Aos seus pés

Um conto erótico de Cecília Spielvogel
Categoria: Heterossexual
Contém 2705 palavras
Data: 10/06/2013 22:39:32

Era para ser só uma entrevista como todas as outras. Cheguei um pouco adiantada e resolvi fazer uma hora na loja de sapatos embaixo da empresa. Estava admirando a vitrine, reclamando mentalmente dos preços altos quando um homem parou ao meu lado.

- Deixa eu adivinhar, você é viciada em sapatos?

- Não muito, mas esses estão lindos.

- Eles são especiais.

- O Senhor trabalha aqui?

Ele ficou surpreso com a pergunta. Não tinha jeito de vendedor de loja de sapatos mesmo. Era bonito e estava muito bem vestido.

- Não, mas gosto de presentear algumas pessoas com esses sapatos.

- Sorte de quem ganha, eles são maravilhosos!

Reparei que estava quase atrasada.

- Tenho que ir, boas compras!

E assim saí apressada em direção ao elevador. Cheguei pontualmente às 11h e me apresentei na recepção.

- Vou te acompanhar, por favor, venha por aqui. O Sr. Gustavo, ainda não chegou. A sócia dele irá receber a senhorita.

- Obrigada.

Conversei com a Rebeca por uns 30 minutos. Ela fez várias perguntas sobre minha experiência prévia e os motivos que me levaram a buscar aquela vaga. Estava terminando quando ouvi atrás de mim:

- Desculpem o atraso.

Olhei e vi o homem da loja de sapatos. Não acreditei.

- Obrigado por ter começado sem mim Rebeca.

- De nada Gustavo, ela é ótima. Aqui estão as minhas anotações, tenho que ir. Depois me liga.

E saiu da sala, me deixando sozinha com o Sr. Gustavo.

- Por favor, venha até a minha sala.

Caminhamos por um longo corredor e entramos em uma sala grande, com janelas de vidro do chão ao teto, uma mesa impecavelmente arrumada, dois sofás pretos, um bar e uma vista de tirar o fôlego.

- Sente-se - Disse ele apontando o sofá - Bebe alguma coisa?

- Não, obrigada Sr. Gustavo.

- A Rebeca já explicou como a nossa empresa funciona?

- Sim Sr.

- A Srta. tem alguma dúvida?

- Não Sr.

- Ótimo. Seja bem-vinda! Encontramos-nos amanhã às 08h. Passe no departamento de pessoal para deixar seus documentos e agendar exames.

Como assim? Já estava contratada?

- O Sr. não vai me perguntar nada?

- Confio na avaliação da minha sócia. Até amanhã Srta. Carla.

- Até amanhã Sr. Gustavo.

E saí da sala do chefe um tanto quanto atordoada. Não tinha muita experiência em entrevistas, mas essa com certeza tinha sido muito esquisita. Passei no departamento pessoal, preenchi várias fichas, agendei exames, deixei documentos e 1 hora e meia depois estava pronta pra deixar a empresa. Atravessei um corredor e saí ao lado da mesa da recepcionista.

- Srta. Carla?

- Sim, o que houve?

- O Sr. Gustavo deixou para a Srta.

Ela me entregou uma sacola de papel vermelha, grande e me deixou sozinha na recepção. Inclinei a sacola e li "Aos seus pés" em letras douradas. Não tinha nem ideia do que era! Aproveitei que o elevador estava no andar e entrei correndo, sem pedir nenhuma explicação. Pensei "Vou levar a sacola e amanhã eu devolvo, isso não é meu mesmo!"

No caminho para casa não aguentei e abri a sacola! A curiosidade falou mais alto... Eu ia fechar com cuidado e fingir que nem tinha tocado, mas vi meu nome em um papel grudado em uma caixa de sapato. Em uma letra firme e desenhada, como de arquiteto, ele escreveu "Srta. Carla, venha com eles amanhã. Gustavo". Essas palavras me trouxeram um calor e uma excitação nada rotineira. Fiquei contemplando o bilhete e os sapatos por um bom tempo, pensando em tudo que poderia acontecer no dia seguinte...

Quando cheguei em casa, minha única preocupação era combinar uma roupa bem sexy com os sapatos do Sr. Gustavo. Eles eram pretos, saltos finos e altos, peep toe e meia pata. Um pretinho clássico. Olhei o tamanho: 36. "Como ele acertou?", pensei com um sorriso malicioso e já mordendo o lábio. Coloquei os sapatos nos pés e comecei a andar pelo quarto. Eles eram macios, confortáveis e alongavam minhas pernas, o que é essencial para mulheres pequenas como eu. Tirei a roupa séria para entrevistas e fiquei de calcinha e sutiã. E de sapato. Andei mais um pouco e parei em frente ao espelho.

