Só nós conhecemos (2° temporada) - Parte III

Um conto erótico de Cesar
Categoria: Homossexual
Contém 4426 palavras
Data: 28/09/2014 11:36:41

Hoje gostaria de começar com um trecho de uma música que tocou (ainda toca) corações:

"Como uma deusaaaaa , você me mantéeem...

E as coisas que você me diiiz, me levam aléeeem..."

Eaí galera, tá tudo bem com vocês? Acho que faz um certo tempo que a gente não se vê né? Para isso tenho explicações fresquinhas na minha mente.

PRIMEIRO - Eu vou esperar um certo tempo para escrever a outra séria porque se não eu não vou conseguir escrever nenhuma. Semanas atrás eu tentei escrever meu outro conto e ficou uma bela bosta, nem tive coragem de postar. Então quando esse aqui chegar no final e tudo mais eu prometo que eu reposto o primeiro capítulo e continuo escrevendo, ok?

SEGUNDO - Eu já falei por aqui sobre um tal namorado meu né? Então, agora estou solteiro e ninguém vai me segurar... (daquele jeito)

TERCEIRO - Vou voltar a responder os comentários aqui, porque é bem mais fácil e dinâmico, beleza seus bira-bira?

Então antes que vocês percam a paciência, vamos logo para o conto:III- O duelo

Rodrigo iria passar um fim de semana na casa dos avós maternos dele. Ficaria sem vê-lo por uns 3 dias. Uma parte de mim acabou ficando triste pois era a primeira semana do nosso "namoro". Mas então eu até que agradeci porque eu teria tempo para resolver uns assuntos inacabados.

Liguei para Pietro no domingo de manhã. Ele atendeu com um tom de surpresa e animação:

- E aí sumido ? Por onde você anda? - ele falou.

Conversamos sobre coisas básicas, do tipo "estou bem", "o que você anda fazendo da vida" ... E só depois disso eu já puxei o assunto para onde eu queria:

- Olha Pietro - eu falei - acho que a gente precisa conversar...

- Pensei que a gente já estava conversando - ele respondeu com uma risadinha.

- Não é que - eu engasguei um pouco para falar - eu queria conversar com você pessoalmente!

Não deu nem 10 minutos ele já estava na porta de casa estacionado.

Avisei meu pai que iria dar uma volta e fui em direção até o carro. Ele saiu pela porta do motorista e veio até a minha direção abrindo a porta do passageiro, igual em filme que aqueles cavalheiros fazem para as damas. Eu até dei uma risada, mas era esse o tipo de comportamento que eu queria impedir.

Depois de entrarmos no carro, ele deu partida e seguiu em frente. Comecei a sentir um frio na barriga que não parava mais.

- Nossa você tá muito gato hoje ! Fala ae, aonde meu gatão quer passear ? - ele falou nem percebendo meu desconforto.

Respirei fundo. Agora era a hora. Tomei coragem e disse:

- Pietro, para um pouco o carro - ele me olhou sem entender mas acabou estacionando em uma pracinha do bairro.

E foi então que eu abri o jogo come ele. Fiquei quase meia hora contando tudo o que eu tinha passado com o Rodrigo pela primeira vez. Ele parecia meio xatiado e só me interrompia de vez em quando para perguntar alguma coisa. Quando eu falei que eu e Rodrigo já tínhamos até transado ele ficou muito confuso. E então eu finalizei a história ficando nós dois em um silêncio infinito.

Ele ficou brincando com a chave do carro por uns 5 minutos, sem falar nada, como se estivesse em outro mundo. Pela sua cara ele estava muito abalado mas tentava disfarçar e segurar seus sentimentos. Peguei o resto de coragem que me sobrava e quebrei o silêncio:

- Cara foi mal - ele olhou para mim - Acho que eu te dei algum tipo de esperança e tal ...

- Não - ele me cortou - eu sempre soube que você não gostava de mim. Eu até já aceitava isso.

