tinha internet em casa, não tinha como fazer que nem os outros pra fazer amizades, comigo era só a moda antiga, na saliva, mas como? Eu não tinha tempo nem pra fazer lição de casa.

No intervalo, eu como sempre, lia meu livro tranquilamente, até que sinto alguém tocar em minhas costas e puxar assunto, mas a verdade é que eu sempre odiei ser tocado, então eu estava pronto pra ser ignorante na hora, mas quando vi quem era, não consegui. Minha boca ficou aberta, meu coração disparou, minhas mãos suaram, e olha que ele nem era lindo, imagina se fosse.

Bruno: - Você não se cansa disso não? Ler? – Disse olhando pro meu livro.

Eu respondi, sorrindo um sorriso bobo: - Na verdade, as vezes canso, mas eu prefiro livros que pessoas, se não me agrada fecho e ponto final, já as pessoas não sabem a hora de parar.

Bruno: - Ai, essa doeu. – Disse com as mãos na barriga, como se tivesse recebido um golpe, ele era muito engraçado.

Eu já estava derretido, completamente.

Eu: - Não, não foi isso que eu quis dizer, me coloquei mal.

Bruno: - Relaxa moleque, meu nome é Bruno e você? Qual a sua graça?

Novamente eu ri.

Eu: - Meu nome é Thomas, mas me chame de Tommy, Thomas é muito formal.

Bruno: - Ok Tommy. Você é sempre solitário assim ou também é novo?

Eu: - Se estudar 8 anos aqui é ser novo, acho que sou novo. Brincadeira, sou solitário mesmo, como te disse...

Ele me interrompeu.

Bruno: - Você prefere os livros, certo? - Me jogou um sorriso torto, que achei a coisa mais linda, eu estava completamente envergonhado.

Quando o papo estava legal, acaba o intervalo e todos voltam a sala, então ele teve que se sentar no seu lugar, o que me deixou meio chateado.

Algumas coisas me preocupavam, eu não tinha internet, então não tinha como usar o Orkut, isso mesmo na época era Orkut então me julguem hehe, não tinha como mandar e-mails, não tinha celular, mas mesmo que tivesse os SMS nessa época eram pagos, ilimitado era só o valor da sua conta, se tivesse celular de conta, pra essa geração que tem hoje eu diria que era a Idade Média, mais ou menos.

Na verdade, minha casa lembrava a Idade Média, domínio nas regras/leis da Igreja Católica, o poder do Clero era o maior, tinha que pagar impostos altos quando me fosse ordenado e qualquer coisa que eu falasse que fosse contra os valores ou crenças dos meus avós, resultava em punição, a única coisa que nos diferia da Idade Média na minha opinião, era que tínhamos saneamento básico.

Pensei no Bruno o dia inteiro, no nariz grande dele, nos olhos castanhos, no jeito engraçado, ele pra mim era muito mais lindo que qualquer um daqueles bombadinhos metidos, ele era lindo do jeito dele, aquilo me encantava.

Fomos ficando amigos, porém só nos víamos na escola, então eu arrumei uma solução, fui sentar lá no fundo próximo a ele. Todos estranhavam, pois em todos os anos eu sentava na frente e era solitário, e agora estava no fundo e tinha um amigo. Eu era capaz de conversar com ele e ouvir os professores, então meu rendimento era o mesmo, trabalhos em dupla sentávamos juntos e eu fazia, ele me chamava de herói da matemática e eu adorava ter algo que chamasse a atenção dele, por mais bobo que pareça.

Eu tentava descobrir, reparar, se ele era gay, se ele dava alguma pinta mas nada, eu não vou dizer que eu era discreto, eu era diferente, de alguma forma eu dava pinta, mas não era escandaloso, mas mesmo que fosse, cada um tem direito de ser como quiser na minha opinião, eu era reservado como pessoa, não por causa da orientação sexual. A única coisa que mantinha esperança dele ser gay era o fato de ele não falar de meninas, isso era um alivio pra mim, porque eu não conseguiria falar sobre e tinha medo disso estragar nossa amizade.

Na verdade tinha medo de qualquer coisa que pudesse afastá-lo de mim, eu tava apaixonado por ele, completamente, até minha mãe notava como eu estava feliz e isso é algo pra se notar, já que eu não era assim frequentemente.

O problema é que não conseguíamos manter contato fora da escola, então ele me fez o convite, de ir passar um final de semana em sua casa, isso no final de fevereiro ainda, eu prontamente disse que falaria com a minha mãe, mas na verdade eu imploraria, eu nunca tinha dormido fora de casa, mas faria qualquer coisa pra passar um tempo extra com ele.

Na sexta, eu fui trabalhar de mochila, pra sair de lá e ir direto pra casa do Bruno, não fazia ideia de como seria o final de semana, mas só o fato de estar com ele, pra mim, era maravilhoso, mais que perfeito, ele me trazia uma felicidade, uma paz, que não tive minha vida inteira.

Chegando na casa dele, toquei a campainha e meu coração disparou, ainda mais porque ele foi atender sem camisa, apenas com uma bermuda daquelas de futebol, ele não era sarado, mas pra mim, ele era perfeito, aos meus olhos, ele era tudo de melhor que tinha no mundo.

