Amnésia ? Cap.1

Um conto erótico de marco
Categoria: Homossexual
Contém 2017 palavras
Data: 25/05/2015 12:13:39

A princípio pode parecer clichê (eu não sei se já houveram histórias assim aqui.) Ah, eu sei que vai ter gente que vai falar "Termine os outros antes de começar este" . Pessoal, se o medo de vocês é eu não terminar o conto, não se preocupem. Eu vou terminar todos os que escrevo.

Cap.1

- Affs Miguel, já disse que não preciso que me trate como criança ! Eu sei fazer o meu trabalho muito bem !- dizia eu, olhando a janela.

- Eu sei que sabe. Mas a proporção de erros seus também é enorme - disse, se aproximando - não quero o seu mal ! Eu apenas quero ver Você chegar a ser diretor deste hospital Marco. Eu sei a capacidade que você tem ! - e mais uma vez ele dizia a mesma coisa. Miguel era o diretor do hospital aonde eu trabalhava no momento. Hospital. Sim, este era o nome. Não sei quem teve essa ideia brilhante (ou não) de dar este nome ao hospital onde trabalho. Cheguei aqui ainda como estagiário na época da especialização. Sou pediatra. Estagiei aqui no hospital basicamente todo o tempo que o curso exigia. Miguel, naquela época o médico que me observou, gostou tanto do meu trabalho que recomendou a minha contratação para a direção. Não deu outra. Naquela época ele já tinha um prestígio muito grande, e eu acabei sendo efetivado. De lá pra ca, 4 anos se passaram. Hoje já estou com 29 anos. Os cabelos brancos começam a aparecer. Meu nome é Marco Simões. Tenho 29 anos. Sou Pediatra, atuando no hospital Hospital(pronúncia em inglês) . Solteiro. Pai de um bacurizinho, fruto de uma relação mal pensada. Não sou hétero, nem bi. Apenas quis experimentar o que é uma mulher e ter certeza do que eu gostava. Usei camisinha. Mas dos 1% de chance que ela tinha de falar, caiu em mim naquele dia. Ela falhou. Lisandra, a minha parceira engravidou, e assim nasceu Thiago, meu filho. Eu ainda estava na faculdade nessa época, porquê ele já tem 9 anos hoje. Lógico que eu não gostei de transar com uma mulher. Na realidade, imagino que o bichinho só funcionou porquê do início ao fim eu estava de olhos fechados, pensando em um homem. Mas acabou acontecendo. Bem, até os 2 anos ele ficou com ela. Mas ai ela se casou com um ricaço e nunca mais ligou pro filho. Chegou, e me entregou

"- Toma, a partir de hoje quem cria ele é voce !

- Mas, e você ?

- Vou conhecer o mundo ! Só não vai deixar meu filho virar viado que nem você !"

Me descobrei em mil, e consegui equilibrar estágio, estudo e filho. Acabei pedindo pra minha mãe se mudar do interior aonde morava (Moro em Manaus, mas nós somos de Parintins) , pra me ajudar a criar o garoto. Ela aceitou vendo a situação que eu estava. Lembro que naquela época tinha olheiras enormes e tinha que dar um jeito de esconder todas. Quando me formei as coisas desafogaram um pouco. Sempre organizava meu tempo pra que eu pudesse me dedicar ao meu filho e ao trabalho ao mesmo tempo. Sempre tive muito medo que ele sentisse falta da minha presença em algum momento, por isso sempre cuidei muito bem dele. E já que ele não tinha mãe, acabou achando a figura materna na avó. Tanto que ele sabe que ela é avó dele, mas a chama de mãe assim mesmo. A vagabunda da mae dele ? Sumiu, não ligou mais pro filho. Dizem que quem se casou com ela era um Sheik Árabe, e que hoje ela vive lá. E juro que se ela aparecesse na minha frente um dia, a mataria (é serio, já até comprei a 38) . Eu era o pai e a mae dele. Só eu.

- Thiagoooo, trouxe comida mexicana !

- Ebaaa pai !- falou, vindo com aqueles desenhos que só ele sabia fazer. Percebi desde cedo que o menino era desenhista NATO. Não desenhava coisinhas qualquer, ele desenhava muito bem pra idade. Era impressionante.

- Fez seu dever ?- perguntei, tirando meu jaleco.

- Fiz sim !

