Amar contra o destino – 2ª TEMP. Cap. V

Um conto erótico de Gustavo & Iky
Categoria: Homossexual
Contém 3985 palavras
Data: 10/01/2013 03:54:28
Última revisão: 10/01/2013 06:00:50

Amar contra o destino – 2ª TEMP. Cap. V

Série ACD 2x05 - Paixão, Prazer e Pecado.

– Uma última coisa... Ber, cuidado, toma cuidado com o... – O Ricardo deu um último suspiro e parou, seus olhos fecharam, sua cabeça caiu para o lado, o monitor que estava ligado nele zerou seus batimentos e um som, o último som que eu gostaria de escutar naquela hora, se expandiu pelo quarto.

PIIIIIIIIIIIIIIIIIIII...

– NÃOOOOOOOO! – Gritei de imediato ao entender o que aquele som significava, abraçando Ricardo fortemente contra o meu corpo, procurando assim, mantê-lo vivo, perto de mim.

– Ricardo... – Chamou a mãe de Ricardo, entregando-se a um choro doído, procurando refúgio nos braços do diretor Mauro que estava ao seu lado.

Imediatamente após ouvir o som, a equipe médica ali presente tomou as rédeas da situação. O médico e uma enfermeira dirigiram-se para o corpo de Ricardo, imóvel e desanimado, em cima da cama, tirando-o de meus braços e me afastando dele, enquanto começavam os primeiros procedimentos de reanimação. Enquanto que as outras duas enfermeiras nos retiravam do quarto, ainda vi o médico fazendo uma massagem cardíaca e pedindo a uma enfermeira que trouxesse o desfibrilador.

Ao sair do quarto fomos conduzidos para a sala de espera, o clima era o pior possível. A mãe de Ricardo estava desesperada, parecia que o pior já estava decretado, já era algo certo. O pai de Ricardo, mesmo neste momento, me olhava com cara de poucos amigos, só me parecia humano, por consolar sua esposa, que chorava copiosamente em seus braços. Eu não agüentava mais me fazer de forte naquela situação. Sentia um nó na garganta, que me impedia de respirar, um peso em meu peito que me causava uma dor, uma dor profunda. Uma coisa era não está com Ricardo, mas tê-lo ali, por perto, mesmo brigados, ainda o tinha, mas agora o risco de perdê-lo era grande e esta possibilidade me consumia, me atormentava, me aterrorizava.

Mas eu não podia me entregar, a batalha ainda não estava perdida. Deus não poderia fazer aquilo comigo de novo. Não agora. Não depois de tudo o que eu já sofrera, das pessoas que eu já perdera. Será que todas as pessoas que eu amo estão fadadas a morrer? Será que meu destino é viver sozinho?

O pai de Ricardo estava sentado num sofá, abraçado com sua mulher na sala de espera. O diretor Mauro ficou acomodado em uma poltrona com um ar de preocupação. Foi uma das poucas vezes que vi o Senhor Mauro abandonar seu sempre ar formal, seu rosto transparecia uma sincera preocupação. Todos estávamos cientes dos riscos que Ricardo corria. Eu não conseguia sentar, não conseguia ficar em pé. Estava nervoso demais, apenas andava de um lado para o outro. E o tempo, minha noção de tempo estava louca, ora eu achava que o tempo não passava, sempre que eu olhava para o relógio os ponteiros pareciam está no mesmo lugar, ora eu achava que estávamos naquela angústia há dias, pois parecia que aquele inferno nunca ia acabar.

Não sou uma pessoa religiosa, mas naquele momento me voltei pra Deus. Pedi pela vida do meu amor, tirando o Ricardo, eu só tinha o Guto. Sem eles eu estaria sozinho. Além do mais, Ricardo ainda era praticamente um menino. Nós éramos. Nós somos. Ele ainda tem toda uma vida pela frente.

