Amor e Muita Vingança #1

Um conto erótico de Jay D.
Categoria: Homossexual
Contém 1811 palavras
Data: 22/11/2015 19:47:28
Última revisão: 22/11/2015 20:03:27

Existem três motivos para um garoto como eu ficar feliz:

1. Eu tenho um encontro.

2. Ele disse que será algo importante (pedido de namoro #Tenho100%DeCerteza).

3. Estamos juntos há 5 semanas e está tudo tão perfeito. *---*

Estou tão excitado com toda essa situação que não consigo achar nenhuma roupa para me vestir. OMG. Ele é lindo, se vocês olhassem ele na rua nem iriam notar sua verdadeira opção sexual hahaha. Enfim, está marcado para ser ás 19h em frente à praça, achei tão lindo, tão meigo, tão RICO, tão eu e leitores desculpe não ter me apresentado. Mas, acho que vocês sabem como ficam quando estão indo encontrar o amor da sua vida.

Bom eu me chamo Lucas, e sim, EU SOU GAY. Meus pais apesar de ainda não saberem sobre isso, eu pretendo contar à eles assim que o príncipe encantado colocar uma aliança nos meus dedos. Já é um ponto para me deixar corajoso e dizer logo de vez a verdade para eles. Tenho certeza que eles irão aceitar, porém tenho um pouco de receio com meu pai... Acho que isso não é um assunto para falarmos agora, já que daqui a duas horas será o momento mais decisivo da minha vida. Enfim, eu tenho 17 anos e estou prestes a terminar o ensino médio e embarcar para a cidade de São Paulo e começar minha faculdade, ter a vida dos sonhos.

Agora sobre o príncipe encantado, eu devo dizer que o nome dele é Bruno e também está muito ansioso para arrumar a sua mala e rumo a São Paulo ano que vem. Exatamente isso que você leu, nós dois estaremos na capital em breve, e nunca pensei que tudo fosse ficar tão perfeito. Eu não quero dizer muita coisa sobre ele para vocês não ficarem excitados e morrendo de prazer por ele. Mas, para deixar vocês mais excitados e gozarem ao final deste capítulo. Pense em garoto alto – àquela altura que combina com seu próprio peso e perfil do corpo –, cabelos pretos, mas que quando expostos ao sol dá um tom meio dourado, olhos verdes de morrer e seu corpo: digamos que ele fica muito mais gostoso quando coloca aquela camiseta branca e seus músculos ficam meio escondidos, sussurrando “tira para ver o que você vai achar”. Ele tem muito estilo, e quando eu digo estilo, eu quero dizer que ele está determinado a ir para São Paulo e começar a faculdade de moda. Se eu já vi ele nu? Hahaha digamos que já recebi algumas fotos dele e visitamos algumas praias desertas aqui em Florianópolis.

Meus pais decidiram sair pela manhã e provavelmente só irão voltar no final da noite, é o tempo suficiente e perfeito para eu sair com o Sr. Delicia e voltar sem ninguém nem notar.

Bruno é filho de uma das famílias mais ricas da cidade, ele sempre foi muito discreto sobre seus desejos e gostos. No começo, comecei a me questionar no que ele viu em mim. Magro, desajeitado, nada sexy, cabelos castanhos escuros, olhos castanhos (pretos na verdade), e muito pálido. Porém, ele diz que vê inspiração e muita motivação. Entre outras coisas que ele sempre sabe dizer no momento certo.

Eu digo à você que no começo não sabia muito bem o que ele queria comigo. Eu estava na biblioteca da escola, onde sempre fico na maioria das vezes, ele chegou perto de mim com um livro e perguntou se eu indicaria pra ele. Livro: A Probabilidade Estatista do Amor À Primeira Vista. OK, ele pode ter sido meio clichê, mas cai entre nós, adoramos isso. E a partir daí conversamos e conversamos e até achei que ele estava me enganando. Porém, não. Era verdade e meus caros, nosso primeiro beijo foi no banheiro da escola. Tão excitante.

Vamos parar de falar sobre isso, tenho que me arrumar e escolher a melhor a roupa. Eu não deveria estar TÃO ansioso, mas o que posso fazer se ele me deixa assim.

