Concurso de Bofe II – Narrado por Jonas
Eu estava meio enrascado, à tarde um encontro com o Brunno e à noite com o Mattos. Brunno tinha ganhado um ponto comigo, pois ao telefone foi super respeitoso e atencioso. Por enquanto Mattos estava com um ponto a mais na disputa, mas aquele dia seria decisivo para eu ver realmente o que meu coração iria falar.
Sai mais cedo do trabalho e fui direto para a casa do Brunno, que ficava em uma área nobre da cidade chamada Vieiralves, porém não era um condomínio fechado. A casa dele não era uma mansão, mas muito linda, confortável e com um espaço pra lazer muito bom, com piscina, churrasqueira e lugar para lazer e festa.
Quando eu toquei a campainha ele mesmo me atendeu, com um sorriso largo no rosto, me convidando para entrar. Minha timidez voltou na hora. Eu era sempre assim, não podia ver um bofe mais ousado que eu ficava tímido. Penso que ele percebeu alguma coisa e me puxou pra entrar e ficar na área de lazer da casa dele. Percebi que não havia nenhum movimento de outras pessoas e perguntei “estamos sozinhos aqui?”. Ele sorriu e falou, “sim, meus pais estão viajando e eu dei folga pra empregada, estamos só nós dois. Algum problema?”. Eu fiz que não com a cabeça e ele foi me puxando.
Chegamos na área de lazer e ele me deu uma sunga novinha e pediu pra eu colocar. Eu disse que não, que eu não iria demorar, pois tinha um compromisso à noite. Ele insistiu e eu disse que poderia ficar só umas duas horas e ele na maior cara de pau disse “tempo suficiente”. Não falei nada, apenas fui me trocar em um banheiro externo de sua casa.
Quando eu saí só de sunga ele arregalou o olho e disse “uau Jonas, você é lindo cara” eu com minha timidez repentina apenas falei “obrigado”. Ele foi se aproximando de mim e me deu um martini com gelo pra eu beber, o que eu fiz de um gole só. Eu comecei a tremer diante do Brunno e ele percebeu, acho que se sentiu um macho bem dominador, pois eu estava demonstrando o que era realmente, um virgenzinho carente.
Ele na maior cara de pau tirou sua bermuda e regata e ficou só de sunga. Meu corpo vibrou, ele era lindíssimo, moreno claro, cabelos lisos e sedosos, corpo atlético com zero porcento de gordura, olhos puxados, cerca de 1,78 bem distribuídos, um aspecto meio indígena e o volume marcava bem sua sunga. Percebendo meu jeito ele riu muito e perguntou na lata “gostou do que está vendo?” Falou isso e já foi me empurrando na piscina e caiu atrás. Ficamos brincando de um afogar o outro, até que ele começou a me pegar e me deu um beijaço de língua. Confesso que correspondi e gostei, mas por uns instantes eu pensei em Cláudio.
Ele percebendo alguma coisa falou “que foi, você não está afim”.
Eu fui bem sincero “sabe o que é Brunno, você é lindo, eu gosto de você, de sua presença, mas eu estou conhecendo outra pessoa também”.
Notei que o rosto dele se transformou “como é que é Jonas? Você tá brincando comigo é isso?”.
“Não é isso, por favor não me leva a mal, mas é que eu estou confuso”.
“Então eu preparo todo esse ritual, esse clima e você vem me dizer que está conhecendo outro cara? Pra seu governo meu chapa, ninguém nunca me dispensou ou me trocou por outro não. Eu como homem, como mulher, como quem eu quiser e não admito ser passado pra trás”. Ele falou gritando e com ódio nos olhos.
“Calma Brunno, você está me assustando”.
“Quem é esse filho da puta que tá dando em cima de você? É o Alex é? Eu vou matar aquele escroto”.
Comecei a ficar realmente assustado com a reação dele “não é o Alex, é uma outra pessoa, desculpe, mas eu não deveria ter vindo” falei saindo da piscina e ele me segurou.
