Ao dizer que me amava, eu ignorei... Ao dizer que te amava, você me ouviu FINAL

Um conto erótico de Nando Mota
Categoria: Homossexual
Contém 5337 palavras
Data: 05/07/2015 19:16:39
Última revisão: 17/08/2015 20:56:01

Eu o olhei rapidamente ainda espantado e disse de supetão...

_ Poxa Ric, você de novo me chamando assim? O que eles vão pensar disso tudo?... Olha, eu garanto que é apenas brinc...

_ Calados os dois... Falou Felipe com voz autoritária e eu compreendi pelo olhar de Ric que ainda estava no meu que a casa tinha caído... Tentei me acalmar e pousei os talheres na mesa.

_ Izabel, eu avidei a você que eles já eram um casal, não avisei?

_ Não senhor Felipe, eu foi quem primeiro lhe alertou de que nossos meninos se amavam e que um dia isso tudo viria à tona.

_ Tá certo minha querida, só que a dica de que alguma coisa estava acontecendo entre esses dois foi eu quem deu, e tudo começou naquele nosso jantar quando os dois foram pra balada sozinhos e o Ric voltou ferido e foi parar no Hospital... Lembrou agora?

_ É verdade meu querido. E agora o que os dois pretendem fazer com tudo isso?

Mamãe não se referiu a nenhum de nós em particular, apenas jogou a pergunta ao vento e os dois, esperaram alguma resposta. Ric continuava apenas a me fitar como se buscasse em mim palavras pra poder falar e eu esperava que pelo menos ele começasse a dizer alguma coisa pra ter uma droga de gancho pra prosseguir.

Finalmente ele pigarreou e disse:

_ Na verdade tudo isso começou pra mim desde o dia em que o Jardel apareceu lá no cursinho. Ele tinha chegado atrasado e entrou na segunda aula. Ele como sempre não olhava pra mim ou pra qualquer um de nós que tivesse cara de nerd, como ele e seus amigos sempre falavam...

_ Só que eu já olhava pra esse garoto e ele por ser um cego, não via meus olhares e também não se importava comigo de jeito nenhum... Emendei a conversa com a minha visão do nosso início.

_ Eu fui bastante perseguido por ele e sua turma.

_ Reconheço que persegui ele e os seus amigos, que hoje também são meus amigos... mas era só pirraça. Eu sempre fui um inconsequente, um porra louca da vida, só que eu já queria chamar a atenção dele e não sabia como me aproximar...

_ Até que teve o meu quase atropelamento... O cortei na hora...

_ Desculpa pequenininho, eu atropelei porque eu quis... Quer dizer eu fui pra cima de você com o carro, porque era uma maneira de fazer algo pra ser visto, socorrer você e virar tipo um herói, entende?

_ Então foi proposital aquele subir de repente a calçada e me fazer cair que nem pino de boliche?

_ Não faz essa cara que vou morrer de remorso...

O legal da cena em questão é que a gente se explicava pra eles, mas na verdade a gente tava revivendo o nosso início, coisa que nunca tínhamos parado pra fazer e foi muito bom.

_ A partir daí... Ric Melo voltou a falar... A gente se distanciou um pouco mais e num belo dia, mkeu pai me disse estar apaixonado por uma amiga de trabalho...

_ Minha mamãe falou que também conhecera um amigo no trabalho e que eles casariam... Eu lembro que disse que ele jamais seria meu pai, ela concordou e disse que pai ele até não seria, mas que iria ajudá-la a me colocar nos trilhos, ele faria isso...

_ E pelo menos consegui isso? Perguntou Felipe olhando diretamente pra mim...

_ Não só me colocou nos trilhos, como virou meu paizão também e me deu uma família pra amar pro resto da minha vida...

_ Não vale me emocionar desse jeito, meu querido... Falou D. Izabel melo segurando minha mão...

Ric pigarreou de novo chamando nossa atenção...

_ Ai teve o lance de comprar roupa pro jantar, a gente se encontrou na mesma loja e à noite voltou a se reencontrar... E estamos aqui em volta da mesa, onde meu coração tá acelerado demais e eu tô com medo do que possa vir de agora em diante porque se tem uma coisa que não vou abrir mão, Pai, Mãe, é do que custei muito pra encontrar e sentir... Na verdade eu não abro mão do Irmãozão de jeito nenhum... Porque o que existe entre nós é maior do que qualquer preconceito ou rejeição que possa nos atingir ... Ele é o meu amor sim, pai... Mãe, eu amo seu filho...