Aquilo me deu uma dó desgranhenta. Ele já estava com os olhos cheios de lágrimas mas tentava fazer de tudo para segura-las. E respirando fundo, ele conseguiu segura-las, usando todo o seu fôlego para continuar falando:

- Apesar de tudo isso, eu pensei que no mínimo eramos amigos. Mas que tipo de amigo fica iludindo o outro ?

- Eu não te iludi...

- É cara, acho melhor pararmos de se falar por um tempo.

Do caminho da rua até a minha casa eu tentei ir pedindo desculpas mas parece que ele era feito de pedra e não cedia a nada. Quando eu cheguei em casa insisti para que ele me perdoasse por mais alguns minutos, tudo isso sem muito sucesso. Então eu abri a porta e me despedi. "Pelo menos eu tentei", foi com isso na cabeça que eu passei o resto do dia inteiro. Tentei entender o porque das coisas serem assim e imaginando quantos amigos eu iria perder por causa desse meu "namoro" com Rodrigo. Coloquei na balança para ver se valia tanto a pena esse nosso relacionamento e por alguns instantes eu pensei que não valia tanto assim.

Quando eu voltei a vê-lo na segunda feira meu pensamento mudou. Estava disposto a perder a tudo e a todos por eleCara, o que aconteceu ? - eu perguntei para o Pietro que tentava conter o choro.

Ele só fez um sinal para eu entrar no carro. Rodrigo observava tudo meio perdido sem dizer uma só palavra. Pedi para ele ir sozinho até a escola e avisar que eu chegaria atrasado. Ele apenas acenou com a cabeça e me mandou ligar se eu precisasse.

Entrei no carro e Pietro deu a partida. Ele foi andando por umas ruas sem saber aonde estava indo e de repente ele estaciona em uma rua bem discreta para podermos conversar.

- O que aconteceu cara ? - eu perguntei já perdendo um pouco a paciência.

Ele me olhou como se estivesse escolhendo as palavras. Pelo jeito o negócio era sério e muito importante. Na minha cabeça eu pensava que poderia ter sido alguma morte ou um acidente de um familiar ou coisa muito pior, pois pelo estado que ele estava algo muito forte teria acontecido.

- Ele ... ele - Pietro engasgava e não conseguia falar - Ele está vindo pra cá...

- Quem está vindo pra cá ? - eu perguntei preocupadoele quer passar uma semana ... inteira aqui... - dava para sentir o medo na sua voz.

- Mas quem ? - eu insistiae ainda por cima ... ele vai trazer ela - depois disso ele desatou a chorar.

- MAS QUE CARALHO VAI VIM PRA CÁ CACETE ??????

Eu me exaltei um pouquinho mas foi necessário. Pietro levou alguns segundos para se recompor, respirou fundo e disse :

- Meu ex namorado, junto com a sua atual ... eles vão passar uma semana aqui.

Na hora eu nem entendi o que aquilo significava mas então minha cabeça começou a ligar um pontinho no outro e foi aí que eu percebi : meu "amigo" estava fodido (e não no bom sentido).

Pietro morava no interiorzão da vida. Antes de vir para cá ele teve um caso com um amigo de infância e os dois chegaram até namorar. Quando Pietro veio estudar por aqui o relacionamento dos dois foi por água abaixo e ele ficou muito mal (chegando até fazer certas safadezas...). Mas com o tempo tudo se acertou e ele deveria já ter esquecido o tal do rapaz.

- Ele me ligou ontem - Pietro dizia já bem mais controlado - me chamou de amigão, disse que estava com saudades... E foi aí que ele perguntou se poderia passar uma semana com a namorada no meu apartamento...

Você que leu os contos desde o início já deve saber que eu não curto muito um MIMIMI, e aquilo estava me cheirando a frescura total. Continuei escutando porque de uma forma ou outra minha amizade com Pietro poderia voltar a ser o que era. Se para isso teria que ouvir todas as suas bobagens... bem era o preço a se pagar.

