GOZANDO COM UM, PENSANDO EM OUTRO

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 2030 palavras
Data: 22/12/2015 00:16:25
Assuntos: Anal, Heterossexual, Oral

O CRIME DOS VIEIRA DE MELO - Parte 33

O padre Sipriano não era de muito arrodeio. Num instante, disse a que viera a João Paes. Explicou a situação de Ana de Faria e perguntou de forma direta se o rapaz havia estado no quarto dela. O jovem, que nem esperava a visita do pároco, muito menos que ele estivesse ali para passar a situação a limpo, pensou um pouco antes de responder:

- Sim, padre. Infelizmente, estive sim no quarto da sinhazinha - disse isso olhando nos olhos do religioso - mas por um motivo diferente do que andam pensando dessa jovem.

Padre Sipriano deu um suspiro de alívio ao ouvir aquela resposta. Nem de longe imaginava que o jovem tinha resolvido vingar-se da armadilha em que D. Catarina o havia metido. Mataria três coelhos de uma só cajadada: salvaguardaria a honra da sinhazinha, reverteria os boatos contra ele e a jovem e se vingaria da ingratidão de Bernardo vieira. Por isso, mentiu descaradamente quando respondeu:

- Eu aceitei a proposta de D. Catarina Leitão para fornicar com ela naquela noite. Estava disposta a trair seu marido comigo, conquanto que ninguém ficasse sabendo.

O padre arregalou muito os olhos. Não esperava aquela resposta do jovem. Por isso, demonstrou curiosidade para que ele se estendesse mais naquela grave denúncia. Antes de continuar com sua descarada mentira, o jovem olhou em volta para certificar-se de que nenhuma escrava ou Henriqueta estivesse ouvindo-os. Deixara a amante extenuada sobre a cama e fora receber o pároco na velha sala da propriedade. Além das paredes, os móveis estavam arruinados. Mas quase não recebiam visitas naquela casa que antes era considerada uma luxuosa mansão. O padre inclinou-se para escutar melhor as palavras do jovem.

- Eu e meu negro liberto ajudamos o Sr. Bernardo e seu filho a escapulirem de uma perseguição dos mascates...

- Disso eu sei, meu filho. Aliás, o próprio Bernardo me contou essa história. E com muitos elogios sobre a sua coragem e desenvoltura diante de situação tão adversa. Não sei porque hoje em dia ele insiste em mostrar-se seu inimigo.

- Ele quis me recrutar para lutar contra os comerciantes, mas eu recusei. Não concordo com os motivos dessa contenda. Acho que os nobres de Olinda deveriam pagar o que devem aos mascates. Essa guerra, para mim, tem motivos caloteiros - afirmou João sem meias palavras.

Padre Sipriano concordou com ele, dizendo-se também contra os motivos daquela divergência entre recifenses e olindenses, mas mostrava-se mesmo interessado na conclusão da denúncia do rapaz.

- Pois D. Catarina estava agradecida por eu trazer pai e filho de volta, quase ilesos, e ofereceu-se para fazer sexo comigo - continuou João - mas teria que ser no quaro da sinhazinha, longe dos olhos do marido.

- Donana foi conivente com o encontro escuso de vosmecês? - espantou-se o pároco.

- Não, padre - negou o moço seguindo seu plano de difamar a megera, por vingança - ela me assegurou que daria uma mistura à moça que a faria dormir profundamente. Uma das negras, bem jovem, ficou encarregada de dar um suco com a droga à sinhazinha.

- A escrava Filomena, uma criança ainda - disse o religioso depois de pensar um pouco.

- Deve ser essa mesmo. Só que a menina deve ter se confundido e oferecido o suco com a droga também a mim. Entrei na casa grande mas adormeci no quarto da sinhazinha, que já estava drogada e dormia a sono solto. A esposa traíra deve ter ficado zangada comigo por não ter conseguido copular com ela. Antes de eu apagar, lembro que ela voltou para o quarto do marido me xingando muito - concluiu mentindo o jovem.

- O que o jovem diz faz sentido - falou o pároco ao cabo de alguns segundos - e a asma da infiel, que deve ser emocional, piorou depois disso. Eu preciso evitar que uma grave injustiça se consuma, meu jovem. Por isso, devo voltar imediatamente para o Engenho Pindobas. Talvez eu não tenha coragem de contar essa vergonhosa história para o Sr. Bernardo. Mas seu filho André deve ficar sabendo, para não tomar providências erradas contra a pobre esposa - disse o padre, levantando-se.

