Surpresa nada agradável na tarde de quarta-feira

Um conto erótico de Taciturno
Categoria: Homossexual
Contém 1322 palavras
Data: 29/11/2015 19:39:30
Última revisão: 30/11/2015 18:41:04

(...) Peso na consciência? O que você acha...? Mas é claro que sim. Mas não lhe disse a pior parte e também imagino que não é por esse motivo que você imagina. Não é porque ele me pegou praticando felação... o que? Não sabe o que é felação? Boquete, chupar piroca; bater o queixo no saco, você sabe? É a mesma coisa. Não foi porque ele me viu chupando o Marcelo que devo me importar, o que ele fez – faz – com essa informação é o que me interessa. Você já se sentiu como se um grupinho em alguma esquina estivesse rindo de você, como se por um acaso eles soubessem seus segredos e você se tornasse cristalino, sem peso... sem honra? Ontem à noite eu passei por isso...

Estava eu sentado lendo o meu livro do C.S.Lewis e escutei os passos e balbucios – sons desconexos – de moleques passando a minha esquerda. Não estava interessado neles, continuei fitando as páginas, até ouvi a voz do Lucas e olhei abruptamente da direção dele, e adivinha? Sim, ele estava me encarando com seu sorriso de desprezo, e pior: estava apontando para mim e rindo com os amigos dele... você consegue imaginar como eu me senti naquele momento? Sabe? Presumo que sabe... naquele momento eu senti todos os meus músculos se contraírem, meu coração parecia ter se transfigurado em uma bomba pulsante de medo e raiva, de ritmos e candências imprevisíveis, meu estomago leve; e uma fraqueza nas pernas que impossibilitavam-me levantar e fugir dali. Sobrou a alternativa de fingir de desentendido e focar na leitura; mas como desfaçar rosto de pavor e raiva. Ler... quando se está em cólera é quase tão improvável quanto prestar atenção naquela aula chata daquele professor chato em uma tarde com bastante sono.

Minha sorte foram eles terem ido embora. Me levantei e voltei para casa, a melhor parte foi saber que não tinha ninguém na rua. É bom chorar quando só Deus é testemunha das suas amarguras. Tive que esperar um pouco antes de entrar em casa, esconder a dor que lhe pesa em um sorriso dissimulado para o seu pai é tão ruim quanto tentar sorrir... a despeito que meu pai nunca presta muita atenção em meus sentimentos, Mas eu não podia contar a ele o porquê do meu semblante. Deus, não. E você, acha que estou errado? Acha que pelo mesmo motivo que não posso contar a ninguém o que fiz – ironia porque todo mundo já deve estar sabendo – é o mesmo para não ter feito?

Dormir naquela noite foi algo muito difícil...

Naquela terça-feira à tarde, quando a porta foi aberta, para minha surpresa, não era Aninha que estava do lado de fora, cuja a previsibilidade está implícita, noutro sim era o irmão do Marcelo, o Lucas. Não vou falar muito o que aconteceu porque o momento passou fugazmente, mas lembro-me do Marcelo levantando o short e colocando o Lucas contra a parede muito rápido como uma piscada, disse algumas palavras de ameaça, senti uma vontade de intervir, e então me calei. “Não conte nada para a Carol, entendeu!? Ou...”. Disse ele ao irmão em tom de ameaça. E essa foi a pior parte. Ele desceu as escadas, Lucas ainda ficou um momento me olhando, até eu me levantar e fechar a porta. Me deitei na cama com o travesseiro sobre meu colo em posição fetal. Chorar não era a solução meu caro, no entanto quando se percebe que naquele singelo momento de prazer o que estava por detrás do desejo era sentir um pouco de carinho, e a aí você percebe que não havia carinho... Marcelo por nenhum momento demostrou está preocupado comigo, tratamento diferente recebia a Carol, mas não era ela que estava ali, e, por derradeiro, ver seu semblante ir do espanto à irá e ao asco de arrependimento – retornando o olhar a mim – foi a pior das sensações que se pode descrever.

O dia amanheceu, e quando o sol surge ao leste as sombras do dia anterior obliteram-se, permiti não apenas imaginar que tudo acabou, mas nos oferece alívio; principalmente se na noite anterior você chorou bastante. Esse sou eu, um chorão. Mas as reminiscências da humilhação não passaram, e talvez seja isso uma forma para que eu não esqueça de não ser mais impetuoso com minha libido, afinal o que deu na minha cabeça de chupar o gostoso do Marcelo... quero dizer... aquele filho da puta?!

