Felipe, Meu amor de infância (15)

Um conto erótico de MeninoDoRio
Categoria: Homossexual
Contém 2092 palavras
Data: 04/02/2015 20:40:12

Nice vendo que me mantive firme na postura de uma conversa exposta e aberta a todos começou a falar:

- Bem Daniel eu não queria estar aqui falando essas coisas pra você, mas tudo que vem acontecendo eu não vejo outra saída. Sei que de certa forma tudo disso tem a nossa parcela de culpa. Talvez se não tivéssemos feito aquele pacto e deixado vocês juntos, hoje nada disso estivesse acontecendo. Mas a época, assim como hoje, não consigo aceitar a relação de vocês. - dizia nisse inquieta.

- Querida que relação? Eu estava na minha casa quando você e a sua amiga - disse me referindo a minha mãe - foram lá me buscar - disse já sem saco para aquele lenga lenga todo.

- Calma Dan! Tenha paciência e ouça o que ela tem a dizer. - disse meu pai apaziguando a situação.

A cena era a seguinte, do lado de fora caía uma fina chuva acompanhada de um briza gelada típica da região de serra. Na sala pouco iluminada estava eu e Vitor no sofá, ainda de mãos dadas. A nossa frente no outro sofá estava sentada Nice com meu pai a esquerda e minha mãe a direira. O clima era tenso, de tão tenso chegava a ser denso e quase palpável.

- Calma Pai?? Que história e essa de pacto que eu nunca soube? Até o senhor ta no meio disso?

O clima estava ainda mais tenso

- Seu pai não tem nada com isso. - disse Nice e continuou - Sua mãe e eu não achamos certo vocês dois juntos, então eu e sua mãe fizemos um pacto de nunca deixar vocês dois se aproximarem de novo e fomos fieis a isso até hoje. Sua mãe mandou você para a casa da sua madrinha e eu mandei o Felipe para estudar fora. Como já fazia muito tempo que vocês não se viam e com o Felipe noivo imaginei que não haveriam chances dessa história toda voltar. Ele veio me procurar para saber o que faria pois não queria casar com a Emilly sem saber se gostava dela, contou que queria largar ela pra ficar com você mas eu o convenci que não era o certo. - nesse momento Nice chorava bastante.

- Resumindo como você mesma disse foi o que você achou melhor para ele, agora me explica a razão de estarmos aqui. - disse olhando bem sério a todos.

- Precisamos que você ajude a salvar o Lipe. Ele não vem em casa a dois dias e a última notícia dele e que havia sido internado com uma overdose. Ele ta se destruindo. - disse minha mãe com um olhar triste.

- Mas essa função não e minha! Não sou policial e nem médico. Caso queiram o que posso fazer e falar com o Gabriel e saber se ele conhece alguma clínica de reabilitação. Fora isso fico triste em saber disso tudo, mas não tenho o que fazer. - disse enquanto todos me olhavam com olhares acusadores. Nesta situação precisei me pocisionar - E não me olhem com essa cara pois aqui colhemos o que plantamos. Nem vou ficar acusando e apontando o erro de ninguém, acho o peso na consciência de vocês é o melhor castigo.

Ao dizer isso levantei e peguei minhas coisas pra levar ao meu quarto, vitor me acompanhou em seguida e pude ouvir o choro de Nice se intensificar. Ao entrar no quarto desabei, tudo aquilo era muito pra mim não queria aquilo mas cada um tem que saber arcar com suas decisões. Naquele momento confirmei que o melhor que tinha feito era ter o Vitor ao meu lado, que me abraçando disse

- Tente não levar tudo isso longe de mais e não se arrepender depois. Vamos deitar um pouco descansa e depois falamos melhor. - disse enquanto fazia carinho em meus cabelos.

Vitor pois uma música na hora que me fez pensar muito, a música era "Little Lion Man" do "Mumford & Sons" aconselho a ouvirem e linda, tranquila e forte assim como o momento que vivia. O aconchego de Vitor me fez dormir, por pouco tempo até minha mãe nos acordar para o jantar. Enquanto Vitor tomava banho fui a cozinha beber água e tive que ouvir da minha mãe

- E por causa desse aí que você não quer mais o Felipe? - dizia com ar de desprezo.

- "Esse aí" como diz a senhora é o que sempre esteve ao meu lado me apoiando e fazendo o que seria sua obrigação que era dar carinho, atenção, apoio e suporte. O que me sustentou até hoje pra nunca ir pros caminhos errados da vida foi o "esse aí". Então acho bom trata-lo com mais respeito. Respondendo a sua pergunta ele hoje é meu amigo, quase um irmão que fez questão de vir me ajudar. - disse olhando bem nos olhos dela.

Queira deixar claro a ela minha relação com Vitor, mesmo sem saber qual seriam as intenções dele. O jantar foi meio descontraído, meu pai mesmo conhecendo pouco Vitor o tratou como um filho e se deram muito bem. Falavam de carros, futebol que deu uma esquentada na discussão pois um era Flamengo o outro Fluminense e de trivialidades do dia a dia. Minha mãe falou pouco e demonstrava um ar de preocupação. Eu tentava demonstrar o máximo de tranquilidade possível mesmo estando muito preocupado também. Fomos dormir e enquanto deitava combinei com Vitor que no dia seguinte iriamos conhecer o Gabriel e dar uma volta pela cidade.