- Eu poderei escoltá-lo até lá, reverendo. Com essa guerra, não convém andar sozinho por aí.

- Eu não estarei sozinho, meu filho. Deus sempre está comigo. Mas também não convém que arrisque aproximar-se dos Vieira neste momento, antes que tudo seja devidamente esclarecido. Acho até que seria perigoso para vosmecê...

- Eu o levaria apenas até um trecho próximo do engenho, padre. Depois voltaria para a minha residência - insistiu o jovem.

- Se é assim - ponderou o religioso - eu aceito a sua companhia. Mas o sinhozinho não deve ser visto comigo, pois não sabem que me dirigi para cá. Também não podem saber que estive com o sinhozinho. Senão, pensarão que estou de comum acordo com vosmecê.

Quando João montava em um velho cavalo para acompanhar o padre, uma das irmãs negras, a mais gordinha, insistiu:

- Melhor ir montado no seu garanhão, Sr. João. Esse pangaré é lento e muito menos inteligente. Tenho o coração pesado, como se algo fosse acontecer ao sinhozinho.

- Meu cavalo, depois que conheceu aquela égua e teve filhos, não me dá mais atenção - reclamou o jovem - então, deixemo-lo em paz com a sua recente família.

- E ele está comigo - exclamou o padre como se estivesse num início de sermão - e se Deus me protege, também há de proteger o seu patrão, negra. Vosmecê precisa aprender a ter fé no Senhor. Passarei sempre por aqui, para te dar aulas de catecismo.

- Num precisa, seu padre - respondeu a negra - o teu deus não protege os pretos. Vê como vivemos essa vida miserável? Só Xangô olha por nós.

O padre não replicou. Deu a volta na sua burrinha e montou com agilidade. Logo estavam indo a trote pela estrada de barro arrodeada de árvores e arbustos.

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André Vieira tomou um susto quando avistou a dupla ao longe, vindo pela estreita estrada de barro e terra batida. Reconheceu imediatamente o padre, por conta do seu hábito. Pelas roupas do jovem, adivinhou que este era o seu inimigo João Paes. Desceu rápido da montaria, antes que fosse visto, e escondeu-se no mato. Não convinha matar o moço na presença do padre. Ouviu um trecho da conversa do jovem com o religioso, quando estes passaram bem perto de onde estava escondido:

- Violeta disse ao meu amigo negro que D. Catarina costuma dar um chá de ervas que faz o Sr. Bernardo dormir muito, quando não quer ter sexo com ele. Acho que muita gente lá pras bandas da Vila de Olinda sabe dessa história. A negra agora vive lá em casa. Se não acredita em mim, pergunte o reverendo mesmo a ela.

- Não é preciso, meu filho. Eu também já ouvi essa história por aí. Mas nem tudo o que dizem é verdade, lembre-se disso - rebateu o padre.

André Vieira, no entanto, sabia que o jovem não estava mentindo. Por várias vezes teve vontade de dizer ao pai o que a mãe lhe aprontava, mas nunca teve coragem. Continuou escondido, de ouvidos aguçados. Por isso ouviu o padre dizer:

- Só mais meia légua e o sinhozinho já pode voltar. Não precisa ir comigo até muito longe, como combinamos.

O jovem André deu um sorriso de contentamento. Se ouvira bem, logo seu rival estaria de volta por aquele caminho. E sozinho. Esperaria com paciência, bem escondido. Mataria o amante de sua esposa e depois ela própria. Com isso, lavaria com sangue a honra e o nome da sua família, como o seu pai e sua mãe queriam. Iria pessoalmente espalhar a notícia em Olinda de que o homem que copulara com sua mulher estava morto. E ela logo estaria também. Era só ele ter um pouco de paciência.

