Dia da caça 12

Um conto erótico de CrisBR
Categoria: Homossexual
Contém 1601 palavras
Data: 29/03/2013 01:33:06
Assuntos: Gay, Homossexual

Bom, o conto está acabando... Alguns mistérios a serem desvendados e o que vocês acham que é a resposta para tantos enigmas? Deixem seus chutes. Espero estar agradando de alguma forma e obrigado mais uma vez pelo número de leituras que tem sido muito grande. Valeu mesmo e... boa leitura!

Eu conhecia aquela folha...

Eu conhecia aquela letra...

Era a letra de Lucas.

Eram as páginas arrancadas do diário.

A salvação?

Sim, era minha salvação.

Me sentei na cama e comecei a ler aquele texto que tanto me interessava:

“Hoje me encontrei com meu psicólogo. A minha relação com o Carlos tem sido muito boa. Ele é lindo e parece ser meu amigo, mas num ainda não consegui contar tudo pra ele. Minha mãe tem me pressionado para eu melhorar na escola, mas não faz nada contra meu padrasto. Ele me bate, me chantageia, passa a mão em mim e minha mãe finge não saber de nada. Claro que eu não tenho coragem de contar disso pra ninguém. Acima de tudo ela é minha mãe né... Mas as vezes dá vontade de falar tudo.”

Eu lia atônito percebendo que ele sabia de muito mais coisa, mas ainda não tinha tido coragem o suficiente para me contar.

Continuei...

“Quarta-feira e eu dormi na casa do Carlos. Foi muito bom, se o idiota do Murilo não tivesse aparecido lá. Estranho porque toda vez que eu vejo aquele cara eu tenho a sensação de que conheço ele de algum lugar, mas não sei de onde. Bom, foi legal ter dormido na casa do Carlos. Eu vou fazer de tudo pra ficar com ele. Eu sei que ele tá gostando de mim também e ele pode me tirar dessa casa logo pra eu ficar longe da minha mãe e do meu padrasto.”

Não consegui segurar o choro. Aquele menino se iludia muito com a minha relação com ele e sofria demais nas mãos do padrasto. Ainda faltavam duas páginas e quando iria começar a ler, escutei o barulho do portão se abrir.

Eu teria que agir rápido senão tudo ia por água abaixo. Juntei um pouco da minha bagunça o mais rápido possível e me posicionei atrás de um móvel, agachado, próximo da janela caso eu precisasse fugir.

Era alta a janela, mas a minha preocupação era chegar com aqueles papeis até em casa, mostrar para Luciano, ou para o delegado.

Rapidamente ouvi vozes conhecidas se aproximando da sala:

- Mas eu já falei praquela sua mulher que vai todo mundo me apertar e eu não sei mais o que fazer.

- Você vai segurar essa história até eu e a Adriana pensar em alguma explicação melhor.

- Eu acho que o delegado já entendeu que o Carlos não é culpado.

- O delegado não manda nada minha senhora. Quem manda é a justiça e a gente vai ganhar tempo pra queimar ele mais nesse caminho.

Murilo falava como um criminoso, um bandido que eu havia descoberto que era meu amigo. Já a mãe de Lucas estava nervosa, com certeza pensando que iria sobrar pra ela.

- E esse menino tá me deixando nervosa mesmo morto.

- Vai ser por pouco tempo dona Joana. Rapidinho o Carlos vai tá mais ferrado e os outros envolvidos nem vão ser lembrados.

- Se eu soubesse que ia dar isso tudo eu tinha cortado a relação desse menino com o doutorzinho há muito tempo. Desde que eu peguei esse menino com aquela mulher, pequenino, ele só me trás problema.

- Joana, eu vou ligar pra Adriana agora e ela vai colocar em prática aquilo que nós combinamos. A senhora mantém a boca calada e se o tal do Barros voltar aqui a senhora bota pra correr de novo.

- Certo.

Murilo saiu e eu não conseguiria fugir com aquela mulher na casa. Olhei pela janela e percebi que o carro de Luciano não estava mais na rua, ou seja, além de tentar fugir pela janela eu teria que tomar muito cuidado pra não ser visto nas redondezas.