_ E eu também sou louco nesse pequeno que ta aí todo vermelhinho tentando falar, tentando se explicar, mostrando sua verdade que também é a minha enquanto esperamos a compreensão de vocês... Deu uma geral em volta da mesa olhando pra minha mãe, meu pai e pra querida Célia...

_ Então Izabel, o que a gente vai fazer? Perguntou Felipe já sorrindo...

_ Que tal apoiar esses dois meninos e tentar amenizar o mais que a gente puder a jornada deles? E Mamãe sorriu enquanto Felipe lhe respondeu olhando pra nós alternadamente...

_ No momento inicial é um choque e uma grande surpresa... Um monte de coisa passa na cabeça da gente e de repente há luz no final do túnel. Amo você dois, meus meninos... Contem sempre, ouviram bem?, Contem sempre comigo e sua mãe... Fico até tranquilo por saber que vocês dois são um verdadeiro par...

Depois dai foi só alegria... E como havia prometido, não desgrudei mais do irmãozinho de jeito nenhum. Na frete de nossos pais jamais trocamos algum tipo de carícia, teríamos que ser respeitosos se quiséssemos ser respeitados e mesmo quando eu ia para o seu quarto ou ele para o meu, nunca houve nada demais, até mesmo porque ele ainda tava se recuperando.

...

No terceiro dia após a volta às aulas, dia inclusive em que não fomos, houve o julgamento do processo em que três bandidos seriam julgados pela tentativa de morte do meu Ric e outras acusações e nossos Pais, Leila e Célia, todos os amigos além das testemunhas e claro os familiares e advogados dos desgraçados que estavam sentados de cabeça baixa no banco dos Réus. As portas estavam fechadas. Não haveria jurados. A sentença seria proferida pelo juiz Eduardo de Macedo Noronha que já estava a par do caso praticamente desde o seu início e finalmente teve início o tal julgamento.

O Promotor começou sua explanação dos fatos tendo o Advogado da nossa família como assistente...

_ UM ATO DE PURA COVARDIA FOI PERPETRADO PELOS TRÊS ACUSADOS QUE HOJE SE ENCONTRAM ALI MERITÍSSIMO COM SUAS CARAS DE ARREPENDIDOS E CHEIO DE ÓDIO, DISSO EU NÃO TENHO DÚVIDAS, POR NÃO TEREM TIDO ÊXITO NA SUA EMPREITADA. CANELA, PANCADA E RENATINHA, TAMBÉM CHAMADA DE RENATINHA BOCA DE CONFUSÃO, JAMAIS PODERÃO SER CONSIDERADOS INOCENTES UMA VEZ QUE PLANEJARAM POR VÁRIOS DIAS TODO ESSE ATO SÓRDIDO E COVARDE CONTRA A VIDA DE UM JOVEM QUE NEM SEQUER OS CONHECIA, APESAR DE JÁ TER SIDO VÍTIMA DE PELO MENOS DOIS DELES NUMA OCASIÃO EM QUE SE ENCONTRARAM NUMA DETERMINADA BALADA DA CIDADE. AQUI HOUVE UMA VÍTIMA QUASE FATAL E NÃO HÁ, QUE ISSO FIQUE BEM GRAVADO, NÃO HÁ TRÊS BANDIDOS ARREPENDIDOS DE JEITO NENHUM... VEJO AGORA NA MINHA FRENTE - E ELE PAROU EM FRENTE AO BANCO DOS RÉUS - TRÊS COVARDES QUE PREFERIRAM USAR DE ASTÚCIA, INTELIGÊNCIA E CRUELDADE PARA NÃO APENAS MATAR UM JOVEM INDEFESO E IMPOTENTE DIANTE DA AGRESSÃO SOFRIDA, E SIM CONFIRMAR SEU PODER DIANTE DA IMPUNIDADE QUE PARECE TER SE TORNADO UMA BANALIDADE NOS DIAS QUE SE SEGUEM. QUE HAJA JUSTIÇA PARA O GAROTO RICARDO PARANHOS DE MELO, OBRIGADO.

O Advogado indicado pelo Estado passou a palavra para a mãe da Renatinha e a Dra. Ana Patrícia Gurgel começou a falar seus argumentos...

