SEXO GRUPAL NAS ÁGUAS CÁLIDAS DO RIO

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 2956 palavras
Data: 20/12/2015 00:34:27
Assuntos: Anal, Heterossexual, Oral

O CRIME DOS VIEIRA DE MELO - Parte 31

Malongo foi o primeiro a desmontar na frente da arruinada casa grande do Engenho Velho. As mulheres que o seguiam a pé quase que desmoronaram, sentando-se no chão de qualquer jeito. Estavam todas cansadas da longa caminhada até ali, mas nenhuma quis revezar o par de montarias com os dois únicos homens que faziam parte da comitiva: o velho guerreiro e seu amigo. Como Henriqueta partira atrás do jovem João Paes com o cavalo de Mtumba, este teve outro emprestado do grupo.

- Quem estiver disposta a andar por mais uns cinco minutos, aqui perto passa o Rio Ipojuca, de águas mornas. Para as demais, eu peço que minhas amigas negras tragam água para que tirem a sujeira do corpo no quartinho de banho – disse Mtumba em voz alta.

A maioria preferiu gastar suas últimas forças para caminhar até o rio. Algumas até conseguiram correr em sua direção. Atiraram-se nele de roupa e tudo. Alguns negros que moravam no engenho e as viram passar, riram da falta de vergonha delas em ficar nuas perante os homens de cor, como era costume entre as mulheres brancas da época. Passaram a escolher qual a mais formosa que queriam olhar. Os mais jovens ficaram logo de pau duro. Nunca haviam visto tantas brancas juntas. E nuas, o que achavam melhor ainda.

Uma mais robusta percebeu os negros espreitando o grupo e gritou para o mais novo deles:

- Vosmecê, negro mais moço, venha me ajudar a tirar essa poeira do corpo!

As outras aprovaram a ideia e cada uma escolheu o negro que queria que lhe desse um bom banho. Os homens mostraram seus dentes alvos em sinal de contentamento e correram para dentro do rio, alguns tirando a roupa a caminho. As mulheres fizeram a festa, também escolhendo para que pau ereto queriam olhar. Teve quem se arrependesse de ter escolhido um menos dotado.

No início, até que os homens tiveram um pouco de respeito e se limitaram a esfregar as costas de sua parceira. Mas bastou o primeiro ser mais ousado e encostar o mastro na bunda de uma e ela fingir pânico, logo a sacanagem foi geral. De onde estava, ao lado de Henriqueta, João Paes via o grupo se banhando. E, claro, o sexo grupal que acontecia naquele trecho do rio. Ficou de pau duro quando viu dois negros metendo ao mesmo tempo numa senhora que tinha toda a pinta de rameira. Era a mais velha do grupo e exigira dois para estarem com ela. A quantidade de negros que acorreram ao local era maior do que as visitantes, por isso ninguém deixou de ser servida. Henriqueta também ficou excitada com aquela visão e perguntou se o jovem ainda estava afim. Ele pediu que ela se encostasse ao parapeito da janela e postou-se por detrás dela. Duas das escravas já haviam saído do quarto, restando apenas uma que descansava da gozada dada há pouco.

Ela perguntou o que estava acontecendo. Henriqueta chamou-a para ver. Pouco depois ela estava abaixada entre as pernas do rapaz, mamando o cacete dele. Quando sentiu que este estava lubrificado, manipulou-o até o cu da outra. Arreganhou as nádegas de Henriqueta, para facilitar a entrada do membro. Logo a branca tinha toda a pica enfiada no rabo, enquanto a negra lambia as costas do jovem João. Mordiscava a bunda dele e até lambia seu orifício, fazendo o rapaz se arrepiar todo. Acocorada, ela meteu a mão na boceta e ficou se masturbando até que chegasse sua vez de se aproveitar do dono do engenho. Aí o rapaz fez uma pergunta que pegou ambas de surpresa:

- O que vosmecê quis dizer quando me chamou de pé rapado?

- E acha que é... hora de... me perguntar isso? – gemeu a mulher, quase gozando.

- Se não me disser, paro de socar com força nesse seu rabo gostoso – disse ele com um sorriso sacana, diminuindo a intensidade da estocada.

- Não pare, eu vos suplico, meu senhor. Tentarei explicar, contanto que não me faça gozar antes.

João passou a empurrar e retirar todo o pênis na entranha escorregadia, porém já intumescida dela, facilitando a lambida que recebia no cu por causa dos movimentos lentos. Prendia-se para não gozar. Aí Henriqueta tentou dizer da forma mais simplificada que encontrou:

- Pé rapado... É como o povo do Recife... está... Ahhhhhhhhhhhh que delícia... chamando os lordes de Olinda, agora. Por eles terem o hábito de guerrear de pés descalços, sujando-os de barro. Uhhhhhhhhhhhhh... pois, além de não fazer barulho ao caminhar.... Sentem o contato com a terra de que tanto gostam! AGORA SOCA MAIS RÁPIDO, MEU AMOR, QUE EU ESTOU JÁ GOZANDO!!!