- Vou já olhar pra ver se está tudo certo - com o salário de médico, pude ter tudo o que eu sempre quis. Apartamento bom, carro bom, mobília boa, comida farta, escola boa, saúde boa, enfim... Todo o meu estudo não havia sido em vão. E hoje, eu podia dar tudo o que meu filho precisasse. Minha mãe morava comigo. Pouco depois de eu ter pedido pra ela vir me ajudar, meu pai faleceu em Parintins, e ai ela decidiu se mudar de vez pra minha casa. Como sempre, continua a mesma mãezona de sempre, lavando as minhas roupas mesmo eu pedindo pra não fazer (as vezes eu escondo, e não é que ela acha) . E mesmo que eu já tenha dito mil vezes que contrataria uma empregada pra limpar e cozinhar (já tinha o feito algumas vezes), ela sempre dizia não e as enxotava do apartamento. Não adiantava, toda vez que eu tentava faze-la parar de trabalhar e apenas descansar, ela se encarregava de trabalho assim mesmo.

"-UE meu filho, ninguém arruma essa casa melhor que eu. E além disso, eu tenho que me ocupar com algo, ou então fico com sono"

Claro que eu a não deixava enfurnada dentro de casa. Sempre que podia a tirava de lá. E ela adorava. Mas como toda boa mãe, sempre tem aquelas dúvidas de mãe.

"- Filho, quando você vai namorar alguém de verdade ? Casar ?

- Não sei mae !- dizia, na sinceridade.

- Olha, Você já esta beirando os 30. Quer virar um João sem ninguém ? Alguém tão bonito como você ? Deve chover mulheres bonitas atrás de você - mal ela sabe que eu sou gay .

Depois que ela se mudou pra Manaus e passou a morar comigo, eu não tive mais relacionamentos sérios. Primeiro, pela falta de tempo pra eles. Segundo, que todo homem que se aproximava de mim era do tipo " pega e não se apega" (também, eu os arranjava numa balada, fazer o que ) . Terceiro, minha família não sabia que eu sou gay e eu morria de medo do que poderia acontecer se descobrissem. Então preferia apenas ficar com os homens e não engatar nada sério.

TEMPO DEPOIS

- É apenas uma gripe - falei, olhando para o bebê e sua mae que estavam na minha frente - dê esses remédios a ele, na hora indicada por favor, e logo ele estará bom de novo.

- Obrigado doutor Marco, já está marcada a consulta pra ele né ?

- Sim, dia 26 Marcela. Boa sorte. Qualquer coisa me avisa que eu dou prioridade a você.

- Sim doutor, obrigado.

- De nada - como pediatra, eu já tinha feito diversos partos. E em alguns deles, a mãe do bebê acabava ficando minha amiga e só queria consultar o filho comigo. Assim, minha agenda fora do Pronto Socorro estava sempre lotada - nossa, eu devo estar um médico terrível !- falei, olhando o meu visual. Como havia sido uma chamada de emergência, eu vim correndo pro hospital atender a criança. Isso, lá pelas 02h30 da manhã. Apenas passei uma água no rosto, peguei o jaleco e vim correndo pro hospital. Vida de médico não é fácil ! No espelho, apesar do sono, eu mantinha a minha beleza. Tinha pele branca, cabelos cacheados castanhos, que eram bem bonitos, olhos verdes, um pouco alto, mantinha um corpo bem legal, graças a academia que eu arranjava tempo pra fazer e a boa alimentação. Enfim, muitos dizem que eu sou um médico que não parece médico, por ter uma cara de garoto. Já teve gente que não quis que o filho fosse atendido por mim, por causa disso. Desde essa época, meu diploma fica estampado na sala. Não me acho tão tão jovem assim, mas todos dizem, vou discordar ?

TEMPO DEPOIS

Andava pelas ruas de Manaus. Meu carro estava na manutenção e eu tinha que usar o ônibus pra chegar até o Hospital (pronúncia em inglês). Naquele dia tudo havia começado mal. Pra começar, pela manhã percebi que Thiago estava com catapora.

"- Pai, que manchas são essas ?- falou, vindo em minha direção cheio de manchas vermelhas pelo corpo.

- Ih filho, coça ?

- Sim - falou, se coçando

- Para de coçar, isso é catapora !"

