a atitude é indutiva(9)

Um conto erótico de skosak
Categoria: Homossexual
Contém 1477 palavras
Data: 06/04/2015 14:15:44
Última revisão: 06/04/2015 14:18:13

Bem, então vocês já devem imaginar o que aconteceu. Nem era quaresma e eu tive que assumir propósitos religiosos e ir em encontro de oração.O encontro aconteceria no dia seguinte.

O dia que se seguiu passou consideravelmente normal. Na escola Marquinhos foi falar comigo, querendo saber onde eu estava. Eu nem respondi. Passei reto, como se ele não existisse.

Eu conversei com Clarisse sobre o acontecido, mas ela se fez de boba. Acho que ela já estava começando a suspeitar de eu ser gay. Mas suspeitar mesmo, quase afirmar.

De noite tinha o “encontro”.

Eu achava aquilo tudo uma loucura.

Falar em línguas? Aqueles crentes pareciam chipanzés urrando. Teve inclusive cerimônia do “cai cai”. Eu fui empurrado e tive que cair “no espírito” hahahaha. Confesso que dormi um pouco no chão, estava cansado e com resquícios da ressaca. Minha mãe – que não era um jovem-, veio me acordar. Ela me despertou e orou sobre mim. Eu agi com respeito. Mas acreditar?Eu estava ligeiramente longe disso.

Clarisse foi junto e estava fervorosa em meio ao espetáculo.

Voltando pra casa, a pé, eu vi um carro cantando pneu e dando “zerinhos” no meio da rua central da cidade, perto da praça da igreja. Era um Gol verde, cheio de neons da cor azul em volta. Parecia uma nave espacial. Típico carro de “vileiro”. Tinha uns adesivos colados escrito “Detona funk”.

Ele tava com o som ligado ouvindo uns funk's bem pesados.

---Olha que louco, essa hora da noite!!! - disse Clarisse. Pena que eu to sem meu celular. Daria pra chamar a polícia.

Quando eu me aproximei ele reduziu a velocidade e, em seguida parou. Os vidros tinham um isufilm preto que não dava pra enxergar quem estava dentro. E ainda mais era noite.

Não houve movimentação nenhuma no carro. Eu segui meu rumo pra casa, com Clarisse, pois minha mãe foi com o carro dela.

Então eu cheguei em casa, me troquei e pus pijama. E me deitei. Caí feito uma pedra na cama.

De repente acordei, tinha um funk alto tocando na rua. Era o som de umas trombetas finas, meio que remixadas.

Eu fiquei puto. Fui na sacada do meu quarto, falando comigo mesmo:

---Esse merda vai ver mesmo. Quem ele pensa que é? -Peguei meu celular e fui até a sacada.

O carro tava parado, estacionado bem na frente da minha sacada. Era Marquinhos.

Eu olhei pra ele e fiquei com mais raiva ainda. Então eu disse, gritando:

---NÃO SEI COMO QUE EU FUI ME METER COM UM TROUXA, QUE NEM VOCÊ!!!! – disse, gritando.

Ele então disse:

---Nossa, oi pra tu também, parça!!!

Ele, com um pequeno controle de som abaixou o volume da música.

---Você sabia que tem mais gente que mora nessa rua além de mim? O mundo não gira em torno de você, sabia?- eu disse.

Minha sorte que meus pais não acordaram. Em parte isso não aconteceu porque morávamos no centro, e esse tipo de coisa era quase que comum.

---Eu sei que não, o meu gira em torno de VOCÊ! - ele disse.

---Que pena, o meu não gira em torno de você.

Ele deu um sorriso meio de lado, então disse:

---O que você achou? é um remix de uns tal de Marinati.

---Mariachi, tu quer dizer, né?

---É esses mesmo! Sabia que tu ia gostar.

--- Eu prefiro a versão original, esse remix estragou a musica toda. Ficou tão lixo quanto os outros funk's que você ouve.

---É só cê ficar meio longe de mim que tu fica assim, azedo? Será que eu sou o teu açúcar?

Então eu disse, baixando a guarda:

---Pode até ser mas duma coisa eu tenho certeza, eu não divido meu doce com ninguém.

---Mas tu sabe que eu sempre fui todinho seu -ele disse, sorrindo.

--- Eu juro que se da tua boca sair mais uma mentira eu ligo pra polícia -eu disse, bem sério.

Ele recuou. Então disse:

---Ah, eu acho que tou te entendendo. Eu acho que posso te explicar tudo o que aconteceu, cê num quer descer aqui?

Eu olhei pro relógio, marcava três da manhã.

Então eu desci pela escada da frente. Sentamos no meio fio da calçada.

Ele me explicou uma história meio confusa, que eu relutei em acreditar, porque nem ao mesmo eu tinha entendido o que ele queria falar.

