Futebol dos Heteros... Ou Não ? Cap.2

Um conto erótico de gustavinho
Categoria: Homossexual
Contém 1066 palavras
Data: 30/11/2015 02:17:51

Cap.2

NARRADO POR BENJAMIN

Eu ainda sou um completo desconhecido. A ficha não havia caído ainda.

"- Ben ? - meu treinador chamou, fazendo eu sair do vestiário do aquecimento, em que me preparava para jogar uma partida amistosa com o time sub-20.

- O que houve treinador ?

- Eu tenho uma notícia incrível pra você.

- Qual é ?

- O treinador do time profissional quer que você se integre ao time com alguns garotos na próxima semana"

Foi inacreditável. Eu não sabia se ria, se chorava, se agradecia, eu não sabia o que fazer. De repente uma porta se abriu pra mim. Não apenas uma porta. A maior porta da minha vida. A chance do meu sucesso.

DIAS DEPOIS

Chegar a aquele CT era incrível para mim. O quanto eu lutei até ali, as barreiras que eu tive que superar para mostrar a todos o quanto eu sei jogar futebol foi enormes. O quanto eu lutei para esconder o meu verdadeiro eu e não destruir por completo as minhas chances de fazer sucesso naquilo que eu queria que fosse a minha profissão.

- Vocês me impressionaram demais ! - dizia o nosso novo treinador. Eu e mais três garotos haviam sido integrados ao time - talento, garra, técnica e disciplina desproporcionais para a idade de vocês. Foi por isso que eu chamei vocês. E quero que vocês repitam isso, agora neste time, sem se importar com a pressão e com a responsabilidade. Apenas joguem o melhor que podem !

Ouvir aquilo quase que me levou as lágrimas. Não que minha família passasse necessidades e eu dependesse do meu sucesso para garantir a minha sobrevivência. Mas foi muito sofrido para mim alcançar tudo isso. Primeiro, eu não sou brasileiro. Nasci na Alemanha, em Kiel, no norte. Meus pais viram para cá quando eu tinha cinco anos, pois meu pai havia sido contratado por uma multinacional que exigiu que ele mudasse de país. Cheguei sem saber absolutamente nada a respeito da cultura. Não falava português. Não conhecia a cultura. Imaginem o baque que foi trocar de país. Tive que aprender o idioma rapidamente, me habituar com o novo país na marra. Como eu já gostava de futebol desde a época em que morávamos na Alemanha, e a minha paixão aumentou quando cheguei no Brasil, meu Pai me colocou numa escolinha. E foi aí que eu comecei a mostrar meu talento, sempre tímido e fechado para as amizades, principalmente por não conhecer direito o idioma. Aos poucos, as coisas foram se ajeitando, eu passei a me considerar brasileiro, de tão habituado que fiquei com o novo país. Quando estava prestes a disputar um torneio sub-15, no meu antigo time, sofri uma forte hemorragia que acabou por me levar a internação. Foi lá que eu descobri a pior maldição que já caiu sobre a minha vida. Eu estava com leucemia. Foram quase dois anos tratando a doença, que acabou me obrigando a afastar-me do futebol. Perdi os fios de cabelo. Fiquei abatido. Quase entro em depressão. As coisas pioraram quando eu soube que havia sido substituído no time sub-15. Não havia lugar para um garoto com câncer naquela equipe. Me tratei, com a ajuda divina consegui curar-me. Foi quando apareceu o técnico do sub-20, Aurélio na minha vida.

"- Eu soube da sua história, Benjamin - dizia ele, sentado ao meu lado na sala da minha casa - eu já havia visto você jogar, e estava nos meus planos te recomendar para a diretoria. Porém tudo Aconteceu e você teve que parar. Soube também que a diretoria do seu antigo time te dispensou e... Eu queria te dizer que ainda estou disposto a te ter na minha equipe. Você aceita ?"

Foi a chance de fazer novamente aquilo que era o meu maior sonho, e me foi tirado por uma provação. Eu aceitei, voltei a jogar. Consegui recuperar a forma, e mostrar novamente aquele talento que havia agradado o técnico Aurélio, que curiosamente agora era o técnico do time profissional.

- Agora você, Ben, tem obrigação de mostrar para mim que aquela aposta que eu fiz lá atrás não foi em vão. Que você não é apenas uma aposta, e sim um grande jogador, apenas novo de idade.

Porém, não foi apenas esse dilema que eu vivi na vida. O outro dilema, eu ainda vivo, talvez viverei para sempre. Tem a ver com amor. Não, não que me faltem pretendentes. Pensem bem, um garoto loiro, branco, olhos azuis, corpo definido, 18 aninhos, cheirando a leite no Brasil... O que não me faltam é pretendentes. Mas sei lá... Isso não me anima. Mulheres bonitas, corpos bonitos, não é o que eu procuro. Eu ainda não entendo o que eu procuro, mas... Me sinto diferente dos outros homens. Quando eu olho os garotos no vestiário, algo dentro de mim remexe, algo inexplicável... Talvez por isso eu ligue tanto para a minha aparência, e tenho tanto medo de ser banido do futebol se alguém descobrir. Eu gosto de pop, amo arte... Mas nunca namoro uma garota. Elas não me atraem. Eu só tenho medo do preconceito que esse meio tem. E o que esse preconceito pode fazer comigo e com a minha carreira promissora...

DIAS DEPOIS

Tanto eu, quanto os outros garotos estavam mortos de tanto nervosismo. Era inimaginável o que viveríamos dali para frente. Todos orávamos, para que tudo desse certo para nós e que conseguíssemos o nosso espaço nessa equipe. Ali era diferente do sub-20. Estaríamos no meio de profissionais, jogadores já rodados, conhecidos, de bagagem, com técnicas que nós ainda não conhecíamos. Enfrentariamos uma torcida linda e organizada, mas impaciente com jogadores em má fase. Poderia ser a melhor ou pior chance da minha vida. Subimos lentamente as escadas e logo começamos a aquecer. Enquanto aqueciamos, nos habituando com o novo ambiente de trabalho, quando vimos os jogadores subirem para o gramado. Um a um eles subiram, mas os meus olhos pararam em apenas um.

- Pessoal, estes são os novos jogadores que subiram da base. Eles se integram hoje ao time - falou o treinador. O astro do time. O melhor jogador do Brasil. A maior promessa do futebol mundial. Aquele que eu mais me espelhava. E que me trazia arrepios na nuca. Meus olhos paravam naquele rosto lindo e faminto por futebol. Por algum motivo ele retribuiu o olhar, de uma forma estranha. Como seria a minha relação, com o Rafael, artilheiro do Brasil FC ?

Continua

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Comentários

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Ai Baraio! ta muuitoo bom! Continua urgente essa história q vc ta contando! To adorando!

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TIME DE FUTEBOL É UM PRATO CHEIO PRA QUEM ESTÁ SE DESCOBRINDO.

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