O diário de um garoto de programa - Pagou e não gozou-

Um conto erótico de O garoto
Categoria: Homossexual
Contém 2284 palavras
Data: 19/01/2016 19:02:48

Era uma quarta feira o dia estava nublado, o céu era cinza não era possível que a filha de seu Alberto não acertaria as famosas previsões do tempo do jornal, já faziam alguns dias , cinco dias para ser mais exato, que eu tinha feito meu primeiro programa oficial, recebi meus mil reais e decidi que a partir de agora faria duas coisas muito importantes na minha vida, uma delas era o supletivo a outra é que eu iria começar a guardar metade de cada programa para realizar o meu sonho. ( não senhores! Eu não sonho em casar de véu e grinalda).

Na minha agenda hoje o dia estava tranquilo, um cliente viria aqui no hotel, porém o combinado era apenas um boquete, coisa rápida meia hora e 70 reais na mão esse tinha sido o trato. Levantei-me da cama, escovei os dentes enquanto jogava uma rápida ducha pelo corpo, vesti minha roupa de ginástica porém antes de descer precisava ligar para o Ricki e dar o tradicional bom dia, disquei o número e o celular dele chamou.. 1, 2, 3 toques e com a voz de sono mais fofa do mundo ele diz:

- bom dia amor!

Eu então respondo:

-Bom dia meu anjo!

E continuo dizendo:

- como passou a noite?

Ele:

- dormi como anjo (risos)

Eu:

- A lanchonete não deu movimento ontem?

Ele :

- (engasgo) não não

É o seu serviço como esta indo ? Pergunta ele

Eu:

-éééééééé tá indo tudo bem...

- Preciso ir tomar café me acompanha?( Fiz o convite)

Ele então responde:

-Eu adoraria mas preciso ir na lanchonete picar uns legumes, combinei com a dona solange que estaria lá as 9:00

Eu:

- tudo bem então ! Fica para uma próxima?

Ele:

-claro !

Eu:

- então Tchau?

Ele:

-Sim, Tchau

Eu:

-Beijo

Ele:

- Beijo

Eu então desligo o telefone, combinamos que nos dias pares eu desligavá e nos ímpares ele desligava...

Fones no ouvido, tênis no pé era hora de ir na padaria tomar meu café...

Desci a padaria era a três quadras aqui do hotel, era uma padaria bem simples construída a quase 50 anos pelo seu Manuel, que pra variar era português, uma figura, ele é o sr. Augusto eram super amigos , e o piadista sempre estava lá quando eu ia tomar meu café, eram tão comum a gente te se encontrar que acavamos virando amigos...

Cheguei na padaria, e como de custume comecei a cumprimentar:

- bom dia seu manoel!

-Bom dia jaime ( era o velho mal humorado, amigo do seu Agusto, porem vivia em burrado)

- Bom dia Augusto!

Eles sempre sorriam e respondiam com grande estima oa meus cumprimentos, eu então me sentei no balcão de mármore e pedi:

- Oi Dani! Pega um pingado pra mim por gentileza e uma brevidade , ela sorriu e foi arrumar meu café...

Eu então puxei o assunto:

- E aí seu Augusto como vão as coisas ?

Tudo bem meu filho, acredita que em São Paulo já deu enchente de novo?

Eu:

- Acredito seu Augusto, se o senhor diz é porque sabe o que tá falando !

Sr. Agusto disse:

- isso de certo, só falo as coisas quando tenho certeza, assim que terminou a frase o velhote sorriu, e gritou:

- Manuuuueeeell faz um pão na chapa e põe dois dedo de café no copo pra mim

Eu então o pergunto:

- tá fome velho?

Sr. Agusto disse:

- Primeiramente velho é o seu jaime, que vive emburrado, nessa hora não deu outra o seu jaime retrucou com alguns palavrões, e a padaria to da riu...

Eu:

- tá com fome ou não velho? Perguntando para o sr. AUGUSTO

Ele:

-ClaRO que to, fui no medico ontem ele disse que minha saúde tá de ferro, Savio você sabia que eu tenho um neto médico?

Eu:

- não senhor, mas ele é bom?

Sr. Agusto responde:Maravilhoso! esses dias atrás , eu precisei consultar ele muito atencioso... cheguei lá e começamos a prosear ... sabe que eu sou educado e já fui logo perguntando:

-Como está indo a vida, meu neto?

-Tudo bom, vovô... E o senhor? Como vai a vovó?

-Tudo indo, tudo indo... Filho, quer dizer, neto, eu vim aqui falar com você porque quero saber tudo desse tal de Viagra!

-Ah, vovô... O Viagra é um remédio bom, mas é bem caro.

-Quanto custa? Me diga.

-São sessenta reais cada comprimido, vô!

-Tem razão. É caro.

-Não falei?

-Mas mesmo assim eu quero experimentar! Eu te pago amanhã, sem falta!