"O que ele quer de mim? O que ele viu?"

Libertei meu cabelo do coque, ele desceu pelos meus ombros, costas e parou na minha cintura. Virei de costas para o espelho e virei a cabeça para olhar minha bunda. Deslizei minhas mãos pela lateral do meu corpo e carinhosamente arrumei minha calcinha, deixando um fio dental tímido e inocente. Virei de frente e tirei o sutiã. Massageei meus seios e imaginei o Sr. Gustavo fazendo o mesmo. Senti um aperto no ventre, um pedido de carinho da minha parte mais íntima. Sentei na beirada da cama, de frente para o espelho e, sem tirar os olhos da minha imagem, introduzi um dedo. "Hum, molhada..." Tirei o dedo devagar e subi mais um pouco. Fiz uma massagem no ponto mais sensível do meu corpo. "Ainda não quero gozar" pensei, descendo o dedo novamente e iniciando um entra e sai lento e delicioso. Botei o segundo dedo e desci a outra mão, que até então me apoiava na cama. Continuei introduzindo dois dedos e voltei a massagear meu clitóris com a outra mão. Não aguentei muito tempo e gozei ali, na minha mão, me olhando no espelho. "É isso que você quer, Sr. Gustavo?" Deitei na cama, de calcinha e sapato e relaxei...

No dia seguinte, acordei mais cedo do que devia. Demorei um pouco para me vestir: saia preta de cintura alta, blusa azul clara social com punhos e colarinho brancos, meia calça preta, calcinha branca de renda, sutiã igualmente rendado. Brincos e colar de pérolas, meu relógio da sorte e um perfume sedutor. O presente do Sr. Gustavo foi cuidadosamente colocado. Olhei a hora. "Preciso ir!"

Cheguei às 07h50. Passei pela loja de sapatos e ri sozinha. Subi direto e não encontrei ninguém na recepção. Resolvi sentar e esperar por ali mesmo. Alguns minutos depois escutei passos pelo corredor. Arrumei a postura, cruzei as pernas e esperei ansiosa.

- Bom dia Srta. Carla, vejo que recebeu meu presente.

- Bom dia Sr. Gustavo. Obrigada, eu fiquei muito surpresa.

- A Srta. ficou muito bem com eles. Por favor, me acompanhe.

E virou de costas, caminhando lentamente pelo corredor. Estava com um terno cinza claro, camisa branca, gravata lilás, sapatos e cinto pretos. O cabelo claro estava úmido, estrategicamente desarrumado. Seu perfume deixava um rastro de sedução pelo corredor, era amadeirado, quente e clássico. Não era muito alto, devia ter 1,75m. Seu corpo era deliciosamente desenhado, devia ir à academia todos os dias. Foi o caminho mais longo que eu já percorri, parecia não terminar nunca.

- Entre Srta. Carla, fique à vontade.

Ele não me levou para a sala dele. Essa não tinha janelas, o ambiente era aconchegante, piso de madeira, tapetes, iluminação discreta, uma mesa de sinuca e um bar. Dois grandes sofás marrons com almofadas chamaram minha atenção para o centro da sala. Uma porta na lateral dava acesso ao lavabo. Sentei na extremidade de um deles e esperei ansiosamente o que ele queria falar.

- Quero você. E quero que você me queira.

Engasguei.

- Desculpe ser tão direto.

- Eu não sabia o que esperar... Não sabia o que o Sr. queria.

- Mas tinha uma ideia.

- É... pensei em algumas coisas.

- Eu sou um homem que sente prazer em cortejar mulheres como a Srta. Gosto de sentir a satisfação de vocês, gosto de ver uma beleza escondida que com um pequeno estímulo desabrocha.

- Hum, então o Sr. sempre faz isso?

- Não encontro mulheres como a Srta., sempre.

- O Sr. pode me chamar de Carla.

- Só se você me chamar de Gustavo.

- Tudo bem, Gustavo.

- Carla, posso sentar ao seu lado?

Ele ainda estava em pé.

- Claro.

Enquanto ele dava a volta e caminhava na minha direção, eu não tirei os olhos dele. Não sei como tudo isso foi acontecer comigo, eu não sou uma mulher chamativa e muito menos "dada". Mas todo esse jogo me fez ter vontade de ter uma postura diferente. Pelo menos ali, naquela sala, com aquele homem, usando aqueles sapatos. E ele percebeu isso.

- Acho que não quero mais sentar.