- Você ainda gosta dele né ? - eu perguntei sorrindo.

Ele achou aquilo a pior das ofenças.

- MAS NUNCA ! EU QUERO ELE MUITO LONGE DE MIM E ...

Nem ele achava mais argumento.

- Cara - eu disse - Você tá tipo, muuuuuuuuito apaixonado por ele ainda.

Pietro percebeu que tinha perdido. Abaixou a cabeça no volante totalmente desorientado. Seria engraçado se não fosse tão doloroso. Por alguns intantes eu fique até com um pouco de dó.

- Quando eles chegam ? - eu perguntei.

- Hoje a noite.

- Não tem como... sei lá, falar que não tem quarto ?

- Ele sabe que meu apartamento é grande - e lá foi ele voltando a chorar - O que que eu faço ??

- Sei lá em cara - eu disse - se fode aí !

- Porra hein, Valeu cara.

- Velho, se isso te ajudar eu posso combinar de passar do seu AP e fazer um pouco de ciúmes para ele...

- Não - ele me cortou - a namorada dele pode contar para meus pais.

- E você abre o jogo pra todo mundo e conta dele também oras.

Confesso que eu nunca tinha visto essa versão "Bocó" do Pietro. Toda vez que conversávamos ele sempre aparentou ser um cara ambicioso, competitivo, inteligente... mas agora seu comportamento estava pior do que uma criança que perdeu a chupeta. Pelo jeito ele deveria gostar muito do rapaz para ficar tão idiota assim.

- Você faria isso por mim ? O Rodrigo não vai ficar bravo ? - ele perguntou.

- Tá tranquilo, não vou fazer nada de mais para não comprometer ninguém. E é claro que eu faria isso por você, afinal de contas somos amigos né ?

- Valeu cara - ele disse me abraçando - sabia que podia contar com você, me desculpa.

Ele me levou até a escola e fomos contando as novidades. Combinamos de se encontrar na mesma noite para ir jantar na casa dele e para eu poder conhecer o capengo do seu ex.

Desci do carro e me despedi. A sensação de ajudar um amigo era incrível e era algo que eu adorava fazer. Senti um leve pressentimento de que isso iria dar merda e eu comecei a me preocupar um pouco, mas eu nunca fui de acreditar em pressentimentos ou coisa e tal.

Depois das coisas que aconteceram nessa semana, nunca mais na vida eu duvidei dos meus pressentimentos.

...

Já ficou muito cansativo eu ficar narrando as minhas artimanhas na escola então eu vou adiantar para vocês e dizer que eu dormi umas duas aulas, chamei a professora Val-Val de bolinha de luz e fui mandado para fora da sala. Vamos poupar os detalhes e ir para a parte que nos interessa.

Encontrei os meninos para o treino de vôlei na quadra. Felipe já estava azucrinando um dos meninos do primeiro ano com uma brincadeira de pegar o boné do moleque. O restante do time montava a rede e procurava as bolas. Rodrigo estava em um canto aquecendo, lindo como só ele sabe ser. Fui na sua direção e dei uma apertada no seu mamilo.

- Fala minha paixão! - eu disse dando uma piscada para ele.

Ele ficou um tempo me zuando por causa que tinha um pouco de Ketchup na minha cara. Mandei ele vir limpar com a língua e ele veio pra cima de mim. Por um momento eu até pensei que ele ia meter a língua no canto da minha boca mas ele não era tão retardado assim.

- Mais tarde eu me lambuzo inteiro para você poder se divertir, tá bom ? - eu disse para provoca-lo.

- Estarei esperando - ele respondeu indo se juntar com os outros garotos.

Fizemos um aquecimento normal, onde eu tive que me segurar para não ter uma ereção quando Rodrigo abaixou e empinou aquela bunda deliciosa dele para cima (sim,vou fazer propaganda dessa bunda até o último capítulo, pois ela merece). Depois disso todos se sentaram para ouvir o recado que eu iria passar.

