Inacreditável- Um breve relato de uma noite tesuda.

Um conto erótico de João Pedro
Categoria: Homossexual
Contém 1611 palavras
Data: 26/09/2013 16:35:31

Quando eu bati os olhos naquele rapaz de pele dourada iluminada pelo excesso de luzes na praça, a primeira coisa que senti foi estranheza. Não que fosse feio, pelo contrário, era bonito. Não, não vou economizar adjetivos- embora nenhuma consiga dar a real ideia de como ele era-, mas ele era, no mais simples que posso definir, lindo.

Usava uma regata branca, deixando à mostra os braços malhados salpicados de sarnas. A bermuda xadrez ajustava-se tão bem ao seu corpo que, automaticamente, quando olhei para aquele ponto, senti meu corpo atingido por uma carga eletrotezuda. O volume era impecável.

-Porra, quem é aquele cara? Ele não é daqui.- Perguntei à minha amiga.

-Não sei, deve ser de fora.

-Que tesãozinho, hein?

-Chega junto.

-Tá doida? Nem sei se o cara curte...

Então ele olhou para a nossa direção. Tinha essa manina nada discreta de, ao cochichar com alguma pessoa sobre alguém, manter os olhos nela. Calei-me de imediato, um pouco envergonhado. Ele manteve o seu olhar em nossa direção por um momento e o desviou para o celular em sua mão.

-Caralho, será que ele percebeu que eu tava falando dele?

-Sei lá. Pode ser que sim, pode ser que não. Pelo menos, se tiver desconfiado, é bom que sabe que alguém nessa mesa tá querendo alguma coisa. Eu, se fosse você, iria até ele.

-Você fala isso porque você é mulher e isso é natural no mundo hétero.

-Mas você nem tem jeito de gay.

-E daí? Fica estranho. Se ele não curtir, sei lá. Não quero levar porrada. Se bem que...olha só aqueles braços. Imagina aquela mão vindo direto na minha cara. Ui!

-Nossa, agora você falou que nem viado.

Rimos. Voltei minha atenção para o rapaz que, distraído, mexia o ágil polegar sobre as teclas.

"Deve que está mandando sms pra namorada, querendo saber por que diabos ela está atrasada", pensei. Mudei minha atenção para aquele volume, fantasiando minha boca puxando o fecho ecler devagar, enquanto ele massageava minha cabeça, seus dedos tocando e arrepiando minha nuca. Imaginei o cheiro e a cor de sua cueca, a minha língua passando por sobre a sua barriga até chegar o ponto limite onde eu teria que, com os dentes, libertar o se cacete. Minha língua sentindo o áspero pelo crescendo outra vez.

-Porra, Edu, tá viajando aí. Se você não for lá falar com ele, eu vou.

-Vai nada. Deixa ele pra lá, o cara deve ser hétero. Não quero nada.

Tomei da minha cerveja, mantendo minha atenção naquele ponto que, para meu prazer, foi tocado por um momento breve por sua mão de macho. Ah, como me dava prazer ver esses caras mexendo em seus paus. Coisa de macho, coisa escrota, de homem sem modos. Queria ter sido aqueles dedos.

-Ele tá olhando pra você.-Disse-me ela, despertando-me de minha viagem.

-Quê?

-Agora não, mas ele tava olhando pra você.

-Sério?

Eu não podia saber, porque o ignorava da cintura pra cima. Empolgado, abandonei seu volume e fui para o seu rosto. Antes que ele pudesse virar seu rosto, vi que realmente me olhava. Senti meu pau ficar ainda mais duro.

-Será que ele curte?

-Ah, o cara é bonito, usa essa regata coladinha e uma bermuda xadrez meio apertada...Tem jeito de machinho, mas acho que curte. Vai por mim, Edu, já vi muitos assim. Namorei um cara que era mais ou menos assim por uns três meses, mas aí um dia ele me contou que também ficava com caras.

-Você não me disse isso.

-É, não me lembrava dele.

-Mas você terminou?

-Não por isso. Uma vez fizemos até um ménage à tróis.

-Foi legal?

-Legal? Foi muito foda.

-E por que terminaram?

-Porque eu me apaixonei pela Marina.

-E a Marina estava no ménage?

-Não, nesse dia quem entrou na dança foi um primo meu...

Passamos cerca de dez minutos conversando sobre os vários tipos de gays e enrustidos que conhecíamos. Enquanto isso, perdia-me naquele sujeito que, sentado a uns vinte metros da gente, bebia de sua latinha de cerveja, batendo a ponta do tênis num tique de ansiedade. Isso fez com que eu mais uma vez tivesse a certeza de que ele estava esperando alguém. Provavelmente, sua namorada. Mas de tempos em tempos nossos olhares se cruzavam e se desviavam. E cada vez que isso acontecia, mais eu fantasiava. Tive mil e duas fodas com ele durante nossas trocas de olhares que cada vez mais se demoravam.

Levantei-me para ir ao banheiro. Não por estar com muita vontade de mijar, mas porque ele estava numa das mesinhas mais próximas. Passei pro ele, mantendo os meus olhos em sua direção. Ele, para minha surpresa, também manteve os seus. Não pude me segurar e acabei deixando escapar um meio riso. Em uma boate gay, aquela tática, na maioria das vezes, funcionava. Mas eu estava em outro mundo, no mundo dos héteros e aquilo que eu havia feito poderia me custar muita coisa. Já havia visto gays apanharem por menos.

