Somos os dois, Helena

Um conto erótico de O Palhaço
Categoria: Heterossexual
Contém 800 palavras
Data: 24/04/2013 00:03:46
Assuntos: Heterossexual

– Você voltou – e o vento soprou.

Um chuvisco fino cobria a copa das árvores. Havia neblina e ninguém no parque, só cheiro de mato molhado. Helena sentou-se na laje do banco, relaxou as pernas, olhou em volta.

– Faz tanto tempo – abraçou o próprio corpo: parecia que tinha dezesseis de novo. Ouviram o barulho da avenida muito além, depois do bosque, dos carros chiando na água do asfalto.

Ela arquejou.

– Você não mudou muito – soltou o ar – é o mesmo cara.

E ele queria ser o mesmo cara, sete anos depois, desde de uma madrugada recente, contemplando a manhã na praia, sozinho, no litoral, quando não havia outras mulheres, nem amigos ou estranhos, era só ele, o mar e a ideia na cabeça: foi Helena a única mulher que amou – e agarrara-se a essa ideia como nunca antes, e ela agarrou ele pensava. Daí foi rápido: deixou a choupana de palha e voltou pro interior.

Bateu uma noite à porta dela, gritaram “pode entrar” e uma criança segurava a maçaneta, os olhos da mãe, que depois vieram.

“Luís”.

“Helena”.

“Faz tanto tempo”.

Não se sabe como, mas quando se ama se esquece do tempo e desse eu esqueci até pisar no parque, nos musgos do chão lajeado.

– Foi aqui, né Luís? Vai dizer que esqueceu? – ela apontou, sim, tinha esquecido. Mas a vida era reviver lembranças, só.

– Que história, não esqueci nada.

– Sei, você continua o mesmo, mas com idade de homem... já eu, eu mudei – e nessa hora, no crepúsculo e não na aurora, ele ouviu o que não quiz ouvir.

– Não, você é a de sempre – arriscou – como um tempo atrás.

Helena se levanta. Chega o rosto perto do seu ouvido, aspiro o cheiro açucarado do suor na pele, eu, saudoso. Toca com os seios macios meu peito, envolvo sua cintura também macia, abro os olhos pra ver ela me olhando. Helena se vira, pede ajuda com o sutiã e vejo as alças brancas, beijo a nuca, tiro o sutiã, toco a ponta dos seios, eriçados pela atmosfera gelada. Senta-se no banco, retira a calça, pernas brancas no mármore. De frente, segura as coxas à medida que afasta a calcinha, vagarosamente também puxo e vou com a ponta da língua, no fundo, entre as pernas. Ela arqueja de novo. Deslizando entre as frestas, vou descobrindo suas fronteiras mais secretas até que a garota levanta meu queixo, olha meus olhos, fica de pé, segura o apoio do banco e inclina o corpo. Expõe tímida a bela bunda, macia como ela era, pede com carinho, passo os dedos entre as delicadas dobrinhas molhadas. Com um pouco de saliva, deixo úmida o bastante, ela pede que vá, e chegando mais perto, encosto o topo duro da cabeça, seus lábios se adequam e ela solta um gemido, fosse dor ou não, fui enfiando pouco a pouco.

“Já deu”.

Ela gemeu mesmo.

“Tá certo, não vou pôr mais”.

E ainda coloquei o resto, até encostar pele com pele, e ela se abrir de vez, receber por completo o meu.

“Devagar”.

Comecei a empurrar e voltar, devagarzinho enquanto ela levantava na ponta dos dedos, gemia baixinho e segurava meu braço. Apertei seus seios, acelerei, comer aquela bela, dando estocadas rápidas no seu colo macio, repetitivas e surpreendemente prazerosas. Gostosas.

Diminuo a velocidade, aliso sua bunda, circulo com os dedos seu orifício, apertado, ela tenta se afastar.

“Não”.

“Por favor, só um pouquinho”.

“É demais, e você não tá falando a verdade hoje”

“Helena, é só pra experimentar, se não gostar eu tiro, mas tudo bem”

Ela cessa, passam-se alguns segundos.

“Tá, mas com carinho, de verdade”.

Retiro o meu, duro como nunca, enfio um dedo no orifício.

“Ai” ela solta alguns gritinhos e quando vejo que está bom, me aproximo, forço com a cabeça um pouquinho, vai cedendo centímetro por centímetro, é muito apertado, ela treme um pouco e quando começo a oscilar, ela pede que pare, e continuo. Vai e vem, é muito excitante violar.

“Pára!”

E gozo, jorro de sêmen que escorre pela sua bunda, pelas pernas, espalha-se.

“Não acredito”.

Helena se vira, passa a mão entre as pernas, me olha com olhos estranhos.

“Não acredito que a gente fez isso. E agora?”.

“Não sei”.

Helena recolhe a roupa, corre pela calçada do parque, em qualquer direção longe de mim, era tarde da noite. Eu sabia do erro e enquanto ela corria a fuga não era sua.

– Não, Luís, eu mudei mesmo – se levantou no mesmo movimento de sete anos atrás – aquela garota inocente morreu, ela é mãe agora, e de um filho que ama e que ganhou um pai, um homem de verdade, que não foge com o rabo entre as pernas – tinha as feições trincadas – você me abandonou, como é o gosto?

E quando Helena saiu as lembranças azedaram na memória.

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