- Negócio é o seguinte negada - eu comecei - o campeonato começa sábado que vem, já recebi os e-mails confirmando e tudo. São 16 times, mata-mata, se a gente perder já era e dessa vez não teremos tanta sorte para poder passar sem vencer. Então não quero ver nenhum bunda mole, vamos fazer de tudo para vencer. Vamos jogar em casa então não quero passar vergonha, estamos entendidos ?

Escutei um "SIM CAPITÃO" e algumas risadas. Eles sabiam que eu não curtia muito esse negócio de ser líder e tudo mais, mas como eu era o que tinha mais experiência, acabei ficando com o título até que a direção da escola contratasse outro professor (se tratando de escola pública isso iria demorar).

Eu estava muito animado com o campeonato só que depois do treino eu dei uma broxada completa. O time estava uma porcaria sem limites, dava até um negócio ruim ver eles jogando. Não tinha sincronia, passe de bola, organização ... tava um belo bolo fecal mesmo. Pensei um pouco no que fazer e tive uma ideia.

- Galera vem cá todo mundo, fazendo favor - eu chamei eles no meio do treino mesmo.

- O que o nosso capitão quer ? - Felipe dessa vez fez a gracinha.

- Só queria dizer que vocês estão fazendo um ótimo trabalho - todos eles se olharam orgulhosos - e que para vocês serem ruins tá faltando muito ainda.

Acho muito legal isso de dar esperança para a pessoa e depois tirar tudo de uma vez, é realmente um fetiche meu ( experimentem , é legal). Comecei a dar um puta sermão falando da falta de concentração do time e que do jeito que estavam, a gente seria massacrado no primeiro jogo.

Eu sou desses que não acredita em sermão, isso porque meu pai já me passou uns trezentos e eu posso garantir que nenhum funcionou. Então por isso eu criei um pequeno desafio.

O verdadeiro problema do time era a falta de concentração. Era evidente ver eles jogando e pensando em outras coisas. Então para isso o meu joguinho teria que funcionar. Não era algo muito elaborado, levei apenas um minuto para inventar, mas as chances de dar certo eram 100%. E se não desse certo pelo menos seria engraçado (para mim, claro).

Peguei uma caixa de papelão que estava no quartinho e a abri falando:

- VOCÊS SÃO PODRE ! O VÔLEI DE VOCÊS É UM LIXO ! ESTÃO ME ENTENDENDO ?

Vi algumas cabeças concordando e continuei.

- Isso aqui são nossas uniformes que chegaram hoje de manhã. - escutei umas vozes de animação - mas não é para ficar alegra desse jeito não. A partir de agora vocês vão vestir essa porcaria e não vão tirar até que eu mande tirar.

- Como assim ? - Bruninho, o mais novinho deles perguntou.

- É simples, vocês não estão se concentrando tanto no vôlei, então para isso vocês vão vestir essa camisa e ficar com ela até sexta. NINGUÉM vai lava-la, passar perfume ou qualquer coisa. Eu quero que vocês sintam o cheiro nojento do jogo que vocês estão fazendo. Até sexta-feira, ouviram ? Se eu souber que qualquer um de vocês tirou a camisa... bem acho que vocês já ouviram falar o que acontece com um traíra nessa escola né?

- Isso é sério Cesinha ? - Felipe perguntou.

- Olha pra minha cara e vê se eu to de sacanagem. Sexta-feira eu irei chamar alguns amigos do terceiro ano para jogar contra vocês. Se vocês vencerem, poderão tirar a camisa.

- E se a gente perder ? - dessa vez foi o Rodrigo que perguntou.

- Bem... - eu não consegui manter a postura de bravo com ele, por isso acabei dando uma risada - se vocês perderem pelo menos já vão estar com o uniforme certinho para o jogo do campeonato. Agora quero ver vocês pagarem 100 flexões pelo nosso tempo perdido aqui.

Escutei um monte de protestos e tive que lembra-los mais uma vez da punição para o traidor.