_ É MUITO FÁCIL APONTAR O DEDO NA CARA DE TRÊS JOVEM E OS ACUSAR DE ATOS TERRÍVEIS SEM QUE UMA CHANCE DE EXPLICAÇÃO LHES SEJAM DADAS. NÃO HOUVE MORTE. HOUVE UMA AGRESSÃO. O JOVEM RICARDO MELO SOFREU SIM UMA AGRESSÃO TERRÍVEL SÓ QUE O GAROTO JOSÉ FLÁVIO MARINHO COSTA CONHECIDO POR PANCADA AGIU SOB FORTE EMOÇÃO... JARDEL COUTO AGUIAR, NA ÉPOCA ERA MUITO MAIS QUE UM AMIGO DO JOVEM EM QUESTÃO, SE É QUE VOCÊS ME ENTENDEM, E AO TER SEUS SENTIMENTOS DESPREZADOS PELO JOVEM JÁ CITADO, VIU NESSE TERRÍVEL EPISÓDIO A SUA CHANCE DE TER A SEU LADO QUEM ELE AMAVA E QUE JURARA SER SEU PRO RESTO DA VIDA... MERITÍSSIMO, OS FATOS PROVARÃO QUE DIGO A PURA VERDADE DIANTE DE TODOS OS PRESENTES... RENATA LIMA GURGEL E FRANCISCO JOSÉ PINHEIRO SÓ TENTARAM AJUDAR AO AMIGO QUE HAVIA SIDO HUMILHADO E IGNORADO PELO SENHOR JARDEL QUE COMEÇARA UM ROMANCE COM O JOVEM RICARDO PARANHOS. NÃO HOUVE VILÕES OU CULPADOS NESSE EPISÓDIO, HOUVE VÍTIMAS QUE TERÃO TODA UMA VIDA PELA FRENTE E QUE COM CERTEZA HAVERÃO DE TRILHAR NOVOS E MELHORES CAMINHOS, OBRIGADA.

Quase morro de vergonha quando aquela filha da puta disse que Eu e o Pancada éramos mais que amigos e que havia jurado lhe amar pro resto da vida... Eu nunca havia dito nada disso... O olhar que Ric me deu quase me fez infartar na hora. E as testemunhas começaram a serem chamadas. Pelas minhas observações, a gente tava ganhando deles e quando eu fui chamado...

_ A acusação chama o jovem Jardel Couto Aguiar.

Eu levantei e dei uns dez passos até parar em frente a uma tribuna, subir num pequeno tablado e proferir a palavra JURO, depois que umas perguntas me foram feitas por um cara que segurava a Bíblia. Nosso Advogado então falou:

_ Senhor Jardel Couto Aguiar, o senhor poderia nos explicar que tipo de envolvimento o acusado Francisco José Pinheiro, conhecido por Pancada, e o senhor tiveram pelo tempo em que foram amigos:

_ É como o Senhor esta dizendo... Éramos amigos. Eu sempre fui um jovem perdido. Tive uma transição para minha adolescência meio conturbada até que mamãe separou do meu pai e viemos para Fortaleza. Aqui as coisas não foram tão diferentes da vida que eu levava em meu Estado natal, Paraná. Conheci uma turma de amigos quando andava de skate na Avenida Beira Mar e em particular me identifiquei com cinco jovens dos quais três estão aqui hoje sentados no banco dos réus. O pancada, ficou bem mais próximo a mim e quando ele passou a frequentar a minha casa eu mergulhei fundo em nossa amizade por achar ele um cara legal e também por ter pena dele que vinha de uma realidade bem diferente da minha. Foi por seu intermédio que fui apresentado às drogas, farras, bebidas e passei a agir igualzinho a ele e nossa turma... Pixar muros, faltar aulas, ataques a pessoas indefesas e outras coisa que me envergonho de ter feito... Por três vezes nos últimos quatro anos eu fui internado em Clínicas para dependentes químicos e no dia que resolvi não mais me destruir passei a me afastar dos velhos amigos. Quando o Rica melo, RIcardo Paranhos de Melo veio fazer parte da nossa vida, já que seu pai, que agora é meu também tava envolvido com minha mãe, eu vi ali a oportunidade de mudar e ser uma pessoa melhor. E isso não foi do agrado dos velhos amigos que passaram a me perseguir e o meu irmão Ricardo... O Pancada se declarou uma única vez pra mim e deixei bem claro que não ia dar certo esse lance que ele queria que a gente tivesse. Dizer aqui que fez o que fez por me amar e me ver saindo da sua vida é uma das maiores mentiras que já saiu de sua boca. Ele me queria pra ter uma vida boa e chegou a insistir v[árias vezes nessa história de vamos ser um só, eu te amo... Jamais acreditei nisso e se depender de mim isso nunca acontecerá... Minha vida mudou pra melhor e hoje eu sei o que é amar e ser amado e não troco esse meu momento por nada...

Os Advogados da defesa não ousaram me questionar. A mãe da Renatinha me fez só umas perguntas sem pé nem cabeça... Quanto tempo vocês mantiveram o relacionamento? Por que pulei fora do barco se prometera amar o jovem Francisco José até o fim? Por que eu não dava uma chance ao cara pra que ele me conquistasse e a gente voltasse a ter a vida que já tínhamos tido?