Ele se ajoelhou na minha frente, passou os braços por cima dos meus joelhos e segurou minhas coxas por baixo. Abriu minhas pernas e me puxou pra perto dele. Agora ele estava entre as minhas pernas, sua boca na altura da minha e seus olhos no meu corpo.

- Quero que você sinta o quanto é linda e gostosa.

Pegou minha mão e desceu pelo seu peito, seu abdômen até parar em seu membro. Estava duro e pulsante. Ele apertou minha mão com força, colou seu corpo em mim e disse: "Você não vai sair dessa sala tão cedo". Senti um arrepio e um desejo tomando conta de mim. Eu queria muito ele, não estava mais me importando com nenhum julgamento e nem o que ele ia achar se eu me entregasse ao jogo.

- Então não vamos perder tempo.

Eu disse isso!!! Levantei minha mão, abandonando por um breve momento o membro pulsante, e segurei os cabelos dele. Puxei a cabeça dele levemente para trás e o beijei. Forte, rápido e desesperadamente. Senti a língua dele me invadindo com a mesma urgência. Suas mãos subiram pelas minhas coxas e seus polegares começaram um sobe e desce pelo meu sexo. Ele tentou enfiar dos dedos, mas esqueceu a meia calça. "Fica em pé", disse ele, me ajudando a levantar. Colocou as mãos por baixo da minha saia e puxou a meia calça para baixo, rasgando dos lados. Tirei os sapatos e ele pacientemente tirou a meia e a jogou para trás. Calcei novamente os sapatos e ele me olhou, aprovando minha ação.

- Obrigado.

Virei de costas pra ele.

- Você pode me ajudar com a saia também?

Ele abriu o zíper e puxou a saia para baixo. Abraçou minhas pernas e enterrou o rosto na minha bunda. Senti sua língua deslizando por entre as minhas nádegas, ora beijando, ora chupando. Virei de frente e lentamente tirei a camisa. Ele levantou, deu um passo para trás e começou a se despir, sem tirar os olhos de mim. Dei um passo pra frente.

- Eu faço isso.

Tirei cada peça de roupa dele. Quando ele estava só de cueca, comecei a beijar o peito dele, mordendo de leve e passando a língua pelos mamilos. Desci mais um pouco. Passei os lábios pelo abdômen, lambendo lentamente para baixo. Ajoelhei e olhei para cima. Ele estava de olhos fechados, segurando a minha cabeça com uma mão e enrolando o meu cabelo na outra mão. Olhou para baixo. "Você quer me chupar?" Antes que pudesse acabar a pergunta eu já tinha abaixado a cueca dele, agarrado forte seu membro com uma mão e enfiado na minha boca. Tudo, até encostar seus pelos nos meus lábios. Enfiava e tirava da minha boca, chupando com gosto. Ele me ajudava puxando minha cabeça contra sua pelve, depois puxava meu cabelo para trás. Tirei tudo da boca e com muito cuidado mordi a cabeça, passei a língua em volta e chupei só a pontinha. Enquanto isso minha mão trabalhava num sobe e desce insano. Ele gemeu.

- Quero te chupar também... que delícia!

- Ainda não acabei.

Não parei a mão. Desci a boca e comecei a lamber o saco. A perna dele tremeu. Chupei uma bola com cuidado, me deliciando naquela entrega. Ele gemeu mais alto. Passei para a outra e chupei um pouco mais forte. Ele puxou meu cabelo com força. "Vou gozar!!" Enfiei ele todo na boca, movendo minha mão e minha boca juntas, numa sintonia perfeita e ritmada. E ele gozou na minha boca, tremendo e gemendo. Delicioso.

Levantei e andei em direção ao bar.

- O que o Sr. sugere?

- Uma noite inteira com você.

Não pude evitar o riso. Ele estava no chão, tentando se levantar.

- Você entendeu... Sugere alguma bebida?

- Gosta de vinho?

- Branco.

- Perfeito.

Andou até o bar e pegou um vinho branco de uma adega climatizada. Quinta de la Rosa. Abriu e serviu duas taças e andou na minha direção.

- Você vai gostar desse.

Bebi quase a taça toda de uma vez. Estava com sede.

- Quer mais?

- Sim, por favor.