E foi assim que eles me amaram um pouco menosNossa Cesar - Rodrigo disse - tem certeza disso? Você vai querer me pegar todo sujo e fedendo assim?

- Pode parar com a chantagem emocional - eu respondi - e além disso eu também estarei fazendo um sacrifício pelo time.

Estávamos em casa jogando videogame. Conversamos a tarde inteira sobre vôlei e treino pra lá, treino pra cá... não conseguimos conversar sobre mais nada até aquele momento.

- E aí ? - Rodrigo perguntou - o que o tal do Pietro queria ?

Tomei um susto! Tinha acabado de me lembrar que eu teria que ir jantar na casa do Pietro. Expliquei tudo o que tinha acontecido com ele para o Rodrigo que apenas riu de algumas partes e concordava comigo que aquilo tudo era muita tempestade em copo d'agua.

- Então - eu continuei falando - hoje eu vou lá jantar na casa dele, ou algo assim, para ele não ficar tão perdido no meio dos dois.

Rodrigo fez uma cara feia pra mim que eu cheguei a perder uns 3 quilos.

- Relaxa minha paixão - eu disse me aproximando dele - Eu sou o único amigo que entende ele, e o coitado tá muito mal.

- Toma cuidado com o que você vai fazer em ... - ele me advertiu.

- Já te disse que você fica muito lindo quando tá bolado ?

Dei um beijo bem gostoso em sua boca. Com movimentos de língua bem devagar íamos cada vez mais se entregando um ao outro. Tirei minha camisa o mais rápido que eu pude e quando fui tirar a dele, o lazarento me impediu.

- Não, não - ele disse - o capitão disse que não era para tirar a camisa, então você vai sofrer também.

Me deitei dando a vitória para ele. Comecei a me arrepender eternamente desse desafio idiotaRelaxa cara - eu disse para Pietro - vai dar tudo certo.

Estávamos na rodoviária esperando o ex do Pietro com sua namorada chegar. Ele ainda parecia muito nervoso e suas unhas já estavam todas roídas.

- Me responde uma coisa - eu perguntei - se vocês tinham brigado, por que ele ainda quer ser seu amigo?

- Na verdade - ele respondeu - nossos pais sempre foram muito unidos e tal. Por isso depois que a gente terminou tivemos que continuar se vendo e assim nossa amizade foi voltando ao normal.

Quando ele disse "voltando ao normal", eu peguei no pulo. Por um tom diferente de sua voz eu percebi que ele estava escondendo algo.

- Vocês dois já se pegaram depois que terminaram ? - eu perguntei.

- Não - ele disse tentando mentir. Se eu fosse lerdo até teria acreditado, mas acabei arrancando uma confissão dele só com meu olhar - tudo bem, a gente ficou algumas vezes... mas foi no começo do rompimento então nem vale.

Apenas levantei a mão em sinal de rendição.

- Meu deus ! - Pietro disse estericamente - Lá vem ele.

Segui com o olhar a direção que o seu dedo indicador apontava. Com uma mala nas costas e uma outra na mão vinha um garotão em nossa direção. Parecia ter uns 20 anos, era uns 4 palmos maior que eu, tinha um cabelo moreno curtinho com um pequeno topete na ponta. Sua camisa xadrez parecia que não ia conseguir segurar os braços fortes e musculosos dele. Sua pele era bronzeada, seu rosto era bem desenhado com uma barba mal feita que fazia inveja para qualquer um. Por fim mas não menos importante, ele tinha uns olhos verdes que dava para ver que brilhavam de longe.

- Juninho!!! - foi assim que ele chamo o Pietro.Só ouvi uma palavra de sua voz completamente grossa e fiquei com um pouco de medo.

- Gutão !! - Pietro deu um abraço entusiasmado nele e os dois ficaram atracados lá por um bom tempo. Eu permaneci com cara de moita sem saber o que fazer.