Bruno: - Até que enfim, tava aqui morrendo de fome te esperando.

Eu: - Seus pais não ficaram bravos de ter que me esperar pra jantar? – Perguntei preocupado.

Bruno: - Eles estão viajando, esse final de semana somos só nós dois. – Disse sorrindo, aparentemente malicioso.

Eu espantado: - Mas eu disse pra minha mãe que eles iriam ficar e agora?

Bruno: - Relaxa, não vamos fazer nada errado... Nada que você não queira.

Na inocência eu deixei passar aquilo despercebido, não pensei em nada com segundas intenções.

Comemos, eu lavei a louça, já estava acostumado, eu fazia isso todos os dias em casa mesmo depois do trabalho.

Ele ficou me observando, todos os movimentos.

Bruno: - Caramba, que prendado, minha mãe vai amar você.

Eu: - Você não faz isso?

Bruno: - Eu não, a empregada.

Eu: - Empregada é um luxo que eu não tenho, na verdade os meus avós tem e advinha quem é?

Eu conseguia ser engraçado com ele, eu me sentia tão livre, descontraído.

Ele tava meio esquisito, eu vi que ele estava muito inquieto, fora do comum.

Bruno: - Você já gostou de alguém? Quero dizer, já sentiu seu coração disparado, suor? Vontade de estar com essa pessoa o dia todo?

Eu gelei na hora, era exatamente o que eu sentia quando estava com ele. Não quis entregar o jogo, por medo de estragar a amizade, mas respondi.

Eu: - Já...

Eu estava de avental, um avental florido que de acordo com ele a empregada adorava, eu usava avental porque na minha casa, se sujasse/molhasse a roupa, tinha que esperar até o sábado para lavar, que era o dia que eu e minha mãe podíamos lavar nossas coisas durante a semana, até isso tinha na casa dos meus avós.

Bruno então se aproximou de mim, eu estava de costas pra ele, enxaguando a louça, até que sinto ele muito próximo, quase no pé do meu ouvido.

Bruno: - Já sentiu vontade de grudar na pessoa? De tocá-la mas teve medo da reação? Já quis que alguém se entregasse pra você? – Disse quase sussurrando no meu ouvido.

Me arrepiei na hora, senti a respiração dele cada vez mais próxima, até que seus lábios tocaram meu pescoço, ai sim eu fiquei completamente arrepiado na hora, até excitado um sentimento que eu desconhecia, ele mordia meu pescoço e beijava, eu deixava ele fazer o que quisesse, só queria curtir aquele momento, era o ápice da minha vida.

Ele me vira de frente pra ele e então gruda seus lábios nos meus. O meu mundo parou naquele momento, aquilo era tudo pra mim, ele era tudo pra mim.

Por um segundo, achei meu lugar no mundo, nos braços dele...

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Fala meus queridos, quis dar mais uma parte pra vocês já que estava sobrando um tempinho aqui, espero que estejam gostando minha história, comentem, deem sua opinião por favor.

Bom Sábado a todos, quando der pra postar mais eu posto, pode deixar.

Um grande abraço a todos e obrigado pela leitura !

Até mais

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Comentários

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Cara ... to encantado!

Vc tem o melhor texto do site e a sua história é mmmmto boa

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É eu tbm era assim cara, na verdade eu era do mal... Tinha vergonha de fazer amigos e ai ignorava as pessoas. Mas uma ex-amiga minha me salvou. Voce é nota dez na escrita, tbm era bom em redaçao?

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Eu me identifico bastante com a sua historia, sou calado não por ser homossexual, mas por timidez, eu gosto de estar na minha, muitas pessoas acham que sou metido que não falo com ninguém. Bom chega de fala de mim. Contínua estou adorando a sua historia.

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Acompanhando seu relato, a partir de agora. Sua narrativa é excelente. Indentifiquei-me com você no momento em que você disse que era péssimo em química. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Parabéns!

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Ser solitário e anti-social, já são motivos o suficiente para ser tachado de "viado". Você realmente está caidinho pelo Bruno. Não sei quais são as intenções dele para com você. Mas transpareceu só sexo. É bem possível que você transe com ele só por está caidinho por ele, porém o abuso sexual, que você sofreu na infância, lhe deixou com um trauma de sexo. E vai ser difícil para você superar... E ter coragem para transar. Estou adorando... Continue!

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Não comentei no conto anterior mais você é um garoto muito enforçado e inteligente pode ter certeza que um dia você irá ser recompensado, se já não esta sendo ; e esse papinho do Bruno de que "meus pais estão viajando" foi um truque bem antigo mais funcionou, e ele esta se mostrando uma boa pessoa até agora e realmente ele queria algo além da amizade contigo e meu você escreve super bem parabéns.

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owm que lindo*--* essa de convidar pra casa quando os pais nao estao é bem antiga, nao acredito q vc caiu nela kk's, gostei bastante da continuação vou acompanhar agora com toda a ansia que você poste um novo capitulo, amei esse novo capitulo bjss ;*

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Conto bastante interessante, decidi acompanhar. Bom final de semana (e final de ano)

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gostei, o bruno é bem legal e a coisa de convidar pra casa não cola mais kkkkkkkk, ja caí nessa. Adorei posta logo que eu to esperando nota 10

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