O dia passou rápido, tentei escrever algo para a Casa Dos Contos Eróticos, porém não me senti inspirado, você sabe; quem sabe amanhã. E era de tarde quando eu saí de bicicleta. Ah, eu amo muito andar de “bike”, talvez seja meu esporte predileto, é, eu ainda não me resolvi se gosto mais de ciclismo ou natação. Minha cidade é um interior, então são poucas casas e ruas pavimentadas, quando ando de “bike” costumo ir às estradas de terra que levam para os lugares mais isolados daqui do interior, lá; por não ter muitas casas e pessoas, é o meu local preferido. Mas tudo estava bem até – por ironia do destino ou não – no meu itinerário eu ver aquele maldito do Lucas. Ele e mais uns cinco meninos cassando passarinho, dois entre os arbustos e três (mais o Lucas) na clareira a frente à esquerda. “Não me notarão passando, aqui é uma descida vou acelerar”. Eu disse a mim mesmo. Mas foi em vão, mal cheguei próximo deles e ouvi o escarnio do Lucas estragar o silêncio da estrada: “Ei! Olha o boqueteiro! ”. Morder os dentes e cerrar os punhos no guidom da “bike” foi o que fiz, mas o ódio se converteu em lágrimas nos meus olhos, aumentei as pedaladas para que ninguém me olhasse chorando, mas acho que essa minha reação só serviu para convencê-los ainda mais do escárnio...

Cheguei ao limite a alguns metros de onde me afastei dos moleques, parei a “bike” em um cercado e me exercitei um pouco olhando o pôr do sol a minha frente, disse a mim mesmo que não iria me preocupar com as gozações que iria sofrer de agora em diante... quem eu estava querendo enganar... retornei à bicicleta e continuei mais alguns metros e voltei para casa. Lucas é o irmão mais novo do Marcelo, eu acredito que ele tenha minha idade, apenas sei que ele é mais novo do que eu, ao contrário do irmão, ele puxou o lado paterno da família dele os que são pardos, enquanto o Marcelo o materno, que são morenos. Ele é aquele arquétipo de moleque sem educação, malcriado e desbocado com os mais velhos e faz o que quer. Outro dia soube que o pai dele quase o matou de uma surra por ele ter furtado vinte reais das calças do tio dele. Ele realmente é um caso perdido, mas assim como o irmão, ele é dotado de uma beleza atraente: olhos claros (castanhos), com cílios volumosos e bem escuros, um sorriso lindo, porém mal-intencionado sempre, maguinho; porém com uma bunda volumosa... não tão volumosa. Um pouquinho menor do que eu, mas com porte físico inigualável. Ele faz capoeira.

Minha esperança era quando passar não ver nenhum dos meus perseguidores, por isso peguei outra rua, mais longe que a original, contudo segura o bastante para não me topar com aqueles bostas. Consequentemente a rua passava em uma parte um pouco mais escura, estava anoitecendo e por ter muitas árvores no caminho e estrada se tornava mais assustadora e as sombras das folhas projetam o breu pelo caminho que se não fosse pelo lusco fusco da tarde eu teria que ter decido e ido a pé para casa, e pode acreditar! Estava com muito medo. Todavia eu trocaria a raiva súbita por mais medo, não acreditava... afrente na estrada a um pouco mais de vinte metros o Lucas vinha com sua bicicleta descendo o morro.

-- Gebersooon, cadê. Você viu o Marcelo por aí? – Disse ele com deboche.

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Comentários

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É um relato ou fictício?

Até achei interessante, mas, não me leve a mal, algo na maneira como você narra os fatos não dá a dinâmica perfeita! Não precisa rebuscar tanto o vocabulário! O primordial é conseguir transmitir a "mensagem" ao leitor.

No entanto, acho que sua intenção com os sentimentos até é bem vinda! Continuarei lendo! Aprimore a escrita!

Continue lendo e votando no meu também!

Muito obrigado!

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Boa noite ... adorando. Não demore a postar....beijão pra ti. ;)

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Tay Chris >< Vou continuar. Leia o meu primeiro conto. Tédio na tarde de terça-feira.

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