Dai eu estava de folga, mas surgiu um chamado urgente de uma mãe dizendo que o filho havia caido de uma altura alta e estava meio desnorteado. Justo no dia que eu havia mandado o carro pra oficina, pra revisão e todo o resto. Obviamente, eu não podia recusar. Eu sabia que aquelas mães não entregariam os filhos pra outros médicos, pois eu havia cuidado deles desde cedo. Era capaz de ela vir até a minha casa, só pra garantir que fosse eu a atende-lo. Dai tive que ir. E na volta, começou a chover. Corri e me escondi debaixo de um telhado, aonde haviam diversas pessoas comigo. Aos poucos cada uma dessas pessoas foi entrando em carros que passavam, até que ficou só eu ali. Já estava pensando em chamar um táxi, mas não estava passando. Até que vejo uma pessoa se aproximar. O medo tomou conta. Pensa bem, Você sozinho, com um monte de coisas, e alguém desconhecido se aproxima, você já estremece. Mas quanto mais se aproximava, mas eu percebia que aquela pessoa não estava bem. Cambaleava, parecia desnorteado, perdido e confuso. Pensei que estivesse bêbado, mas chegou perto, e eu não senti cheiro de bebida. Até que parou ao meu lado e me olhou. Fez uma feição de dor. Olhei para aqueles olhos azuis, tão azuis que me perdi ali.

- Senhor... Onde eu estou ? Que lugar é esse ?

- Calma garoto, você ta perdido ?- ele aparentava ser bem mais jovem. Vestia um moletom daqueles de mangas compridas, que as mangas encobrem as mãos. Uma camisa azul por baixo, e uma calça meio colada. Não parecia ser garoto de gangue ou de rua. Ele parecia ser um bom garoto.

- Humrum... Onde é que estou ?

- Bem... Você está no Centro de Manaus garoto ! Qual o seu nome ?

- Nome ? Nome ?... Eu... Eu não sei !

- Tá brincando comigo garoto ?

- É sério, eu... Eu não lembro ! Minha cabeça tá doendo !- ele estava todo molhado, devia ter pegado muita chuva. Quando tirou o capuz, pude ver uma mancha de sangue na cabeça, que descia até as costas. Lá, vi um corte.

- Você está ferido ! Como conseguiu isso ?

- Eu... Eu... Não lembro moço !- falou, me abraçando- me tira dessa chuva ! - estava entregando. Assim, de longe ele parecia estar com uma perda de memória.

- Ei, vou pedir pra você memorizar três coisas e repetir depois , OK ?

- OK !

- Casa, Cachorro e Papagaio, OK ?

- OK - esperei alguns segundos - lembra o que eu falei ?

- Casa, Cachorro e Papagaio... - ele falou com clareza, não estava sofrendo confusão mental

- Quanto é 20 x 0 ?

- 0 - respondeu prontamente

- O que está sentindo mesmo ?

- Só dor na cabeça e na coluna. Parece que me bateram !- poderia regressar e leva-lo ao hospital,mas não teria leito pra ele lá, afinal ele não era do plano. E num hospital público levariam anos pra atende-lo. Decidi leva-lo pra casa, Eu tinha estrutura pra atende-lo lá. Poderia ser meio impensado, mal conhecia o garoto, nem sabia se ele estava falando a verdade. Mas era a melhor alternativa para atende-lo primeiramente.

- Tem celular ai ?

- Não, a única coisa que eu achei dentro do meu bolso foi essa nota, e esse bilhete - me mostrou uma nota de 20 reais, e um bilhete que estava escrito "Foda-se"

- Tudo bem garoto. Não lembra de nada mesmo.

- A única coisa que lembro é depois que eu acordei. Uma mulher disse que eu tenho 18 anos, mas não citou meu nome nem se me conhecia. Parecia ser mais uma curiosa.

- Entendo. Eu sou médico, OK ? Vou te levar pra minha casa, o Hospital onde trabalho não te atenderia e o SUS, é perda de tempo. Mas não confio em você. Caso tente aprontar algo, saiba que eu termino o serviço ! - falei, olhando a cabeça dele

- Eu não sou ladrão moço. Eu não tô mentindo, juro ! - olhei mais uma vez pro rosto daquele jovem. Quem seria aquele jovem ?

Continua

E ai ?? Gostaram ??? Comentem se sim, please. Beijos

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Comentários

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Comecei agora e não tenho dúvidas de que será um excelente conto, assim como todos que já li até agora

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Comecei lê esse conto agora e parece ser muito interessante. To adorando. parabéns

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O problema nao é vc nao terminar seus contos e sim voce dar mais tempo e valor pra um so

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