- Nossa cara, tenho tanta novidade pra te contar !- o que agora passamos a chamar de Gutão, ou Guto, disse para Pietro nem notando a minha presença e já indo andando.

- Cadê a sua namorada, a Júlia né? - Pietro perguntou me lançando um olhar que já entregava toda a sua preocupação.

- Ela nem veio, a gente meio que terminou... - Guto parecia indiferente a isso - mas vamos depois eu te conto tudo.

Pietro tratou de me apresentar:

- Então, esse aqui é meu amigo Cesar - ele disse "amigo" de uma forma estranha se entregando novamente.

Ele me apresentou o Gustavo/Guto/Gutão. Este estendeu a mão para mim e apertou-a com uma força que eu nunca tinha sentido antes.

Observei os dois e minha cabeça começou a ligar os pontinhos novamente. O amor entre eles era forte demais, aquele Pietro frio e calculista se transformava em um crianção quando estava perto de Guto. Eu estava certo, Guto deveria ter forjado uma história de namorada para deixar Pietro puto e faze-lo voltar para a cidade. Vendo que não tinha funcionado ele resolveu vir para cá e tudo estava se desenrolando na minha frente.

Era muito MIMIMI para um dia só.

- O Cesar está indo com a gen... - Pietro começou a falar.

- Valeu cara - eu o cortei - se não fosse sua carona eu não conseguiria chegar a tempo de comprar a passagem.

- Mas ... - ele protestou até perceber o que eu estava fazendo.

Esses dois precisavam se entender e eu não queria estar em um jantar segurando vela, por isso arranjei uma desculpa. Me despedi dos dois e quando eu estava virando de costas olhei para o Pietro e dei uma piscada bem discreta para ele. Isso não escapou aos olhos de Guto que me encarou com ira saltando pelos olhos. Ele abraçou Pietro novamente e como quem diz "sai pra lá que ele é meu" foi indo embora me deixando com a sensação de missão cumprida.

...

A semana foi árdua e parecia que nunca iria acabar. Treinos cada vez mais intensos e atividades físicas estimulavam e também nos levavam a exaustão. Os meninos foram fortes e não tive problema com nenhum "traíra" o que por outro lado foi terrivelmente difícil, ter que aturar o cheiro podre que eles exalavam.

Mas tudo passa (até a uva passa)(calma não fecha)(estou escrevendo isso com sono) e a sexta-feira chegou. Matei a última aula para conversar com os meninos do terceiro e ver se eles poderiam jogar. Passei de sala em sala e a respota foi positiva, a partida iria rolar.

Fui o primeiro a entrar na quadra. Armei a rede e deixei tudo preparado. Fui até o quartinho da bagunça pegar outras ferramentas como apito e etc... Senti meu celular vibrar no bolso e vejo uma mensagem do Rodrigo "se prepara porque hoje você vai perder, te amo seu escroto", comecei a responde-lo quando escuto um barulho vindo do lado de fora. Tomei um susto enorme com a imagem de Felipe parado na porta com uma expressão terrível me olhando.

- O que foi cara? - eu perguntei.

Ele nada respondeu, apenas ficou parado lá.

- Você tá bravo por causa da camisa ? Fica tranquilo, pois nem eu mais aguento esse cheiro. - eu disse estranhando o comportamento dele.

Felipe trancou a porta e continuou me olhando. Aquilo me assustou um tantinho só.

- Meu deus cara, fala logo - eu disse pegando a bomba de encher a bola.

E foi então que ele abriu a boca e falou:

- Você é gay Cesar ? - ele isse bem baixo, mas mesmo assim era a primeira vez que ele me chamava de Cesar na vida.

Minha respiração parou na hora. Minha cabeça começou a borbulhar pensando em algo para poder responder aquela pergunta.

- Da onde você tirou isso cara ? Tá pirando ? - eu disse.

- Você é gay? - dessa vez ele já aumentou um pouco.

Meu coração batia muito forte, mas eu consegui manter a calma e jogar conforme eu sabia.

