OVERDOSE - Parte 07

Um conto erótico de Alê12
Categoria: Homossexual
Contém 2265 palavras
Data: 21/01/2013 20:29:32

Queridos, um beijo pra cada um de vocês. Todos os comentários servem de inspiração pra mim. Adoro tanto as Críticas quanto os elogios, e adoro mais ainda, tomar um pouco do meu tempo para escrever para vocês. Obrigado queridos.

“E NOSSOS CORPOS, COMO COMETA EM ROTA DE COLISÃO, SE UNIRÃO EM UM UNIVERSO SÓ NOSSO”.

Boa Leitura...

A força do beijo era tão intensa, que mais pareciam estar matando a fome do desejo que invadiam seus corpos. Andrey acariciou a face dele, e voltou a repetir o que havia dito momentos atrás.

- Eu estou completamente apaixonado por você cara.

O Guilherme o encarou sem dizer nada.

Andrey... Acho melhor voltarmos. – ele tentava fugir da declaração feita pelo Andrey. Por um momento ficou sem entender absolutamente nada. Como assim apaixonado? Mas ele tem uma namorada, ele me disse que era comprometido. Nesse momento ambos já haviam se afastado um do outro.

- Guilherme, eu não sei como lhe dizer isso... Tá sendo muito difícil pra mim aceitar que eu estou gostando de outro cara, ou melhor, amando, porque é o que estou sentindo. Um amor tão forte por você, que não penso em outra coisa, senão ficar ao teu lado. Eu precisava desabafar. – ele abriu o coração para o Guilherme. Nunca havia sido tão sincero com alguém, como estava sendo com ele. Só ele sabia o quanto foi difícil aceitar aquele amor, mas agora estava mais calmo, e pronto pra encarar as dificuldades que iriam surgir.

- Andrey, eu sinceramente não sei o que dizer. Você é um rapaz muito bonito, eu adoro a sua companhia, o seu jeito divertido, mas entrar num relacionamento, pra mim é muito difícil. Eu não estou acostumado com isso. A vida me ensinou a ser assim, cruel e insensível comigo mesmo, entende? – ele dizia olhando fixamente para o Andrey. O que mais o Gui tinha de bom era a sua sinceridade, pois não gostava de magoar ninguém, ainda mais o Andrey, ao qual ele aprendeu a gostar e tê-lo como um grande amigo. – Andrey, eu vou entender se você quiser se afastar de mim, mas do fundo do meu coração, não dá. Eu não quero me envolver.

O Andrey estava em choque, não pela resposta negativa que recebera, mas sim pela sinceridade do Guilherme, que parecia dilacerar a sua alma. Ele sabia que no fundo aquilo podia acontecer, e a dor que ele sentia naquele momento, fez com que as lágrimas caíssem em seu rosto.

- Não, claro, eu entendo sim. – disse ele enxugando as lágrimas. Eu que fui um tonto em achar que nos dois... Enfim, deixa pra lá. Eu queria voltar, se você não se incomodar? – seu coração estava ferido, triste, sua alma machucada, pois sabia que o amor que sentia pelo Guilherme era forte, tão forte, que o fizera sofrer todas as noites pensando nele.

- Claro. – disse o Gui, encaminhando-se para retornar a casa. Estava complicado pra ele também. Abrir o seu coração para o amor, era pra ele, algo fora de cogitação. A vida, segundo ele, mostrara todas as formas cruéis e amargas de não poder amar, e sim, ser forte, rígido, racional. A sua própria família, ou melhor, o seu próprio pai faz questão de arrancar todas as acreditações de um sentimento bom entre duas pessoas. O Guilherme não queria magoar o Andrey, mas também não queria ficar sem a amizade dele. Percebeu na cara dele, o descontentamento ao receber uma resposta negativa do Gui.

- Eu gosto muito de você Andrey. Você é um cara bacana, trabalhador, honesto... Tudo que eu nunca vi em outro homem, eu vejo em você. Mas, eu não posso. Talvez eu não desse o suficiente de mim como você merece, talvez eu não me entregasse tanto, quanto uma relação a dois pede.

O Andrey olhava pra ele, e via sinceridade em suas palavras, o que aumentava ainda mais a sua admiração pelo Guilherme. Era doloroso um amor não correspondido, isso é óbvio! Mas que venha esta imensa dor, do que enganações de um falso sentimento.

- Esquece esse assunto Guilherme. Só peço que me desculpe, ter aberto meu coração assim pra você. – a tristeza ainda permanecia em seu olhar.

- Você não tem nada que me pedir desculpas Andrey, eu que devo, pois não correspondi as suas expectativas.

Eles lançaram um último olhar, voltaram a casa. O Andrey foi direto para o banheiro. Queria ficar sozinho, chorar, descarregar toda a tristeza que invadia o seu peito.