Fiquei numa das divisórias, esperando que a urina viesse. É muito difícil mijar logo quando se está com o pau duro. Então ela veio com a deliciosa sensação de dar uma esvaziada. Controlei minha urina, liberando-a de jato em jato par que eu pudesse me demorar um pouco mais. Esperava que ele entendesse meu olhar e meu sorriso, que viesse atrás. De pensar no que poderíamos fazer se ele curtisse, senti um arrepio. Fiquei cerca de uns cinco minutos ali, naqueles jatinhos de mijo, já um pouco decepcionado por ele não ter vindo atrás. Mas por que estava decepcionado? Não havia certeza alguma de que ele curtisse.

Guardei meu cacete e fechei meu zíper, quando, ao me virar...

-Cara, não tenho tempo pra frescuras. Não sei se você curte, mas se curtir, a gente pode entrar nesse banheiro pra deficientes e se chupar até dar uma gozada federal. Se não curte, explique por que ficou me olhando aquele tempo todo, cochichando com aquela garota e depois passou por mim daquele jeito?- Disse-me, tão baixo e próximo que pude sentir seu hálito com um misto de menta, cerveja e cigarro. Pude sentir também seu perfume de macho. Porra, qualquer perfume ordinário no pescoço de um macho se transforma no aroma mais sensacional do universo.

Emudecido pela surpresa, não conseguia formar uma palavra sequer. Ante a todo o trabalho que tive num balbucio sem sentido, ele me empurro contra a parede. Seu beijo era urgente! Senti o etílico gosto mesclado ao chiclete e tabaco em sua boca que agora lambuzava o meu pescoço. Com uma de suas mãos, prendia a minha contra a parede, enquanto que com a outra massageava o meu volume por sobre o jeans. Enfiei minha única mão livre por dentro de sua bermuda, violando a cueca e tocando a sua bundinha macia e lisa.

-Que pica, hein?-Sussurrou ele em meio ouvido, enquanto metia a mão por dentro da minha cueca.

-Vamos pro banheiro dos deficientes.

Fomos apressados pra lá, temendo que alguém nos visse, embora houvesse quase ninguém àquela hora da noite na praça. Por sorte, os pequenos vândalos da cidade haviam deixado intacta a fechadura da porta, de modo que pudemos trancá-la por dentro.

-Cara, é sério, hoje não vamos poder fazer nada mais que tirar um sarro bem rápido e fodido, mas...

Calei sua boca com outro beijo, puxando sua regata com tanta pressa que minha unha passou por sua costela, deixando um rastro avermelhado.

-Calma, cara, se minha namorada ver isso ela me fode!

Eu ri, ele me jogou contra a parede outra vez e abriu meu zíper. Puxou minha cueca com avidez, metendo logo em seguida sua boca em meu caralho. Ele ia e vinha, ia e vinha, olhando para mim com aqueles olhos negros, deslizando sua mão em minha barriga, depois brincando com minhas bolas. Peguei sua cabeça e ditei o meu ritmo, indo e vindo, indo e vindo, metendo meu cacete tão fundo em sua garganta que ele engasgava, mas continuava, e sua boca fazia aquele glup, glup, glup, e eu revirava meus olhos e ele me masturbava pra logo em seguida continuar a me chupar, e eu ia ficando cada vez mais louco a ponto de não segurar meu gemido que ia se espalhando pelo banheiro fechado até que...

-Ahhhhhhhhhh...

-Caralho, que porra de gozada deliciosa. Leite gostoso da porra!-Sussurrou.

Minhas pernas tremiam. Ele ainda continuava a brincar com meu pau, num ritmo lento de masturbação, passando a língua esporrada na cabeça do meu cacete.

-Agora é sua vez -Disse-me, erguendo-se.

Então seu celular tocou. Ele arregalou os olhos e tirou imediatamente o celular do bolso.

-Oi, já tô indo. Tô no banheiro. Esperaí.

Desligou o celular e me olhou fazendo uma cara que, por Deus, tive vontade de mantê-lo preso ali pelo resto da vida.

-Cara, minha namorada tá ali fora. Vou ter que ir agora.

Vestiu sua blusa, foi até a pia e lavou a boca. Veio até mim e beijou.

-Você ta me devendo uma-Brincou.

-Tá aqui de passagem ou é novo na cidade?

-Sou novo na cidade, mas morava aqui por perto. Colatina.

Colatina era uma cidade vizinha, a mais ou menos uma hora de distância.

-Minha namorada veio hoje passar o fim de semana comigo.

-E como a gente se vê?

-Domingo aqui na praça.-Disse, pegando em meu pau que outra vez latejava de tesão. Abriu a porta e saiu apressado.

Esperei que mais um pouco lá dentro, recompondo-me, sentindo-me o filho da puta mais sortudo daquela noite. Era inacreditável. Era inacreditável, eu repetia.

-É inacreditável!-Disse-me Ana, quando, ao sair do banheiro, contei-lhe o que havia acontecido.

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