O Orfão. 04

Um conto erótico de Berg
Categoria: Homossexual
Contém 1476 palavras
Data: 31/01/2016 19:58:15
Última revisão: 31/01/2016 20:08:21

Estava caído no elevador quando aquele homem que fizera um inferno do meu dia atendeu um chamado naquele radinho.

- ah, chegaram? Estou descendo com o elemento já. (falou o homem com uma voz de herói)

Ainda no elevador o homem ajeitava o palitó e a gravata.

Felipe – e minhas coisas?

- na cadeia você não vai precisar daquelas porcarias.

Felipe – cadeiaaaa?

xXX

Vô Francisco – Felipe, preciso que você vá no armarinho comprar corda de 12mm.

Felipe – vai usar corda em que vô?

Vô Francisco – é pra atar uma rede, não aguento mais dormir naquele colchão duro. Sinto muitas dores na costa.

Felipe – então é melhor procurar um médico vô. Rede não vai aliviar sua dor.

Vô Francisco – alivia, que quando sua avó era viva, ela dormia em rede e aliviava.

Felipe – isso é mito.

Vô Francisco – mito nada, e vamos parar com essa conversa que esta chegando a noite já.

Felipe – ta bom vô, me da o dinheiro e diz quantos metros de corda o senhor quer.

Meu avô tirou o dinheiro da carteira e me entregou pedindo que eu não me demorasse.

Felipe – Pode deixar vô, vou num pé e volto noutro.

xXX

Delegado – pode fazer uma ligação pra sua família, se quiser.

Felipe – eu não tenho família, delegado.

Delegado – e mora aonde?

Felipe – também não tenho casa.

O delegado chamou um rapaz que estava na porta de sua sala e pediu que ele trouxesse minha ficha.

- já puxei delegado, não consta nada.

Delegado – réu primário é? (o delegado perguntou)

Felipe – sou sim senhor. Não fiz nada, delegado.

Delegado – ah fez, alguma coisa você fez, ninguém vem pra cá tirar férias não.

Felipe – Juro pro senhor. Tudo ta sendo um mal entendido, eu tava trabalhando.

O delegado e outro policial se olharam e começaram a rir copiosamente.

Delegado – e vagabundo agora trabalha? (o delegado perguntou ao policial)

Policia – trabalha sim, delegado, e recebe diária. Todo dia volta com o bolso cheio. (rs)

E voltaram a sorrir.

Delegado – então você não tem família, não tem casa. Tem dinheiro pra pagar a fiança?

Felipe – de quanto é essa fiança?

Delegado – hum mil e quinhentos reais. Você tem?

Felipe – Não, eu não tenho esse dinheiro.

Delegado – então, você vai ter que...

O delegado foi interrompido de suas conclusões devido a um alvoroço na delegacia, e outro rapaz foi encaminhado a sua sala.

Delegado – de novo você aqui?

- claro, vocês estão de marcação cerrada com minha cara.

Delegado – O que você aprontou dessa vez?

- eu não fiz nada. Vocês podendo correr atrás de vagabundo, estão prendendo um cara inocente como eu.

Delegado – esta vendo ae?(o delegado falou olhando pra mim) mais um que não fez nada. São tudo trabalhadores. Ligue para o seu pai. ( o delegado falou apontando o telefone ao rapaz que a essa hora estava sentado)

O rapaz pegou o aparelho que ficava encima da mesa do delegado, e começou a discar para alguém.

Delegado – e quanto a este outro elemento, pode trancar. ( o delegado se referia a mim)

Um policial veio em minha direção e me acompanhou ate a parte do fundo da delegacia.

Felipe – por quanto tempo irei ficar aqui? (perguntei ao policial)

Policial- vai ser rápido, você não vai nem perceber. (o policial falou me jogando dentro de uma cela, junto a outros presos).

Encolhi-me no fundo da cela, e comecei a chorar baixinho. Vim pra cidade com a intenção de melhores condições de vida, e ao contrario disso, minha vida estava em desastre, nunca antes havia sido preso, nunca antes havia sido acusado de roubo.

O mesmo rapaz que hora antes estava na sala do delegado, também foi conduzido a cela.

Policial – entra ae pra esfriar a cabeça. (e jogou o rapaz na cela).

O tratamento aqui é vip.(eu pensei)

xX

não demorou muito e o rapaz logo foi solto, e eu como não tinha dinheiro, continuei encarcerado.

xX

Já pela noite, o policial veio me chamar.

Policial – Vamos lá delinquente, o delegado esta te chamando.

Não pensei duas vezes, levantei-me daquele chão gélido e ultrapassei as grades.

Cheguei à sala do delegado e ele conversava com um rapaz elegante.

Policial – aqui esta o infrator, delegado.

Delegado – você é sortudo hein rapaz!? O Miguel resolveu retirar a queixa contra você.

Só então percebi que aquele rapaz elegante se tratava do Miguel.

Miguel – vim te buscar Felipe, já conversei com o Celso e esta tudo resolvido. Você esta livre.

Não dirigi nenhuma palavra ao Miguel.

Felipe – então, já posso ir delegado?

Delegado – sim, e não apronte hein rapaz!

Felipe – pode deixar. (falei virando a costa e me retirando da sala do delegado).

Miguel – mais uma vez ,obrigado, Celso. (Miguel cumprimentou o delegado e depois chamou por mim) Felipe, espera.

Eu saí mais que de presa daquela delegacia.

Miguel – Felipe me espera caramba.

Felipe – fala cara, o que tu quer?

Miguel – pra tu me esperar. Meu carro esta pro outro lado.

Felipe – só e ir pelo outro lado então. como eu não tenho carro me esperando, vou pro lado de cá mesmo.

Miguel – você não vai comigo?

