Eu + Você = Nós... Bem, pelo menos era assim que eu pensava. 18

Um conto erótico de Nando Mota
Categoria: Homossexual
Contém 2406 palavras
Data: 04/06/2015 00:37:42

A quarta-feira passou sem maiores problemas e preocupações. Nos ligamos praticamente o dia todo. As aulas na Faculdade ficaram muito mais fáceis de assimilar, isso eu posso garantir porque as aulas dos últimos 46 dias tinham sido simplesmente terríveis.

No final da tarde nos encontramos num lugar bem distante de nossas casas e assim que chegamos, cada um de uma direção da Cidade, Dutra, Souza e meu Soldado começaram a falar sobre o grande dia, no caso amanhã a quinta-feira...

_ É como estou falando Gouveia - eu achava estranho meu Soldado ser chamado de Gouveia pelo amigo Leonardo, que era o Souza - Assim que meu Meninão, e o Dutra só de farra levantou o dedo e disse... " Sou eu o Meninão ", rimos um pouco pra quebrar o clima quase tenso do momento... Entrar em seu quarto de hora no período da noite de 18:00 h às 20:00 h e esse quarto de hora repete na madrugada de 00:00 h às 02:00 h da madrugada é claro que o Lucena vai saber porque estará no âmbito da Companhia e dormirá por lá. Durante o dia ele que já foi escalado, passará praticamente à disposição dos Oficiais da Companhia e jogará a verde pro safado do Capitão...

_ Justamente, falou o Dutra... Eu vou dar a entender que pensei melhor e vou querer saber mais como é essa história de sexo grupal onde os participantes transam entre si e saber se o Capitão não quer me dar uma demonstração de como a coisa funciona...

_ Como lá no quartel tem alguns desgraçados que fazem parte do esquema do filho da puta do Lucena, acredito que no segundo quarto de hora do Dutra, falou meu Mozão, ele com certeza dará um jeito para que a coisa seja demonstrada nessa mesma noite.

_ E como passei a semana quase toda instalando câmeras com infravermelho por toda a reserva do segundo pelotão, captaremos imagens nítidas e dignas de um filme porno gay, onde os atores veteranos serão pegos como simples amadores. O Sargento Souza olhou para o amado e disse, não esqueça de manter seu celular gravando todos s diálogos para que depois a gente possa fazer a edição da nossa pequena obra prima.

Os detalhes foram acertados em seus mínimos detalhes e os casais finalmente se separaram. Souza e Dutra foram pra casa na moto do Soldado e eu e meu Soldado fomos para nossa casa em nosso carro.

_ Soldado, você conseguiu ver alguma falha no plano de vocês? Perguntei ainda apreensivo. Bernardo pousou a mão em minha coxa e disse com a voz bem tranquila...

_ Na verdade não vejo falhas. O Lucena, aquele filho da puta, tá louco pra passar a mão o Dutra. Soube inclusive pelo Souza que ele, O Lucena, já chegou a falar abertamente numa rodinha dentro do quartel que o garoto seria dele mais cedo do que se esperava.

_ Ele seria então capaz de qualquer coisa pra ter o Dutra?... Fiquei mais assustado ainda.

_ Eu acho que um cara obsessivo como ele é capaz ou seria capaz de qualquer coisa pra ter o seu objeto de cobiça seja lá a que preço for. Só que não precisa se preocupar. Com o andamento do plano, você ouviu que tanto eu como o Souza vamos chegar pra dormir no quartel quando a coisa já estiver em andamento. Um dos soldados do quarto de hora, que faz parte das sujeiras do Lucena e do Nunes, vai substituir o Dutra na hora que ele for chamado pra falar com o Capitão na reserva. Eu tenho plena certeza de que tudo será gravado e após a edição feita, adeus Lucena e Nunes... Pra sempre Mozão, pra sempre... Demos um selinho rápido porque ele estava dirigindo.

Fui deixado em casa por volta das 22:15 h e assim que entrei sozinho, tomei banho, comi algo bem leve, fui pra acama assistir um pouco de TV e antes de dormir falei com meu Soldado por quase uma hora.

BERNARDO FALA...

