Promessa capítulo 3

Um conto erótico de escritor da noite
Categoria: Homossexual
Contém 2667 palavras
Data: 24/12/2014 02:36:10

Olá, pois bem, moro no interior do ES, tenho 17 anos, mês que vem fico adulto, não sei se isso é bom ou ruim. Quero cursar jornalismo e espero que dê certo pelo Sisu. Não sou forte, estatura mediana, 1,76 acho, gosto de jogar handebol, não tenho a menor habilidade com os pés, mas gosto de ver futebol. Solteiro, não sou assumido, olhos cor de mel, dizem, porque sou daltônico, enfim, esse sou eu... Espero que gostem e apreciem o texto. Vou tentar responder aos comentários, se tiverem kkkkk, estou me familiarizando ainda. Tá um tanto triste, mas breve melhorará, Ok?

E como tá triste, uma boa música pra ouvir seria Skyscraper da Demi Lovato.

##############As folgas da minha mãe são aos sábados e domingos, mas neste último ela vive envolvida com projetos da igreja, ou seja, o único dia que tenho para ficar com ela é o sábado e já eram 14:30. Sem contar meu estado. Eu estava acabado. Destruído. E isso me dava raiva. Na verdade, a raiva vinha por que eu não conseguia e nem podia expressar o que estava passando. A única pessoa que sabia que eu era gay é minha ex, mas nem ela sabia com eu estava ficando. Eu estava sozinho numa rua escura cheia de buracos profundos e espinhos pontiagudos, onde eu teria que escolher um dos dois para encarar, no entanto eu parecia estar caindo num desfiladeiro repleto pelos mais diferentes espinhos, sem esperança.

Entrei em casa sem nem cumprimentar minha mãe que fazia um de seus crochês para o orfanato da igreja. Fui direto para o quarto, tranquei minha porta, deitei em minha cama e fiquei encarando o teto tentando obter qualquer resposta. Em vão.

Meu celular começa a vibrar e vejo que é o pessoal da sala conversando pelo grupo. Vejo também mensagens da Bia, do Mateus e até do Leo. Estava de saco cheio de tudo e sabia que a culpa não era deles. Era minha, só minha, por ter me envolvido com alguém que tinha um futuro predestinado ou por não ter tido coragem para mudá-lo. Desligo o celular, e por precaução, desconecto a bateria dele. E voltei a me direcionar ao teto. É incrível como você adoraria estar no nada quando seu mundo está desmoronando. Pena que não dá pra escolher.

Sinto, novamente, um aperto no peito e me contorço com a dor. Talvez se a lágrima, uma que fosse, escorresse sobre meu rosto aquele sentimento seria menos doloroso. Sinto falta de Thiago. Não estou dizendo pelo lado corporal ou por sua sensualidade, não. Sinto falta de sua companhia. Que fosse por uma mensagem ridiculamente escrita errada pelo facebook ou pelo Whats. Uma foto de como ele estava, mesmo sabendo a pose bizarra que ele insistia em fazer. Não tínhamos fotos. Era óbvio, não podíamos sem sermos assumidos. Me odeio por causa disso. Deveria ter insistido pelo menos mais um pouco, mas não, isso era "coisa de viadinho". Agora estou aqui, sozinho, apenas com minhas lembranças e uma simples foto do homem que descobri que amo.

Quando lembrei desse detalhe, procurei rapidamente meu celular e o liguei, desliguei a internet e fui para a galeria. Procurei pela foto e depois de um tempo, enfim a achei. Virei meu corpo para o lado, como se ele estivesse ali. Pus os fones no celular e comecei a ouvir minha playlist enquanto observava àquela foto. Rock, metal, depressiva, tudo passava, mas não conseguia me concentrar nelas. Meus pensamentos estavam em outro lugar.

Ouvi batidas na porta, era minha mãe. Acho que ela escutou meus gritos de agonia. Era isso que me definia, agonia. Nada era suficiente pra mim, nada que não fosse Thiago. Seu corpo, seu cheiro, sua voz, seu jeito. Ele.

A porta do quarto continuava sendo alvo das porradas de minha mãe. Ela não sairia dali, a menos que eu a atendesse.

-Filho, tá tudo bem?

-Tá sim, mãe.

-Tem certeza? Não quer conversar comigo?

-Tá tudo bem, mãe. Só estou cansado.

-Então por que a gritaria?