Felipe – não.

Miguel – e aonde vai dormir?

Felipe – já passei o dia dormindo na merda dessa cela, vou aproveitar a noite pra faturar uns trocados.

Miguel – não, vou ti levar pra minha casa, tive grande culpa em você ter vindo parar aqui.

Felipe – tu acha, Miguel? Eu tentei tanto te explicar cara, e você me virou as costas.

Miguel – eu sou muito racional, Felipe. Você vive na rua, anda sujo, e além do mais o Pedrão esta preparado para essas situações, achei que ele tivesse certeza do que estava falando. E o que foi isso no teu rosto?

Felipe – toca não cara. (tirei a mão do Miguel, quando ele tentava tocar no machucado que fora ocasionado pelo segurança).

Miguel – precisamos cuidar desse ferimento, teu supercílio esta aberto. Vou ti levar a um hospital e depois você vai pra minha casa. (falou Miguel, já tentando arrastar meu braço).

Felipe – não quero tua ajuda, daqui pra frente eu me viro sozinho.

Miguel – deixa de ser marrento, moleque, aceita a minha ajuda.

Felipe – não sou marrento. Só quero pegar minha mochila e minha caixa que ficaram lá naquele escritório.

Miguel – já estão comigo no carro.

Felipe – então pronto é só isso que quero.

Miguel – você tem certeza disso, Felipe?

Felipe - tenho sim.

Acompanhei Miguel ate o carro e peguei meus pertences.

Miguel – Felipe me desculpa, eu errei com você, e eu tenho que fazer algo pra consertar isso.

Felipe – não tem nada que você possa fazer para consertar. Eu fui preso cara, eu fui taxado de bandido. Você poderia ter me ajudado quando eu te pedi.

Miguel – mas eu achei que realmente você fosse bandido. (Miguel falou levantando a voz) só depois o Guilherme explicou tudo e eu pude entender o que realmente havia acontecido. Eu fiquei envergonhado com minha atitude e fiquei revoltado com o Pedrão, tanto é que dei uma suspensão pra ele.

Felipe – não precisa me explicar nada não. Eu já vou indo, tenho que ganhar o dia que você me tirou. (me afastei do Miguel e ele ficou lá parado ao lado do carro. Eu ia dormir no banco da praça, mas não ia voltar pra casa dele, nunca mais).

Depois de pegar dois ônibus, finalmente cheguei à praça de ‘’nossa senhora’’. Ao longe avistei um carrinho de cachorro quente e fui lá forrar o estomago.

Felipe – um completao pra comer aqui, por favor, e um suco de abacaxi.

Atendente – só um momento.

Felipe – eu aguardo.

Assim que meu pedido ficou pronto, eu sentei em uma das cadeiras de plástico que estava disponível aos clientes e comecei a jantar. Assim que terminei de fazer minha refeição, percebi uma grande movimentação na catedral que ficava logo em frente a praça.

me dirigi ate a atendente e perguntei se estava tento missa aquele horario.

Atendente - nao é missa nao, e um grupo de oração,

Felipe - ah ta. obrigado.

paguei ao que eu havia consumido, peguei minha mochila e meu caixote e me aproximei da porta da igreja. la chegando pude ver a quantidade de pessoas que se reuniam próximo ao altar.

**

♫♫♫♫♫♫♫♫♫♫♫♫♫

Como a ovelha perdida, pelo pecado ferida

eu te suplico perdão, ó bom pastor.

Como o ladrão perdoado, encontro o paraíso ao teu

lado

lembra-te de mim, pecador por tua cruz.

Como a pecadora caída, derramo aos teus pés minha

vida

vê as lágrimas do meu coração e salva-me!

♫♫♫♫♫♫♫♫♫♫♫

**

coloquei minha caixa e mochila atras daquela grande porta e me ia caminhando ao altar tambem, estava precisando de um milagre pra minha vida.

antes de eu chegar no altar alguém tocou em meu ombro.

Felipe - ta me seguindo, cara?

Miguel – Felipe me deixa te ajudar cara, por favor. fui pra casa, mas não vou conseguir dormir tranquilo pensando no que eu o fiz. Por favor, deixa eu fazer alguma coisa por você.

Felipe -...

Continua...

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Comentários

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Uau!!!! Algumas lágrimas caíram com esse capítulo. Parabéns

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Muito boa sua história tá de mais mesmo gostando muito. . . Volte logo.

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Estou gostando muito da história, perdoe-me por não comentar antes. Eu posso entender o estereótipo que o Miguel teve dele, então, para facilitar, ele deveria saber um pouco sobre os planos do garoto, ele só sabe que ele está na rua... Mas eu creio que virá surpresas :D

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Show de bola! Espero que o Felipe de a volta por cima, mas sem a ajuda do Miguel, detesto gente que quer pagar de "bom moço" mas na primeira chance mostra esse lado superficial e preconceituoso, ainda quero que o Guilherme entre na disputa.

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Seu conto tá espetacular BERG, fascinate.

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Acredito que todos devem ter a oportunidade de se redimirem de seus erro. Espero que Felipe dê esta oportunidde a Miguel. Estou gostando muito deste conto. Aguardo, ansioso, a continuação. Um abraço carinhoso para ti,

Plutão

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Ancioso aqui! Espero que dê tudo certo...10

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Espero que Miguel se sinta culpado por mto tempo! Tô aqui quase chorando imaginando as cenas! Amei o capítulo!

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Cara, comecei ler o seu novo conto agora e adorei todo o enredo, tadinho do Fe, me deu a maior vontade de chorar lendo esse capítulo, cara poste o próximo o quanto antes rs. Abracos man...

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Por favor posta mais capítulos logo. Já estou amando esse conto <3

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