Minhas respostas foram... " A única relação que tivemos foi de amizade onde Eu ui seu amigo e ele não foi meu... Nunca houve uma promessa dessa natureza, ou seja, jamais disse tal coisa... E por fim, Ele não queria chances pra mudar de vida, ele queria alguém que fosse seu cúmplice em tudo que fosse nocivo "... Por fim a desgraçada se calou e sentou.

_ Ricardo Paranhos de Melo... Meu irmãozinho e amor foi finalmente chamado.

Seus passos estavam firmes apesar de fitar o chão até chegar a tribuna e colocar sua mão direita sobre a Bíblia...

_ Jura dizer a verdade, somente a verdade em nome de Deus? Perguntou o mesmo cara que falara essas mesmas palavras pra mim...

_ Juro. E ele se posicionou em frente ao microfone e pousou as duas mãos na tribuna.

_ Ricardo Paranhos de Melo, qual sua lembrança daquela noite? Perguntou o promotor do caso.

_ A pior possível, senhor. Meu irmão Jardel havia sofrido um acidente num Haras que pertence ao pai de um amigo em comum e por recomendação médica teria que ficar em casa de repouso. Nossos Pais haviam casado e tinham chegado da lua de mel dois dias antes. Eu entrei em seu quarto e ele insistiu em ir comigo até a academia em que treinava. Consegui lhe convencer a não ir e saí de casa normalmente. peguei minha bicicleta e pedalei pelas ruas de sempre. Há mais ou menos cinco quadras do meu destino final fui parado por um carro preto e dele saltou dois caras com o rosto coberto, sem camisa, vestindo apenas bermudas estilo surfista e dentro do carro havia uma garota que já tinha visto antes só não lembrava de onde... Eles começaram a me empurra e um deles finalmente pediu todos os meus pertences - Sua voz estava trêmula e odiei os três por fazê-lo lembrar de tudo isso - Entreguei a mochila e cai no chão... Meus tênis foram tirados dos meus pés e quando voltei a levantar o cara que hoje eu sei ser o Pancada... Ele olhou direto pra ele... Me furou uma vez com uma grande faca que tinha o cabo branco imitando marfim. Aquilo pra mim foi tão surpreendente que num primeiro momento eu nada senti, apesar de uma leve ardência nas minhas costas... Por que? Foi a pergunta que eu lhe fiz ... Ele sorriu enquanto eu olhava em seus olhos e via ali um ódio sem precedentes por mim...Ele me furou uma segunda vez e disse... Você me roubou tudo o que me era mais precioso e agora eu tô lhe devolvendo o seu próprio veneno... E me furou uma terceira vez me atingindo o rim esquerdo... Eu cai e o Canela disse que já tava bom só as três furadas, que meu irmão teria muito o que lembrar durante o meu velório e que já estava bom. Eles fugiram e antes de apagar alguém abriu a porta de um carro e ligou pra emergência. Quando retomei a consciência estava no Hospital...

Todos estavam em total silêncio. Eu o olhava lhe dando força e apoio... Ele deve ter se sentido protegido e falou:

_ Eu nunca na vida roubei ninguém ou nada de ninguém. Eu sou apenas um garoto que vai fazer 18 anos de idade e que tenho um monte de planos pra minha vida. No meu entender, vítima é qualquer pessoa que sofre algum tipo de agressão... a vítima não agride, ela simplesmente se defende... Eles... E apontou o dedo na direção do banco em que eles três estavam... Eles não me deram o direito de me defender. Todo santo dia a gente perde algo, alguma coisa ou alguém... Isso não nos dá o direito de sermos maus... Não pode ser usado como desculpa pros nossos atos... Eu terei marcas em meu corpo que todo dia me lembrarão que eu fui uma vítima... Onde esta a marca no corpo de vocês?

Ele chorava ao fazer essa pergunta. Era óbvio que com seu choro ele tentava exorcizar tudo que estava preso em seu coração e mente. Porra, ele era apenas um garoto lindo de 17 anos de idade. Ele não precisava se fazer de vítima pra filho da puta nenhum... Seu choro era um alerta... Por Deus como eu amei meu pequeno mais ainda ao vê-lo sair daquela tribuna altivo, andando com passos firmes e com certeza sem ter medo...

Ric Melo voltou a sentar entre nossos pais e ao após alguns minutos o Juiz Eduardo de Macedo Noronha proferiu a sentença...

