A HISTÓRIA DE NÓS TRÊS - 06X14 - "VIDA INJUSTA"

Um conto erótico de My Way
Categoria: Homossexual
Contém 2208 palavras
Data: 21/05/2013 02:42:21

A vida muitas vezes é injusta por diversos motivos.

- Mãe!!! – gritou Carolina tentando se aproximar da mãe.

Por mais que tentemos entender como ela age é praticamente impossível de fato fazer tal observação.

- Não querida... precisamos sair daqui... tem risco de explodir. – falei segurando ela pelos braços.

Mas, qual é o sentido de tudo? Porque? Acho que é a única coisa que podemos dizer de tudo isso.

- Eu quero ficar com a minha mãe! Me solta! – ela gritou se debatendo.

Uma forte explosão nos folgou no chão. Juntei todas as minhas forças e levantei em um único pulo. Segurei Carolina e sua irmã e apenas corri, sem olhar para trás. Outras explosões aconteceram. Eram os carros atingidos pela primeira explosão. De todos os lados escutava pessoas gritando por socorro... era uma cena horrível.

- Carolina... você está bem?! – perguntei limpando o rosto da menina mais nova.

- Minha mãe... minha mãe está morta... – ela disse chorando.

- Ei... precisamos sair daqui... ok. Precisamos achar abrigo. Também estou com medo... tem uma pessoa muito... mais muito importante para mim no meio dessas explosões. Mas, preciso cuidar de vocês... tenho minha prioridade. A tua agora é cuidar da... da...

- Jéssica. – ela disse limpando as lágrimas.

- Jéssica. Você precisa pensar na sua irmãzinha agora... entendeu? – perguntei sorrindo sem demonstrar preocupação.

- Entendi.

O cenário não poderia ser pior... muitas pessoas deitadas no chão. A maioria morta. Coloquei Carolina agarrada nas minhas costas e segurava Jéssica nos braços. Não tão longe dali encontrei um grupo de primeiros socorros. Eles cuidaram das meninas e eu liguei para o Phelip.

- Como eles estão?!

- Estão sendo atendidos agora... mas, fisicamente estão bem... – ele disse. – E como estão as coisas aí?!

- Pior impossível... tem pelo menos cem pessoas mortas. – disse. – Estou indo para o hospital.

- Ok. Se precisar de qualquer coisa me liga. – falou Phelip desligando o telefone e levando um susto com um grito que o Dr. Carlos deu.

- Gente!! – gritou ele. – Precisamos de todos os leitos limpos. O hospital Geral passou por algumas mudanças e a maioria dos casos vem para cá. Quero todos na porta... dois médicos se o paciente for grave e um se não for. E lembrem-se... priorizem os mais feridos!!! – ele gritou.

- Nossa... não sei se estou preparado. – disse Osvaldo.

- Para com isso... tudo vai dar certo. – falou Vinicius colocando as luvas.

- Atenção a primeira ambulância chegou! – gritou um dos enfermeiros.

No local da explosão já haviam milhares de curiosos. Priscila e Mauricio continuavam arriscando-se no meio dos carros. Atendendo as pessoas ali mesmo.

- Sabe... são nesses momentos que eu lembro porque quis fazer medicina. – disse meu esposo verificando o pulso de uma mulher.

- É... gostaria de evitar, mas esse é o sentimento que eu tenho. – ela concordou.

- O Pedro deve estar maluco... acho que devemos ir para o hospital.

Na prisão, Ryan recebia a visita de Márcio. Eles foram para uma parte deserta do presídio e conversaram por bastante tempo.

- Espero que tenha entendido. Precisamos ir o mais breve possível... teremos pelo menos umas seis horas... depois da fuga.

- Eu entendo. Não vou te decepcionar amor. – prometeu Márcio.

- Que porra é aquela? – perguntou Ryan ao ver os presos todos reunidos em volta da TV.

- O que aconteceu? – perguntou Márcio.

- Um caminhão de gás explodiu na Avenida Central... muitas pessoas morreram.

- Aumenta essa porra! – pediu Ryan.