*************************

Nem bem raiou o dia, estavam todos reunidos em frente à casa grande. Bernardo Vieira de Melo ia contando seus escravos enquanto estes passavam enfileirados e amarrados uns aos outros por pesadas correntes que partiam de coleiras de ferro ou de couro colocadas em seus pescoços. O fidalgo, no entanto, deu pela falta de Violeta.

- Onde está a negra Violeta? Por que não está junto com os outros?

O homem que respondeu a sua pergunta, um dos feitores que haviam fugido levando o sinhozinho André, três dias atrás, pareceu tremer de medo.

- Na-não encontramos essa preta, senhor – gaguejou – acho que ela fugiu ontem de madrugada, enquanto dormíamos. O negro Malaquias também não se encontra junto aos outros.

- O negro Malaquias não fugiu. Comprou a mim sua alforria. Chamei-o para vir conosco como um negro livre, mas ele disse que tinha outros planos. Espero que não tenha ido se juntar aos malditos mascates – respondeu Bernardo.

- Eu também quero comprar minha alforria – ouviu-se uma voz vinda do mato que ladeava a casa grande.

Todos se espantaram ao ver a negra bem vestida aparecer do matagal. Era a escrava Violeta, acompanhada do preto Malaquias. Ela estava sentada de lado na montaria que ele puxava pelas rédeas.

- E com que dinheiro pensa em comprar sua liberdade, negra metida a besta? – perguntou Catarina, percebendo que ela usava um dos vestidos de luxo de Ana de Faria – E vá logo tirar esse vestido que não é seu.

- O dinheiro foi Malaquias que me deu. O vestido foi Donana que comprou para mim, dizendo que queria me ver vestida nele no dia em que eu comprasse a minha liberdade - disse Violeta ao jogar um saquinho de moedas bem aos pés de Bernardo Vieira.

A negra tinha as mãos sujas de terra, demonstrando que havia desenterrado o dinheiro pouco antes de se apresentar ao latifundiário.

- E se eu não quiser vender vosmecê? – perguntou o fidalgo para o espanto de todos.

Os homens que estavam amontoados ao lado dos feitores, por trás de Bernardo Vieira de Melo, se entreolharam, crentes de que o fidalgo não iria permitir que a negra fosse embora. Ele, no entanto, nem esperou a resposta dela. Foi logo dizendo:

- Nem vou contar o dinheiro – falou quando um dos homens abaixou-se e depois lhe entregou o saquinho com moedas – Na verdade, fico feliz de afastá-la da minha nora. A partir de hoje, ela não terá mais nenhum contato com os escravos.

Ana nem ouviu o que o homem disse. Estava estupefata com a partida de Violeta, na hora em que mais necessitava dela. Precisava saber se a amiga sabia alguma coisa sobre a visita de João Paes ao seu quarto, três noites antes, e a escrava deveria saber alguma coisa sobre isso.

- No entanto, eu vos advirto, casal de negros – continuou Bernardo – se eu souber que se uniram aos mascates, eu mesmo irei matá-los onde quer que estejam.

-Fomos convidados a viver em liberdade no engenho do Sr. João Paes, pelo negro que é amigo dele. É onde nos achará, se quiser. Mas saiba que eu serei o primeiro a atirar contra meu ex-senhor se perceber que ele vem para me fazer o mal – rebateu Malaquias sem se alterar.

- Deixe-os, papai – falou finalmente André Vieira, que estava acomodado na caleça de propriedade da família – os dois cuidaram do meu ferimento até que eu pudesse voltar para casa. Graças a eles, estou bem melhor e em condições de partir para Ipojuca.

- Agora eu devo ir me despedir da sinhazinha Donana – disse a negra desmontando do cavalo e indo em direção à moça que tinha os olhos marejados de lágrimas.

- Vosmecê está proibida de falar com essa vadia – gritou D. Catarina.

- Agora sou uma negra forra. Não preciso mais obedecer à senhora – a negra desafiou a megera – e só devo respeito ao homem que comprou a minha liberdade. Portanto, aconselho a senhora a sair da minha frente antes que eu queira descontar o novo e o velho que me fez nessa miserável vida de escrava.

Carolina Leitão viu determinação nos olhos da negra. Não ousou lhe enfrentar. Mas remoía por dentro o desejo de fazê-la pagar bem caro a afronta.