– Deus, não permita que o Ricardo morra, ele ainda é tão jovem, ele é tão bom, conseguiu ver algo bom em mim, quando nem eu mesmo conseguia. Ajude-o neste momento. Salve sua vida. Salve minha vida, Senhor! – Já estava entregue as lágrimas, tremendo, quando vimos à porta se abrir e o médico adentrar a sala de espera com um semblante abatido. Senti minhas forças abandonarem minhas pernas.

– Eu lamento muito, mas o paciente Ricardo não resistiu, nós tentamos tudo o que estava ao nosso alcance. – O médico falou condescendente com a nossa dor.

– Não doutor, não pode ser verdade! Isso não pode está acontecendo, não agora, não tão de repente. NÃOOO! – Falei sentindo minhas forças diminuírem, o ambiente foi escurecendo, minha cabeça rodou, até que tudo sumiu e eu apaguei.

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Narração Augusto.

Escola:

– Nossa Guto, tá onde vey? Tô falando contigo há horas e tu parece um morto vivo, não ouviu nada do que eu falei não, fera?

– Cara, tô preocupado com meu irmão. Ele saiu há horas e não deu noticias até agora. E o Ricardo sempre foi o melhor amigo dele, cara. Mas está demora, não tô achando que isso vai presta não, vey!

– Vishe cara, desencana! Tá tudo bem, o Bernardo já deve está em casa. Mas vamos que a aula já terminou. – Hugo disse isso já se levantando e indo em direção à porta, sendo logo acompanhado por Guto. Ao passarem pela recepção da escola, Guto é abordado pela coordenadora pedagógica da escola.

– Senhor Augusto, o senhor poderia me acompanhar. Recebi uma ligação do diretor Mauro, parece que seu irmão sofreu um desmaio, está tudo bem, mas o diretor pediu para que o levasse após o final da aula até o hospital, para você acompanhar seu irmão.

– Aconteceu alguma coisa com o Ber? Ele tá bem? Por que ele desmaiou? – Falei preocupado demais e sendo atropelado pelo medo de ter acontecido algo e de estarem me escondendo.

– Calma, seu irmão está bem, foi apenas uma queda de pressão. Ele foi atendido e medicado, está apenas se recuperando, quando chegarmos ele já deve estar acordado. Mas ele vai precisar muito de seu apoio. – Disse a senhora Olga, já entrando no carro, apontando para a porta do passageiro.

– Por quê? – Falei me assustando, já imaginando que não viria coisa boa.

– Ele e o aluno Ricardo Luís eram muito próximos, né? – Falou dando ignição no carro.

– Sim, por quê?

– Você devia saber que ele estava doente, enfrentando um câncer maligno, certo? – Falava a coordenadora enquanto analisa minha reação, como se procurasse as palavras certas.

– Soube há pouco tempo. Aconteceu alguma coisa com ele?

– Infelizmente, o aluno Ricardo faleceu está manhã.

Não respondi nada. Apenas a observei. Seguimos o restante do trajeto praticamente em silêncio. Apenas me preparava para ser forte pelo Bernardo, que deveria estar destruído. Ao chegar ao hospital, fomos encaminhados até a sala de espera onde encontramos o diretor Mauro, ele me explicou a situação.

– Augusto, pedi a coordenadora Olga para lhe trazer aqui, porque gostaria que quando o Bernardo acordasse você o acompanhasse até em casa, pois terei de retornar pro colégio e ele precisará do apoio da família para superar a perda de seu “amigo”. – Percebi uma ênfase na pronuncia da palavra amigo, achei, naquela hora, que, talvez, o diretor Mauro soubesse o que realmente rolava entre Bernardo e Ricardo.

– Ok, onde está o Ber?

O diretor me conduziu até um quarto onde encontrei Bernardo ainda dormindo. Ao entrarmos no quarto, Bernardo começou a se mexer e foi despertando lentamente, mas logo que recobrou a consciência, voltou a chorar. Eu imediatamente abracei-o, tentando protegê-lo, como se com meus braços envolta de seu corpo eu pudesse defende-lo de tudo, até mesmo daquela dor que se apossara de seu rosto, que anuviava seus olhos.

