DIGA-ME QUAL O TEU DESEJO MAIS SAFADO

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 2072 palavras
Data: 11/06/2015 18:12:20
Última revisão: 11/06/2015 18:31:32
Assuntos: Anal, Heterossexual, Oral

COM O DIABO NO COURO - Primeira parte

Então, ele sentou-se à minha mesa. Meu coração disparou absurdamente. Eu parecia uma adolescente. Não conseguia encará-lo, e ele parecia saber disso. Apesar dos seus óculos escuros, eu sentia seus olhos em meus seios, e eles ficaram imediatamente enrijecidos. Sorriu quando levei as duas mãos aos mamilos, tentando esconder os biquinhos querendo saltar da blusa de malha clara, sem sutiã, que eu usava. Seus dentes alvos eram perfeitos, e seu sorriso arrasou todas as minhas defesas. Tentei não encará-lo e pousei o olhar na bengala que usava, combinando com suas roupas sociais de talhe perfeito. Mas a bengala, aos meus olhos, tornou-se fálica. A empunhadura parecia-me uma glande intumescida e vermelha, por causa da jóia púrpura que adornava o topo do seu cabo. Senti as pernas roçarem uma na outra, trêmulas, mas na verdade eu estava estimulando a vulva, que soltava pequenas descargas de prazer...

Era um sábado à tarde e eu resolvera fazer umas compras no maior shopping center da cidade. Estivera brigando muito, nos últimos dias, com o meu namorado. Sentia-o cada vez mais desinteressado sexualmente de mim. Durante os primeiros oito meses de namoro, resguardei-me de fazer sexo. Não era virgem, mas já tivera algumas experiências negativas com namorados anteriores, que me abandonaram logo depois da primeira noite de amor. Conhecia Selem desde a infância, mas começamos a namorar após meu retorno à cidade, quando terminei a faculdade. Sempre dizia que eu o atentava com minhas belas pernas roliças e longas, minha boca sensual e meu par de seios redondos e firmes, orgulhosamente naturais. Eu, apaixonada por ele, fazia um verdadeiro sacrifício fugindo de suas investidas. Mas tinha medo que Selem também se afastasse de mim como os outros. Então, adiava a nossa primeira noite de sexo, tentando preservá-lo ao meu lado.

Aí, de umas semanas para cá, ele já não insistia mais em fazer amor comigo. Cismei de que havia conhecido outra. Até segui-o várias vezes, mas nunca o flagrei. Em nosso último encontro, depois de termos saído do restaurante de meu pai, ofereci-me toda nua. Ele me rejeitou. Disse que cansara de insistir e que resolvera se guardar até o nosso casamento. Frustrada, briguei feio. Mandei que fosse embora e, desde então, ando tendo uns sonhos estranhos, cada vez mais eróticos.

Hoje, para compensar a ausência de Selem, resolvi ir às compras...

Assim que cheguei ao shopping, vi o estranho de pé, logo na entrada, como se estivesse me esperando. Sua figura atlética bem vestida, apoiada graciosamente em uma bengala, me chamou à atenção. Tinha os cabelos compridos e negros, derramados sobre os ombros. Não consegui definir a sua idade. Acho que ele teria a idade que eu quisesse. Olhava fixamente para mim, por trás daqueles óculos escuros que lhe davam um toque felino, enquanto me aproximava um tanto sem graça. Quando cheguei a menos de um metro de distância, ouvi sua voz forte, máscula, dirigindo uma única pergunta a mim:

- Eva?

Minhas pernas tremeram. A primeira coisa que pensei foi que ele não conhecia a tal Eva. Bastaria eu confirmar ser ela, e teria aquele belo exemplar de macho ao meu lado, nem se fosse até ser descoberto meu engodo. Contive-me com esforço, fingi que não ouvi sua fala e continuei andando. Daí por diante, ele passou a me seguir, embora discretamente, por todo o shopping. Não consegui comprar nada, pois tinha minha atenção totalmente voltada para aquele estranho. Acho que entrei em todas as lojas, fingindo estar interessada em alguma mercadoria, mas o que eu realmente estava fazendo era dando-lhe um tempo para que se resolvesse a se aproximar de mim, usando um desculpa qualquer. Até que minhas pernas começaram a cansar de tanto andar, então resolvi parar na praça da alimentação do shopping e me acomodar a uma das mesas. Claro que escolhi uma com todas as cadeiras desocupadas. Foi quando ele sentou-se à minha frente...