Assim o neto entrega o comprimido para o velho, que sai de lá todo contente.

No dia seguinte ele está de volta ao consultório com quinhentos e sessenta reais!

-Vô, o senhor entendeu errado! Eu falei que o comprimido era sessenta e não quinhentos e sessenta.

–É, meu neto, eu sei. Os sessenta reais são meus. Os outros quinhentos foi sua vó que mandou!

Eu: mais uma neh seu Augusto... só o senhor mesmo pra contar tanta piadinha assim...

O senhor Manuel então grita:

- desde do primeiro dia que abri essa padaria, há exatos 47 anos, que esse Augusto fica contando essas piadas até hoje não Ri de nenhuma...

Seu Augusto então retruca:

-claro tu não entendes

A prosa ali era boa, apesar de estar num asilo hahhaah, os velhos eram muito alto astral, terminei de tomar meu café, comprei um jornalzinho e la estavam as previsões do tempo, olhei bem e disse:

- Ate que enfim em seu Augusto sua filha acertou alguma coisa hhahahahahahahaha,

Ele imediatamente retruca:

- Ela sempre acerta !

rimos, e mais uma vez as gargalhadas tomavam conta do ambiente... entretanto eu precisava ir, me despedi, um abraço em seu manuel , um tapinha nas costas do emburrado e um sorriso pro seu Augusto, para ele um sorriso era mais que o suficiente ...

sai, o nó em minha garganta se dava, me sentia mal, sabia dos meus compromissos,mas ao mesmo tempo eu queria ficar mais tempo ali, era uma sensação estranha, eu então retornei, fiquei na porta, olhei para eles sorrindo , provavelmente de mais uma piada do senhor Augusto, estava tão plenos de alegria que nem notaram minha presença... eu fiquei ali mais alguns segundos o suficiente tempo para a primeira lagrima inexplicável escorrer pelo meu rosto eu então sai dali, limpei meu rosto e comecei a caminhar em direção a avenida Kennedy, onde um lado era chamada de rua das grifes que a calçada era feita de pedra sabão, que segundo os mais antigos moradores as pedras foram colocadas uma a uma pelos pedreiros o meio fio era feito de mármore, mármore branco, a rua era luxosa, ouso a dizer que era perfeita... Já do outro lado chamamos de beira rio um calçadão, bancos de madeira, centenas de palmeiras imperiais que sombreavam a ciclovia e a calcada...

Eu curtia muito passear pelas grifes, entretanto estava ali para cuidar da forma logo atravessei a rua, coloquei meus fones iniciei minha playlist, e comecei a correr, 100 metros, 200 metros, 300, metros e o telefone toca...

# euuuu quero tchuuuuuuuuu eu quero tchaaaaaa!

Atendi já constrangido com a porcaria de música, que eu havia colocado de toque, eu então digo:

- Alo !

Rick:

_ oi bebe !

Eu:

- Desculpa Anjo, não vi que era você !

Rick:

-Percebi hahahaha ( sorriso tímido)

_ você está me vendo ?

Eu:

- Não, cadê você ?

Rick:

- aqui do outro lado !

Eu:

- Cadê??

Rick:

- Aqui!

Eu:

-Vem aqui bebe, quero te dar um abraço!

Rick:

- Aguenta correr dois quilômetros?

Eu:

- Vem comigo?

Rick, então pegando no meu ombro fala:

- Bora??

Eu ficava tão distraído falando com ele que não percebia nada, a realidade fugia de mim Rick era fofo, gentil, educado , lindo, perfeito...

Eu então respondi:

- Bora!

Começamos então a correr, eu inevitavelmente puxo assunto:

- Você não ia trabalhar ?

Ele então da uma engasgada e diz:

- UUUm sim, não digo, sim, não ops! Eu queria fazer essa surpresa pra você !

Eu acredito fielmente no que ele me diz, apesar dos sinais claros de mentira eu confiava no Rick, continuamos a correr e ele diz:

- Vamos tomar um café ali?

Eu:

Na coffe and bread??

Ele:

- sim, eu pago!

Eu:

- Não rick o problema não é o dinheiro, mas não gosto muito de ir ali, as pessoas me olham estranho...

Ele:

- tudo bem,

Eu:

- NÃO! Se você quer eu faço esse sacrifício por você !

Rick, sorriu e me olhou com os olhinhos do gato do Shrek e disse:

- Jura?

Eu:

- sim

Cara ele era muito fofo, estava muito apaixonado nele, pena que ainda era muito cedo e no fundo eu sabia que não teria chance alguma com ele, chegamos no coffe e Bread, padaria luxuosa da família Ferreira que era dona do mercado Ferreira, das farmácias Ferreira, das lojas Ferreira e também da moveis Ferreira, sentamos e um sofá vermelho que circulava uma mesa também redonda , em cima dela um belo abajur dourado com flores bordas a ponto cruz, na parte que protegia a lâmpada eu pedi um bolo de cenoura e um cappuccino ele pediu um Ovomaltine duplo e um croissant de chocolate, eu então pergunto:

- Como consegue comer tanto chocolate ?