Ele me beijou e me deixou sentir o gosto do vinho na sua língua. Pegou a taça da minha mão e a colocou sobre o bar. Fez o mesmo com a dele. Pegou a garrafa, segurou a minha mão e andamos até a mesa de sinuca. Ele apoiou a garrafa e me beijou, empurrando seu corpo e me fazendo andar para trás. Parei quando encostei na mesa. Ele me levantou e me fez sentar na mesa. Passou a mão pelo meu peito, minha barriga e delicadamente abriu as minhas pernas. Com uma mão tirou meu sutiã enquanto já beijava meu pescoço, mordia meus mamilos e apertava com força meus seios. Cruzei minhas pernas na cintura dele e o puxei mais pra perto. "Ainda não comecei" disse ele, achando graça do meu anseio. Pegou a garrafa de vinho e jogou no meu peito. "Humm, tá gelado." Ele lambia cuidadosamente o vinho que jogava, para mim era uma tortura. Queria sentir ele dentro de mim, rebolando e enfiando cada vez mais fundo e mais forte. Jogou mais vinho na minha barriga e continuou lambendo. "Quero sentir você gozar na minha boca". Lambeu por cima da minha calcinha e jogou mais vinho. Chupava com força a minha calcinha, bebendo aquele vinho misturado com o meu sabor, suco do meu prazer. Apoiei as mãos atrás, tentando trazer um pouco de estabilidade. Com um dedo puxou a minha calcinha para o lado e me lambeu. Deitei na mesa. Ele jogou o que restava de vinho em mim e, enquanto deslizava as mãos pelo meu corpo, me lambia e chupava com carinho e ao mesmo tempo com força. Ele estava me bebendo. Puxei os cabelos dele, gemi e pedi:

- Deixa eu sentir você dentro de mim...

Ele não parou, continuou lambendo, chupando e enfiando seus dedos em mim até que eu gozei na boca dele. E ele me bebeu mais. Tremia de prazer. Ele levantou e me deixou sozinha na mesa. "Que loucura, o que esta acontecendo aqui?!" Pensei com os olhos fechados e tentando retomar meus movimentos. Senti seu peso em cima de mim, seu beijo me dominando e sua presença forte e dura me invadindo.

- Assim que você quer?

- Ahaaam, assim, forte!

E ele me penetrava cada vez mais forte.

- Você é delicioso... Me come!

Era eu mesma falando?

- Enfia esse pau em mim...

- Você é muito safada Srta. Carla. Do jeito que eu gosto.

Sentou e me puxou para o colo dele. Pensei que fosse cair de cima da mesa.

- Quero te comer toda.

Abracei-o e comandei o sobe e desce, a dança dos nossos corpos. Enquanto nos beijávamos, pensei em quantas passaram por aquela mesa. Não importava, aquele momento era meu. Beijei o Gustavo agradecendo por aquela manhã completamente louca. Ele me olhava incrédulo. Gozamos e gritamos juntos. Ele me deitou na mesa e me beijou da cabeça aos pés. Levantou as minhas pernas, beijou os sapatos, me olhou e levantou.

Demorei um pouco para achar minhas roupas. Fui até o lavabo e encontrei uma toalha. Sequei o que pude, com pena de tirar aquele cheiro de sexo e vinho. Coloquei as roupas e joguei a meia calça no lixo. Prendi o cabelo e tentei parecer normal. Voltei para a sala e ele estava de calça e sem camisa. Andou na minha direção e me beijou com ternura.

- Obrigado por hoje, a Srta. me surpreendeu.

Fiquei vermelha.

- Eu que agradeço. O Sr. foi perfeito.

Ele sorriu e me abraçou.

- Tenho uma reunião em meia hora. A Srta. pode procurar a Rebeca.

- Sim Sr. Gustavo.

- Tenha um bom dia.

- O Sr. também.

Saí da sala deixando para trás aquela mulher louca e sedenta por sexo. Não podia pensar que nossos encontros seriam constantes. Foi ótimo, mas não faria aquilo de novo. Encontrei a sala da Rebeca e estava vazia. Fui até a recepção e perguntei por ela.

- Deve chegar em alguns minutos. A Srta. pode aguardar na sala dela.

- Obrigada.

Estava saindo quando a recepcionista falou:

- Ah! Já ia esquecendo. O Sr. Gustavo deixou isso para a Srta.

E me entregou uma sacola grande e vermelha.

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Comentários

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CECILIA, VC SE SUPEROU……MUITO MAIS QUE MUITO BOM O TEU CONTO!!!

falemos……..lifewklass@gmail.com

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Bom, bem escrito, bem construído, bem articulado, e numa narrativa gostosa e envolvente. Literatura erótica. Como é bom ler assim. Parabéns.

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MARAVILHOSO, teu conto não é merecedor de 10, mas sim de 1000000. Tuas palavras me envolveram. Parabéns

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muito bom, estilo clássico difícil de se ver hoje em dia.

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