_ Renata Lima Gurgel, a inconsequência gera consequências que as vezes podem ser danosas e irremediáveis. Você num primeiro momento me pareceu uma moça simples e perfeitamente normal, só que há em você pelo menos na minha visão, uma pre disposição a maldade e através dela, tirar vantagens que satisfaçam seus instintos e ambições. Você deve ter tido prazer em tomar parte nisso tudo. Nos próximos quinze meses você terá muito em que pensar antes de voltar a fazer parte de ações delituosas e que tragam prejuízos a pessoas inocentes e indefesas que cometam o erro de cruzar o seu caminho.

Ela apenas olhava pra frete sem nada vez. Era como se de um momento para o outro ele tivesse fora do ar... estranho. E o Juiz Eduardo Macedo prosseguiu...

_ Francisco José Pinheiro quando comecei na magistratura há exatos dez anos atrás, tive a oportunidade de julga-lo como menor quando de sua adolescência. Parece que você não se dá uma chance, rapaz... Espero que nos próximos seis anos você finalmente encontre outras saídas para sua existência. Ao agravar suas ações, você compromete cada vez mais as chances que a vida lhe dar... Não será surpresa nenhuma pra mim se voltar a vê-lo daqui há alguns anos sentado nesse mesmo banco.

Ele nada disse e altivamente sustentou o olhar do Juiz com certeza perdido em pensamentos...

_ José Flávio Marinho Costa. Amor por alguém deve ser encarado como um dos mais belos sentimentos que se possa nutrir por outra pessoa, seja ela um homem ou uma mulher. Não há desculpas que atenuem suas ações. Não deve haver posse no amar, deve haver um compartilhar, um seguir junto. Você é uma das pessoas mais cruéis que já conheci na vida. Já houve três outras condenações pra você no passado e com esta quarta condenação que você finalmente entenda que nunca haverá a perfeição em crimes, que nunca haverá complacência com quem tentar contra a vida humana e finalmente entenda de uma vez por todas que você jamais poderá andar por aí de cabeça erguida enquanto não se der uma chance real como ser humano. Que nos próximos oito anos você reflita sobre tudo isso e se torne uma pessoa melhor.

Ric levantou e me abraçou apertadamente, após desviar de seu pai... Seu choro demonstrava que a justiça havia sido feita e que ele finalmente estava livre...

_ Eles não vão ser maiores que nós dois nunca...

_ Eles nunca foram, irmãozinho.

Saímos de cabeça erguida da sala do julgamento após cumprimentar o Juiz Eduardo de Macedo Noronha, nossos Advogados e todos os amigos que tinham nos acompanhado durante todo o trajeto... Até o tal do Braulio eu abracei... O que meu Ric não fazia eu fazer, né mesmo?

E a vida seguiu..

Voltamos para nossas preocupações diárias enquanto meu pequenininho se recuperava cada vez mais e graças a Deus de forma rápida de toda a agressão que havia sofrido. Nos meses que se seguiram mamãe foi ficando cada vez mais pesada e finalmente eu e meu irmãozinho entraríamos na Universidade. Com certeza meu menino daria um excelente Médico e ele por sua vez dizia que eu haveria de ser um ótimo Psicólogo.

Mudamos para o antigo apartamento em que Ric e Felipe haviam morado. No dia em que saímos de casa e fomos para a ossa casa, Papai disse diante de uma D. Izabel Melo emocionada...

_ Se as coisas ficarem difíceis, não importa quando, nem em que momento do dia ou da noite, voltem pra casa pra poder recarregar suas energias...Rica cuida do seu irmãozão... E você Jardel, cuida do seu irmãozinho... Combinado?

_ Sim pai... Dissemos ao mesmo tempo.

Chegamos no apartamento por volta das 20:00 h. Tudo havia sido arrumado e nossas fiéis escudeiras revesariam entre os dois lares. Uma semana Célia viria para o nosso apartamento enquanto Leila ficaria na cobertura dos nossos pais e na semana seguinte haveria a troca...

Eu o abracei quando a última mala foi finalmente guardada no armário. Ele estava lindo. Os cinco meses passados foram de muita determinação e sofrimentos por conta da fisioterapia e dos exercícios para que ele ganhasse força e massa muscular. Havíamos voltado a treinar juntos na mesma academia em que ele treinava em segredo quando pegou o mané la no cursinho.

_ Sabia que você ta lindo todo suado, meu pequenininho? Disse já colando minha boca em seu pescoço.

Ele estava só de bermuda e descalço, assim como eu. Seu corpo estava forte e sarado e a barra preta de sua cueca havia despertado em mim um desejo fortíssimo desde o momento em que ele havia tirado a camiseta e começado a guardar as coisas.