“Desculpe, por favor me desculpe por ter gritado com você Jonas. Mas é que você me deixa louco, quando eu penso que você está na minha tu sempre escapa de mim”.
“Brunno, você é lindo cara, por que você cismou comigo?”.
“Não sei, mas eu preciso te possuir” já foi me agarrando, me beijando e tirando minha sunga.
Eu o empurrei e comecei a andar pra pegar as minhas coisas. Ele segurou forte em meu braço e falou “qual é a tua, seu mauricinho? Tá pensando o que? Vem aqui na minha casa e acha que vai me deixar com o pau na mão? Você só vai sair daqui depois que eu te comer, e vou te comer bem gostoso, nem que pra isso eu tenho que te forçar”.
“Pára, eu vou contar tudo pro Fernando, me larga”
“Pode contar, ele não está nem na cidade, ele não vai poder fazer nada por você agora” falou me agarrando e tirando minha roupa.
Eu tentava me livrar mas ele era mais forte que eu, me imobilizou e disse “porra cara eu quero ficar contigo numa boa, colabora vai, não quero te machucar, eu sei que tu gosta de macho e eu sei que eu sou gostoso, tenho um pau gostoso”.
Ele me jogou no chão de costas pra ele, começou a me lamber e a morder, descendo até chegar em minha bunda. Ele disse “puta que pariu, tu é muito gostoso, eu vou te comer tanto que você nem vai ligar pra esse cara que você tá conhecendo. Cara tu é muito melhor que todos os caras e todas as gatas que eu peguei”. Ele começou a separar minha bunda e a lamber. Eu esta com medo, e tive uma ideia.
“Tá bom, eu dou pra você, mas se acalma, eu quero você sim”.
Ele me virou de frente e sorriu já com os olhos cheios de lágrimas “eu sabia que você ia me querer meu amor, eu estou louco por você também, a gente foi feito um pro outro”. Percebi que Brunno não era um cara normal, não admitia ser contrariado e se alguma coisa fugisse de seu controle ele se transformava num monstro e agora eu era sua vítima.
“Pega mais um drinque pra mim, eu estou nervoso, você é lindo demais” falei com uma voz nervosa. Ele saiu de cima de mim e quando ele deu um vacilo eu taquei com força meu joelho em seus testículos, ele urrou de dor e eu disse “nunca mais tenta me atacar a força, seu idiota”.
Consegui pegar minhas coisas, apertei o botão de saída da casa dele, correndo de sunga mesmo. Ele mesmo com dor correu atrás de mim e disparou “Jonas, não adianta fugir de mim, você é meu, eu te amo meu amor. Nunca ninguém me dispensou e não vai ser você o primeiro, eu vou atrás de ti até no inferno”.
Eu revidei “falando em inferno, vai pro inferno Brunão, eu tenho nojo de você”.
Ele ria e chorava ao mesmo tempo, com o rosto transtornado e eu ainda o ouvi falar “você vai se arrepender de ter me dispensado, você vai rastejar aos meus pés, você vai ser meu, eu sou teu macho porra, eu te amoooooo”.
Consegui chegar em meu carro e saí em disparada, parei numa rua distante e desabei a chorar. Pensei muito em Cláudio, com a certeza de que ele jamais faria aquilo comigo”.
Continua...
Parte II – Encarando a Família – Narrado por Fernando
Senti um clima bastante tenso e o pai de Cris olhou para mim. Eu mesmo me apresentei estendendo a mão “seu Pedro, eu sou Fernando Alberto Villaverde, amigo do seu filho”. Ele respondeu “Pedro Buzaglo, seu criado”. Continuou olhando para mim e Cris e falou com uma voz serena e firme “seu Fernando eu vou direto ao assunto, eu preciso falar com meu filho e minha família a sós, eu não quero ser rude com o senhor, mas o senhor pode ir embora?”.
“Que é isso Pedro? Isso é jeito de falar com o moço? Seu Fernando me desculpe, por favor!” gritou imediatamente Dona Fabiana.
