Império – Parte 12 - Parte 1.

Um conto erótico de Sr. Obito
Categoria: Homossexual
Contém 1818 palavras
Data: 20/03/2015 20:17:49

Império – Parte 12 – Um final? Parte 1.

* * *

Olho para os dois lado da rua, não enxergo absolutamente ninguém – está escura demais para que eu possa ver alguma coisa. Respiro fundo e começo a caminhar, espero não demorar muito, pois estou a pé indo para a minha casa – a minha verdadeira casa.

A casa do Gustavo é bem próxima a minha, o que me leva a crer que não demorará muito mesmo para que eu chegue lá. Apresso meus passos e levanto o capuz do meu casaco, estou congelando e minhas bochechas estão rosadas por causa do frio que está fazendo. Coloco minhas mãos nos bolsos do casaco e viro a esquina esquerda a minha frente.

Vejo uma árvore enorme próxima a um poste de luz do outro lado da rua, passo por ela observando-a lentamente, a raiz é firme e penetra o chão com uma certa dificuldade devido ao cimento ao seu redor. Viro a direita desta vez e ouço passos, como se estivessem me seguindo, olho para trás e não vejo ninguém. Continuo caminhando.

Olho para frente e me assusto, tento gritar, mas não sai nada de minha boca, a não ser um grito sufocado. Ele tapa minha boca com a mão e me encosta na parede; não enxergo seu rosto devido a escuridão, mas, seja quem for, não é ninguém amigável. Por reflexo levanto meu braço e tento acerta-lo no rosto, ele segura e me empurra contra a parede. Uma dor corre pelas minhas costas e tento respirar, porém não consigo. Seja quem for, é mais forte que eu e muito. Vou em sua direção e ele segura meus pulsos com as duas mãos, me passa uma rasteira em uma das minhas pernas e caio no chão com ele por cima.

- não precisava disso. – ele fala e conheço sua voz. É o Gustavo.

- filho de uma puta. – falo em tom de raiva. – Sai de cima de mim. – peço, empurrando-o.

- não precisa xingar minha mãe. Ela não está nem um pouco envolvida em suas loucuras, porra, você não pensa?

- pensar em quê? – pergunto. Sei do que ele está falando, mas quero me fazer de desentendido, só para provoca-lo.

- não se faça de sonso. Não estamos em um seriado, nem um tipo de filme onde os mocinhos sempre se dão bem. Realidade, amigo, realidade. – ele estala os dedos próximo ao meu ouvido.

- eu sei. – falo com sarcasmo. – Já que está aqui, não deixe-me ir sozinho a minha antiga casa, já que está com tanto medo assim. – ele me encarado, como se estivesse confuso. – Você sabe, que algo aconteça comigo ou algo assim.

- ah, sim. Vamos? – pergunta. Ele se levanta do chão e estira a mão para eu me apoiar-me nele e levantar, assim faço.

Se calamos e passamos a caminhar de forma apressada – mesmo estando próximo da minha casa. Ele me segue, atrás de mim olhando para ambos os lados daquela escuridão. Viro à direita na minha frente e de longe enxergo minha casa, as luzes estão acessas e enxergo uma sombra – Andrew, penso. Começo a ficar nervoso quando uma segunda sombra surge ao lado da primeira e a abraça, quando se aproximo mais, as luzes se apagam.

Tiro a piercing de um dos meus bolsos da calça e posiciono na mãos como se estivesse segurando uma caneta, pronto para enfia-la no pescoço de alguém. Sinto sua mão em meu pulso e paro de caminhar, ele me encara e me beija. Fico sem reação, quero afasta-lo, mas meus braços não se movem, deixo que me beije.

- tome cuidado. – ele sussurra assim que me solta. – Eu te amo. – desta vez ele apenas me dá um selinho na bochecha.

- ok. – é a única coisa que consigo falar.

Viro-me e pulo o pequeno muro a minha frente. Vou até a porta posicionando a piercing em umas das mãos, encaixo na tranca e destranco-a. Rodo a maçaneta com cuidado, e entro, encostando a porta atrás de mim. Respiro fundo e olho para os lados, está escuro, procuro pelo interruptor das luzes e não o encontro. Sinto um vento do lado do meu rosto, quando olho sou atingido por uma sombra diretamente no rosto e caio no chão cambaleando, caminho de costa apoiando-me sobre as mãos e se esquivando dos pisoes, de quem quer que seja.

Xingo e me levanto do chão com um salto encaixando meus dois pés em seu peito, ele cambaleia pra trás e cai por cima do sofá, realmente ele não esperava que eu soubesse brigar. Ele se levanta e vem em minha direção, tenta me soca duas vezes no rosto mais desvio, seguro seu pulso e o jogo novamente no sofá, subo em seu colo e soco seu rosto. Ele xinga e me empurra, fazendo-me cair por cima do centro, ouço o barulho do vidro estilhaçando e uma dor profunda percorre minhas costas.

- Andrew, sou eu! – grito. E seu pé para próximo ao meu rosto.

- como sabe o nome do meu namorado? – perguntam. Mesmo eu tendo passado tão pouco tempo com o Andrew, essa não é a voz dele.

As luzes se acendem e cubro meu rosto com as mãos, minha visão está sensível as luzes devido ao tempo que passei no escuro. Me apoio nos cotovelos e encaro a pessoa a minha frente, é bonito, olhos verdes, pele amarelada e cabelos castanhos claros lisos. E ouço a voz do Andrew quebrar o silêncio.