_ Eu pensei que você não me notasse mais... E me puxou para um beijo que me fez viajar em sua boca.

Chupei seu lábio inferior, meti a língua em sua boca e a sentia presa pelos seus lábios suaves e cheios. Eu o colei a meu corpo e sentimos o quanto de desejo e tesão havia ficado adormecido em nós. As mãos de Ricardo passeavam pelo meu peito, costas e minha bunda... Ele também tinha minhas mesmas necessidades e isso era simplesmente maravilhoso...

_ Vamos tomar um banho, irmãozão? E quis se soltar de mim...

_ Vamos sim, só que agora não... Quero você assim mesmo... Suado e cheio de tesão... Nem pense em me deixar aqui sozinho, rapazinho...

Lambi seus lábios e meti mais uma vez a língua em sua boca sedenta e receptiva. Ric era um amante paciente e generoso... Enquanto eu o despia de sua bermuda ele não parou um momento sequer de me deixar aceso com suas leves mordidas e precisas chupadas em meus lábios e línguas...

Desci pelo seu corpo e o fiz colocar as mãos na porta do armário do quarto. Ele definitivamente havia mudado muito... seu corpo era músculo puro e tudo estava colocado precisamente no lugar certo e nas proporções certas...

_ Caralho como você tá tesudo, Ric...

Bati com certa força em sua nádega esquerda desenhando imediatamente a palma da minha mão nela...

_ Você é meu, ouviu bem meu Ric?

Colei a língua nele e chupei sua bunda deixando marcas em sua pele arrepiada. Ele gemia forte e cheio de tesão. Quando abri sua bunda lisa e sem pelos quase pirei ao ver seu cuzinho... Ele sempre seria apertado por mais que o invadisse com meu membro. Chupei seu buraquinho com verdadeira volúpia. Minha língua deslizava pra dentro dele que a cada estocada empinava mais e mais a bunda facilitando minhas investidas.

_ Aaahhhh irmãozão que delícia, porra... Aaahhhh... Isso me invade... Aaahhhhhhhhhh...

Seu prazer era evidente. Sua pica estava ereta e pulsava com o tesão que eu o fazia sentir. Colei a língua em suas costas e pedi quase num sussurro:

_ Pede pra eu te foder, meu Ric, pede... E dois dedos meus já brincavam em seu cuzinho... Depois de tanto tempo ele tinha que ser amaciado antes de possui-lo...

_ Me fode, irmãozão... Volta pra mim, volta... Me deixa te sentir bem fundo em mim... Fode...

O virei e disse:

_ Coloca a língua na minha boca, meu pequenininho lindo...

Eu nem terminei de falar e senti sua morna língua me invadir e tomar conta da minha boca enquanto eu me moldava ao seu corpo e tomava conta do que era meu... Chupei sua língua com sofreguidão... Nós éramos tesão puro... Dois machos em sintonia... Dois amantes preocupados em dar e receber prazer... Vivíamos uma relação onde o egoísmo nunca fez parada e jamais faria. Lentamente o fiz subir em meus braços e o carreguei até a cama. Deitei na mesma agarrado a ele e quando comecei a descer pelo seu corpo, mamei seus mamilos como se fosse a última coisa que tivesse tido o direito de fazer na vida. Ele estavam mais cheios e torneados. Os bicos continuavam rosados e pontudos... E ao toca-los com meus dentes e minha língua, fiz meu irmãozinho voltar a gemer alucinadamente...

Ele estava totalmente a mercê do meu querer e da minha vontade. Suas pernas foram levantadas e ele as segurou com as pernas abertas e quando minha língua começou a descer pelo seu rego nossos olhos voltaram a se cruzar e ele fez sim com a cabeça e eu voltei a fazer meu percurso favorito até seu cu...

Eu tava estourando de tesão e desejo por ele e minha fome do seu corpo me fez chupa-lo demoradamente...

Saciei momentaneamente minha vontade e fiquei de pé ao lado da cama...

_ Vem cá e me chupa, meu irmãozinho...

E ele veio...

Sentou na cama e desabotoou minha bermuda. Me fez descer a mesma pelas minha pernas enquanto babava em cima da minha cueca contornando meu grande membro que estava quente a sua espera. Ele lambeu meu corpo no contorno de minha slip azul marinho e quando subiu com a língua pra fora até meu mamilo esquerdo eu confesso que quase gozei quando o senti chupando apenas a ponta do mesmo.

_ Ah, meu pequenininho... Que delícia... Chupa teu irmãozão, chupa... Por favor desce essa boca, por favor...