- Burro! Idiota! Imbecil! – ele dizia a si mesmo. – Como você pode achar que ele ia querer alguma coisa com você? Ele é de todo mundo, não consegue ser de um só, como você pôde ser tão idiota Andrey? – ficou sentado no chão frio do banheiro, enquanto as gotas de água quente caíam sobre seu corpo. Manteve-se naquela posição por um bom tempo, até passar toda a dor. Aqueles momentos de reflexão serviram-lhe para por os seus pensamentos em ordem, inclusive o seu coração. Não iria tocar mais naquele assunto com o Guilherme, e iria se afastar dele, para não sofrer mais do que já sofrera.

Enquanto isso, Guilherme conversa tudo que aconteceu entre ele e o Andrey, com os seus dois melhores amigos.

- Talvez essa seja a sua chance de ser feliz Gui. – o Dinho dizia em forma de alerta.

- O Dinho está certo. Você nunca abriu o seu coração para as possibilidades amigo. E ao que me parece, o Andrey além de ser um rapaz tão bom, ele está apaixonado por você, e olha que eu já vinha percebendo isso. – a Lívia também tentava convencê-lo.

- Gente! Vocês não conseguem entender. Eu não estou preparado para um relacionamento sério. Eu tenho o meu jeito livre de ser, os meus defeitos que só eu sei como são difíceis de alguém lidar. O Andrey é tudo isso que vocês falaram, mas daí namorar ele, pode esquecer!

- Sabe qual é o seu problema? Você se fechou para o mundo. Acha que todos são iguais, que... O que a sua mãe passou com o seu pai, você vai passar também. Guilherme, até quando você vai viver nesta vida de pegação. É cada dia um homem diferente e no final, quem fica com o vazio no peito é você. – Lívia bradava aos quatros cantos.

- Nós queremos o seu bem amigo. – O Dinho encostou perto dele. Dê uma chance para você mesmo. Dê uma chance para o amor. Você vai vê o quanto é gostoso sentir alguém do seu lado, te protegendo, te amando, cuidando de você. Dê uma chance pra sua felicidade Guilherme. – disse o Dinho em tom brando.

- Eu não acredito nessas coisas e vocês dois sabem muito bem disso. Eu sou muito racional. Para quê amor hein? Pra depois sofrermos, chorarmos, viver como um idiota se lamentando pelos cantos? No início tudo são flores, e depois? Depois vira um verdadeiro inferno! – Não, eu não posso estragar a minha liberdade, por conta de um sentimento tão egoísta.

- O Egoísta aqui é você. – disse Lívia sem paciência. O que seria a vida sem riscos? Sem dores? Sem sofrimentos? Esta é a condição de todo ser humano. E enquanto a liberdade... Amar e ser livre podem muito bem andarem juntos, só depende de nós! O que não é aceitável é fugirmos como covardes da felicidade, das coisas boas da vida. Mas enfim, a vida é sua... Eu como sua amiga, me achei no direito de te dizer tudo isso, agora cabe a você ouvir ou não. Com licença que eu vou tomar um banho. – ela se retirou, e o Dinho fez o mesmo.

Ele foi para varanda da casa e ficou observando de longe os seus colegas de faculdade. Havia dois casais que estavam sentados na areia, trocando carícias de selinhos. A cena mexia com ele. Ascendeu um cigarro, sentou-se numa cadeira cruzando as pernas e fechou os olhos. Pequenas lágrimas caiam do seu rosto, mesmo com os olhos fechados. Um filme veio em sua cabeça. As brigas com o pai, os caras que já ficou, seus amigos... Nunca, nenhum homem sequer disse a ele que o amava apenas se aproximava, pelo fato de ele ser rico, ter boas condições. Agora surge o Andrey... No início quando o conheceu, não sentiu muita coisa por ele, mas quando a amizade deles foram crescendo, o Guilherme se encantava cada vez mais por ele. O Andrey o fazia rir, se sentir bem... Sabia que o seu sentimento não era amor, mas nutria um carinho mais que especial, por aquele negro maravilhoso, em todos os sentidos. Fumou o seu cigarro, e nem se deu conta que já escurecera. Voltou ao quarto para pegar uma toalha de banho, quando viu o Andrey deitado na cama, todo encolhidinho. Observou aquele corpo lindo, o seu rosto meigo, de bom moço, seu sorriso espontâneo e iluminado. – Vai ser melhor assim Guilherme. Deixe as coisas do jeito que estão. – ele falava em pensamentos, e nem viu quando o Victor, o seu pior inimigo apareceu por trás dele.

- Tá admirando o negrinho viado é?

- O que você quer aqui seu idiota? – Guilherme virou-se para encará-lo.

- Poxa, você não deixa escapar ninguém não é mesmo. Bem que dizem por aí que viado não agüenta ver um pau que já quer pegar.

- Você não me provoca seu filho da puta, senão arrebento essa tua cara de retardado.- o Gui ameaçou.

- Agora você partiu para os negrinhos é? Enjoou dos brancos? – Victor provocava ele.

- Sabe qual é o teu problema Victor? Você não passa de um viado encubado, que fica tirando onda de machão. E eu tenho certeza que o motivo de tanta perseguição, é porque eu nunca dei bola pra você. – Guilherme o encarou firme.

- Faz me rir seu viadinho. Você acha mesmo que eu me interessaria por você? Acorda imbecil, meu negócio é mulher, entendeu?