Já estava escurecendo quando André Vieira escutou um tropel. Ajeitou-se depressa por trás da moita e apontou a carabina. Deixou também a pistola carregada e pronta para disparo, perto de si. No entanto, quanto mais o jovem se aproximava de onde ele se escondia, mais nervoso André ficava. Seu coração parecia que ia pular pela boca. As mãos tremiam e ele suava em bicas. Dizia para si mesmo que deveria deixar de ser tão covarde, mas de nada isso adiantava. Tanto que o jovem passou por ele, sem vê-lo, e o filho dos Vieira não conseguiu atirar. Então, convenceu a si mesmo de que jamais teria outra oportunidade daquelas. O primeiro tiro atingiu as costas do jovem, que foi lançado ao solo. Mais que depressa, André empunhou a pistola e atirou novamente. Acertou o cavalo do jovem, que relinchou e caiu no chão. Por cima da perna de João Paes, que ficou preso ao animal. O filho de Bernardo vieira, ainda se tremendo muito, quase não conseguiu recarregar a carabina. João Paes ainda sacou da pistola que trazia presa à cintura, mas as vistas estavam escuras por conta do ferimento. Levou outro tiro, dessa vez no peito. André jogou-se atrás do mato para não ser alvejado ao recarregar a pistola. Derramou muita pólvora antes de conseguir seu intento. E ficou se tremendo todo no chão, de ouvidos atentos, pensando que o jovem iria conseguir se libertar de sob o cavalo e vir até ele.

Quando, finalmente, conseguiu parar de tremer, arriscou-se a olhar em direção a onde estava caído João Paes. Apesar de já estar ficando escuro, não percebeu nenhum movimento do jovem. Tomou coragem e correu para perto do rival de pistola em punho. João Paes estava morto. Mesmo assim, para se sentir mais seguro, André quase encostou o cano da pistola na testa do jovem e atirou.

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Malaquias estava feliz pela decisão de Violeta finalmente aceitar o seu amor. Desde que se instalara no Engenho Velho, sua vida era uma maravilha: não precisava trabalhar no corte de cana e passava as noites fodendo a amada. Naquela tarde, a negra estava muito excitada. Tanto que nem deixou ele seguir o sinhozinho com o padre, para a segurança do jovem. Prendeu Malaquias entre as pernas e disse que ele só sairia dali quando a fizesse gozar bem muito. Era tudo o que o ex-escravo desejava.

Começou chupando o proeminente grelo da amada, que mais parecia um pequeno pênis. Ele adorava fazer isso. Mas Violeta queria mesmo era ser enrabada. O negro não sabia, mas ela sempre pensava em Mtumba nessas horas. Lembrava-se nitidamente do velho guerreiro encostando o enorme pau em suas pregas, fingindo fodê-la diante do ciumento Malaquias. Este, quando soube que o velho apenas o estava incitando a comer o cu de Violeta, veio com todo ânimo por trás dela. Foi a foda mais gostosa que a negra já dera em sua vida. De outra feita, enquanto Malaquias vigiava o acampamento enquanto estavam numa caverna onde se escondera os dois feitores, e Andrezinho ardendo de febre por causa do ferimento, ela aproveitara para se aproximar de Mtumba. Disse que aceitava casar com o negro Malaquias, como aconselhara o guerreiro, se ele lhe desse uma foda de despedida. Daí, esconderam-se no meio do mato e Mtumba foi muito carinhoso com ela.

O negro mamou-lhe os peitos durinhos de um jeito que, todas as vezes que ela lembrava, ficava toda arrepiada. Também meteu maravilhosamente em sua bunda, enquanto masturbava seu avantajado grelo, fazendo-a gozar como nunca por trás e pela frente. Pediu que ela se abraçasse a um grosso tronco de árvore e abraçou-se atrás dela, fodendo-a por trás, mas enchendo sua buceta de gala, em um faz de conta que lhe comia o cuzinho. O velho guerreiro tinha uma maneira muito diferente de foder, que o tornava inesquecível para ela. Claro que jamais poderia falar dessas coisas para o ciumento Malaquias. Mas não conseguia evitar de pensar em Mtumba todas as vezes que fodia com o marido. Aí o barulho de três tiros, vindo da estrada, alarmou o casal.

Malaquias saiu de trás da negra e, de um pulo, alcançou suas roupas. Examinou as duas pistolas que estavam jogadas sobre um banquinho de madeira e correu para fora da residência. Quase todas as mulheres já estavam na varanda, cada uma armada de carabina, pistola ou garrucha. Só Henriqueta não estava entre elas. Disseram que partiu montada nua no garanhão, assim que ouviu o segundo tiro.

FIM DA TRIGÉSIMA TERCEIRA PARTE

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Comentários

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Delicia de conto muito bom toda a narativa esta maravilhosa Parabéns

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