Todos ficaram em silêncio. O pai de Cris baixou a cabeça e falou “Seu Fernando, por favor, me perdoe, eu não tive a intenção de ser rude com o senhor, eu estou cansado e surpreso ao mesmo tempo”.
Eu imediatamente revidei “não, seu Pedro, eu é que tenho que lhe pedir perdão por praticamente invadir sua casa e impor minha presença aqui, mas se o senhor me permitir, eu gostaria de ficar”.
Percebi que o pai de Cristiano estava realmente muito incomodado e eu falei “me desculpem, eu vou sair, vou para um hotel”.
Ele mesmo me pediu “não seu Fernando, por favor, me desculpe, eu fui um grosso, o senhor é amigo do meu filho e nossos amigos serão sempre bem vindos em minha casa” deu um aperto em minha mão e concluiu “fique para o jantar”.
Dona Bibiana tomou as rédeas da situação e disse “isso mesmo, a janta já está quase pronta e não iremos falar nada até jantarmos “vem meu velho, vamos tomar um banho, trocar de roupa e relaxar um pouco. Vem você também Carlito” e ela os levou para dentro.
O clima continuava tenso, percebi Cris muito apreensivo, cheguei perto dele e cochichei “fica calmo amor, tudo vai dar certo” ele apenas fez que sim com a cabeça.
Comecei a falar amenidades com as meninas, coisas sobre a cidade e os artistas que elas conheceram pessoalmente, me mostraram algumas fotos que tiraram na época do festival, eu até prometi que iria ao próximo e me vestiria de vermelho o tempo todo (pelo menos as cunhadas eu ganhei, hahahahah). Entendi por que o Cristiano era tão lindo, seus pais, mesmo sofridos pelo trabalho diário eram pessoas muito belas.
Dona Bibiana era uma mulher bem clara, tinha uns 47 anos, elegante, magra, sem ser abatida, cerca de 1,65 m de altura, cabelos e olhos cor de mel, sorriso cativante, de uma simpatia e uma autenticidade impressionantes, fina em sua simplicidade. Seu Pedro era um homem mais rústico, super másculo, uns 50 anos, sem pelos e barba, cerca de 1,73, uns 75 kl, sem barriga, corpo atlético. Os filhos todos eram belos, como se fossem uma junção dos dois. Carlito era bem rústico, mas realmente daria um modelo maravilhoso, muito lindo mesmo, mas claro, meu amor conseguia ser o mais bonito de todos (e ainda era todinho meu, oh sorte a minha, rs).
Demorou um pouco e os dois vieram para a sala e a mãe de Cris nos conduziu a uma área externa da casa, onde havia uma mesa enorme. Ela nos serviu uma sopa de carne com legumes que eu confesso que nunca comi nada igual de tão deliciosa que estava, tinha muito talento para cozinha aquela mulher e Cristiano tinha herdado seu dom. Depois do susto inicial eu comecei a observar a simpatia que era realmente a família de meu amado. O pai e a mãe no centro da mesa e os filhos ao lado, eu estava perto de Cristiano. Tudo muito simples e de um bom gosto impressionante. Quer conhecer alguém? Conheça sua família. Comecei a compreender por que eu tinha me apaixonado tanto por Cristiano, ele era o reflexo perfeito de sua família. Seu Pedro parecia pensativo e Carlito era muito calado.
As meninas continuaram a falar e fazer perguntas ingênuas para mim e eu respondia todas. Falei qual era o meu trabalho, que eu fui criado em uma fazenda até os 12 anos, mencionei os lugares por onde andei, o que eu gostava de fazer para me divertir, falei de futebol, de música, de novelas, etc. Me senti meio que uma celebridade, pois as meninas me enchiam de perguntas e ficavam empolgadas com minhas respostas. Até que seu Pedro foi entrando na conversa.
“O senhor conhece meu filho de onde seu Fernando?”
“Nos conhecemos no trabalho dele.”
“Sim, agora ele está trabalhando em um hotel. O senhor o conheceu num hotel?”