Então falou que podia provar. Tinha a ver com o celular da Clarisse, ou algo assim. Ele queria que eu acordasse ela, no meio da madrugada para pegar o celular. Então eu disse:

---Não, não vou acordar ela pra você me mostrar uma conversa sua e dela. Que provavelmente deve ser você, dando o fora nela, ao saber da minha reação ao descobrir.

---Não, não é isso, amor. Eu prometo que vale a pena. Acorda ela, vai...

Então, meio relutante, fui e acordei ela. Ela tava cansada. Expliquei a situação e ela me emprestou o celular.

Eu levei pra ele e ele procurou uma gravação de um vídeo no celular.

Então disse:

---Ainda bem que tem essa prova aqui, pra cê num pensar besteira.

Era a conversa que eles tiveram lá no lago, que eu fui embora, porque senti nojo do que pensava estar acontecendo“Aiii gente, eu acho que vou gravar com meu celular esse momento!!!!!! O pessoal do grupo vai adorar saber”, dizia Clarisse.

“Meu Deus, garota, cuidado com isso aí, derrubou o celular nesse rio é 'tiro e queda'”.

“Mas então mark's, o que você ia dizer mesmo?”

“Clarisse! Meu amor por você é que nem contar as estrelas do céu!!”

“Não me diga! Ou não. me diga sim!!!”

Eu havia ido embora naquele momento.

Então ele disse:

“É ASSIM PORQUE É UMA TREMENDA PERDA DE TEMPO, NIGUÉM CONTA AS ESTRELAS DO CÉU”.

Houve uma grande pausa.

Acho que foi o tempo necessário para o queixo de Clarisse cair. Quando eu ouvi a gravação o meu também caiu.

Então ele disse:

“Eu já namoro, garota.”

Então ela disse, meio com voz de choro:

“Eu sei qual é a tua!!!!!!! Você tá afim é do Luquinhas, né? Dá pra ver no olhar de vocês dois. Quando eu falei em ir na sua bicicleta o clima da conversa tinha ficado 'pesada'”.

Ele disse, fazendo sim, com a cabeça: “Ahãmm”.

Então ela disse:

“Que baita desperdício, tu, um cara tão bonito, como que [...]”. Então a gravação foi finalizadaEu fiquei sem palavras. Ele sorriu, me abraçando. Eu o abracei mais ainda.

---Acho que tu demorou um pouquinho pra falar isso, amor -eu disse.

---Também, eu iria falar contigo tu entrava no soco.

Então eu disse:

---Não te machuquei aquele dia, né?

---Na verdade me machucou sim. Ficar longe de tu me doeu.

Eu sorri e disse:

---Acontece que eu já tou com uns esquemas com um outro cara.

---O que???????????

---Sim, eu não tava blefando.

---”Tizorá” - ele disse, rindo.

Não sei como vocês falam aí na região de vocês, mas “Tizorá”, aqui é tipo, passar a tesoura, cortar fora. Ele queria que eu “cortasse” o caso.

---Eu não tenho culpa se cê é paranoico! Pode fazer o favor de cortar esse cara.

Então eu contei toda a história pra ele. Ele ficou surpreso e disse que, se eu quisesse, ele podia vir junto comigo nos “encontros”.

---Não, você não vai! Vai que você enlouquece. De louco já basta eu – eu disse, rindo.

Eu fiquei ali, abraçado com ele. Saudade do cheiro dele. Nós dois nos tocamos e nos beijamos na rua. Eu toquei nos braços dele de novo. Ele me apertou a bunda e ficamos ali, se apertando.

Então eu ouvi uns assovios. Olhei pra janela e deu um pulo.

Meu Deus, ainda bem que era a Clarisse.

---Mas vocês vão ficar aí na safadeza?

Então ela olhou pra mim e disse, brincando:

---Não tem pai não, muleque?

Nós três rimos. Ela desceu e ficamos nós três, sentados no meio fio ouvindo música – decente, dessa vez – que saía do som do Gol dele. Era Armandinho, o cantor.

Então eu disse:

---Mas e esse carro, de onde ele saiu? Não lembro dele antes.

---Ah... esse aqui? Ele era do meu pai, é tão velho que não paga nem imposto mais. Ele serve pra isso mesmo, “dar pau na rua” - ele disse, rindo, olhando pra mim e pra ela.

---Sabe que eu tô ansioso pra conhecer os seus pais agora?

---Não vai demorar muito, eles chegam em dois dias.

Então de repente passou a polícia na rua. O policial era conhecido do meu pai e mandou a gente ir dormir, que, segundo ele era perigoso ficar ali, aquela hora da madrugada.

Então eu me despedi do Marquinhos com um beijo e eu e Clarisse fomos dormir. Acho que ele foi dormir também.

CONTINUA_______________________________________________

Parças, aqui está a outra parte. Espero que tenham gostado da surpresa. Hoje mesmo sai a continuação, por isso, fiquem de olho.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive skosak a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Humm ... ansioso para ve no q isso vai da

0 0