Desta vez, não falou nada. Ficou um tempo me encarando, como se estivesse me desnudando com o olhar. Depois tirou uma maçã de um dos bolsos de suas vestes. Mordeu a fruta e, ainda sem dizer nada, me ofereceu com um gesto decidido. Aceitei. Mordi bem perto onde sua boca havia tocado. E foi só isso. Ele levantou-se, despediu-se com uma breve reverência e foi embora. Mas eu sabia que aquela não era uma despedida para sempre. Fiquei ali, sentada à mesa, absorta, fantasiando com aquele estranho. Nem vi o tempo passar. Quando dei por mim, a praça de alimentação já estava fechando, alguns funcionários me olhando de soslaio por eu ter ocupado por tanto tempo a mesa sem ter consumido nada. Levantei-me incomodada e fui embora.

O banho foi demorado. Mas não me masturbei. Cada vez que pensava em fazê-lo, a imagem do estranho me entretinha. Passei um longo tempo me asseando, como se estivesse esperando por uma longa noite de amor e sexo. Até que me deu uma sonolência repentina e caminhei até minha cama, envolta numa leve saída de banho. Deitei-me, ainda enlevada pela lembrança do estranho. Aí, a campainha da porta de entrada do meu apartamento tocou. Olhei para o relógio de cabeceira e reneguei o tardio das horas. Hesitei em não atender, mas pensei ser minha vizinha enferma do apartamento ao lado. Decerto estava querendo algum analgésico, ou remédio para dormir. Mesmo de má-vontade, caminhei até a porta. Perguntei quem batia, antes de abri-la. Era, sim, a minha vizinha. Mas não estava sozinha. Ao seu lado, o estranho abria-me o seu mais deslumbrante sorriso. Espantei-me. Mas ela, como se estivesse sonâmbula, deu-me as costas e voltou a entrar em seu apartamento, deixando-o diante de mim. Aí, de supetão, ele me fez a pergunta que eu mais temia, com aquela sua voz de timbre hipnotizador:

- Diga-me... qual o teu desejo escondido mais safado?

Surpresa e estática, tentei descobrir se ainda estava acordada. Lembrava-me de seu olhar penetrante, dos traços másculos da face, enquanto estávamos no shopping. Porém, não estava preparada para aquela misteriosa exuberância em minha porta. Vestido elegantemente em tons de cinza, ele enlaçou-me o pescoço, perguntando novamente:

- Eva?

Fui envolvida pelo perfume ocre, mesclando alecrim e cânhamo que invadiu minha mente e tomou-me feito droga poderosa. O toque de suas mãos descarregou eletricidade por todo meu corpo, fazendo com que os pelos eriçassem, retesando cada músculo.

Somente pude responder:

- Receio que não seja quem tu procuras!

Sorrindo num misto de ternura e malícia, deu um passo à frente, entrando em meu apartamento. Umedeceu os lábios lentamente e voltou a me questionar:

- Quero saber: qual? O mais escondido?

Fechando os olhos por um instante, tentei distinguir se aquilo realmente não era um devaneio. Respirei fundo e absorvi novamente seu cheiro, mas desta vez consegui organizar algumas frases coerentes:

- Como chegou até aqui? QUEM é você? Não sou quem procura!

Cercou-me pelas costas sussurrando:

- Basta apenas saber que estamos entrelaçados de uma maneira insana e irresistível!

Nossos olhares se cruzaram e mudei a linha dos meus pensamentos, suspirando e sorrindo comigo mesma. Lembrei-me dos sonhos, das constantes visitas daquela inquietante gralha. Ela pousava em minha janela e cantava para mim uma canção conhecida. Gostaria de lhe falar sobre Irina, sobre Fred, mas contive os pensamentos. Foi quando o estranho começou a acariciar mansamente meu braço, a tatuagem das asas de Ícaro, murmurando ritmado:

Maybe I should hold with care ‘ But my hands are busy in the air saying: ‘ wish you were here...

A mesma. Era a mesma canção que habitava meus sonhos e então eu quis lhe dizer sobre meus pensamentos inquietantes. Da minha intensa memória, que sem esforço me levava para minhas fantasias novamente. Dos sonhos bonitos, exóticos, excêntricos.

Mas os dominei novamente, apenas sentindo o toque dos dedos em minha pele, o aroma que dele partia embriagando meus sentidos. E, acompanhando a suave melodia, sentamos juntos em um dos sofás.

Quem é este estranho em minha sala? Porque deste domínio sobre mim?

Entreguei-me à inconsciência tendo a impressão de flutuar e, plainando sobre a cidade, avistei Irina. Sua pele branca contrastando com os cabelos muito escuros. Os olhos amarelados, que lhe aparentavam uma sombria tristeza. Irreal, estava ali sob meus pés.

Ela ainda possuía os mesmos traços. Não sorria, somente olhava interessada para alguém que lhe falava e, aparentemente, o assunto em foco lhe parecia divertido.