Pela manhã acordamos, tomamos café e fomos andar pela cidade, decidimos ir à pé. Tudo naquela cidade me lembrava Felipe, a iniciar pela nossa rua pois tinha que passar em frente a casa dele, chegando ao clube mais lembranças, passando pela praça me veio o dia em que nos reencontramos. Vitor olhando, ao longe viu o cruzeiro e perguntou se podíamos ir até lá, não era a melhor das idéias para mim e disse que ficaria para um outro dia. Liguei para Gabriel para nos encontrarmos na praça, enquanto aguardava Gabriel, contei algumas histórias minhas com Felipe e como cada lugar ali me lembrava ele.

Gabriel chegou e como um ato normal ou de impulso, não sei, me comprimentou com um beijo. Vi os olhos de Vitor ficarem vermelhos junto com sua face. Fiquei sem muita ação mas segui com as apresentações.

- Gabriel esse é o Vitor, Vitor esse é o Gabriel.

Acredito que a vontade de Vitor aquela hora era de voar no pescoço do Gabriel. Não tinha muito o que dizer visto a cara de poucos amigos do Vitor. Gabriel logo puxou assunto

- Tem noticias do Felipe? Seu pai comentou comigo que a mãe dele iria pedir sua ajuda pra achar ele. - disse Gabriel receoso.

- Vou te falar o mesmo que falei ontem pra eles lá em casa ontem. Não sou médico, não sou policial e nem parente dele para sair por ai caçando ele. - disse de cara fechada.

- Mas Dan você não acha que ta na hora de parar com esse joguinho e ir atrás dele? Eu sei que você ama ele, pensa bem pra não se arrepender depois. - disse Gabriel pegando na minha mão.

Vitor como um leão rapidamente tirou a mão de Gabriel de cima da minha e disse

- Já falei isso pra ele, mas ele não me ouve.

Nesse instante, Vitor e Gabriel iniciaram uma convrsa parelala a meus pensamentos. O que eles me falavam fazia certo sentido. Agora ao invés de apatia a história de Felipe eu sentia medo. Medo de nunca mais poder ver novamente aquele lindo sorriso, ouvir aquelas piadas sem graça mas mesmo assim rir, medo de nunca mais sentir aquele beijo que me trazia tantos sentimentos e felicidade.

Precisava de um tempo sozinho e como Gabriel e Vitor conversava, pedi que me deixasse sair só, precisava pensar. Orientei Gabriel a deixar o Vitor em minha casa quando ele quisesse voltar, pois eu não tinha hora pra chegar em casa.

Caminhei até o bosque, lá busquei uma área mais afastada pois realmente queria ficar só. Pensei por uns instantes nas minhas últimas atitudes e se realmente seguia o caminho certo. Deitei no gramado em baixo de um enorme pé de manga, nao tinha muito o que pensar afinal, a pessoa em questão era o Felipe, meu Lipe que tanto sofri ao me separar. Ao mesmo tempo em que pensava nisso também vinha a memória que ele escolheu a outra. Pegando meu celular resolvi ouvir música para distrair um pouco. Como de costume coloquei no modo aleatório e por força do acaso o que começa a tocar e "A Outra" do Los Hermanos, imediatamente tentei trocar mais ouvindo as primeiras palavras da letra achei interessante ouvir até o fim.

Nesse instante me encontrava em outro planeta, a capacidade de me desconectar do mundo com apenas uma música é surreal. O que me trouxe de volta a realidade foi a chegada daquele homem de meia idade, completamente abatido e que não portava mais o belo e alegre sorrisso de sempre. Tio Marcelo tinha uma expressão carregada que ne tocou fortemente. Em meio a tantas coisas ele ainda teve o bom espírito para um concelho

- Não deveria estar por aqui dando bobeira com o celular dessa forma. Está muito longe qualquer um pode te assaltar - disse se sentando ao meu lado.

- Verdade Tio. - disse pondo o celular no bolso.

Senti uma imensa necessidade de lhe dar um abraço e não me contive. Foi como se estivesse abraçando meu próprio pai, compartilhavamos da mesma dor. Ele não segurou e chorou de uma forma que me comoveu ainda mais, era o choro de um pai que amava demais sua cria e estava o vendo se esvair por entre os dedos sem poder fazer muita coisa. Naquele momento não tinha muito o que falar, apenas cedi meu ombro para que podesse desabafar, não via naquele homem motivos que o fizesse por merecer sofrer de tal forma. Quando cessou o choro ele disse:

- Acho que não podemos mais fugir dessa conversa. Somos adultos e precisamos abrir o jogo.

Senti um cala frio subir pela espinha, de todos o único que eu nunca havia enfrentado era o Marcelo. O que de certa forma não era fácil, pois mesmo sempre sendo um homem gentil e firme suas decisões não sabia muito bem qual seria a opiniões ou a reação dele perante o assunto.

- Qual a sua relação com meu filho? - perguntou olhando para o horizonte.