Ele não desceu, Ele deslizou a língua pro lado e encontrou meu outro mamilo. Uma era massageado e outro chupado num bailado louco que só nós dois sabíamos fazer... Ric subiu mais ainda e me chupou forte o pescoço marcando minha pele com sua volúpia. Ele sabia que eu tava entregue... E que podia fazer e pedir o que quisesse pois seria atendido.

Quando finalmente ele começou a descer eu vibrei com sua respiração pelo meu corpo. Ele arfava e gemia a cada beijo que me dava no trajeto de volta. Meu membro pingava de tesão e ele sorveu uma gota que estava caindo e olhando em meus olhos disse já de joelhos a minha frente:

_ Você também é meu, Jardel Couto Aguiar... Você é só meu, certo? Confirmei com um rápido aceno de cabeça e fechei os olhos quando sua boca finalmente me alcançou...

Automaticamente minhas mãos seguraram sua nuca e a cada centímetro meu que sumia em sua boca me dava a certeza de que éramos mesmo um do outro... Ric judiou de minha pica, no bom sentido é claro... Fui chupado avidamente por sua boquinha sedenta e gulosa, fui engolido quase que na totalidade por conta de sua fome de mim, fui lambido demoradamente por sua língua macia e úmida, fui mordido levemente sempre que pulsava dentro de sua boca cheia e finalmente ele me sugou como há muito tempo ele não fazia... E isso era simplesmente fenomenal...

Ele me chupou as bolas... E quando me mandou deitar na cama tive meu cu visitado por sua boca e dedos... No começo quando ele entrou em mim eu senti um ligeiro desconforto, só que logo em seguida eu passei a ter um prazer tremendo enquanto era explorado pelo seu dedo indicados... Ele me tornou cativo de seus carinhos nesse omento e gemi muito e alto...

Quando ele subiu pelo meu corpo após chupar demoradamente meu grande mastro, veio deslizando em cima de mim e disse:

_ Me fode, irmãozão... Volta pra mim... Por favor...

Ele me colocou na entrada de seu buraquinho e comandou toda a penetração. Seus olhos pareciam duas chamas intensas que ardiam mesmo diante do maior vendaval e quando finalmente ele se cravou em mim eu tive certeza de que o amaria até o último dia da minha vida...

Fizemos amor intensamente, demoradamente, onde nada lá fora poderia ser mais precioso do que esse nosso momento depois de tanto tempo. Nossa vida só teria sentido se houvesse essa comunhão, esse desejo, esse interesse em se dar ao outro. meu membro deslizava ora suavemente ora possessivo dentro de meu pequenininho... Sua boca procurava a minha e por muitas vezes nossos gemidos eram abafados pelos nossos beijos... Ric era um amante memorável... Ele me fazia querer mais... Ele havia me tronado o que era hoje...

Quando sentei na ponta da cama com ele totalmente empalado em mim, soube que nossa entrega sempre seria intensa e verdadeira... Fazíamos amor.

Me levantei com ele nos braços e o encostei na parede do quarto enquanto fodia intensamente seu buraquinho que já estava totalmente aberto e me pertenceria até o fim da minha vida. Ele me chupava a língua quando começou a gemer no seu gozo... Sua arga de porra praticamente inundou minha barriga e quando segundos depois eu gozei dentro dele, senti seu corpo tremer e vibrar junto com o meu... Finalmente havíamos nos tornado um só.

...

Renata Lima Gurgel cumpriu apenas oito meses de sua sentença. Havia sido solta por bom comportamento. A última notícia que soube dela é que morava em Vitória no Espirito Santo e que casará com um vereador da Cidade.

Canela teve realmente bastante tempo pra pensar em sua vida. Após sair em condicional procurou realmente mudar de vida e conseguiu... Soube que fazia faculdade e trabalhava com menores infratores.

Pancada amargou quase todos os seus anos de punição atrás das grades. Foi morto dentro do presídio confirmando o velho ditado... Estava no lugar errado, na hora errada... Sempre mandamos rezar um missa em sua intenção.

Jota Mendes e Marcelo Serrano, dois jovens Administradores, seguem juntos até hoje. Trabalham e administram juntos o Haras da Família mendes. Temos na pessoa dos dois verdadeiros amigos que sempre estiveram e estariam ao nosso lado quando houvesse necessidade.

Diana Couto de Melo nasceu na madrugada de uma quinta-feira chuvosa em Fortaleza. Era simplesmente linda. Lembrava muito nosso pai Felipe Melo.

Rodrigo Couto de Melo era loiro igualzinho a nossa mãe Izabel Melo. Dos gêmeos seria o mais novo. Era um meninão lindo e assim que Ric o acariciou com a ponta do dedo ele o agarrou e fez força...