Fiz diferente. Tirei coragem de onde eu nem sabia que tinha e pulei aquela janela observando o caminhar de Murilo, pra dentro de seu carro.

Fui devagar, por trás do carro e enquanto ele entrou na porta do motorista eu entrei rapidamente no banco do passageiro.

- O que é isso?

- Surpreso Murilo?

- O que você tá fazendo aqui Carlos? O seu papo comigo já acabou faz tempo.

- Eu sei. Eu quero resolver nossas pendências.

- Vai me bater de novo?

- Não, muito pelo contrário. Eu quero vendera minha parte na clínica. Eu sei que você não teve nada a ver com isso. Aquela mulher é um monstro de mãe e eu tenho certeza que a Adriana está te manipulando pra tomar meu lugar.

Ele se assustou com as minhas afirmações. E sim, eu estava sendo falso.

Eu queria testar qual a crueldade dele. Compactou com dois homicídios, sendo causador direto ou não, mas ele fez parte.

Eu precisava testa-lo e estando ao seu lado seria mais fácil. Claro, sem esquecer das folhas do diário que estavam no meu bolso.

- Carlos, como você descobriu sobre a Adriana?

- Eu percebi a muito tempo que ela era louca por você e ela sempre me sondou sobre a clínica. Tá na cara que o que ela quer é aquele lugar. E você tem que ser esperto pra não perder tudo pra ela.

- E a morte de Lucas? Você vai ser condenado.

- Claro que não Murilo. Você sabe que eu não matei e tá tudo ao meu favor. Eu só quero que tudo seja como antes.

Me aproximei dele e decidi jogar pesado.

- Como assim igual antes?

- Daquele jeito Murilo. Você meu grande amigo... Nossa amizade com benefícios.

Toquei seu rosto e ele ficou esperando um beijo. Pronto, ele estava fácil. Mas eu ia com calma depois desse ato impulsivo.

- Mas me leva pra casa? Eu to cansado e vou consultar o advogado sobre a venda da clínica pra você.

Ele se recompôs rapidamente:

- Claro, vamos.

Ele me deixou na porta, me deu um beijo no rosto e eu entrei rápido.

Nunca senti tanto nojo como naquele beijo. Corri para o banheiro e vomitei. Pode parecer tosco pra quem lê, mas tocar a face de uma pessoa como Murilo é algo vergonhoso e nojento.

Peguei o telefone e liguei pro Luciano que em dez minutos estava na minha casa.

Contei tudo a ele...

- Você não tá pensando em ficar com o Murilo pra descobrir algo não, tá?

- Não sei se consigo pelo meu novo, mas se eu conseguisse...

- Nada disso. O cara tá te acusando de homicídio. Você tá louco?

- E se ele ficar do meu lado eu descubro tudo mais rápido.

- Não. Você vai ter outros meios. E as páginas que você ainda não leu?

- Bem lembrado... Vou ler agora.

Peguei as folhas levemente amassadas do meu bolso e foquei nas páginas que eu ainda não havia lido:

“Meu padrasto abusou de mim novamente. Chegou bêbado e eu não tive força pra sair dele. Liguei para o Carlos que não quis me atender. Precisei tomar uma decisão. Liguei para o Murilo e ele disse que iria me ajudar.Achei estranho, mas estou esperando ele chegar na minha casa. Ele disse que vai me levar num lugar. Tomara que seja bem longe, tomara que seja perto do Carlos. Escrevendo agora eu pensei que o Carlos pode ter pedido pro chato pro Murilo me buscar. Não aguento mais essa situação. Parece que vou explodir.”

Luciano estava perplexo. Murilo havia participado efetivamente de tudo. Na noite em que eu ignorei Lucas, Murilo se encontrou com ele. A descrição do encontro não estava no papel, mas havia mais uma página.

Minha curiosidade não me permitia pensar entre uma página e outra. Recomecei...