Ele finta meus olhos, fica em silencio, eu me coro, ele então diz com um largo sorriso

- como você consegue ser tão lindo?

Eu então:

- Para de ser fofo!! Vou me apaixonar assim

Ele:

-Me beija?

Eu:

- não

Ele fica sem jeito coitado, eu assim que percebo digo:

- Não é que eu não quero, é que está cheio aqui !

Ele então balança a cabeça positivamente, como que concordava de certo mesmo é que o assunto acabou... bem como o contato visual saímos de la e cada um foi para seu canto, apenas um tchau seco, que ganhei...

Já estava atrasado pro serviço ainda não tinha nem tomado banho, precisava ir, então nem tentei me desculpar... corri para o hotel, quando chego lá avisto um garoto sentado no banco, o menino devia ter uns 20 anos no máximo, era gordinho, usava óculos, cabelos bem crespos típico rostinho de nerd, que se se completava com seu sorriso gradeado... apesar de ter reparado não dei muita atenção ao garoto fui subindo a primeira mão de graus que dava acesso ao elevador, quando Sonia, uma das recepcionistas do Dexter:

- Senhor Savio!

Digo:

- Pois não ?

Ela:

- O senhor Felipe está a sua espera!

Olhei para o garoto, e digo

- Oi Felipe pode subir!

- Obrigado dona Sonia !

Subimos e fomos ao quarto, não era um quarto de motel, mas daria sim pra fazer um boquete! Ele então sentou-se na cama e ficou me olhando, coitado creio eu que com muita vergonha, eu então tomo a iniciativa eu lhe beijo, ele não sabia beijar muito bem ou era muito mais tímido do que eu podia imaginar ... aproveitei fui tirando a blusa, passando a mão por dentro da sua camisa dele... tudo seguindo o protocolo até que abri o zíper da calça dele, o menino surtou, não acreditei naquilo, o menino começou a berrar e chorar, eu então fechei o zíper, abracei ele, ofereci um passa tempo, liguei a televisão e ficamos quase duas horas assistindo glee, ele até que era fofinho me abraçou, ficamos tipo namoradinhos, até que ele mais calmo me deu um beijo e se despediu, fez questão de pagar, eu me recusei mas ele teimou e teimou então acabei aceitando...

Eu precisava comer alguma coisa, afinal já eram cinco horas da tarde talvez um pouquinho mais e eu ainda não havia almoçado, ou seja estava com uma tremenda fome, tomei um banho quentinho coloquei uma roupa de frio, desci e fui até o restaurante do próprio hotel, pedi um almoço, sentei ali mesmo e comi aquele arroz com farofa maravilhoso que a tia Cida fazia, agradeci e não subi para o quarto fiquei alguns minutos refletindo até que me bateu um estalo, uma intuição!

Vá ao centro !!!

ESTAVA arrumado e apesar da garoa acabei indo, eu tentava andar de pressa mais parecia que eu era uma lesma, resolvi descer pela rua das grifes que seria um caminho mais rápido ao centro, assim que dobrei a esquina da renner, não demorou nem dois segundos para avistar um tumulto... curioso que só cheguei próximo e não podia acreditar no que via, corri para o centro do tumulto e lá estava ele deitado, já frio pálido sem pulso...

O Médico não demorou muito a chegar, com uma lanterna olhou as pupilas, checou com a mão o pulso, olhou para todos, em seguida olhou pra o relógio e com embargo na voz disse:

- Hora do óbito 18 horas e 23 minutos

Senhor Augusto havia morrido, eu não sabia ainda a causa, sentia apenas a perda de um velho, de um velho amigo... Não podia ficar triste o senhor Augusto sempre viveu muito bem sua vida sorriu quando tinha que sorrir, chorou quando tinha que chorar, dançou quando precisava dançar... Contrariar as Contrariedades era o que aquele velhote amigo de todos mais fazia

“Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inlcusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora da minha própria vida”

C. Lispector

Fim

Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inlcusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora da minha própria vida.

#comentem!

Jardon: que ótimo que estou agradando! Espero que continue lendo

Wiyllas Freitas, Nando e Renatto a serie não acabou... tá ai mais um capítulo para vocês lerem!!

@comentem

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Comentários

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Concordo com MilteX inteligente e ágil diria tbm uma escrita impecável

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Adorei ler mais esse conto vc escreve muito bem ,ja estou na expectativa de ler mais um conto .

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Irei continuar acompanhando sim. adorando de verdade. Uma pena que o Sr. Augusto faleceu. Curioso pra saber quem é esse neto medico que ele tem. Me veio até que poderia ser o Rick não sei pq.

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