Não sabia o que reaponder, não por dúvidas mas por como iríamos abordar o tema.

- Tio, éramos crianças mas tínhamos algo muito forte. Fazíamos planos de viver pra sempre juntos e no alto de nossa inocência até nos casamos - disse rindo. - Quando reencontrei ele agora no Natal foi como se tivesse achado não um velho conhecido, mas um pedaço de mim. - concluí de cabeça baixa.

- E porquê nunca assumiram? - perguntava ainda sem olhar para mim.

- Não tinha o que assumir. Como Felipe mesmo dizia, queriamos ser igual você e a Nice. Vocês inspiraram nossa história. - disse muito sem graça.

- Se tivessem me contado desde o inicio eu iria lutar por vocês a cada segundo, podia ser contra quem fosse. Sempre vi com bons olhos a relação de vocês e sempre apreciei muito. Mas pra mim era só amizade, até vir a loucura da sua mãe e da Nice. Por mim não estaria acontecendo nada disso. - disse abaixando a cabeça e uma lágrima escorrendo até cair ao chão pelo seu nariz.

O sofrimento de Nice em nada me abalava, pelo contrário me dava era raiva, pois pra mim soava como falso. O sofrimento do Tio Marcelo era algo que se eu pudesse correria o mundo para não ver ele sofrendo.

- Nunca soube como falar isso, nem tivemos chances. Como a Nice mesmo me falou ontem ela não aceita o que sentimos.

- Você ainda o ama? - disse Marcelo me olhando pela primeira vez nos olhos.

- Sim muito! - respondi sem pensar.

- Então me ajuda a salvar ele Dan. Vamos salvar o amor da nossa vida. - disse Marcelo reabrindo o sorriso antes apagado.

Como dizer não para o Tio Marcelo? Não tem como, os olhos dele brilhavam como duas lâmpadas.

- Aceito!

Levantamos e nos demos um longo Abraço selando nosso acordo de salvar Felipe. Voltamos para casa juntos plenejando nosso resgate no dia seguinte.

Começava então mais uma etapa em nossas vidas.

Então como prometido ta ai mais um capítulo tirei uns minutinhos aqui pra vocês. Muito obrigado a todos pelos parabéns e de fato se formar e algo muito bom, um alívio rs, Beijos e não nao deixem de entrar em contato contos.meninodorio@gmail.com gosto muito muito de conversar com todos ♥♥♥

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Comentários

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Fiquei com pena do tio Marcelo e que bom você resolveu ajudar ele a procurar o filho, espero que dê tudo certo!!!! 👏😍💓✌

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É isso ai daniel,corra atras do seu amor,pois a vida e curta,e a única coisa que podemos fazer que valha a pena e amar e ser amado,que bom que o seu tio aceitou,espero que essa história tenha um final feliz.

NOTA:1000!

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Sabe sou muito orgulhoso. Muito mesmo. Eu odeio sua mãe de vdd ela prefere apoiar quem for a apoiar vc e isso é ridículo. Felipe é adulto cara, não uma criança e todo mundo fica passando a mão na cabeça dele... Ele decidiu ficar com a moça promíscua em vez de ficar com vc e depois q ela fez merda vai se drogar? Vc tem culpa nisso? A pfv isso não... Todos foram contra vc, trataram mal e desprezaram e agora ficam te julgando por não querer sofrer mais? TOMAR NO CU... Tua mãe é uma escrota a Nice uma fdp e o Felipe uma criança mimada idiota. Eu ate ajudaria mas não ficaria com o Felipe não escolheria o Gabriel mesmo não amando de vdd é uma pessoa estável centrada e jamais seria tão ridículo ou melhor não fica com nenhum desses faz uma viajem e conhece alguém bacana. Pronto. Fodaci o Felipe fodaci tua mãe e o caralho todo. To revoltado com essa história

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OWWWNT que Lindoo, vontade de matar essa Nice, volta Logoo!!

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Como vc mesmo disse,.ele é parte de voce. Isso nada nem ninguem muda. Espero que se acertem!

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As vacas se arrependeram por destruir o amor dos filhos tarde demais. A Nice é oportunista, se o Felipe estivesse sossegado, ela nunca deixariam vocês se reencontrarem. A sua mãe é vaquinha mimosa, depois de ter ouvido como o amor do Fe para ti é verdadeiro, ela cedeu... Os pais que deveriam ser os FDPs da história (como normalmente são) foram os apoiadores. Os meninos, são lindos, tomara que fiquem juntos (Vitor e Gabriel). Você e Fe foram feitos um pro outro, você tem de parar de lutar (e pelo visto parou) e se render ao sentimento. Foram muitas coisas que o fizeram escolher pela vadia internacional... Salve o amor de sua vida, estarei na espera! <3 E eu não te mando email porque não tenho muito o que falar contigo, sou meio tímido. :'(

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O Marcelo é 10! a nice e sua mãe, sem comentários! acho que vai rolar algo entre o Vitor e o Gabriel! e espero que o Dani engula o orgulho e volte/aceite namorar com o Felipe!

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Sendo realista meus olhos encheu de lagrimas.

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