Ana de Faria abraçou-se à amiga, e ambas estavam chorando. Afastaram-se de todos, caminhando enquanto se despediam. Ana aproveitou para saber:

- Vosmecê acredita no que me acusam, de que o Sr. João Paes esteve no meu quarto, Violeta?

- Eu o vi nu, deitado na vossa cama, com esses dois olhos que a terra haverá de me comer, Donana. Mas botei contra a parede a escrava que serviu suco a ele e a Donana, naquela noite, e ela confessou que a megera Catarina misturou droga à bebida que vosmecês tomaram. Ele deve ter ficado tão grogue quanto a sinhazinha. Por isso, acredito que vosmecês nem chegaram a ter relações.

Ana deu um suspiro de alívio. Tinha esperanças de que o moço não tivesse traído sua confiança. Sem saber do torpe acordo que o jovem fizera com Catarina, acreditava que o haviam drogado e transportado até seu quarto.

- Mas a sinhazinha deve ter cuidado com a megera – continuou a negra em tom mais baixo, quase a cochichar – acredito que ela vá querer envenenar vosmecê. Portanto, continue tomando aquela mistura que esta negra vinha dando pra Donana. Mas tome só por mais uns dias, depois pare de tomar. Será o suficiente para se proteger para sempre de qualquer veneno que ela lhe der.

- Sim, eu sei onde vosmecê guarda aquela bebida horrível que vinha me dando e prometo seguir teu conselho. Eu também queria que vosmecê fosse muito feliz em sua nova vida de forria. No entanto, eu queria te mandar um recado para o moço: ouvi meu sogro dizendo que irão atacar o engenho do pai dele, para obrigá-lo a entrar na guerra. Mas, lá no íntimo, eu sinto que é uma armadilha para aquele jovem. Querem atraí-lo ao engenho do pai para ser morto por meu sogro ou talvez por meu marido, que desde então não quis mais falar comigo. E o jovem é inocente, Violeta. Eu não quero que nada de mau lhe aconteça.

Violeta prometeu dar o recado e impedir o jovem de ir ter com o pai. Contaria o que ouviu a Mtumba assim que chegasse lá. Este saberia como agir. Depois as duas fizeram uma despedida muito emocionada e a negra partiu com Malaquias. No tempo em que o casal esteve na companhia do velho guerreiro, este os aconselhou a viverem juntos e em liberdade. Que ela, Violeta, o esquecesse e dedicasse sua atenção ao homem que realmente parecia amá-la: Malaquias. Foi quando Mtumba os convidou a morarem em liberdade no Engenho Velho, em companhia de outros pretos alforriados. Ela pensou muito nas palavras do amado e decidiu-se a seguir seus conselhos. Por isso, aceitou ser esposa de Malaquias. O negro ficou muito feliz e agradecido ao rival. Mas sabia que ele agira assim em agradecimento a ele ter vingado a morte do casal que tivera suas cabeças decepadas pelo caçador de prêmios.

- Agora, todos seguiremos em direção à nossa nova morada: o Engenho Pindobas. É uma longa viagem e vosmecês devem poupar saliva para enfrentar tamanha caminhada sob o sol escaldante. Portanto, evitem tagarelar pelo caminho – gritou para a comitiva o Sr. Bernardo Vieira.

Seguiu na frente da fila de escravos amarrados uns aos outros. André e Catarina viajavam numa caleça movida por uma velha mula, seguida de uns poucos escravos carregando roupas e algumas riquezas em joias da família, escoltados por uns vinte homens que moravam na Vila de Olinda e se prestaram a conduzir o fidalgo até o engenho arrendado pelo pai de Ana de Faria, até que aquela guerra contra os recifenses chegasse ao fim. A sinhazinha seguia a pé, ao lado das escravas que caminhavam acorrentadas. A moça seguia calada, mas não porque o fidalgo advertira. Estava pensativa. Lembrava-se nitidamente das palavras da amiga ex-escrava. E estava cética quanto ao fato do moço tê-la visitado em seu quarto. Tudo aquilo, para ela, não passava de mais uma tramoia da sogra. No entanto, sua reputação era o tema das conversas entre as fofoqueiras da Vila de Olinda. Quem sabe, de volta ao seio da sua família em Ipojuca, as coisas não melhorariam?

*******************************

Ana estava muito enganada. Seus pais e seus irmãos abandonaram o Engenho Pindobas quando souberam de sua volta. Já sabiam da acusação de que a moça havia traído o marido e não tinham cara para enfrentar Bernardo Vieira. Por isso, partiram para local ignorado com vergonha da jovem. Os irmãos proibiram os escravos de pronunciarem o nome da pobre sinhazinha. O próprio André, seu marido, propagava aos quatros ventos sua suposta traição. Não tinha mais a presença do padre Sipriano para aconselhá-la, pois este partiu para ajudar o bispo a administrar a capitania, depois da fuga do governador para a Bahia, logo após sofrer um atentado dos olindenses. O padre também se afastou de Ana, desde quando começaram os boatos sobre ela.

