Amor de Oficina - Parte XII

Um conto erótico de Nando
Categoria: Homossexual
Contém 1360 palavras
Data: 30/03/2015 11:46:02

Respondendo dúvidas. Rep é o mesmo que republica. Aqui em Itajubá e em algumas cidades universitárias, é comum republicas grandes, com 10 pessoas, por exemplo. As republicas nessa cidade carregam histórias e legados, chegando até em ser famosas. Por exemplo, a Rep Arapuca em Lavras-MG. Em Itajubá existe uma republica chamada Dr. Mento, que foi fundada em 1979.

Antes de continuar com minha conversa com Nick, sobre mim, quero fazer um paralelo sobre o nome do conto e o que está acontecendo até agora na minha vida. Vamos lá!

Primeiro eu gostaria de falar da etimologia da palavra “Amor”.

Brincadeira. Por agora.

Nick não me beijou não falou nada. Só me encostou ali e ficou por um tempo. Eu não estava entendendo. Ele queria me beijar, eu sentia isso. Nossos lábios estavam a milímetros de distancia, mas ele não me beijou. Ele respirou fundo, me apertou contra seu corpo e soltou.

Fiquei olhando enquanto ele, desconcertado, sentou na minha cama. Ele estava com os olhos vermelhos de choro.

- Nick, me conta cara... – Ele me olhou. Sentei de frente para ele.

- Desculpa Nando. Isso foi um erro... – Ele não tinha aquela animação natural de sempre. Ele estava triste, amargurado. E esses sentimentos pareciam tão sinceros, que eu comecei a desconfiar que toda a felicidade e toda animação eram apenas teatro.

- Não, Nick. Não houve erro nenhum.

- Houve sim Nando! Você é meu erro! – Ele alterou a voz nesse momento. Ainda continuava triste, mas agora estava na defensiva. Nervoso. Como quando um cachorro late ferozmente quando encurralado em um canto.

- Então me fala! O que eu fiz para ser o seu erro?

- Você apareceu na minha vida quando eu já estava perdendo todas as minhas esperanças e novamente me encheu de vida. Me deu algo para o qual eu tenho que lutar! Você me deu um motivo!

- E por que isso é um erro?

- Por que eu não sinto nada pela metade – Ele me olhou triste, chorando. Sentei do lado dele e o abracei. Ele me abraçou também. Era um abraço confortável. Gostoso. Cativante. Sabe quando você esquece do mundo inteiro dentro de um abraço? Era isso. Eu não queria sair dali.

- Qual o problema de sentir pela metade, Nick?

- É que eu sempre sinto muito mais. E aí eu me fodo sempre! – A gente ainda estava abraçado. O perfume do Nick era muito gostoso. Muito perfeito. Nick era muito bonito, talvez não tanto quanto Matheus ou Théo, mas era sim, bonito.

- Eu não sei o que sentir – Ele me falou.

- Sinta amor, acho que é o suficiente – Na hora que eu falei isso. Ele saiu do meu abraço e olhou no fundo dos meus olhos.

- Nando, você mexeu demais comigo! Desde aquele primeiro dia no workshop que eu te vi sentado eu sabia que você era diferente de tudo e de todos. E era verdade. Você é especial. Você me fez ver um lado meu que eu apenas desconfiava que existia. Você me faz viver. Mas...

- Mas o que? – Ele me olhou e sorriu amarelo.

- Eu tenho medo... de tentar algo – Sorri para ele.

- Qual o motivo de ter medo? – Ele me olhou no fundo dos olhos. Ficamos nos olhando por um bom tempo. Serio. Muito tempo.

FINALMENTE ELE ME BEIJOU.

Seu beijo era muito, muito bom. Era amigável, apaixonado, envolvente. Perfeito. Ficamos ali por um bom tempo nos beijando.

- Você promete ter paciência comigo?

- Toda do mundo.

Agora nós podemos conversar sobre o título do conto e também da minha vida de universitário. Puta conversa de tia chata, mas vamos lá!

“Amor de oficina”. Qual o significado disso? Infinitos. Existem infinitos amores e infinitas oficinas. No momento é só o que eu posso falar para vocês.

Em menos de um mês de faculdade, minha vida tinha mudado da água para o vinho. Eu tinha feito sexo (duas vezes) com o cara mais gostoso que eu já tinha conhecido. Estava em uma relação indefinida com Nick, que era um cara bonito e gente boa demais. Legal, engraçado, amigo... E não menos importante, tinha uma grande amiga, Nat, que eu tinha a sensação que seria minha amiga a vida inteira.

Em um mês de faculdade eu tinha vivido mais que o resto da minha vida. Não sei se isso era bom ou ruim.

Voltando a história.

Nick não dormiu lá em casa. A gente não transou. Eu levei ele em casa de carro, antes de deixar ele na república, nós trocamos um beijo rápido. Foi bom. Depois que ele entrou fiquei um tempo no meu carro ainda, pensando no que tinha acontecido.