- Kleber. Ai meu deus! – ele exclama vindo em direção, ele se agacha e me abraça. – É mesmo você? Por onde andou esse tempo todo... eu achei que... esquece. – ele me ajuda a levantar do chão e me sento no sofá.

- esse daí não é aquele lá que foi dado como morto na televisão? Não foi ele que fez o seu pai quase matar o próprio irmão? Tem cara de cobra, deixe-me decepa-la.

- Calebe, não. – diz Andrew em um tom de raiva.

- vou embora. Não sou pago para ficar aqui assistindo vocês dois se amarem.

- isso tudo é coisa de sua cabeça, não estou te traindo com ninguém. Ainda não esqueceu aquela história? Eu não te chamei de Kleber porque quis, foi sem querer.

Por um momento eu queria rir de toda aquela cena de ciúmes besta que o Calebe estava fazendo, mas me contive. Para eu evitar que parta seu rosto ao meio, caso ele viesse pra cima de mim. O Calebe não fala mais nada, apenas pega uma jaqueta de couro preta de cima do sofá e sai da casa batendo a porta com força.

- ele é sempre assim? – pergunto.

- é. Foi no dia que meu pai saiu atrás do meu tio, sem querer eu sonhei com você e acordei chamando pelo seu nome. E. Bem. Ele estava do meu lado e perguntou quem era Kleber, eu contei, mas ele me pareceu não acreditar muito.

- trágico. – falo o abraçando. Não sei porque fiz isso, mas senti na obrigação. O solto e digo: – vou ser direto, eu vim aqui para tentarmos emboscar o Miguel.

- como assim? Não vai me dizer que você... – ele levanta do sofá colocando a mão na boca e boceja. – Não me dizer que você quer mesmo bate de frente com essas pessoas?

- estou disposto a tudo para conquistar minha vingança.

Ele fica em silêncio e a porta se abre, jurava que era o Calebe voltando para pega algo que esqueceu ou coisa assim. Mas para a minha surpresa era o Gustavo, não lembrava que ele estava lá fora me esperando. Também, quase fui morto pelo namorado do filho do meu namorado – por sorte minhas costas não estão sangrando, senão ele não estaria vivo.

Andrew corre na direção dele de mão fechada, pronto para soca-lo, porém o Gustavo é mais rápido e segura seu pulso virando-o de costas para ele e colocando contra a porta.

- parem. Gustavo, larga ele, isso é ridículo. – peço, com muita raiva.

- vocês se conhecem? – pergunta Andrew.

- é uma longa história. Depois eu te conto.

- conta agora ué. – ele fala de forma desafiadora. – Se de pra me larga, eu agradeço. – ele pede e o Gustavo o solta.

Conto toda a história, emitindo os beijos e todo o meu envolvimento com o Gustavo. Sei que estou errado, e que não deveria estar fazendo isso, mas para todos eu estava morto, então ignore essa parte e deixo que meu cérebro a leve pro lixo.

- nossa, daria um belo filme. – ele fala quando acabo de conta tudo.

- então, vai me levar lá? Quero por um final nessa trama com urgência.

- não.- diz Gustavo. Eu e Andrew o encaramos. – Não, você não vai, isso é suicídio.

- por que não me deixa ir? – pergunto incrédulo, encarando-o. – Isso é patético, você não é nada meu e eu vou se eu quiser.

- você não percebe que está agindo como uma criança mimada? – pergunta ele.

- senão quer que eu vá. Venha comigo. – aumento o tom de voz. Ele não pode me proibir de fazer isso. Não depois de ter passado noites bolando um plano.

- ok. – diz ele. Que para a minha surpresa soou bem convincente.

- vamos todos então. Porque eu também vou. – fala Andrew levantando o olhar e me encarando.

- todos. – coço a parte de trás da minha cabeça com a unha. Não queria envolver todos, queria ser apenas eu, não posso arriscar perder mais ninguém.

- meu carro está lá fora. Vamos. – diz Andrew abrindo a porta e saindo. Gustavo o segue e eu vou logo atrás do Gustavo.

Ele destrava o carro com o acionador do alarme e entramos. Eu na parte de trás, e Gustavo no banco do carona.

- preste atenção. Está tendo uma festa, de uma comemoração boba que meu “tio” inventou. Creio que é apenas uma festa de confraternização da sua morte, então, tome bastante cuidado em relação ao tempo que devemos ter. São quatro e dez da manhã. – ele diz olhando o relógio. – provavelmente o Miguel estará em casa quatro e meia. Tome meu celular e grave tudo que puder, pois precisaremos disto para incrimina-los de uma vez por toda, caso você esteja certo. – diz ele me entregando o celular. O coloco em um dos bolsos do casaco e respiro fundo, mesmo com toda aquela adrenalina, sinto um pouco de frio na espinha.

- você só se esqueceu de uma coisa. – fala Gustavo.

- qual? – pergunta Andrew.

- não sabemos onde ele mora.

- sabemos sim. Eu moro no mesmo prédio que ele. – ele engata a macha e segue o caminho até o prédio.

Encosto minha cabeça no vidro do carro e observo o céu, está lindo, na cor azul forte roseado, e sem estrelas, espero que isso seja um sinal bom, se for ou não, não importa. Já passei por tanta coisa nessas últimas semana que nada mais me surpreenderia. E quanto ao Gustavo e Andrew estarem envolvidos nisso, foi um erro que eu cometi, e que não vou deixa que prossiga, pois eu já cheguei a uma conclusão: eles não vão subir comigo ao apartamento do Miguel.

* * *

Voltei.

Beijos, até mais!

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