-Não foi nada. Eu quebrei uma parada só isso.

-Davi, abre a porta.

-Mãe, eu quero dormir.

-Não vou sair daqui até falar com você. Até te ver.

-Aff.

Levantei e abri a porta. Ela deu um passo à frente, me encarou, analisando todo meu corpo, procurando qualquer estranheza e foi ver o resto do quarto. Depois, ela voltou-se a mim e questionou-me:

-Você brigou com o Mateus?

-Hã?

-Você não estava fazendo trabalho com ele?

-Sim, mas não briguei com ninguém mãe. Eu estou bem.

-Com essa cara amarrada? O que aconteceu meu filho?

Isso era um massacre, não poder falar pra minha progenitora o que me assolava.

-Na..nada não. Tá tudo bem.

-Davi, você confia em mim?

-Claro.

-Não parece. Mas, vou fingir que acredito. Você quer que a mamãe prepare alguma coisa?

Ela me matava a cada frase.

-Não mãe, estou bem. Só quero dormir um pouco.

-Tudo bem. Qualquer coisa eu tô lá em baixo -me dando um beijo no rosto.

-Pode deixar.

Depois daquele martírio, eu voltei para a cama e escutei minhas músicas olhando aquela foto. Fiquei pensando se eu representava alguma coisa pra ele ou era apenas sexo. Nós estávamos juntos a quatro meses, mas nada que fosse além de uma simples noite de prazer. Ele não me dava abertura para saber onde poderíamos chegar naquela relação, assim como eu também não por medo de que o inevitável acontecesse. Eu havia previsto tudo, menos que eu fossee apaixonar.

[Lembrança]

Estávamos deitado em sua cama assistindo O Espetacular homem aranha 2 -me surpreendi com o filme, vale a pena-, bom pelo menos eu estava. Thiago não conseguia ficar sem me provocar -se é que vocês me entendem-. Estava passando a cena em que o Peter tenta salvar a Gwen, mas não consegue e ela acaba morrendo, quando eu levei aquilo para o real e vi que estava acontecendo o mesmo comigo e Thiago, uma lágrima saiu de meus olhos e percorreu toda minha face.

-Que mocinha, chorando por causa de um filme.

-Não posso me emocionar mais não?

-Ficou putinha, foi? Vai chorar? Ah não pera, já tá chorando HAHAHA.

-Engraçado.

Saí do quarto.

-É sério? Posso nem brincar mais? - vindo atrás de mim.

Eu estava com os cotovelos escorados na "mureta" da varanda, olhando a paisagem da noite da favela, ainda pensando na cena do filme. Thiago sentou-se de costas para paisagem em cima da mureta- esqueci o nome- me encarou e eu permaneci pensando visualizando o morro.

-Foi mal se eu te ofendi lá em cima. Eu tava apenas brincando -disse ele olhando pra baixo e depois virando-se pra mim.

-De boa.

-Não parece.

-É sério. Tá tudo bem -disse forçando um sorriso.

-Você não consegue ser falso, sabia?

Eu ri.

-Fala o que aconteceu.

-É que o filme mexeu comigo. Fiquei imaginando aquilo com a gente, eu tentando te salvar, mas era tarde de mais. Por que você não sai dessa vida? Vamos tentar começar do zero. Eu e você - pena que essa parte foi só um pensamento. A mim, coube apenas um "eu já estou melhor, deixa pra lá".

[Realidade]

Inútil. É o que eu era. Se eu tivesse dito aquelas palavras, talvez hoje ele estaria aqui comigo. Retardado. Otário. Burro. Medroso. Sonso. Tudo por medo da rejeição, de o Thiago não reagir bem, e agora, onde estou? O que sou? No nada. Sou um nada.

Fiquei imaginando um milhão de coisas que poderiam acontecer, enquanto olhava aquela foto. Estava cansado física, mental e psicologicamente. Precisa dormir, o que não demorou muito para acontecer.

Acordei no outro dia com os raios dos sol novamente atacando meus olhos. Levantei-me da cama e fui ajeitar as cortinas. Foi então que me lembrei de tudo que aconteceu e caí de cabeça na minha depressão.

Chequei minhas mensagens na esperança de esquecer o inferno que estava passando, mas nada.