– Bem, logo que estiverem prontos, sigam à sala de espera, Bernardo já foi liberado pelo médico e a senhora Olga está esperando os senhores, ela vai acompanhá-los até em casa. Eu preciso ir. E Bernardo, meus pêsames. Eu sinto muito por sua perda. – Disse o diretor já retirando-se do quarto, nos deixando sozinhos.

Bernardo nada respondeu, apenas chorava mais e mais em meus braços.

– Calma Ber, eu estou aqui. Eu não vou te abandonar. Pensa que ele tá melhor agora. – Falei isso mesmo sem acreditar nisso, mas precisava fazer com que Ber se acalmasse.

– Eu o perdi Guto. Eu perdi. Ele me abandonou. Por que, por que Guto? – Ele falava choramingando em meus braços.

– Ele não ia te querer assim cara. Ele sempre fez tudo pra ti ver feliz, pra cima. Ele não gostaria de te ver sofrendo tanto assim, não.

– O que mais me dói é saber que ele me amava, me queria e que não estávamos juntos. Estávamos sofrendo um pelo outro, queríamos um ao outro e não pudemos ficar juntos por causa de medo Guto. Não quero mais perder ninguém por medo.

– Não precisa ter medo, eu estou com você agora e não vou deixar que nada de ruim aconteça. – Eu pude ver que a morte de Ricardo havia abalado mais Bernardo do eu temia. Bernardo andava muito estranho, acho que desde que ele havia brigado com o Ricardo, só Deus sabe por que, nunca morri de amores por ele, mas o comportamento de Bernardo, estava me preocupando. Principalmente depois que ouvi aquela conversa do Ber com o FDP do Guilherme, eu ainda tinha minhas contas pra acerta com ele, isso ainda não estava resolvido. Pensa o quê? Que estupraria meu irmão e ficaria por isso mesmo! Só de lembrar disso, tenho vontade de socar aquele viado até afundar aquela cara de fuinha dele pra dentro. Mas agora não era a hora. Percebi a gravidade, pois sabia que a melhora de Bernardo na depressão após a morte de nossos pais era, em parte, por causa de Ricardo. Então Bernardo precisaria de mim, e eu estaria lá pra ele, pro que ele precisasse.

– Guto, eu preciso ver ele, mas eu não quero me despedi, entende? Eu tava com tanta raiva dele, mas agora isso tudo é tão pequeno. – Bernardo falava entre soluços, quando ouvimos batidas na porta.

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Narração Bernardo.

– Com licença, mas eu preciso muito conversar com você Bernardo. – Disse dona Ana, mãe de Ricardo, com os olhos vermelhos e com uma bolsa nas mãos.

– Não sei se o Bernardo está em condições de conversar agora não. – Falou Augusto com um olhar protetor para mim.

– Obrigado Guto, mas eu quero falar com a dona Ana sim, ela é a mãe de Ricardo, e preciso conversar mesmo com ela. – Disse sentindo a dor voltar mais forte ao meio peito e o nó voltar a se formar em minha garganta, ao perceber que a simples menção do nome dele me era doído, pois me trazia a tona nossos momentos, nossa amizade, sua alegria e seu amor. Tudo o que antes foi motivo de alegria, agora era motivo de dor, pois me lembrava o que eu estava perdendo, o que estava ficando para trás.

– Tudo bem, mas qualquer coisa eu estou logo atrás da porta é só chamar. Não quero que me assuste de novo como esta manhã e acho que você já sofreu demais, já sofremos demais. – Augusto falou se dirigindo até a porta, enquanto eu pensava: Quando ele passou a cuidar de mim, que não notei, quando ele amadureceu, se minha última lembrança é de um moleque irresponsável, egoísta e turrão. Aquela cena me pegou de surpresa e eu estava admirado com aquele comportamento de Guto. É bom quando nos sentimos cuidados, principalmente em momentos como estes.