Chegamos por volta da alvorada 05:30 h no quartel Souza estava tranquilo e eu estava uma pilha... Eu tinha receio de que nosso plano ia ser descoberto a qualquer momento... Só que não foi... E após a formatura da manhã, começamos mais um dia de atividades no Batalhão.

Souza era sargento comandante de um grupamento do segundo pelotão e na parte da manhã haveria uma faxina geral na reserva de armamentos e equipamentos, palco das filmagens de logo mais à noite.

Eu ministrava instruções de combate com o pessoal do primeiro pelotão numa área próxima ao paiol de munição do Batalhão. No período da tarde haveria uma troca de atividades e o pessoal que estava com o Souza faria o treinamento comigo e o pessoal que estava comigo faria faxina em sua reserva de armas e equipamentos. E o dia foi passando lentamente, até que finalmente acabou o horário de expediente do dia.

A turma que entraria de serviço na Companhia se apresentou ao Sargento Mota, responsável pelo grupamento de serviço naquele dia e sem mais ter o que fazer fomos embora...

_ Passei o dia fazendo testes com as câmeras na reserva... Falou o Souza.

_ E como foram, ta tudo bem... Perguntei com certa apreensão.

_ Pô Gouveia, sou da arma de Comunicação e não seria nada bom erar no meu serviço... Confia rapaz.

_ E você falou com o Dutra... Como ele tá? Nervoso com a situação?

_ De jeito nenhum, o meu Meninão ta pronto pro que der e vier. Ele disse inclusive que se a coisa não der certo, ele mesmo pega o Lucena e o Nunes de uma vez só e mete a sola...

Saímos pela Avenida 13 de Maio e seguimos direções opostas. passaria na casa dos meus pai pra fazer uma visitinha. Meu Mozão com certeza tava ainda em aulas, já que agora ele trabalhava até por volta das 18:0030 h. Isso começou por conta das contas que ele passou a pagar sozinho e fiquei triste por sacrificá-lo desse jeito. Só que ele acabou acostumando e a grana extra que entrava tava sendo muito bem vinda.

Tudo estava bem na casa de meus pais e quando lá cheguei os mesmos juntamente com minhas irmãs Mônica e Márcia planejavam uma viagem pro interior na casa de uma tia, irmã de meu pai, que casaria a filha mais velha, minha prima Izabel.

_ Você bem que poderia vir conosco filho, que tal? Perguntou papai.

_ No momento não dá velho. Tô cheio de coisa pra fazer e por enquanto não posso me ausentar daqui.

_ Você ainda esta triste por conta do fim da sua amizade com o J B, né? Perguntou Mônica minha irmã que era a melhor amiga da Soninha, irmã do meu Mozão.

_ Mais ou menos isso minha lindinha... Beijei a cabeça dela e fui até a cozinha tomar água.

Voltar aquele lugar onde tudo começou me deu uma sensação boa e triste ao mesmo tempo. Boa, por lembrar que se não fosse a janela de vidro que tinha sido mudada há menos de dois meses antes de tê-lo conhecido, eu não teria conhecido o garoto mais incrível e apaixonante da minha vida. Triste, porque ele não pôde ficar junto dos seus e por mais que não se importasse, era visível a falta que eles faziam em sua vida e por essa razão tinha vontade de brigar com cada um deles. Assim que terminei de beber a água, olhei pra antiga casa do meu Mozão e sua mãe olhava pelo vidro e acenou pra mim. Abri o vidro e perguntei com total indiferença na voz...

_ O que a Senhora deseja, D. Berenice?

_ Você pode ir até o portão, preciso falar com você.

Estranhei muito aquilo e antes de sair liguei pro meu Mozão...

_ É como estou te dizendo Mozão, ela quer que eu vá até o portão falar com ela.

_ Você quer ir? Foi tudo que ele perguntou.

_ Acho que devo ir lá sim... Deu uma puta curiosidade. Na verdade Mozão quero muito saber o que ela tem pra me dizer.

_ Então meu Soldado, siga seu instinto e qualquer coisa você deleta e segue em frente...

A conversa que tive com D. Berenice foi surpreendente, clara e cheia de sinceridades. Quando me despedi dos meus já era pouco mais das 19:00 h. Segui direto pra nossa casa e o encontrei a minha espera...

_ O Souza disse que ligou pro teu celular e só dava caixa postal... Foram suas primeiras palavras assim que entrei.