Vi, nos recados, que a Bia me lembrava que iríamos sair com o Mateus hoje. Olhei as horas e vi que o relógio ainda marcava 08:20 da manhã. Tinha acordado cedo em pleno domingo -saco-. Desci e vi um pouco de TV esperando o tempo passar. Minha mãe já tinha saído para igreja, então não teria problema fazer aquilo ali na sala. Peguei meu celular e fiquei olhando a única foto que tinha com Thiago. Mal percebi o que estava passando na TV.

[Lembrança]

-Porra Thiago, é só uma. O que custa?

-Eu não vou tirar foto.

-Por que?

-Coisa de viado.

Olhei pra ele com uma expressão de "ah vá!".

-Só uma.

-Se eu tirar, você para de me encher o saco?

-Paro.

-Ok.

Estávamos dentro do banheiro do shopping, tínhamos ido assistir um filme que eu queria fazia tempo e com muito custo, consegui levá-lo.

-É sério que você vai fazer essa pose?

-Ou é do meu jeito, ou não tem foto.

-Tá bom então.

-Tira logo.

-Calma que pressa, a sessão é daqui meia hora ainda.

-Foi né?

-Acho que sim.

Thiago estava com uma calça branca bem apertada ao corpo que me dava um tesão do caramba, usava uma blusa vermelha de manga curta e gola v, mostrando a entrada dos peitos dele -fogo subia-, e um boné estiloso virado pra trás, cordão fino -que o insisti a colocar no lugar daquelas correntes enormes que vão até a barriga da pessoa- um relógio e uma pulseira, tudo dourado e um tênis da adidas preto. Eu estava com um calção xadrez e uma blusa malha fina preta, cordão fino dentro da blusa e um relógio, também dourados, e um tênis all star preto.

-Quer ver a foto?

-Deixa eu ver -chegando na minha frente-. É, fiquei gostoso.

-Convencido.

-Realista.

-Tadinho -olhando na cara dele.

-Não aguento olhar você e não querer te beijar.

-Safado.

Ele me beijou.

-Seu doido, entra e sai gente aqui toda hora. Que cara é essa Thiago?

-Vamo, é rapidinho Davi.

-Não. Aqui não.

Ele estava quase colocado ao meu corpo, passando a mão na minha coxa, barriga, peitos, até que me surpreende e aperta meu pênis. Aquilo fez acender um fogo em mim que não sei explicar.

-Golpe baixo. Vamos pra cabine agora -disse o puxando para a cabine privada.

Nós nos beijamos com intensidade,fogo, tesão. Ele apertava meu pau, passava a mão por dentro do calção e apertava minha bunda com força. Eu, sem sair de seus lábios, abri o zipper, e pus mao naquele mastro que endurecia a cada segundo, ele sorriu. Eu permanecia fazendo aqueles movimentos que o matavam de tesão enquanto ele me explorava com as suas mãos. No momento em que alguem tenta adentrar a cabine.

-OCUPADO - e voltou a me beijar na maior naturalidade.

-Para, para- sussurrei.

-Por que?

-Ta perigoso demais.

Ele continuou.

-Thiago.

-Que saco.

-olha onde agente tá.

-Vamos pra casa.

-Ah não, vamos ver o filme e depois a gente vai pra casa.

-Se você conseguir ver o filme.

-Pervertido.

Saímos do cubículo e fomos pra sessão. Ele sempre dava um jeito de me alisar enquanto ninguém notava. Eu ficava com vergonha e excitado ao mesmo tempo. Chegamos na sala e sentamos na última fila.

O filme começou e a tentação veio junto. Primeiro foi um chupão, depois ele passou a mão pelo meu corpo, mas ele me deixou de cabelo e pau em pé de verdade, quando abaixou e começou a me chupar em plena sessão. Aquilo foi demais pra mim. Ergui sua cabeça e disse:

-Vamos pra minha casa -que ficava perto- agora.

Saímos da sala e eu devolvi os atos dele enquanto ele dirigia o carro. Aproveitei que minha mãe ia demorar mais ou menos uma hora pra chegar, levei o Thiago para o quarto e lá fiz o que nós dois queríamos a muito tempo -conto detalhes depois- , fomos pra casa dele e passamos a noite juntos.

Quanto ao filme, eu tive que ver on line depois. Sem problemas.

[Realidade]

-Louco.

Olhei as horas e percebi que estava nna hora de me arrumar pra encontrar meus amigosV Subi, vesti um calção ao estilo surfista, e uma blusa regata amarela, deixei o cabelo desarrumado e saí. Não estava muito a fim de sair, não tinha ânimo pra sorrir, quanto mais pra conversar.