- Como vocês podem ver muitas pessoas feriadas... a cena é desoladora. – disse Fernanda fazendo um link ao vivo pela televisão. – Estamos aqui com o médico Maurício Elias. Ele estava aqui na hora da explosão e realizou vários atendimentos... de acordo com o Corpo de Bombeiros você salvou muitas vidas. – disse ela.

- Bem... acho que só cumpri com o meu dever... além de mim vários amigos também ajudaram. Infelizmente muitas pessoas vieram a óbito... porém conseguimos salvar vidas hoje.

- E você estava com seus familiares durante a explosão?!

- Sim... minha família também foi vítima desse incidente... e graças a Deus todos estão bem... meus filhos estão no hospital e decidi ficar aqui para ajudar.

- Então você é um herói moderno? – perguntou Fernanda.

- Não Fernanda. Sou apenas um médico... a minha missão é salvar vidas. – ele disse sorrindo.

- E as pessoas que quiserem mais informações sobre as vitimas?

- Bem... parte dos feridos estão sendo transferidos para o Hospital Geral e outra parte para o Hospital Central. Mas, por favor... tenham paciência... quando chegarem ao hospital... não gritem com os funcionários... eles estarão tentando salvar aquelas pessoas. Obrigado Fernanda... eu preciso ir. – ele disse um pouco desnorteado.

- Aqui é Fernanda Marina da Rede de TV Local. Voltamos a qualquer momento na programação com mais informações.

- Então esse doutorzinho é herói. – disse Ryan.

- Esquece ele amor... o importante é que você estará livre em breve.

- Porra nenhuma... esse vida boa aproveita tudo... odeio isso... quando eu pegar esse médico... ele vai ver só.

- Ryan para de viagem... o Mauricio nunca te fez nada... o que você tem contra ele?! – perguntou Márcio.

- Vai se fuder Márcio!!! Tú quer apanhar?! – perguntou Ryan entrando no presídio.

- Nossa... pra que tudo isso.

- O Ryan já sofreu muito Márcio. – disse um homem.

- O que?! Ahhh... oi seu Francisco.

- Você tem esse seu relacionamento doentio com o Ryan e ele nunca te contou?! – perguntou o homem.

- Contar o que?! – perguntou Márcio.

São Paulo – 10 anos atrás –

- Calma filhinha... vai dar tudo certo. – disse Ryan correndo para dentro do hospital.

- Senhor... tudo bem? – perguntou Mauricio.

- Minha filha está ardendo em febre... ela precisa de atendimento.

- O senhor é cliente do hospital? – perguntou Mauricio novamente.

- Não... eu... eu não sou....

- Senhor os leitos gratuitos esgotaram se você puder ir ao hospital das clinicas talvez consiga uma vaga.

- Você está louco!?! Minha filha está morrendo... não tem uma vaga nesse maldito hospital?

- Senhor baixe a voz... ou terei que chamar os seguranças. – disse Mauricio nervoso.

- Porra... por favor cara é a minha filhinha... ela está doente... eu te imploro... faço qualquer coisa.

- O que está acontecendo aqui?! – perguntou Marcela entrando.

- Esse senhor está com a filha dele doente e... será que não conseguimos um leito?! – perguntou Mauricio.

- Senhor... não somos uma instituição de caridade... se você puder ir ao hospital da clinica agradecemos... tenho certeza que o senhor encontrará o serviço adequado.

- Miseráveis!! Vocês vão me pagar!!! – gritou Ryan.

SÃO PAULO – ATUALIDADES –

- Deus... eu não sabia.

- Ele chegou ao tal hospital, mas foi tarde demais... a garotinha morreu. Ele surtou e matou um dos atendentes do local.

- Nossa... e... e....

- Quando ele viu aquele rapaz... na primeira vez... nas suas fotos... ele... surtou e prometeu que se vingaria. Ele é perigoso.

- Deus... mas... mas... ele quer ir embora comigo Francisco...

- Ei boneca! – gritou um carcereiro. – Quer voltar para a prisão?! Vamos... pega o beco.

- Não senhor... estou indo... seu Francisco... obrigado. – disse Márcio saindo.