_ Boa noite pra você também meu Mozão. Como foi seu dia? O meu foi cheio e tô também apreensivo.

Ele então veio em minha direção sorrindo, me abraçou, me beijou demoradamente e assim que nos vimos disse:

_ Desculpa amor por esquecer os pequenos gestos. Hoje não ta sendo um dia normal... Sei que não devia usar isso como desculpa, só que tudo isso mexeu muito comigo...

_ Não Mozão, não estou te cobrando nada... É que antes de tudo, eu preciso sempre saber de você, seu dia, sua vida e nossa historia e tudo o que disse respeito a nós, nossas famílias e a nossos amigos... O beijei cheio de ternura e desejo. Amo você meu Mozão lindo.

O levei até o sofá e falei o que ele não perguntou...

_ Acho que tenho boas notícias pra você da sua família... Esperei sua reação e ela não veio.

_ Mozão, acabo de dizer que tenho boas notícias...

_ Não quero saber. Eu ainda tenho em mim as últimas lembranças do tempo em que eu ainda tinha uma família que eu pensei que me amava, me aceitaria e me apoiaria até o fim. Desculpa meu Soldado lindo... Há quase uma ano. E se eu tivesse morrido? E se eu tivesse seguido um caminho cheio de erros como eles mesmos apostaram que eu seguiria? E se...

_ Ei, tudo bem, Mozão. Nada disso aconteceu, certo?. Estamos aqui e bem. Amo você garoto e sei que sou amado...É o suficiente? Sei que é, assim como você sabe. Pode ficar melhor se mais apoio e amor for acrescentado na nossa história? Também acho que isso é possível.

_ São mágoas que eles fizeram questão de plantar aqui e cuidar ao longo de todos esses meses, Soldado. Eu não consigo esquecer...

Meu Mozão escondeu a cabeça na curva do meu pescoço e me abraçou deitando o corpo no meu peito.

_ Você não é e nem nunca foi amargo meu Mozão. Todos nós já passamos momentos ruins na vida, onde mágoas, ressentimentos, ódio e muitas outras coisas negativas suplantavam qualquer senso ou mesmo destruíam qualquer tentativa de se dar a uma chance nos fazendo perder mais ainda. Eles querem te ver, te receber em casa. No final da conversa que tive com sua mãe, seu pai chegou e perguntou de você com uma certa vergonha por ter feito o que fez naquela noite... Eu falei do quanto foi difícil o nosso começo e do quanto que a gente tava feliz por vencer todo santo dia um obstáculo por vez... Foi quando ele disse que sente orgulho de você e muito.

J B apenas se agarrava mais a mim, me dando a certeza de que seu coração sempre esperou que um milagre acontecesse e sua família voltasse a amá-lo e respeitá-lo com toda a dignidade que ele sempre merecia da parte deles.

_ Você os ama muito, né?

_ Muito... Foi o que ele conseguiu dizer num fio de voz.

_ Você quer que eu vá lhe deixar la na casa dos seus pais quando tiver de saída pro quartel? Acho até bom que você vá porque não gosto nada dessa ideia de te deixar sozinho aqui.

Ele apenas assentiu. Namoramos um pouco mais e era visível sua felicidade por poder voltar em sua casa e ser recebido pela sua família. Enquanto ele foi tomar banho eu liguei pro Souza e o plano estava sendo seguido a risca...

_ O Meninão me ligou e disse que assim que assumiu o quarto de hora, o Capitão o chamou e uma breve conversa que foi gravada teve início, o desgraçado falou que no último horário dele no posto, ele será substituído pelo Soldado Rios e a reserva de armas do segundo pelotão por ser a mais afastada será usada por eles no que ele chamou de festinha particular... Então já sabe, nossos planos foram alterados...

_ Como assim Souza? Não vamos mais dormir lá não?

_ Isso mesmo. Ele poderia desconfiar de alguma coisa. Já falei pro Meninão que infelizmente ele estará por conta própria. E ele disse que não teria problema nenhum. O celular gravaria os diálogos e as câmeras faria o resto.

_ Já que é assim Souza, só nos resta ficar na torcida.

_ Agora me responde só uma coisa Gouveia... Onde tu tava que liguei direto e nada de ser atendido?