_ Parece que ele gostou de você irmão...

_ irmão? Não seria irmãozinho?

_ Agora já tenho meu irmãozinho... Melhor, já temos o nosso irmãozinho...

Na mesma hora nossa pequena Diana pegou meu dedo também e isso me fez amar aquela pequenininha com toda a força do meu coração.

E assim seguimos em frente dando prosseguimento as nossas vidas tendo por base O AMOR que me foi apresentado por um lindo garoto de 17 anos de idade que desde o momento que me conheceu me amou sem medos ou reservas e me mostrou como fazer para ama-lo, respeita-lo e ter a certeza de que seria amado por ele até o fim dos nossos dias.

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A cada um de você a certeza do meu amor, carinho, respeito, admiração e amizade...

Jamais conseguiria nada, se na minha vida não tivesse tido o apoio de muitas pessoas importantes que sempre procuraram me dizer que um dia as coisas ruins iriam embora, que ter sonhos era sempre um bom começo e que quando chegasse o tempo de colher segundo as minhas ações eu seria imensamente feliz.

Hoje eu colhi da árvore de cada um de vocês o melhor que a vida pode dar às pessoas que sempre perseveram nesse mundo... A certeza de que sempre seremos do bem e procuraremos dar o melhor de nós aos outros para que no final a sensação de dever cumprido nos dê definitivamente a paz.

Nando Mota.

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Comentários

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conto lindo e emocionante, no qual vc buscou mostrar através das palavras a força de um amor verdadeiro...apesar da fato triste do conto (o ataque que Ric levou dos 3 meliantes), esse conto foi mto fofo, achei mto fofa e linda a maneira que vc abordou o amor dos dois...e qto a morte do Pancada achei super justa, do jeito que aquele cara era, ele seria capaz de sair da cadeia e atentar contra a vida do casal novamente...Nando a cada conto seu que eu leio eu fico mais impressionada com o seu dom da escrita... bjss

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Puta que pariu véio!Que história linda... putz! Para mim essa história foi uma das melhores que eu ja li aqui... Vc que escreve tão bem,a gente se imagina na história... Fiquei emocionada,obrigada por dividir essa história conosco. Bjos A.

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Affsss... Chorei aki... Linda história... Tem q virar livro, assim como toda história q VC escreve!

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Lindo ...Gosto de historia assim ...Parabéns meu lindo escritor Te amo>>>Beijão

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Nando, você só dá show! Que bom que é suas histórias. Mais uma vez, obrigado por elas. Obrigado por você! Abraço vc aqui das Minas.

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E relendo o meu comentário "GRANDE" vi erro, portanto lá não é objetivos, MAS ADJETIVOS, KKKKKKK

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Meus pais sempre diziam que costume põe a boca torta, não sei nem se vais ler isso, mas vamos lá: hoje entrei na casa atrás do teus contos, aí me lembrei que tiraste umas "férias", porém aproveitei para reler e me emocionar de novo.

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Cara foi perfeito ta de parabéns veih amei sua escrita, o jeito como vc deixa claro suas ideias, amei os personagens não Muito o Ric, mas o Jardel foi divino cara parabéns poste mais aq a cdc precisa de pessoas como vc, seus contos deixam um gostinho de quero mais e são surpreendentes cara foi top demais a história toda ta de parabéns

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simplesmente de mais !! mas uma vez o amor mostrou sua força atrvez de seres humanos imperfeitos nos fazendlo ldmbrar de que o verdadeiro amor pode tudo e com todos. estarei no agurdo pra mas uma historia perfeita que sai de uma mente brilhante de um ser humano incrivel que se chama fernando mota.beijo da sua lindona meu amado amigo

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Que final emocionante Nando.Como sempre mais uma vez vc arrasou...Sem comentários. Bjus e não demora muito não viu seu lindo

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Acabou tão rápido que nem senti, vou sentir falta dos dois protagonistas. Sempre irei segui-ló durante suas caminhadas moco haha. Abracos man...

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Parabéns primeiramente pela estória,obrigado por nos proporcionar viajar nas suas estórias que nos emociona.Feliz pelo fim dos nossos personagens,que aprenderam muito.Uma jornada acaba,feliz por ter feito parte dela,obrigada.Estou pronta pra recomeçar uma nova jornada,não demora,um grande abraço e um beijo.Boa noite e que Deus lhe abençoe.

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Agora imitando o Gabriel da Paula Toller: multiplique tudo por infinito. Cara chorando aqui, mas um abração e boa sorte.

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