“Sim seu Pedro, nos conhecemos num hotel e fizemos amizade desde então”.
“O senhor me desculpe seu Fernando, é que eu não estou acostumado com pessoas do seu porte em minha casa, fiquei até assustado. Ainda acho estranho um homem rico e fino como o senhor ser amigo de um garoto simples como meu filho”.
“Mas eu sou simples seu Pedro. O senhor não imagina o quanto eu tive que batalhar pra ter o que eu tenho hoje. Minha família era rica, mas eu não era. Depois, seu filho é um jovem de muito futuro e agora eu sei de onde herdou tanta educação”.
“É, o senhor tem razão, ele só nos deu alegria até agora” falou olhando para Cris com um olhar enigmático e eu pude realmente ter certeza que ele sabia alguma coisa de meu amor.
Tudo foi se normalizando e fomos para a sala. Conversamos muito e assistimos um programa na TV, até que seu Pedro tomou coragem, desligou o aparelho e usou toda a sua autoridade, falando em seguida “bem, vocês me conhecem e sabem que eu sou um homem direto e que eu não escondo nada da minha família, portanto, todos devem permanecer. Eu não posso adiar essa conversa com você Tiano”. Meu amado fez que sim com a cabeça e dava pra ver como ele estava nervoso. Eu me entrometi “seu Pedro, o senhor me desculpe mais uma vez, mas eu gostaria de ficar e o senhor vai entender o por que”. Ele olhou para Cristiano que disse “pai, por favor, eu quero que ele fique”. Ele olhou para Dona Fabiana que consentiu com a cabeça.
Seu Pedro olhou para a esposa e disse “Biana, pode pegar a encomenda minha velha”. O clima estava tenso. Ela trouxe em seguida. Ele abriu uma caixa, cheia de fotos de Cristiano seminu, com a propaganda da agência Zênite e havia um bilhete escrito em letra de forma “O senhor pensa que seu filho é um rapaz normal e trabalhador? Está muito enganado, ele não passa de um devasso, de um prostituto. Serve a homens e mulheres e ganha a vida vendendo seu corpo. Ele não é o santinho que sua família pensa, ainda usa drogas e tem um caso com um homem casado. O nome dele não é Cristiano, é Andrew, veja que fotos legais? Ass. Alguém...”.
Percebi um tremor na face do pai de Cristiano, que falou com os olhos cheios de lágrimas encarando o filho “isso é verdade meu filho? É verdade que você é esse monstro que estão falando?”.
Cris tremia da cabeça aos pés, minhas mãos suavam e todos estavam muito tensos. Dona Fabiana começou a chorar e seu Pedro gritou “falaaaaa. Diz que não é verdade!”.
Meu amado começou a chorar e a negar “não pai, não acredita nisso por favor, é tudo mentira, estão querendo me colocar contra o senhor”.
Eu tomei as rédeas da situação e falei com a voz embargada “não minta para o seu pai Cristiano. Seu Pedro, algumas coisas são verdades sim, outras são mentiras”.
Ele começou a gritar “eu sabia, eu sabia, meu Deus, que droga de vida. Como você pôde fazer isso comigo Cristiano? Como você pôde fazer isso com a sua família? Eu tinha esperança que fosse tudo mentira”.
Ele implorava “Pai, me perdoa, me perdoa por favor”.
“Perdoar? Você vende seu corpo, sua alma. Você é um sem vergonha Cristiano, um imoral, meu Deus, por que que isso está acontecendo na minha família? Mas eu vou lhe mostrar o que é ser homem” já falou tirando o cinto que estava em sua bermuda.
Eu fiquei na frente de meu amado e falei “seu Pedro, se acalme, a história não é assim, não adianta bater no seu filho. Deixe Cristiano contar a versão dele”.
O homem me encarou de frente “moço, ele é meu filho, ele me enganou esse tempo todo, não venha me dizer na minha casa como agir com meu filho”.
Eu revidei com muito nervosismo “longe de mim fazer isso seu Pedro, eu sei que o senhor está indignado e nervoso, mas sei também que o senhor é um bom pai, por favor, ouça o que seu filho tem a dizer, o Cristiano teve motivo pra fazer isso”.