Pronto! Estou arrumado, falta quarenta minutos. Olho no meu celular e vejo uma mensagem de texto dele dizendo que precisa falar comigo. Respondi ele dizendo que já estava saindo de casa, e iria direto para o ponto de ônibus. Provavelmente ele vai se atrasar um pouco, mas está tudo bem.

O ônibus não está lotado, e vou direto para o fundo. Peguei meu celular novamente e UAL a bateria acabou. Bom, Sr. Celular saiba que nem você fará nada para dar errado. Levanto do banco e aperto para dar o sinal, em segundos o motorista freia para a Parada do Amor hahaha. As ruas de Florianópolis estão tão românticas. Meus caros leitores, peço desculpas mais uma vez, eu não disse não é mesmo? Hoje é dia 12 de junho, Dia dos Namorados. Agora você sabe qual é a minha justificativa para ter tanta certeza de que será um pedido de namoro.

Será que seria muito cafona eu comprar algum presente para ele? Acho que não. Do outro lado da rua, uma loja de chocolates ainda está aberta.

“Precisa de ajuda?” disse uma vendedora que estava usando um avental rosa.

“Eu estou procurando algo bem discreto, sabe? Não estou exatamente namorando...” eu disse.

“Ah sei exatamente então o que você precisa” disse ela abrindo um sorriso.

Ela me mostrou uma pequena caixa que continha oito bombons, cada bombom tinha um sabor que correspondia a um ponto importante para uma relação. Esse foi o melhor presente que encontrei, fui até o caixa e depois na saída a vendedora me desejou sorte.

Neste momento não consigo pensar em mais nada, apenas quando for encontrar ele. Fui me aproximando de um carro prata estacionado à frente e vi duas sombras, eles estavam aos beijos e muito empolgados. Realmente o amor transforma as pessoas, e me transformou também. Eu estava passando ao lado do carro quando... Como assim? Eu não sei o que... O que esse desgraçado está fazendo? Ele...

Meus olhos não puderam resistir, já cheio de lágrimas escorrendo em silêncio e estou congelado. BRUNO ESTÁ DENTRO DO CARRO BEIJANDO OUTRO GAROTO. COMO ELE PODE FAZER ISSO COMIGO? NÃO PODE SER ELE, DEVE HAVER ALGUM ENGANO, ELE NÃO É ASSIM. Filho da puta, desgraçado. Hoje seria o melhor dia da nossa vida e o que achou... Ele nem sequer está dando uma parada para recuperar o folego e está beijando ele de uma forma tão intensa.

Esse cachorro acha que sou idiota? O que ele pensa de mim? Eu simplesmente não consigo me mover. Fico olhando aquela cena e não sei o que faço com esse desgraçado. Eu quero matar ele e também esquartejar esse outro que está ali se deliciando. Eu juro que estou me segurando para não arrancar os olhos deles.

Conectei o cabo do carregador no celular, duas novas mensagens chegam e é dele. Elas dizem: “Lucas, desculpe mas não podemos mais continuar com isso” “Você não iria entender... é muito complicado”. Eu entendo exatamente o que você estava fazendo seu putinho gayzinho do caralho, você estava aos beijos com aquele ridículo. Apenas penso em tais coisas: Há quanto tempo eles estão juntos? Será que ele estava com nós dois ao mesmo tempo? O outro vadio sabe sobre mim?

Eu não conseguia parar de chorar, foi como um prédio recentemente construído desmoronar lentamente. Levantei da minha cama e fui até meu guarda-roupa, peguei uma caixa que estava escondida nossas fotos reveladas. Cada momento dessas fotos foi tão importante, eu não sei como ele pode ter feito aquilo. Não... Não... Não... Por favor que não seja verdade...

“LUCAS QUE FOTOS SÃO ESSAS?” eu acordei e vi minha mãe olhando chocada para as fotos minha e do Bruno – estávamos sentados na grama se beijando.

“Não são nada” Eu senti um tapa forte no meu rosto, levantei surpreso olhando para minha mãe e vi a fúria no seu olhar. Ela me jogou no chão e disse alguma coisa que não pude ouvir. Foi em direção a mesa onde estava meu notebook, agarrou-o e com as duas mãos acertou ele na minha cabeça. O Belo Traído Adormece.