– Meus sentimentos senhora Ana. – Disse meu irmão antes de sair do quarto, recebendo um aceno com a cabeça de resposta de dona Ana.

Após, meu irmão sair do quarto, senti-me sozinho, mesmo estando acompanhado e um silêncio constrangedor instaurou-se entre nós. Até que ele é quebrando por ela.

– Ele te amava. Meu filho te amava muito. – Ela começou nossa conversa com esta afirmação, que logo nos fez chorar silenciosamente, ao perceber que já nos referíamos a ele no passado.

– Eu também o amava muito. Eu o amei de uma maneira que não amo a mais ninguém. Eu ainda o amo. E esse amor estava me matando quando brigamos. Mas pelo menos eu o tinha, mesmo que fosse pra sentir raiva por sua covardia de não enfrentar a senhora e seu marido, mas eu o tinha. Agora, esse amor me mata por não poder mais ter ele. Por não poder nem ter raiva dele. Nem isso ele me deixou. – Falei já aos prantos – Aquele covarde, me abandonou, me magoou e foi embora me fazendo amá-lo mais ainda. É tanta dor que sinto, parece que meu coração está sendo retalhado, sinto como se um ferro em brasas atravessasse minha garganta.

– Eu sei meu filho, eu também sinto isso. – Ela disse segurando minha mão. – Mas você está enganado. Ricardo nunca foi um covarde. Ele não te deixou por covardia, ele te deixou por amor.

– Por amor, por amor fica-se do lado de quem se ama, não o abandona por medo do paizinho, ou me desculpe, sei de sua dor, mas por medo da senhora também, que mudou da água pro vinho comigo.

– Escute Bernardo, tem muita coisa que você não sabe sobre o Ricardo, mas ele não te abandonou por isso não. – Ela falou de forma calma, serena até. Segurando minha mão agora com as duas. – Ricardo, pediu pra eu te entregar isto depois que ele partisse. – Ela pegou sua bolsa e tirou de dentro um envelope. Reconheci imediatamente a caligrafia rústica e muito característica de Ricardo. Havia apenas meu nome no envelope. Olhei para dona Ana que fez sinal de aprovação me encorajando a abrir o envelope, meu estomago há essa hora já dava voltas e voltas, parecia que eu havia engolido um bando de borboletas e todas feitas de gelo, pois senti minha barriga gelada. Ao abrir encontrei:

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Carta de Ricardo:

Para o amor da minha vida Bernardo:

"Eu me lembro de quando te conheci, éramos crianças ainda, a princípio não fomos um com a cara do outro, implicava com você e você comigo, mas isso foi mudando a cada ano que se passava e fui conhecendo melhor você, passamos a ser amigos e depois melhores amigos e tive o prazer de um dia ser seu namorado. Nunca fui gay, sempre fui muito convicto de que era hétero, mas o que você despertou em mim foi mágico, e me apaixonei por você. E essa paixão veio no momento em que eu mais sofria. Eu fui ao médico e recebi o diagnóstico de minha doença, saí desesperado do Hospital, sempre quis saber quanto tempo eu ainda tinha de vida, porém percebi como nunca estamos preparados para saber essas coisas e infelizmente minha doença atingiu um estágio irreversível aos olhos da ciência e da medicina. Saber quanto tempo ainda tinha de vida só me fez sofrer mais, ter que tomar algumas decisões, e uma delas foi de te deixar Bernardo, de me separar de você. Mas entenda meu amor, tudo o que fiz foi para seu bem, eu queria te poupar de mais uma perda em sua vida. Não me arrependo de nada que fiz, eu queria sim te dar todo meu amor, mas seria injusto com você te amar por alguns meses, e depois partir de sua vida. Se está lendo essa carta Ber é porque eu não consegui mais lutar contra minha doença, eu tentei sei forte, eu lutei por minha vida, mas minha doença foi mais forte do que minha vontade. Minha vontade era sim, de me curar e ao seu lado construir minha vida. Mas assim não quis o destino, e infelizmente é difícil amar contra o destino. Nosso relacionamento começou nos momentos mais conturbados da minha vida, mas com você aprendi a ter esperanças ainda, aprendi a não desistir fácil do que queremos, aprendi amar de verdade e fui muito amado. Não duvido de seu amor por mim também, sei que me amou e que ainda me ama, mas um dos corações dessa relação hoje parou, de uma forma cruel que o destino separou. E nos seus sonhos aparecerei e te encontrarei, de onde estiver te protegerei, meu amor por você será eterno Ber. Viva meu lindo, você é forte, e sei que irá superar mais essa vez, você merece ser feliz, e saiba se estiver feliz, feliz também estarei. Eu não sei muito o que dizer, você mais do que ninguém sabe de que nunca fui bom com as palavras, e é isso que eu queria te dizer meu amor, e que as lembranças que tenha de mim, de nós, seja as que te fazem bem. Eu te amo”.