Ele falou chorando muito e gritando“eu não quero ouvir nada, eu não tenho um filho imoral, sem vergonha, que gosta de homem, eu quero que vocês dois vão embora”.
Dona Fabiana tomou a palavra e ficou em nossa frente “Cheeeega Pedro. Nós conhecemos nosso filho, sabemos que ele não é um menino ruim e sempre soubemos que ele era diferente, que ele iria gostar de homem sim. Os pais sempre sabem, não se faça de cego”.
Ele falou “pois eu não quero ouvir nada”, saiu chorando para o quintal da casa.
Foram uns instantes bem silenciosos e demorados. A sensação era como se alguém tivesse morrido. Dona Fabiana abraçou o filho, que estava chorando muito e estava abraçado comigo.
Eu o entreguei para ela e dei uns passos. Cris falou “você vai aonde Nando? Meu pai não vai querer te ouvir”. Dona Fabiana e os outros tentaram me convencer a não sair, mas eu disse “fiquem aqui, confiem, vai dar tudo certo” e fui
atrás de seu Pedro.
“Saia daqui moço, eu não quero falar com ninguém, muito menos com o senhor”.
“Me desculpe, mas o senhor vai me ouvir, eu preciso falar”.
“Eu já entendi tudo. O senhor é o homem casado com que ele tá saindo não é?”
“Não senhor, eu sou separado, estou me divorciando e me desculpe, mas eu pretendo casar com o seu filho, pretendo ter uma família com ele”.
“É muito coragem da sua parte vir aqui e falar isso na minha cara”.
“Pelo Cristiano eu faço qualquer coisa, até dou a minha vida se for preciso. Eu gosto de verdade do seu filho e não pretendo me separar dele nunca”.
“Eu não aprovo, não consigo entender isso. Como um homem rico e bonitão como o senhor pode gostar de outro homem? Isso não entra na minha cabeça e ainda mais com o meu filho”.
“Quer saber? Eu também não entendo. Mas eu me apaixonei pelo Cristiano desde a primeira vez que eu o vi. Eu quero construir a minha vida com ele. Só ele me importa nesse mundo”.
“Mesmo ele sendo um prostituto? Mesmo sendo um devasso? Eu não entendo seu Fernando”.
Eu sorri pra ele e disse “seu filho não é nada disso. Ele é um trabalhador assim como eu e o senhor, ele não vive por aí na sacanagem e nem usa drogas. Na verdade ele é um rapaz bastante comportado, de uma gentileza e uma educação impressionantes.”
“O senhor acha tudo isso dele? Eu já achei isso também, pensava que meu filho era diferente”.
“Mas ele é diferente. O Cristiano é a pessoa mais maravilhosa que eu conheço nesse mundo. Não foi a toa que eu me apeguei tanto a ele. As coisas não são como fizeram o senhor acreditar. Aquelas fotos, aquela carta, tudo isso foi forjado para denegrir a imagem do seu filho e acabar com a vida dele”.
“Mas por que alguém faria isso? A troco de que?”
“Por que ele não quis mais viver naquela vida. Por que ele tem futuro, tem família e agora temos um ao outro. Seu Pedro nós somos tão perseguidos por causa do nosso amor, o senhor nem imagina o quanto”.
“Então o senhor acha que alguém fez isso pra prejudicar o Cristiano com a nossa família? Isso não entra na minha cabeça”.
“Fizeram isso por vingança e eu até desconfio quem seja. Acho que pode ter sido a minha ex mulher ou o ex chefe dele, ou ambos, a verdade é que eles nunca se conformaram por termos deixado tudo pra trás pra viver nosso amor”.
“Mas eu não entendo como o senhor não se importa dele ter se prostituído”.