- Será mesmo Victor? – disse o Gui em tom de sarcasmo. – Eu tenho minhas dúvidas em relação a isso. Aliás, tenho minhas dúvidas com a sua tropinha também. Já cheguei até a pensar que vocês três se comiam entre si. – Guilherme não conteve o riso e caiu na gargalhada, zombando o Victor.

- Escuta aqui... – ele ia botar o dedo na cara do Guilherme, mas este foi mais rápido.

- Escuta aqui você seu cretino de merda. Essa é a última vez que você enche meu saco, pois já perdi a minha paciência contigo. A próxima... E eu faço questão de pagar alguém pra cortar essa tua língua, de onde só sai lixo. Seu verme nojento. Agora suma desse quarto e da minha vida de uma vez por todas. – Guilherme com toda sua maestria e masculinidade, o expulsou do quarto. Ele já não suportava mais as provocações do Victor. O Andrey tinha um sono pesado, pois mesmo com toda a discussão ele permaneceu dormindo. Guilherme voltou a observá-lo, só que desta vez, ele já acordava aos poucos.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntou Andrey.

- Não, eu só vim pegar uma toalha, mas já estou saindo. Com licença. – Guilherme ia sair, quando foi interrompido.

- Espere. Eu... Queria falar com você. – Guilherme recuou e sentou na beira da cama.

- Pode falar Andrey.

- A respeito daquele assunto... Eu tomei uma decisão, que achei ser a melhor de todas...

- E o que você decidiu? – perguntou Guilherme curioso.

- Vou me afastar de você Guilherme. Amanhã mesmo estou voltando para o Rio.

Guilherme o encarou sério, meio em choque com o que ele disse.

- Você não pode fazer isso Andrey, uma coisa não justifica outra.

- Eu já tomei a minha decisão. Para que eu não sofra mais, prefiro me afastar. Vai ser melhor pra mim Guilherme.

- Por favor Andrey, não faça isso. Você é muito importante pra mim. Eu gosto muito da sua presença, tanto que fiz questão que você viesse pra esse lugar.

- Eu não vou suportar está ao seu lado apenas comigo amigo, tente entender Guilherme. Eu sei que você não me ama e tal, mas não dá cara, amanhã eu partirei bem cedo.

- E se eu te disser que fiquei pensando muito e cheguei à conclusão que não consigo tirar você da minha cabeça?

- Não precisa mentir pra mim Guilherme, só me machuca ainda mais.

- Eu não estou mentindo. Eu não sei o que estou sentindo ao certo, mas é uma coisa boa sabe?... – nesse momento o Gui começou a chorar. – Desde que você entrou em minha vida, eu me sinto mais alegre, mais firme, e toda vez que você ia embora, uma tristeza invadia minha alma. É como eu te disse Andrey, eu não sei o que estou sentindo, mas a única certeza dentro de mim, é que não posso viver longe de você. Não vai não. Fica aqui. Fica comigo!

- Andrey se aproximou dele, e seus olhares novamente se cruzaram. Ele encostou a sua testa na do Guilherme, e aos poucos foi descendo seus lábios na face dele.

- Eu vou te ensinar o que amar, eu vou te mostrar o amor de verdade. Me dá essa chance? – O Andrey olhava pra ele, roçando sua boca no rosto do Gui.

- Eu te dou Andrey. Eu te dou todas as chances que você quiser.

Nesse momento as palavras não faziam mais sentido. As línguas de ambos se entrelaçaram numa fúria fulminante. Aquele beijo foi mais intenso que o último dado por eles. Havia os mais puros sentimentos ali, inclusive o amor, pois o que o Guilherme não sabia, é que estava sendo tomado por este sentimento desde o inicio, mas sua razão o bloqueava de aceitá-lo. Ele também estava apaixonado pelo Andrey, e não tinha como fugir disso. Por mais que quisesse, o seu corpo e a sua alma, implorava pelo corpo negro e intenso do Andrey.

CONTINUA...

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Comentários

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Eu fiquei afastado e perdi muitos capítulos. Mas está ótimo.

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Valeu pelo comentários, continuem sempre lendo. XERO!

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Sensacional cara, muito bom esse capítulo. Sei que o casal vai passar por diversas provações, mas acho lindo demais o amor que o Andrey tem pelo Gui e o poder que esse terá para mudar as coisas.

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Cada vez melhor, seu conto caminha para um maravilhoso romance e espero que com partes bem, mais bem quentes mesmo. Está maravilhoso mesmo, nada de um conto feijão com arroz, temos mais que personalidades que arranham a superfície. Esperando o próximo conto.

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Muito bom. A melhor parte até aqui. Parabéns! 10

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Primeiramente o Guilherme deu uma chance pra ele, pro coração dele e para o Andrey, e também acho que o Victor e os amiguinhos dele se comem entre si, e tomare que o amor desses dois deêm certo, mais eu acho que o Victor vai tentar sim separar eles mais o amor ultrapassa todas as barreiras; e meu continue logo que 10 pra você é muito pouco.

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finalmente o gui vai dar uma chance pro andrey, to amando o seu conto, cont. logo 10

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