Ricardo

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Finalizei a leitura aos prantos, meu amor, minha vida, estavam ali, naquelas derradeiras palavras. Tentei falar, mas não consegui, apenas chorei, chorei compulsivamente, um choro doido, saudoso, um choro sentido. Por que o destino tinha me separado dele, por que? Então senti algo inesperado, Dona Ana me abraçou, chorava também, me apertou forte contra seu peito, acariciando meus cabelos.

– Você foi tudo o que me restou dele. Ele vive em você agora através do seu amor, eu olho pra você e vejo a ele, sei que tudo o que ele mais queria era te fazer feliz. – Ela disse essas palavras enquanto eu sentia suas lágrimas molharem o meu rosto. – Eu nunca fui contra o namoro de vocês, o Ricardo que me proibiu de fazer qualquer tipo de aproximação de você. Ele queria que você o tivesse como uma doce lembrança. Que não sofresse tanto com a partida dele.

– Quando ele fez isso? – Finalmente falei, com soluços entrecortados.

– A mais ou menos um mês quando foi diagnosticada a metástase, logo após a briga que ele teve com o pai dele por você. O pai dele ameaçou mudá-lo de escola, de cidade, corta mesada, até de batê-lo mais ele enfrentou o pai corajosamente por você, só que uma semana ou duas semanas antes Ricardo acordou com fortes dores de cabeça, o levamos imediatamente para o médico dele, o doutor Müller, que depois de demorados exames, diagnosticou a metástase e já nos desenganou por o organismo de Ricardo não está mais respondendo ao tratamento, tudo o que poderíamos fazer era amenizar os sintomas da doença e deixá-lo ter uma vida o mais próximo do normal de um jovem da idade dele. Até queríamos que ele ficasse mais em casa, pra termos ele por mais tempo, que ele abandonasse a escola, mas ele não nos permitiu fazer isso. Ele disse que lá era o único lugar onde ele se sentia calmo, por estar perto de você.

– Obrigado, por me entregar está ultima mensagem dele. – Falei, sem nem mais saber o que sentia: dor, raiva, impotência, saudade, amor...

– Gostaria que você viesse a minha casa para o velório, posso lhe garantir que você será bem recebido e bem tratado. Tem minha palavra. – Falou esperando por uma resposta. Apenas assenti com a cabeça. Havia sido muita informação e eu ainda estava meio em estado de choque eu acho. Ou estava começando a ter outra queda de pressão. Depois disso Guto me levou pra casa, na verdade, dona Olga nos levou pra casa em seu carro.

Chegando em casa não expliquei nada a meu avó, apenas subir para meu quarto, minha cabeça estava estourando.

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Narração Augusto.

– Por que vocês demoraram tanto? Vocês sabem que horas são Guto? Tô sem almoçar até agora! – Falou de forma ríspida o senhor Zeca, com sua leveza e simpatia de sempre.

