Olhei pela ultima vez aqueles cabelos bagunçadinhos cor de ouro. Olhei pela ultima vez aqueles olhos caramelo,cor de mel, vermelhos de tantos chorar, transparecendo uma tristeza infinita. Vi, pela ultima vez, aquele semblante transparecendo desespero. Vi, pela ultima vez, aqueles lábios finos sussurrando "Desculpa, eu te amo".
Fiz uma cara de indiferença. Uma única lagrima escorreu pelos meus olhos. Por fim, entrei na sala de embarque, tentando ignorar parte do meu passado, mesmo sabendo que seria inútil.
========== Algumas horas depois!
Cheguei ao aeroporto de Brokeneck [cidade ficticia, California, EUA] um pouco cansado devido ao vôo. Tudo ocorrera bem. Meu corpo estava estranhando a diferença de fuso horário. Peguei minha mala e segui para o saguão.
Era tudo maravilhoso. Um mundo totalmente novo que eu deveria aos poucos explorar. Esse intercambio com certeza foi a melhor coisa que me aconteceu. Principalmente quando tudo em minha vida no Brasil estava turbulenta.
Ao entrar no saguão do aeroporto, várias pessoas olharam para nós. Alguns abriram sorrisos ao ver seus entes queridos outros abraçaram. Mas eu não sabia quem esperar ali. Eu havia visto a foto dos meus novos "familiares" várias vezes, mas elas tinham tempo que tinha sido tiradas e eu era ruim com rostos.
Algumas pessoas seguravam plaquinhas com nomes. Comecei a procurar o meu, até que encontrei. Um homem alto de cabelos escuros e feições sérias, porém alegres segurava uma plaquinha com os dizeres: "Edgar Santiago".
Me aproximei do homem me apresentando:
- Bom dia, senhor. Eu sou Edgar Santiago! Você deve ser o senhor Frederick Smith. - O rosto do homem alegrou-se ao me ver.
- Sim, sim! Como foi de viagem Edgar? - Ele apertou minha mãos e fez um sinal para pegar minha malas.
- Foi muito bem senhor! Deixe que eu levo minhas malas - peguei minha malas e seguimos para seus carro.
Fomos até seu carro conversando sobre tudo. Ele havia lido sobre o Brasil, sobre os problemas, coisas boas e tals. Pude perceber claramente que ele era um cara culto. O tempo da cidade estava fechado e nublado.
Entramos no carro e ele fez questão de ir me mostrando os pontos fortes da cidade.
A cidade era mediana. Era em uma região montanhosa, próximo ao Lago Tahoe. Tinha bastante arvores. Era um clima ameno, não muito frio, não muito quente. Era perfeita. A cidade dos meus sonhos.
Senti saudade do Brasil pela primeira vez ao ver um restaurante "Brazilian Food". Uma das coisas que eu mais sentiria saudade era da comida, além das pessoas.
Chegamos até a minha casa no próximo ano. A casa era legal por fora. Uma típica casa americana. Branca, telhadinho triangular, um belo jardim na frente e tudo mais. Por dentro ela era muito aconchegante. Tinha uma lareira, uma cozinha bem grande, uma sala de jantar onde ocorriam as refeições em família.
Mas a minha chegada não foi tão "pacifica" assim.
Assim que eu entrei na casa, os outros 3 moradores dessa residência surgiram de traz do sofá e da mesa gritando "Bem-Vindo!". Levei um susto. Logo em seguida trouxeram um bolo, comes e bebes.
Deixe-me apresentar meus novos familiares:
Tom e Tracy são gêmeos da minha idade. Ambos possuem cabelos escuros como o pai e olhos verdes como a mãe. São altos, e claramente amante de esportes. Não pelos seus corpos definidos, mas sim pela quantidade de troféus e medalhas que ambos tem no quarto.
O patriarca, Frederick Smith, era alto com olhos e cabelos escuros. Não apresentava ter mais de 40 anos. Ele era o médico da cidade, por conta disso, uma das pessoas mais famosas e influentes.
Já a mãe era loura dos olhos verdes. Paloma Smith. Era toda extrovertida e simpática. Ela era professora da escola. Não só "uma" professora, mas "a" professora. Era a melhor professora do estado da Califórnia.
Eles me mostraram a casa, sempre frisando que agora ela era minha. Pra variar um pouco, a minha parte favorita da casa foi o meu novo quarto.
Eu iria dividir o quarto com Tom. Ele estava feliz por isso, mas um pouco bravo pois seus pais fizeram ele tirar os posters das modelos de biquíni da parede. Eles haviam separado uma parte do guarda-roupa pra mim, haviam colocado uma beliche, uma escrivaninha com um computador. Não que precisasse, eu havia levado meu notebook.
Liguei para meus pais e tive que fazer um resumo da minha recente nova vida. Estava morrendo de saudade dos meus pais, dos meus amigos, da minha casa, minha escola e tudo mais. Mas deixei de lado, aquele seria o melhor ano da minha vida.
Nós cinco conversamos até de madrugada. Contamos casos, piadas tivemos discussões intelectuais acerca de livros, filmes e facebook. Mostrei pra eles fotos do Brasil. Eles ficaram encantados com as praias cariocas e as montanhas mineiras.
Levei congelado na mochila pão-de-queijo, para mostrar pra eles. Eles gostaram tanto que me xingaram por ter trago tão pouco.
No fim da noite, nos despedimos e cada um foi para seu quarto. No outro dia começariam minha aulas e eu queria estar ao menos acordado para assisti-las.
Antes de dormir, já no quarto, eu e Tom conversamos sobre garotas. Ele iria me levar nos bares mais agitados da cidade. Mostrei pra eles as garotas brasileira que eu já havia pegado. Não que isso fosse do meu gosto, mas eu deveria manter as aparências. Segundo ele, eu era o cara.
Antes de dormir, entrei no meu Facebook para dar uma olhadinha. Muitos me perguntaram como eu estava, se tava gostando, como era e tals. Mas uma pessoa chamou mais a minha atenção.
Havia uma postagem que eu não precisei de meio segundo para perceber uma das típicas indiretas do facebook. Uma postagem com o clipe da música "Far Away" do Rodrigo.
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Meus amigos, esse é meu novo conto =) Espero que gostem e o acompanhem, assim como fizeram com "Contos de Escola"... Não garanto um novo capitulo todos os dias, mas farei o máximo!
Att Leonardo Araujo =D