Dito e feito. Não consegui pregar atenção em uma frase do que eles disseram.

-Vai ter uma festa semana que vem na casa do Léo. Acho que alguém que está pra baixo deveria ir e se jogar na pista. Que sabe não conhece alguém?

-Concordo plenamente, acho que precisa sair pra espairecer um pouco.

Eu continuava olhando o nada.

-Davi você ouviu o que a gente disse?

-Desculpa gente -disse levantando-me e saindo sem dar satisfação.

Peguei o primeiro ônibus que passou e fui para onde deveria estar. Cheguei à favela e perguntei onde estava sendo o enterro. Alguns minutos depois consegui a informação e segui para o local.

Havia uma multidão considerável de pessoas, o que me fez ficar afastado do túmulo. Aos poucos as pessoas foram saindo e eu fuie aproximando. Até que ficamos apenas eu e uma senhora. Ela não tirava os olhos da foto de Thiago na lápide e chorava baixinho.

-Ele não era esse monstro que todos falam.

-Eu sei -disse, olhando concentrado para a foto. Ela virou-se pra mim e me questionou.

-Você era amigo dele?

-Si... Sim.

-Você via ele sempre?

-Via -sem olhá-la, mas sem ser seco.

-Eu sou a mãe dele, Lúcia - estendendo-me a mão.

Virei para o lado, cumprimentado-a e disse:

-Davi. Davi Gomes -falei sorrindo, por me lembrar da cena da boate.

-Prazer.

-É todo meu. Seu filho falava sempre da senhora, do quanto a amava e o quanto queria tirá-la dessa situação - era verdade-. Sinto muito.

Ela me abraçou. Eu a retribuí. Saindo dos meus braços ela me perguntou:

-Ele estava bem? Não o via fazia uma semana.

-Estava sim. Parecia feliz.

-Obrigada por estar com ele. Eu preciso ir. Você é muito bem vindo a minha casa, se quiser ou precisar -disse se despedindo.

-Obrigado.

Ela saía quando tropeçou e quase caiu, eu a segurei. Dona Lucia me agradeceu e foi embora. Fiquei a vigiando até que a perder de vista e depois me concentrei em Thiago.

[Lembrança]

-Pra onde você está me levando?

-Surpresa.

-Odeio surpresa.

-Dessa você vai gostar.

Ele encostou o carro e me fez colocar uma venda. Confesso que fiquei com medo, sabe-se lá o que ele poderia fazer comigo. Depois voltou a dirigir o carro. Sentia que ele estava subindo e depois de muita curva e altitude, ele parou. Abriu a porta do carro e me tirou com cuidado. Levou-me por uma escada que eu mais tropeçava que subia os degraus e o malandro ria exageradamente de mim.

Quando chegamos a um local plano, ele retirou minha venda, revelando-me a perfeição do lugar. Era a mansão. Fiquei admirado olhando a construção que havia ali.

-Caralho, as mulheres que você traz aqui devem ficar babando com essa mansão, por que eu tô.

-Ninguém nunca veio aqui. Esse é o meu refúgio.

-O que? E por que você nunca trouxe ninguém aqui? Por que eu sou o primeiro?

Ele estava esparramado no sofá. Quando terminei a pergunta, ele se levantou e veio caminhando na minha direção, enquanto eu ainda analisava o local.

-Por que eu confio em você. Por que eu estou cada vez mais na tua. Por que eu não consigo mais chegar em casa e ficar sem vê-lo, sem ouvir sua voz. Por que eu quero cair de cabeça nesse lance e ver onde vamos chegar..

Eu não aguentei, o beijei com toda a intensidade, sinceridade e sentimento bom que estava crescendo com ele.

[Realidade]

Aproximei-me da lápide e sentei escorando minhas costas à lateral da mesma. Coloquei minha playlist para tocar e fiquei pensando no quanto estava errado sobre ele. Nós poderíamos ter tido um futuro, quem sabe. No meio de tantos pensamentos deixei escapar:

-Sei que é tarde pra dizer isso, mas eu te amo.

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Comentários

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Aí me emocionei com esse capítulo. Quem é leandro? Será que pode descrever ele?

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Triste, tá na hora de superar, o Thiago era um gay preconceituoso pelo jeito. quando vai aparecer a pessoa que fez a promessa?

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