Percebi que ele me olhava da janela que dava para a rua. Vi um sorriso no seu rosto.

Antes de eu chegar em casa já tinha uma mensagem do Nick. Ele não mandou 1000 corações, não mandou 1000 beijos nem 1000 flores. Mandou assim:

“Oficina amanhã, 18h. Reunião geral. Minha casa amanhã as 17h. Só com você”.

“Ok!” Respondi.

No outro dia acordei bem mais tranquilo. É claro. Haviam coisas que eu ainda não sabia e não tinha perspectiva de quando ia descobrir. Uma delas é sobre o que Matheus queria comigo, indo lá em casa. Por que Nick e Matheus estavam bravos um com o outro e por que Nick sabia que eu ia encontrar Matheus no 100fim.

Eu não queria perguntar isso a principio para Nick. Eu queria desenvolver uma confiança primeiro. Acho que era o certo a se fazer.

Cheguei na casa do Nick alguns minutos mais cedo do que o combinado. Eu estava voltando do centro e a casa dele era caminho da minha. Um bixo me recebeu, muito bem por sinal e disse que eu poderia esperar o quarto dele.

Sentei na cama dele enquanto esperava ele chegar. Fiquei só sentindo o perfume do ambiente. O quarto estava arrumadinho. Fiquei olhando o pôster do pink Floyd com as equações de difração da luz.

- Que surpresa agradabilíssima essa! – Nick falou animado quando ele entrou no quarto.

- Pois é, planejei isso por 3 meses! – Nick riu. Ele fechou a porta do quarto dele. Demos um rápido beijinho.

- Nando, preciso conversar com você um negocio sério... – Mas já? DR? Não.

- Diga, o que é?

- Suspensão do Baja está com 4 membros. Eu você, Alex e um outro bixo que entrou. Eu sou o capitão. Só que Alex acha que o que eu estou fazendo com você é loucura, nunca vai dar certo. Faremos o seguinte, na oficina a gente projeta uma suspensão comum, do jeito que estamos acostumados. Fora dela a gente continua o que estamos fazendo. Assim, quando chegar na época de construção, nós já teremos tudo pronto, simulado com resultados teóricos melhores que o comum. A única opção será construir a nossa suspensão. Pode ser?

Pensei um segundo. Eu ia trabalhar em segredo com Nick. O que mais nós poderíamos fazer em segredo? Eu não sei.

- Tudo bem. Eu aceito – Nick sorriu.

- Vamos comer algo e vamos para a oficina. Pode ser?

- Claro!

Fomos até a cozinha da casa dele. Ele pegou alguns ingredientes e começou a fazer um pão de forno. No meio do processo eu interrompi ele. Tomei as rédeas da cozinha. Enquanto eu fazia o molho, um dos moradores chegou e nos cumprimentou.

- Ei, você não é aquele cara que fez o bolo da Nat? – Fiquei vermelho.

- É, sou eu – Nick me olhou assustado.

- Ah, para véi! Não é possível que é você! Aquilo é muito bom! Meu Deus! Cara, se fodeu. Quero um bolo daquele por semana! – Nick e o colega dele riram de mim.

- Um dia eu faço. Aquele é só para ocasiões especiais – Nick fechou a cara.

- Me ver é uma situação especial – O colega dele riu.

- Nick, nem sua mãe quer ter ver cara. Você não é especial

- NOSSA COMO VOCÊ É ENGRAÇADO! – Nick falou em um tom irônico.

Depois de jantar e conversar um pouco, subimos novamente para o quarto do Nick. Nesse momento eu tive uma surpresa. Assim que ele fechou a porta, ele me beijou com força. Ele beijou minha nuca e arrepiou todo o meu corpo.

- Sabe o que seria uma situação especial? – Ele sussurrou sexy no meu ouvido.

- Qual? – Perguntei, mais sexy ainda.

CONTINUA.

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Comentários

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Seria Amor de Oficina pelas dificuldades que suas personagens vão encontrar no decorrer do conto, que por sinal é ótimo, para construir um relacionamento? Ou as oficinas são unicamente estruturas físicas e nada metafóricas como estou pensando. Quero ressaltar que só é possível vislumbrar metáforas porque seu estilo de escrita conciso, elegante e bem humorado se mantém desde o primeiro episódio. Até aqui, PARABÉNS!!!

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FINALMENTE!, depois de três dias tentando ler!

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NOSSA rsrsrs ta esquentando. Acho que o nick não pretende assumir esse namoro em publico, só acho!

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Sabe o que seria especial você parar de ficar parando na melhor parte, seria muito especial sabia!, brincadeira, beijo seu lindo 😘😘

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Tinha me esquecido de agradecer, muito obrigada por me explicar o q era a palavra Rep no conto, pois eu estava boiando. vlw

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Muim bem. Esquece Matheus.

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Torcendo para os 2 e o Matheus não interferir. 10 : )

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