No hospital a loucura estava instalada. Poucas vezes tivemos situações como aquelas. Todos ocupados atendendo pessoas machucadas.

- Deus... precisamos levar essa mulher daqui... ela está sangrando muito. – disse uma enfermeira.

- Estamos sem leitos no andar dois e três. – disse outra mulher.

- Calma gente... calma... – pedia Carlos que se assustou ao ver Luciana em uma das macas.

- Carlos. – disse ela chorando.

- Amor... o que... o que aconteceu?! – perguntou ele a abraçando.

- Estava no carro com a Priscila e o caminhão explodiu... perdemos o controle.

- Tudo bem... ela está bem?!

- Sim senhor... apenas bateu a cabeça e vai levar uns quatro pontos. – disse a enfermeira.

Osvaldo estava passando no corredor quando um homem segurou em sua mão. Ele estava vomitando sangue. O jovem colocou o homem em uma maca e o colocou no elevador. Quando estava chegando ao andar da cirurgia o elevador para.

- Céus!! – gritou o jovem.

- Me ajude... me ajude.... – dizia o homem.

- Calma Senhor!!! – disse Osvaldo gritando.

Osvaldo abriu a porta do elevador, mas parecia emperrado. Ele gritou por socorro e algumas pessoas apareceram. Ele pediu para chamar sua tia. Depois de alguns minutos a Dra. Alexis apareceu.

- Querido está tudo bem?

- Tia... esse homem está muito mal... ele está vomitando sangue.

- Osvaldo... você precisa checar a garganta dele.

- Tia não tem como eu ver as coisas aqui... não tenho nenhum instrumento.

- Vamos providenciar para você... querido... cuidado... Dr. Wallace preciso de todo o equipamento para exames agora. – ordenou a médica.

Cheguei ao hospital e fui recebido por Vinicius. Carolina e Jéssica pareciam bastante assustadas.

- Ei.... uma médica vai atender vocês agora. Ok?! Vocês tem alguém que eu possa ligar? Pai? Avó? Tia? – perguntei.

- Tem sim... deixa eu pegar os números no meu celular. – disse Carolina chorando.

- Ok. Não se preocupem... vamos cuidar bem de vocês aqui. – falei anotando os números.

A sala de espera do hospital parecia um comércio. Gente gritando para todos os lados. Minha irmã e Mauricio chegaram e já foram para as salas de cirurgia. Fui até a pediatria e encontrei meus filhos. Todos estavam bem. Fui até uma sala vazia e liguei para os parentes das meninas. Quem atendeu foi um homem.

- Alô?! – perguntei.

- Tudo bem?! – falei. – Me chamo Pedro Soares... sou aqui do hospital da cidade e....

- O que aconteceu? Está tudo bem com o bebê? – ele perguntou assustado.

- Bebê?! Como assim?! – perguntei.

- Minha esposa está grávida de sete meses... o bebê está bem?! – ele perguntou.

- Ohh Jesus! Senhor você precisa vir ao hospital imediatamente.

- Estou indo... obrigado por ligar. – disse o homem.

- Deus... Deus... – falei descendo as escadas. – Vinicius!!! – gritei chamando a atenção dele.

- Pedro... o que aconteceu?

- Quanto tempo um bebê de sete meses aguenta se a mãe vier a óbito?!

- Depende muito do caso... horas... minutos... porque? – ele perguntou assustado.

- Precisamos ir agora ao local da explosão. – falei praticamente o levando a força. – Te explico no caminho.

Ezequias e alguns amigos estavam assistindo a televisão para saber mais informações sobre o incidente. Ele ficou todo orgulhoso ao ver Phelip pela TV. Pensou em ir ajudar também, mas acabou ficando para ensaiar. A banda se preparava para gravar o primeiro CD.

- Gente... eu tenho uma notícia maravilhosa. – disse Cid o empresário deles.

- O que pode ser tão bom para você atrapalhar o nosso ensaio? – perguntou Ezequias.

- Vocês foram convidados para tocar em um festival na cidade Capixaba. – ele disse sorrindo.

- Que legal. E quando é?

- Dia 23.