“O Murilo estava certo. É melhor eu mesmo resolver tudo. Descobri que sou adotado e que o culpado de tudo sou eu. A arma que ele me deu está guardada. Amanhã eu acabo com tudo. Aquele monstro não vai mais me fazer mal. Vou matar ele e depois vou conversar com o Carlos. Eu sou menor, não vou ser preso mesmo. O Carlos me ajuda a me salvar. E o Murilo não é o chato que eu achava. Ele só quer me ajudar. Disse até que se livra do corpo pra mim. Assim que eu fizer me encontro com Murilo antes de ver o Carlos. Estou ansioso, mas não vai ter erro.”

Não conseguia raciocinar.

De certa forma eu já esperava que Murilo tivesse um papel importante, mas aconselhar um adolescente perturbado a matar alguém é demais. Se eu estava sofrendo com a cassação do meu registro de psicólogo, Murilo merecia mais.

Comecei a chorar!

Não aguentei a situação. Era difícil suportar que o meu melhor amigo agiu de modo a me incriminar em um crime idiota que poderia ser evitado.

Ele promoveu tudo!

Minha mãe chegou em casa enquanto eu estava lendo, mas sequer participou do assunto. Se sentou na sala enquanto eu e

Luciano, no quarto, líamos as descrições de Lucas.

- Você vai ter que levar isso pro delegado urgente!

- Eu sei... Mas eu preciso descobrir mais.

- Vai com calma amor. Não se arrisca atoa. Você já tá saindo da lista de suspeitos, não dificulta.

- Pode deixar, eu... Você me chamou de quê?

- De amor, Carlos. Nesse turbilhão eu nem tenho demonstrado o quanto gosto de você. Mas eu vou fazer isso.

Ele me beijou e eu correspondi.

Consegui muita paz naquele beijo... Uma paz que eu só encontrava quando tocava meus lábios com os dele.

Até que sua entrada me assustou:

- O que tá acontecendo aqui? Você tá me fazendo de otário Carlos?

CONTINUA...

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive CrisBR a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Ai, que aflição! Num sei se aguento isso tudo!

0 0
Foto de perfil genérica

Amigo, tô gostando muito da evoluçção do conto. Nota 10 pra vc querido. Ah! e já voltei com novo conto.

0 0
Foto de perfil genérica

Eu comecei a ler o seu conto hoje e estou totalmente fascinando com ele, é muito bom e estou muito ansioso pela continuação.

0 0
Foto de perfil genérica

nossa mãe que conto ótimo continua logo curiosíssimo para saber o final dessa historia kkkk. Quanto mistério no ar ta tendo esse conto.

0 0
Foto de perfil genérica

Tem que mostrar logo estas folhas para o delegado... não aguento isso .por favor vai logo kkk eita o Murilo apareçeu ferrou tudo ....

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Eita nóis sô! Caramba... Muito bom!

0 0
Foto de perfil genérica

Aposto que foi o Murilo, mas e agora ele vai ver as folhas, espero que você não demore para postar e fiquei surpreso por estar já na reta final, esse conto é bom demais uai.

0 0
Foto de perfil genérica

Espero que voce nao fique enrolando e mostre logo essas folhas kkkkkkkk

0 0
Foto de perfil de Oillian

kkkkkkkkkkkk ... Concordo com o Lucas M. ... Tbm não suporto!

0 0
Foto de perfil genérica

Ixiii. Agora complicou. Cada vez + misterioso. Continueee.

0 0
Foto de perfil genérica

mas esse Luciano está muito bonzinho pro meu gosto... Acho que ele está envolvido com o Murilo & Cia

0 0
Foto de perfil genérica

uhhhhhhh adorei esse capítulo! Mas antes de antes de tudo, tira xerox das folhas do diário... Scaneia e passa pra um pen-drive, sei lá, mas faça cópias, melhor previnir.

Tcô achando que o Lucas é filho do Murilo... Não demora pra continuar

0 0
Foto de perfil genérica

Caracas! Tomara que tudo nao desande...perfeita a história hen parabéns!

0 0
Foto de perfil genérica

Muito bom. E agora será o murilo que apareceu? Continua logo. Até o próximo.

0 0