25 DIAS DEPOIS...

A culpa é dele, eu penso. Desde aquele dia só consigo pensar nisso. Mesmo com meus pais me torturando, fazendo de tudo “para meu próprio bem” segundo eles era a única forma de me curar. O tapa no meu rosto e me acertar com o notebook na minha cabeça naquela manhã, só foi o começo. Meu pai chegou pela tarde naquele dia. Ele me socou, disse as piores coisas que um filho odiaria ouvir. Fui amarrado, trancado no quarto sem comer ou tomar banho por mais de quatro dias – além disso toda vez que emitia algum grunhido, minha mãe abria porta do quarto, gritava comigo, perguntava o que eu tinha na cabeça de fazer a família passar por tudo isso e no final batia na minha cabeça com muita força. Mas com o passar dos dias eu me acostumei, meu organismo já estava se acostumando, meu corpo ficava cada vez mais vermelho. E então a paixão se transformou em ódio. Os sonhos excitantes de um garoto comum, ficaram esquecidos. Foi quando eu comecei a raciocinar sobre tudo o que tinha acontecido, se ele não estivesse com aquele garoto se beijando, eu poderia estar feliz agora ao lado dele. Se ele não tivesse feito tudo isso, eu não teria deixado as fotos sobre a cama e meus pais não teriam percebido. Eu não teria sido socado, machucado, ficado com marcas pelo corpo, torturado e amarrado. Eu concentrei toda a culpa nele, Bruno. Foi dessa forma que consegui forças para sair daquela casa e pedir ajuda. Arrombei a janela e andei sob o telhado e caí na grama. Não foi preciso gritar muito, já que alguns vizinhos já haviam notado o estranho comportamento na casa.

Estou deitado em uma maca agora, o Dr. Wagner me passou uma série medicamentos que tenho de tomar. A prostituta da enfermeira, vem a cada uma hora verificar meus sinais vitais. Fiquei dois dias na UTI e agora estou em observação. Entretanto, pretendo fugir daqui em no máximo 24 horas. Sim, mesmo nessas condições terríveis eu montei uma lista mentalmente do que irei fazer na minha vida. Antes que me peça para justificar cada item dessa lista, a história que você leu já vai ajudar bastante. Eis a lista:

1. Causar sérios ferimentos aos meus pais queridos e pedir minha mesada que está atrasada.

2. Mudar minha identidade, e quando digo identidade, eu não só quero dizer o RG, mas fisicamente (comprinhas na ZARA, algumas sessões em clinicas de estética e visitas a um cirurgião plástico).

3. Me mudar para São Paulo.

4. E durante tudo isso acompanhar a vida que Bruno Oliveira Gouvêa está levando.

5. Me infiltrar na vida dele.

6. Fazer ele se apaixonar perdidamente por mim.

7. Começar a minha vingança.

8. Devo mata-lo?

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Jay Dilaurentis a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Vingança é algo muito complicado. Pode voltar-se contra vc. Vc o destrói mas se destruirá junto. CUIDADO.

0 0
Foto de perfil genérica

TOP.Muito bom continua.Mas a culpa não é do Bruno é dos pais do Lucas.Seu conto é nota 1000

0 0
Foto de perfil genérica

EU TO É MORTO ROSANA HAHAHAHHAHA. Não consigo encontrar palavras pra descrever esse capítulo, perfeito

0 0
Foto de perfil de Contos de Daniel

Conto bem escrito e uma dinâmica de fatos prazeroso. Hummmmmm vou acompanhar. Posta logo.

0 0
Foto de perfil genérica

Oh. Meu. Deus. Caralho. Olho para tela e para o teclado, não sei o que comentar apenas sentir.

0 0
Foto de perfil genérica

Que saudade de um clichezão vingativo quero muito samba na cara dos safados

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

Como eu gosto de clichê, queria que os dois ficassem juntos, MAS claro, depois de MUITO sofrimento. Kkkkkk

0 0
Foto de perfil genérica

Matar não, mas fazer ele sofrer amargamente sim, e faça bem feito tá, traição em alguns casos é imperdoável! Continua cara, vou acompanhar esse conto, tenha certeza! 😉👏👏👏👏👌 10

0 0