- Desse mês?! – perguntou Ezequias.

- Sim... desse mês e desse ano. – falou Cid. – Por que?!

- Fiquei de tocar na peça de um amigo... mas, posso cancelar. – ele disse sorrindo.

- Que bom... porque já não basta a gente ter que tocar naquela parada gay. – falou Caio o baterista da banda.

- Cara... ninguém está pedindo para você tocar... acho que não é novidade para ninguém a minha opção sexual. – disse Ezequias.

- Ei... vamos parar com isso... comecem a ensaiar logo. – pediu Cid.

Cheguei ao local do acidente e o corpo da mãe das meninas não estava mais no lugar. Corri para os carros do IML e não tivemos outra opção. Olhamos corpo por corpo.

- Tem certeza? Ela já morreu a mais de quarenta minutos. – disse Vinicius.

- Ela está grávida. A criança ainda tem uma chance. – falei levantando um dos panos.

- Pedro... para!! – gritou Vinicius me colocando contra a parede. – Você está imundo... machucado... precisa ir para o hospital...

- Prometi as filhas dela... a Carolina e a Jéssica... se elas perderam a mãe... podem ficar apenas com a irmã.

Começamos a ouvir batidas de metal do outro lado do furgão. Ao olharmos direitos percebemos que era a mãe das meninas. Ela bateu contra a parede do veículo usando uma peça de metal.

- Jesus!! – falei tentando não chorar.

- Salvem... salvem... meu filho... – pediu a mulher totalmente sem forças.

- Droga... Preciso de uma ambulância aqui!!! – gritou Vinicius.

É... a vida pode parecer injusta muitas vezes...

- Você escolhe... ou o médico ou eu? – perguntou Ryan para Márcio.

- Você... você sempre me apoiou durante minha estadia aqui na prisão.

- Então... daqui a duas semanas teremos a vida que sempre pedimos. – ele disse beijando o jovem.

Mas, por mais que venhamos a sofrer com tudo que aconteça em nossa jornada, precisamos lembrar que sempre teremos pessoas queridas em nosso lado para que a caminhada se torne mais fácil.

- Calma... vai dar tudo certo... as suas filhas estão bem... estão no hospital. – falei para a mulher que respirava com dificuldades.

E também contaremos com pessoas que lutarão por nossas vidas... na pior ou melhor... das situações.

- Agora filho... você precisa pegar o respirador... girar e ir deslizando pela traqueia dele. – pediu a doutora Alexis.

- Tia... eu não vou conseguir... eu não posso....

- Osvaldo... esse homem depende de você... sei que você é forte... você consegue.

Mas, existe aquele momento em que a pessoa que mais confiamos nos surpreende da melhor forma possível.

- Ei cara... desculpa por aquela situação chata. – disse Caio.

- Tudo bem... algumas pessoas precisam aprender ainda...

- Vamos acertar as nossas diferenças nessa viagem... certo?

- Com certeza...

- Pô... acho legal o teu namorado deixar você viajar... a minha garota vai ficar histérica quando eu contar... ainda mais assim... tão repentino.

- Ehhh...

O pior de tudo vem sem avisar... de maneira que nos arrebata... e surpreende... quando esse dia chega... muitos acabam dizendo... nossa... como a vida é injusta.

- Aquela moça está tendo uma parada cardíaca. – gritou a enfermeira.

- Quem?! Qual é o prontuário dela?! Quem é está mulher?! – perguntou um médico.

- Luciana... é a mulher do Dr. Carlos.... – respondeu alguém.

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Comentários

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Estou feliz em saber que você consegui contornar os obstáculos que surgiram em sua vida! Felicidades! Seu conto é maravilhoso!

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Gente. Voltarei em breve para terminar essa temporada. Estava com alguns problemas pessoais. Mas, todos foram resolvidos. Abraço!

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Por onde você anda? Volta, termina de escrever ou pelo menos diz como vc está? Continua a postar, por favor.

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Olá, passei por aqui para ver se havia novidade. Por onde andas? Continua a postar, por favor

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Tô com medo que vá acontecer algo com o Maurício .-.

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o melhor como sempre nota 1000000

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