Avistei Fred ao fundo do bar. Tocava sax, com uma potência sonora tão grande quanto sua virilidade. O timbre das notas, semelhante à sua voz sedutora, encantava. Ele terminou a apresentação e seguiu em direção a Irina. Pude sentir o toque daquelas mãos carinhosas e delicadas, na face dela. Mãos dignas de um grande amante.

Eram antigos amigos. Os conheci durante a faculdade. Ela minha companheira de quarto na pensão, e ele o namorado músico, cujas apresentações sempre assistíamos entusiasmadas, tanto pela música, quanto pelo homem. Mas nunca minhas fantasias haviam ido além da imaginação...

Inesperadamente, os dois estavam sobre uma cama. Ele a acariciava e logo abriu espaço em sua blusa, mostrando os seios de Irina. Sugou-os, somente os bicos rijos, já que não cabiam inteiros em sua boca. A imagem atiçou minha mente e deixei o tesão fluir.

Ela tirou-lhe as calças, e não demorou nada para que eu visse aquela boca rosada em ação. Dobrou os joelhos, titubeante, mas Fred lhe segurou pelos cabelos fazendo com que assim não desistisse do intento. Então, lambendo, chupando, babando, engolindo, Irina divertia-se com Fred em um entusiasmo invejável. Tendo os cabelos como alça, ele a puxava para si, autoritário e rude. Para mim foi como se combustível para minha tara. Queria ter Fred, queria ser Irina. Ou será que desejava Irina e gostaria de ser Fred?

Controlada por meu desejo, nessa hora me vi no meio do casal. Minha boca tomou o lugar da de Fred, beijando a barriga de Irina e subindo para sugar-lhe os seios docemente insinuantes.

- Eu quero mais! Ela me disse sorrindo e virando-se sobre mim. Apertava as mãos em meu púbis enquanto eu me contorcia sob suas mãos.

Só conseguia lhe responder, gemendo. Irina tirou meu short e calcinha de uma só vez, passando a enfiar os dedos furiosamente em minha xaninha. Meu corpo se projetava a seu encontro enquanto eu me surpreendia com esta inversão da minha natureza. Ela mantinha a língua em minha orelha e só fazia aumentar meu tesão. Senti um orgasmo forte se aproximando, e massageei o grelinho enquanto ela me fodia com os dedos. Segundos depois, derreti nas mãos de Irina, com gemidos fortes e espasmos violentos. Troquei de posição e deitei-me sobre seu corpo. Beijando sua boca escorregadia e lambendo as partes lambuzadas pelo orvalho de Fred em seu rosto. Neste momento, ele se aproximou da cama.

Com as mãos livres, ela afastou minhas nádegas e deixou minha gruta à mostra e convidativa a Fred. Com a primeira estocada gemi forte, sentindo uma necessidade dele entre minhas pernas, mais fundo, mais forte, vital. Esfreguei-me mais ao seu encontro, sentindo meu ventre pegar fogo e espasmos tomando conta novamente de meu ser.

Irina se posicionou ao meu lado, possibilitando a Fred um delicioso revezamento. Um pouco em mim, outro tanto em Irina. De maneira vigorosa e bem-humorada ele dizia besteiras e curtíamos aquela transa inesperada.

Talvez percebendo que gozar exclusivamente em uma de nós seria um erro, ele resolveu não privilegiar nenhuma das duas. Ato contínuo, se posicionou em nossa frente e, com uma das mãos esfolando o mastro vibrante, procurou nossas bocas da maneira mais adequada. Juntando o cabelo de ambas, soltou a mão que prendia o falo a poucos centímetros de nossos lábios. E pude sentir as gotas do esperma atingindo meu rosto e escorrendo pelo queixo, acompanhadas de urros e tremores de Fred.

Enquanto Irina me beijava novamente de maneira ardente, tendo as faces lavadas de sêmen, senti certa vertigem. Fui puxada do sonho para a sala de meu apartamento e acordei assustada. Ele, o estranho visitante, não estava ao meu lado. Nem Fred. Ninguém. Então, a noite foi pequena para mim. Febril, insone, eufórica e desorientada. As imagens quase palpáveis vivenciadas estavam em minha mente, confusas e fugidias.

Pelas janelas empoeiradas vi se apagarem as luzes da rua. Os murmurinhos da cidade acordando iniciaram e o sol chegou. E o aroma continuava ali. Estampou-se um sorriso em minha face, confirmando que os devaneios oníricos, de imagens, toques e sons permaneciam inegáveis sob minha pele.

FIM DA PRIMEIRA PARTE

Escrito por Ehros Tomasini e Diana Aventino

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Comentários

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Muito obrigado pelo comentário. Ele me deixa feliz e incentivado a novas publicações.

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Muito bom suas historias alem de bem escritas sao sempre muito interessantes

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