Eu sorri novamente e falei “o senhor já ouviu falar em instinto de sobrevivência? Pois é, o Cris só fez isso para sobreviver numa cidade grande que é tão cheia de possibilidades, mas que também é muito cruel, principalmente com os jovens. O passado já era seu Pedro, eu quero viver com ele é o presente, e me desculpe, mas ele vai ser meu marido”.
O pai de Cris começou a chorar e me disse “sabe com o que eu não me conformo seu Fernando? Eu não fui homem suficiente pra proteger minha família, pra dar todo o conforto que eles precisavam. Meu Deus!!! A culpa é toda minha, eu é que não pude dar a ele o que ele precisava. Eu que mandei ele ir pra capital e não dei nenhuma condição. Que espécie de homem eu sou seu Fernando?”
Eu me aproximei mais dele e disse “o senhor é um homem maravilhoso seu Pedro, um homem bom, honesto, trabalhador, um excelente pai de família e tem caráter”.
“Mas não dei o que meu filho precisava. A culpa é minha, foi eu que empurrei ele pra essa vida”.
“Não seu Pedro, o senhor não tem nenhuma culpa. A culpa é de todo um sistema injusto e desumano, que não valoriza um homem trabalhador e honesto como o senhor. Geralmente quem tem valor é quem rouba. Mas isso está mudando, acredite, toda essa situação vai mudar”.
“Agora eu entendo por que o meu filho gosta do senhor. O Senhor não é arrogante como os outros ricos, parece até um de nós falando, parece ser um homem simples”.
“Mas eu sou. Eu quero muito e preciso muito ser aceito na sua família. Por que eu amo seu filho e eu não vou desistir dele. Eu sei que é difícil pro senhor compreender isso, mas a verdade é que eu não saberia mais viver sem o Cris. Por favor seu Pedro, vamos passar uma borracha em tudo isso? Seu filho está sofrendo muito. Ele precisa do seu carinho de pai e isso eu não posso dar a ele”.
Ficamos falando por muito tempo e eu contei pra ele meus dramas familiares, como perdi minha mãe aos 12 anos, a confusão que é a minha cabeça sem saber quem é realmente meu pai. Ele percebeu que todos temos problemas, independente da classe social a qual pertencemos. Ele me falou do seu amor pela família, de seu primeiro filho que perdeu e de como fazia tudo por seus filhos e sua esposa. Comecei a entender o que é uma de verdade.
“Seu Fernando obrigado por essa conversa. Venha comigo”. E voltamos para a sala, já eram cerca de 10 horas da noite. Todos estavam muito apreensivos e nos olhavam fixamente. Cris estava inconsolável no colo de sua mãe.
“Tiano, vem cá meu filho”. Meu amor se aproximou e seu pai lhe disse “Desculpe filho, desculpe ter feito você passar por tudo isso, a culpa foi minha”.
“Não pai, eu é que tenho que lhe pedir desculpas, eu pensei em encontrar um caminho mais fácil e agora vejo que foi o mais difícil, desculpe por eu ter envergonhado minha família”.
Eles se abraçaram e choraram muito. Dona Bibiana se aproximou e abraçou os dois, as meninas foram em seguida, depois Carlito também se aproximou. Todos se abraçaram e choraram muito. Foi até então a maior emoção e maior prova de amor que eu vi em toda a minha vida. Mesmo tentando ser durão eu desabei no choro também, até que seu Pedro me estendeu a mão e pediu pra eu ir até eles “Venha seu Fernando, o senhor agora faz parte da nossa família”.
Continua...
Olá meus amores, passando pra homenagear vocês e agradecer pelo carinho: wanderrrr; Shot, sonhadora19; Guga05; d fernandes; rah; luy95; D.D.D.; por do sol, Dudugostosinho; Jhoen Jhol ; Elly_Denali; P-day (Patrick); afonsotico; Amores_juniores; Lipe*-*; Edu19>Edu15; little monster; Gutto Quirino, Lucas M.; Andim; indeciso; ADONIS; frannnh; Rubia e Beto, vivi, j42, . Agradeço também de coração aos que lêem mas não comentam e votam.
Abraços meus amores e fiquem sempre bem!!!