_ Tava resolvendo assuntos particulares e antes que você comece com suas gracinhas, meu sogro e minha sogra querem falar com meu Mozão.

_ Puta que pariu, companheiro. Esse teu garoto é um abençoado meu camarada.

_ Também acho, ele é amado por mim...

_ Tava demorando o pavão aparecer, né Gouveia?

A ligação foi encerrada com a gente trocando um monte de palavrão um com o outro...

Assim que ele saiu do banho e depois que também tomei o meu e me arrumei, saímos de casa e fomos ver sua família.

O trânsito fluiu legal até o momento em que estacionei nosso carro em frente a sua casa. Ele olhou pra mim e disse que me amava. Saiu do carro como combinamos e após alguns passos abriu o portão e entrou em casa... Segui com o carro até a casa dos meus pais e fiquei lá até o momento em que ele me ligaria pra poder irmos juntos pra nossa casa.

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Meu querido Povo do Lado Esquerdo...

O final já se aproxima e com ele a certeza de que duas das nossas jornadas marcaram de forma mais intensa, pelo menos até agora, a minha vida junto a vocês... A primeira delas há pouco mais de um ano e essa que marcou o nosso retorno pra estrada de nossas vidas. Muito obrigado por tudo. Um beijo cheio de carinho em cada um de vocês. Saibam que os amo ..Nando Mota.

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Comentários

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Parece que tudo em fim,vai dá certo...

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Tomara que dê tudo certo e o Dutra fique bem. Pena que tudo acaba e o que é bom mais rápido ainda. Te adoro. Beijos.

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NÃO GOSTEI DO FINAL DESSE CAPITULO, A ATITUDE QUE OS PAIS DO JB TIVERAM COM ELE FOI A TREVA! PELO QUE ME PARECE VAI ROLAR SENTIMENTOS E RECONCILIAÇÃO... BEM DIFERENTE DA MINHA FORMA DE PENSAR EM RELAÇÃO A PESSOAS QUE TEM ESSE TIPO DE ATITUDE. DIRIA QUE MINHA VIDA SE RESUME A "PISAR EM OVOS" E GRAÇAS A ISSO TENHO MUITA FACILIDADE DE DESAPEGO, RESPEITO SEMPRE EM PRIMEIRO LUGAR, AGUARDANDO O PRÓXIMO.

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Na expectativa pelo próximo e decisivo capítulo. Quanto aos pais do JB espero que se redimam e tomem consciência do mal que fizeram ao filho. Pois é muito fácil depois que destroem em pouco tempo sentimentos que levaram uma vida pra serem construídos, voltar como se nada tivesse acontecido. Não acho que guardar mágoas ou rancor seja correto e saudável, mas ter sangue de barata também não combina comigo. Comigo, pelo menos... Bjo Nando!

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Bom as coisas parecem esta entrando nos eixos,finalmente neh,aguardado pelos proximos acontecimentos bjs nadoo

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Meu amigo querido, acho que chega a ser chato o quanto eu repito, que para mim é um privilégio te conhecer, um homem tão inteligente, com um coração enorme e uma grande capacidade de ser amigo. Eu estou muito feliz por você voltar a escrever e compartilhar seus pensamentos conosco, em forma de estórias lindas. Eu te amo e te admiro muito. Beijos lindão!!

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Como sempre,MARAVILHOSO! Teu retorno foi magnífico. Um abraço carinhoso,

Plutão

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fico feliz que os pais do jb viram que eles não tem nada do que se envergonhar dele ,muito pelo contrario eles tem muito do que se orgulhar porque o filho teve a coragem de se abrir para uma sociedade cheia de preconceitos como a nossa.agora é só esperar pra que o plano dos meninos dê certo .beijo meu gatoso.

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Nando cada capitulo do seu conto me deixa mais emocionada ....voce consegue nos passar uma intensidade de sentimentos...obrigada mais uma vez.

Beijao

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Oi Nando amei que cap lindo. Espero que tudo.dê certo.te amo bjos :)

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Nando meu amor obrigado por vc existir e por vc parte de nossas vidas nem que seja por um curto período, vc é demais e te desejo tudo de bom hj e sempre em cada segundo da sua vida. Te vivi e te sigo hein rsrsrs. Bjus

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