– Estávamos no Hospital, vô. Um amigo nosso faleceu e o Ber não se sentiu bem. – Guto falou tentando manter o máximo de diplomacia possível.

– Mas é muita frescura mesmo! Quem morreu, já morreu. Por causa disso agora eu vou passar fome, é? Se seu irmão tem essas frescurinhas de hospital, por que amiguinho morreu, eu é que pago o pato? Quem manda nessa casa sou eu, eu pago as contas e não vou aceitar viadagem pra cima de mim não. – Ele falou em um tom ameaçador.

– Não é viadagem, vô. – Falei reunindo toda a minha curta paciência pra manter a calma, mas já sentindo leves tremores de raiva pela situação. Imaginei aquela conversa acontecendo com o Ber, no atual estado dele poderia ser o estopim pra acontecer uma tragédia. – O melhor amigo do Bernardo morreu e você queria que ele fizesse o quê? Soltasse fogos de artificio, comemorasse? Aquele carinha que está lá em cima é simplesmente a melhor pessoa que eu conheço e não tem passado por bons bocados nestes últimos anos não. Nossos pais morreram, o que não foi fácil pra nenhum de nós dois superarmos, mas eu sempre fui mais forte. Sempre me virei melhor. Ele sofreu demais com essa perda. Depois foi nossa avó, essa sim, nos amava e nos cuidava de verdade, não ficava nos explorando como o senhor faz. E agora o melhor amigo dele, aquele que sempre foi seu apoio. Só restei eu pra ele, já que o senhor nem pra isso serve. Agora, experimente magoá-lo, experimenta fazê-lo sofrer desse tanto que seja, experimente. – Falei isso, mostrando o tamanho com o polegar bem perto do indicador.

– Você vai fazer o quê, oh projeto de marginal? Nunca fui mesmo com a cara de vocês.

– Opções não me faltam, velho nojento. Primeiro posso quebrar tua cara. Mas minha educação e meu respeito à vovó e meus pais não me permitem não. Não bateria em você, mas poderia te denuncia por exploração de menores, fora que eu já saquei qual é a tua faz tempo. Seu pedófilo de merda, ou te comportar direitinho ou a policia vai saber das porcarias que eu encontrei naquela pedra que tu chama de computador. – Falei isso cuspindo as palavras de tanta raiva e nojo que eu sentia dele. Nunca me importei muito com as merdas que ele via desde que não fizesse nada comigo, com Bernardo ou com uma criança qualquer. Enquanto ficasse no campo da fantasia não via problema. Mas permitir que ele humilhasse meu irmão, principalmente no atual estado dele, jamais.

– Você o quê? – O velho disse mudando de cor e subindo meio tom em sua voz.

– Você entendeu bem. Então fica na tua que eu fico na minha. Ah, e não mexe com o Ber, entendeu! – Falei e fui pra cozinha deixando-o sozinho em pé na sala, com a maior cara de quem tinha visto assombração.

Preparei algo pro Ber comer e levei no quarto dele. Ele estava deitado, depois de muito insistir ele comeu, mas foi muito pouco. Então, decidi ficar ali. Me deitei na cama com ele e o abracei da forma mais carinhosa e afetuosa que pude. E o cuidei até ele dormir.

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Narração Bernardo.

Era muito bom está com o Guto ali, do meu lado, me sentia mais confortado. Não me sentia bem. Sentia-me confortado, acompanhado, até protegido. Mas eu sangrava, me faltava um pedaço, respirar era doido. E a todo o momento me lembrava de Ricardo. De sua alegria, de seu otimismo. Como eu viveria sem ele Deus? Como?

Depois de chorar um tempo abraçado a Guto, sentindo da maneira mais fraternal que um irmão pode sentir outro, eu adormeci em meio às lágrimas.

Estava em um jardim, mas não sabia nem onde era nem como havia chegado ali, mas me sentia bem. Sentia uma luz cálida tocar minha pele, uma brisa doce e agradável tocava meu corpo até que viro e vejo... Rick?

