O SOLDADO ESTUPRADOR

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 1996 palavras
Data: 03/11/2015 18:47:36
Assuntos: Anal, Heterossexual, Oral

SEXO E CARNIFICINA - Parte 05

Quem é a puta? – quis saber Virgulino, depois que a mulher saiu de baixo da mesa e quase correu em direção à saída.

- Não sei o nome dela – resmungou o nissei, ainda exausto da gozada que dera antes que ela chupasse o rapaz.

- E ela sempre sai assim apressada, depois que gozamos? Nem chegou a cobrar-nos o boquete...

- Essa porra deve ser doida, cara. Quase todas as vezes que ela me encontra aqui, dá-me uma chupada gostosa e vai embora. Nunca conversamos - explicou o nissei, mais recuperado do esforço.

João, o nissei, levou as mãos ao zíper da calça e o fechou, respirando fundo. Depois continuou:

- E ela não chupa todo mundo. Também não se veste como a maioria das putas que frequentam este bar.

Realmente, Virgulino havia notado que ela era diferente das mulheres que faziam zona ali. Aparentava ter um pouco mais de vinte anos de idade e usava roupas caras. Tinha um jeito meio tímido no olhar. Não era bela, porém também não era de se jogar fora. Virgulino sentira seu perfume suave. Não cheirava a perfume brega usado pela maioria das putas. Ficou intrigado. Principalmente pelo fato dela não costumar cobrar pelo boquete, como afirmava o nissei. Nisso, Antônio voltou com as três mulheres com as quais havia ido para um dos quartos.

- Paga trezentos paus a elas - disse a Virgulino, ainda abraçado às putas - fizeram por merecer.

O rapaz não retrucou. Meteu a mão no bolso, retirou a carteira de Antônio, que estivera guardando até então, e entregou uma nota de cem a cada uma das mulheres. Elas agradeceram, despediram-se de Antônio e se afastaram da mesa. Foram ao balcão e pediram uma cerveja para cada uma. A dona do bar serviu as bebidas estupidamente geladas. Depois de conversarem um pouco com a doutora que se passava por bargirl, se afastaram do balcão, indo para uma mesa onde havia quatro homens. Acercaram-se deles e logo estavam bem enturmadas. Antônio pediu mais uma rodada de cervejas e, depois de beber uma pelo gargalo, ficou sabendo do boquete que os dois amigos tiveram o prazer de receber. Aí Virgulino percebeu que uma puta nova e muito bonita entrou no recinto, olhando para todos os lados, como se estivesse procurando alguém.

Quando a mulher avistou Virgulino, veio andando em sua direção. Cumprimentou Antônio e o nissei, depois aproximou a boca do ouvido dele. Disse baixinho:

- Tem alguém querendo falar contigo, mas não pode ser aqui dentro. Pode disfarçar e ir lá fora?

Virgulino olhou para ela todo desconfiado. Os amigos perguntaram o que estava acontecendo e ele apenas disse:

- Vou lá fora. Se eu demorar mais do que vinte minutos é porque estarei precisando de ajuda de vocês.

Antônio, o brutamontes, ia dizer alguma coisa mas o nissei fez um sinal para ele ficar calado. Assentiu com a cabeça, dando a entender que havia captado a mensagem de Virgulino. O rapaz devolveu a carteira de Antônio e levantou-se. A puta bonita assumiu o seu lugar na cadeira e insinuou-se para o nissei. Este dispensou-a educadamente. Ela pediu que ele lhe pagasse um drinque e, ao invés disso, ele ofereceu-lhe um copo de cerveja. Ela tomou-lhe a garrafa da mão e sorveu um longo gole do gargalo. O nissei levantou-se e foi buscar outra no balcão. Por isso, a dona do bar não percebeu a saída de Virgulino.

O rapaz estava tenso. Pressentia uma emboscada. Mas não era homem de ter medo. No entanto, relaxou quando avistou a linda morena encostada a uma árvore, no outro lado da rua. Reconheceu-a de imediato.

- Desculpa ter feito você sair. É que eu não posso entrar naquele bar. A dona mandaria os seguranças me botarem para fora - disse a morena, cabisbaixa.

- O que você quer? - Virgulino foi ríspido.

Ela meteu a mão dentro de uma bolsa feminina e ele retesou os músculos. Esperou que ela sacasse dali alguma arma. Olhou rapidamente em volta, tentando encontrar o gigolô que estava com ela na noite anterior. Mas a rua estava deserta. Relaxou novamente, quando ela lhe entregou um objeto familiar. Era a sua carteira, surrupiada na noite passada.