- Claro Felipe, tira a roupa agora que a gente vai ter uma longa tarde de sexo animal, trouxe até o meu KY - eu tentei por o mais sarcasmo que eu consegui.

Felipe me encarava ainda incrédulo.

- A quanto tempo você e o Rodrigo andam se pegando? - ele perguntou se aproximando de mim.

- Faz uns 11 meses já amigo - eu disse, usando a mesma tática - aliás já te dei o convite da nossa festa de um ano ?

Infelizmente não funcionou. Felipe me surpreendeu agarrando a minha camisa com toda força que tinha.

- Não brinca comigo Cesar, fala a verdade!!

Aquilo já tinha ido longe demais. Empurrei ele para trás e ele deu uma cambaleada.

- Tira essa mão de mim, caralho! - eu gritei com ele.

- Você ficou com ele ou não? - ele estava disposto a não desistir.

- Quem te contou isso ? - eu também já estava pra lá de puto com ele.

- Só me responde - ele gritou muito alto dessa vez - Você ficou com ele ou não?

- Não... - eu estava disposta a negar até a morte.

- Olha dentro dos meus olhos e fala a verdade.

Eu tentei. Eu tentei olhar dentro daqueles olhos mas as palavras não saiam da minha boca. Não tinha mais nada a se fazer e não ter opção me deixa muito puto da vida.

- Quer saber? - eu disse - Eu quero é que você se foda ! Sai da frente.

Felipe me encarava sem falar nada. Perdi a paciência e fui saindo da sala. Até que ele entrou na minha frente.

- Sabe - ele falou - pensei que fossemos amigos de verdade. Você era como um irmão pra mim, meu melhor amigo. Eu nunca escondi nada de você, sempre fui sincero enquanto você tenta negar até a morte para o seu melhor amigo que você é gay.

Ele arrancou a camisa do time e vestiu uma outra da escola e continuou falando.

- Pra mim você continuaria sendo meu melhor amigo, sendo gay,hétero,travesti... mas foi mal cara, eu não quero a amizade de alguém que não confia no próprio amigo. Pra mim já deu, estou fora.

Ele abriu a porta e foi saindo meio cabisbaixo. Quando estava quase saindo de vista ele voltou para trás e me jogou a camisa do uniforme do time. Eu nem fiz questão de pegar e a camisa foi parar no chão.

- Se divirta com os seus segredos! - ele disse, dessa vez indo embora. para não voltar.

E lá se tinha ido mais um amigo. Me perguntei quantos eu ainda iria perder até o fim do ano.

E isso só me deixou com mais medo do que antesDeu por hoje né gente ? Já estou esboçando o próximo, então fiquem ligados que a qualquer momento eu posto por aqui (mês que vem quem sabe). E se você tem alguma coisa para falar pra mim ou pro conto é só deixar um comentário aqui embaixo. Pode falar o que vocês quiserem pois eu sou bonzinho, ok? Me bate, me xinga, me chama de bandido... aqui tudo é permitido, desde que tenha amor.

Ah e como eu disse lá em cima, estou solteiro (sozinho nunca), então quem quiser deixar o whats por aqui...só pra gente dar uma conversada né... vocês que sabem... '-'

Agora fiquem aí com as informações dos próximos capítulos...

IV- "Lugar certo, hora certa" - Cesar decidi passar um fim de semana em uma fazenda para esquecer os problemas. Mas parece que as dificuldades estão em todo tipo de lugar.

V- "Aqueles que virão" - O primeiro jogo do campeonato vai acontecer e Cesar vai precisar de muito mais do que habilidades para poder vencer.

Brigadão gente e até a próxima...

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Comentários

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Quem é vivo sempre aparece. rsrs

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Eu queria saber a sua idade?

Me manda seu Whats no meu email gabrielsyqueira@ig.com.br

Foi mal tive q comentar de novo ;)

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Eu queria saber a sua idade?aah me mande seu Whats no meu emailgabrielsyqueira@ig.com.br

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