... TO BE CONTINUED.

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Série ACD 2x05

Paixão, Prazer e Pecado

Gustavo & Iky

Quero iniciar dizendo que esse capítulo não foi escrito apenas por mim. Um grande amigo que tive a oportunidade de conhecer aqui na CDC e que me ajudou hoje, tive uns problemas de saúde hoje, e ele me ajudou. É o Iky, o responsável pelo desenvolvimento desse capítulo, todos os créditos vão a ele, que até então era apenas leitor, mas que agora mostrara seu talento como escritor. Unindo minhas inspirações e as dele, surgiu esse conto de hoje e eu espero que todos tenham gostado. Quero agradecer a todos os leitores que acompanham a série, que repito está chegando ao fim, mas que reserva muitas surpresas por aí. Tentarei postar a continuação entre amanhã e sábado, fiquem ligados hehe. Ate o próximo post, beijos e abraços a todos.

contato_MSN: guhhh_ufc@hotmail.com

> Gente eu vi uma ideia parecida em outro site de contos, e resolvi implantar aqui com voces tambem.

Criei uma ask.fm (para quem não conhece, é uma rede social de perguntas e respostas). Lá voces poderam tirar duvidas sobre o conto, sobre mim, ou sobre qualquer assunto que responderei com prazer hehe.

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Comentários

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o que dizer? so posso falar que foi fantastico, muito bom, esperando a continuação, e aprece no msn cara.

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cara sem palavras, to quase chorando, muito bom esse conto, vo te add msn, ok?

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mto bom, emocionante de verdade parabens aos dois

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nossa emocionante e triste, porem o conto ficou perfeito, parabens!

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perfeito!!! Mas muito triste e emocionante! Mas perfeito! :)

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Perfeito, maravilhoso, imcomparavel, irretocável... ... ... Parabéns!

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Oi pessoal, estou escrevendo uma série de contos hétero. Quem curte contos não só com sacanagem, mas também com uma história beeem detalhada recheada com muito romance, conflitos, intrigas, reviravoltas e sexo é claro, não pode perder... Acabei de postar a terceira parte. Deem uma olhada. Por favor votem pra eu saber se estou indo bem ou não... Beijos!

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kracaaa vei eu choreeiii mto lendo esse o destino foi muito cruel e tb me subiu um ódio por que parte disso é culpa do guilherme que começou a discurssao na escola penssei em todas as maneiras de mata-lo esse garoto deveria ser posto em um albergue espero que ele sofra muito e realmente to sem palavras agora

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Lindo, triste, emocionante, sem palavras aqui pra falar, muito bom Guh e parabens Iky, parceria ficou maravilhosa e o conto ficou perfeito, chorei muito aqui, foi um dos contos mais emocionante que eu ja li, fiquei com muita pena do Be, agora o Guto vai ter que ajudar o Be nesse momento dificil.

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Ficou muito emocionante meu amor, parabens aos dois, realmente ficou uma excelente parceria nesse conto. Estao de parabens meu Guh e Iky.

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Iky meu querido, sabe que adoro lê os seus comentários nos meus contos e digo que fico muito feliz por vc está iniciando como autor. rsrsrsr... adorei o conto. 10, e espero vê os seus comentários em Overdose, meu proximo conto. Beijos querido.

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É difícil um conto me deixar emocionado e o seu está conseguindo haha! Pense num nó na garganta e os zóio cheio d'água que ficou aqui! haha! A carta é a melhor parte, sem dúvidas! Perfeito como sempre! Essa parceria com o Iky deu certo heim! haha! Ansioso pela continuação =P Abraço Guhhh!

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Adorei a paraceria entre você e o Iky, na minha opinião o capitulo de hoje foi um dps mais emocionates desse conto, chorei muuuito, deve ser muito dificil pro Bernardo mais o meu querido Guto tenho certeza que vai ajudalo a superar isso.

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E só pra ser chato o correto é fã.

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