- Vim devolver-lhe. Não tirei nada de dentro. Pode conferir.

- E por que está fazendo isso? - perguntou o rapaz, abrindo a carteira e dando uma rápida olhada.

- Eu me arrependi. Não queria que seu amigo saísse machucado. Ele está bem?

Virgulino não respondeu. Também não agradeceu a devolução do objeto. Deu-lhe as costas e ia voltar para o bar quando ela falou:

- Você tem camisinha? Podemos ir a algum motel e eu te recompensaria por ter te levado a carteira.

- Não gosto de putas - foi a resposta seca dele, sem se voltar. Continuou andando.

- Eu não tenho para onde ir - insistiu a morena.

Dessa vez Virgulino parou. Voltou-se e olhou bem para ela. Ainda vestia as mesmas roupas da noite anterior, como se tivesse perambulado pelas ruas desde então.

- Cadê o gigolô?

- Ele é meu padrasto. Expulsou-me de casa, desde a briga de ontem. Disse que me mataria, se eu voltasse - ela falou chorosa.

Virgulino tirou algumas cédulas da carteira e deu a ela. Porém, ela não aceitou o dinheiro. Perguntou se ele poderia pagar-lhe alguma refeição. Disse não ter comido nada desde a noite anterior. Ele procurou em volta e viu uma lanchonete. Foi com a morena até lá. Pediram uns sanduíches e ela comeu dois gulosamente, com suco de tangerina. Demonstrava, mesmo, estar faminta. Ele esperou que ela se fartasse e depois perguntou:

- Sua mãe ainda é viva?

Então a morena caiu num pranto convulsivo. Virgulino deu um tempo para que se acalmasse e perguntou de novo. No entanto, foi o senhor que veio recolher as bandejas com os restos de comida da mesa quem falou:

- A mãe dela é viva ainda, mas não por muito tempo. Está na fase terminal da AIDS. Ela rouba para comprar-lhe comida e remédios. Não os recebe mais de graça nos postos de saúde, pois dizem que eles não fazem mais efeito.

O rapaz olhou para o coroa atendente da lanchonete. Ele não parecia estar mentindo. O homem sustentou seu olhar, depois afastou-se do casal e voltou aos seus afazeres. A morena soluçava, depois de ouvir as palavras do senhor. Virgulino a olhava, pensativo. Depois, pediu a conta. Quando o homem veio trazê-la, entregou junto uma velha chave.

- É do meu barraco - disse o atendente da lanchonete - Soube que o padrasto dela a expulsou de casa. Leve-a para lá. Eu vou passar uns dias na casa da minha irmã...

***********************

- Minha irmã tem uma doença sem cura: uma úlcera no estômago que lhe causa dores atrozes. Nenhum remédio passado pelos médicos é capaz de aliviá-la - disse tristemente o tenente a Virgulino - Então, é preciso que ela vá a um hospital diariamente. Por isso, tenho urgência em libertá-la dos invasores da casa dos meus pais.

- Quanto está disposto a pagar para que eu e meus amigos a libertemos?

- O que vocês pedirem. Meu pai é um militar aposentado e tem algumas economias. Na verdade, ele é um homem muito rico. Com certeza, me ajudará a pagar o resgate - respondeu o tenente - Mas como eu já disse: não quero que nenhum de seus sequestradores permaneçam com vida.

Pouco depois, dois rapazes se apresentavam a Virgulino. Um ele já conhecia, quando teve o primeiro encontro com a tropa do temente: era o que manuseava a máquina de identificar eletronicamente armas de fogo. O outro era um jovem alto e forte, de nome Araújo, com todo o jeito de militar, apesar de estar vestido à paisana. Seu olhar exalava maldade. Demonstrava ser um assassino irrefreável. Virgulino não gostou dele. E a recíproca era verdadeira.

- Vou obedecer ordem de um civil? - perguntou ao tenente, quase cuspindo de escárnio.

- Sim. Em compensação, tem permissão para matar os canalhas. Não era isso que você estava querendo, uma guerra aberta sem limites contra essa corja? - disse o tenente.

O cara deu um sorriso de satisfação. Mostrou os dentes alvos, sinal de quem os escovava com esmero. O outro soldado, um jovem inteligente e bem comportado, disse que deveriam ter cuidado com o equipamento. Este não poderia cair em mãos da marginália. Perguntou se Virgulino já tinha algum plano de ataque. Ele respondeu que assim que os amigos chegassem, discutiriam isso. Havia telefonado para todos e proposto a missão. Todos toparam. Ficaram de se encontrar para discutir preço e estratégia.