Já se passara quase três meses desde que haviam chegado ao Engenho Pindobas. Então Ana percebeu que sua menstruação não viera mais uma vez. Ficou lívida com esse pensamento. Como poderia estar grávida se há muitos meses não tinha relação com o marido que agora dormia em um quarto separado do dela? Mesmo antes, quando ainda viviam bem, não costumavam ter coito vaginal. Quando ele não lhe comia o cuzinho, ela o chupava e apenas isto o deixava satisfeito.

Ultimamente vinha sentindo uns enjoos esquisitos, mas atribuiu o fato à mistura de ervas que vinha tomando a conselho de Violeta. Sentiu-se zonza algumas vezes e até desmaiou certa feita, quando estava no banho. A moça estava amedrontada. Uma gravidez iria piorar a sua situação perante os Vieira. Estava perdida em divagações, quando ouviu o relinchar de um animal. Conhecia aquele relinchar. Pertencia á sua égua, que havia fugido com o cavalo do moço, alvejada por uma bala, nas vésperas de ela partir para casar em Olinda.

Assomou à janela. Aí viu sua égua acompanhada de dois potros, tendo ao seu lado o garanhão garboso de João Paes. Seu coração sofreu um baque. Será que o moço estava por perto? Sentiu vontade de vê-lo e desceu. Abraçou-se à égua, com saudades dela. Acariciou os potros. Finalmente abraçou-se ao pescoço do garanhão. Ele parecia contente em revê-la. Percebeu que o marido a observava de longe, todo desconfiado. Ele aproximou-se e perguntou:

- De quem são esses animais? – era a primeira vez que dirigia a palavra a Ana, depois de meses.

- Essa égua era minha, senhor meu marido. Fugiu com esse garanhão e nunca mais a tinha visto. Agora voltam com esse casal de potros lindos, como a querer me mostrar seus filhos.

- E o cavalo, a quem pertence?

- Não sei – mentiu Ana – parti antes de saber.

André Vieira resmungou alguma coisa e afastou-se dela. Aproximou-se de um dos feitores e conversou em voz baixa com ele, sempre apontando o belo cavalo. O feitor caminhou até uma cerca, pegou um laço e veio para perto dos animais. O cavalo relinchou, alertando a égua. Esta ofereceu montaria a Ana, que não entendeu o gesto do animal. Então o garanhão desembestou dali, seguido pela companheira e os potrinhos. Escaparam do laço do feitor e desapareceram estrada de barro afora. Ana suspirou aliviada.

Mas seu marido já montava outro cavalo e seguia em disparada na mesma direção da família equina. A moça voltou para o seu quarto e ficou o tempo todo de vigília. Só descansou quando viu o marido voltar à tardinha, cansado e sem ter capturado os animais.

Mas aquele estava fadado a ser um péssimo dia para a moça. Quando jantava, em companhia taciturna do marido e dos sogros, Ana teve uma crise de vômitos. A megera logo desconfiou de que ela estava grávida. Indagou o filho e este negou ter tido qualquer aproximação com a jovem nos últimos meses. Então Bernardo Vieira de Melo disparou:

- Essa vadia está grávida. Se vosmecê jura não ter copulado com ela, o filho não é seu. E decerto já sabe de quem é, não é meu filho? Em breve todos estarão falando mal.

- Será preciso lavar sua honra com sangue, se quiser livrar nosso nome da boca dessa gente – arrematou Catarina.

- Eu não posso estar grávida, se não copulei com o meu marido. Vocês têm me trancado no quarto, e já não tenho nenhuma amiga entre os escravos. Eu só posso estar doente.

- Então, que chamemos o padre Sipriano aqui. Ele tem dons da medicina e poderá tratá-la. Ou atestar sua gravidez – disse a megera – e eu também estou precisando muito de um médico. Desde que viemos para cá que eu sofro dessa asma terrível. Custa-me muito até falar.

Realmente, a longa caminhada sob um sol escaldante até o Engenho Pindobas fez mal à saúde de D. Catarina. Falava arrastado, com muita dificuldade. Alguns diziam que ela estava tuberculosa. No entanto, essa doença matava em pouco tempo e ela não resistiria tanto. Ficaram de chamar o religioso que entendia de medicina. Ana ficou intimamente contente, pois iria rever o padre amigo.

FIM DA TRIGÉSIMA PRIMEIRA PARTE

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