Já era noite avançada, quando estacionaram o carro-forte nas redondezas do prédio invadido por várias quadrilhas e sitiado pelo Exército. Nenhuma negociação entre militares e invasores pareceu ter dado certo. Os soldados continuavam em prontidão, cercando o edifício. Não entrava nem saía ninguém. Na TV, os bandidos ameaçavam matar os reféns, caso percebessem invasão do Exército. Nenhuma aeronave deveria se aproximar do condomínio de luxo. Durante o dia, já haviam derrubado dois helicópteros com armas pesadas. A ordem dos militares era vencê-los pelo cansaço. Virgulino sacou o celular do bolso e fez uma ligação:

- Já estamos posicionados, Cérebro. Bem ao lado do prédio vizinho ao condomínio sitiado. Podemos seguir o plano?

- Subam pelo lado oposto ao condomínio. De modo que nem os invasores nem o Exército vejam a movimentação do grupo. Mas vou precisar de dados fornecidos pelo equipamento eletrônico que vocês têm. Já convenceu o soldado a me permitir invadir o sistema? - perguntou uma voz metálica do outro lado da linha.

- Sem acordo. O soldado Rubens disse ter ordens expressas para não ceder o domínio do equipamento. Mas nos ajuda com toda e qualquer outra informação que precisemos. Como o número de armas de fogo dos invasores, por exemplo.

Nesse momento, um carro de uma emissora de TV local estacionou numa esquina, a uns cinquenta metros do carro forte. Dele, desceu um cinegrafista e uma repórter. Aproximaram-se do grupo, querendo entrevistá-lo.

- Soubemos que vocês foram contratados para resgatar alguns reféns. Isso é verdade? Podemos fazer uma entrevista com vocês? - perguntou a repórter de microfone em punho, enquanto o cinegrafista ligava a câmera.

- Não sei como conseguiram essa informação, mas nada de entrevistas, principalmente televisadas - disse Virgulino, enquanto o nissei tomava a câmera do cara. Este chiou, mas não pode fazer nada. O brutamontes Antônio o convenceu apenas mostrando o peito estufado.

O cinegrafista acovardou-se e entregou o equipamento de filmagem. A repórter protestou e exigiu direitos. Virgulino estava irredutível. Aí ela o chamou a um canto afastado dos rapazes. Queria mostrar algo sigiloso a ele. Virgulino relutou, mas acabou seguindo-a. Pouco depois, eles estavam sozinhos no carro da emissora e ela apresentou uma planta detalhada do condomínio sitiado. Queria fazer um acordo: entregaria a planta a ele se fosse junto com o grupo. Queria tomar parte da operação. Seria um furo de reportagem. Ele disse ser muito perigoso. Então, ela mostrou-lhe um distintivo da Polícia Federal. Se ele não concordasse em levá-la junto, teria que prendê-lo por subversão a uma operação militar. Quando o rapaz ia retrucar, levou uma pancada na nuca. Perdeu os sentidos, sem saber quem o golpeara à traição.

***************

Quando acordou, Virgulino tinha a boca amordaçada e as mãos e pés fortemente amarrados. Demorou a acostumar a vista à escuridão. Ouviu sons e olhou naquela direção. Viu a repórter nua, estendida sobre uma mesa rústica. Tinha os braços e as pernas abertas. Entre elas, um homem musculoso metia em sua buceta de forma feroz. Rugia como um animal. O cubículo escuro estava entulhado de tralhas de madeira. Parecia um depósito de móveis quebrados. Logo, Virgulino percebeu tratar-se de uma escola. Estranhou não ver a repórter gemer nem se mover. Mesmo quando ela foi virada de bruços sobre a mesa e o sujeito apontou a cabeçorra do pau para o ânus dela. Voltou a quase urrar, fodendo o cu da mulher. Ela não dava um gemido, sequer. Quando a visão acostumou-se totalmente à escuridão, Virgulino reconheceu o agressor. Tratava-se do soldado Araújo. Também viu os olhos revirados da policial federal que se fazia passar por repórter: ela estava morta.

FIM DO QUINTO EPISÓDIO - Texto ainda em construção

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Comentários

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Caraca! Que capítulo cheio de ações e surpresas! Uma trama bem doida! E por falar nisso, um comentário que me veio nesta leitura... O nome do Virgulino está inspirado no Cangaceiro, né... Parabéns!!! Uma série digna de um grande filme! DEZ!!!

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Muito bom, seguindo em frente, aguardando o próximo cap.

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Essa porradaria junto com a fudelança está dando liga.É só continuar que eu vou lendo.

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