Verdade ou Consequência? PARTE 1 - VERDADES

Um conto erótico de Alec W.
Categoria: Heterossexual
Contém 8669 palavras
Data: 26/02/2016 17:49:17
Última revisão: 27/02/2016 06:33:04

A quem iniciar a leitura por este, ofereço três alternativas. Primeira: leia os contos anteriores, para melhor compreensão. Segunda: leia o primeiro e o quarto conto, cujas leituras possibilitam o entendimento deste. Terceira: pule as leituras recomendadas e vá diretamente ao resumo das personagens, a seguir.

ALEC - Sou eu. Hoje, advogado, noivo, 28 anos. À epoca dos fatos, tinha 22 anos e retornava à faculdade de Direito, após sofrer um acidente, que mudou a minha vida. Sou muletante e mil vezes mais amigo que dono das minhas muletas, Berenice e Bernadete. Um cara de bem com a vida.

SOFIA- Minha maravilhosa namorada, hoje noiva. Loira, olhos cor de mel, lábios lindos, pequenina, 1,57m, magra, porém com bumbum empinado e seios bem fartos. Extremamente fogosa. Órfã de mãe. Filha de Sérgio, irmã de Sávio e Heitor. Muito amiga de Louise.

SÉRGIO- Meu sogro. Viúvo, alto, forte, cabelo cortado à maquina, aparência mais jovem do que sugere sua idade. Homem extremamente perceptivo, Sérgio é um pai presente e carinhoso.

SÁVIO- Meu cunhado mais velho. Muito reservado, inspetor de polícia,102kg de músculo em 1,86m, cabelos castanhos, pele clara, usa a barba sempre por fazer, gosta de estar em casa, de cozinhar e de proteger seus irmãos.

CLARICE- Namorada do Sávio. Fonoaudióloga, estatura mediana, gordinha, muito bela, cabelos e olhos pretos.

HEITOR- Meu cunhado mais novo. Bancário, 1,80m, 89 kg, cabelo cortado à máquina, impecavelmente barbeado, cuidadoso com a aparência, músico, estudante de Economia, parecidíssimo com meu sogro.

AGATHE- Namorada do Heitor, perfeitamente linda, alta, loira de olhos azuis e lábios rosados, filha de franceses, estudante de Engenharia Civil. Vive com sua tia Aimee.

MARCELO- Um dos melhores amigos que fiz, no retorno faculdade. À época, Marcelo tinha 26 anos e estudava na mesma turma que Sofia e eu. Mecânico, mulato, musculoso e sensual, Marcelo fazia o maior sucesso com a mulherada.

LOUISE- Uma das melhores amigas da Sofia. Comeu tanta gente, que pode ter comido até a minha mãe, rsrsrs. Pansexual assumida, morena, 1,76, 70 kg, coxas grossas, malhada, definida, cabelos longos e pretos, seios turbinados por silicone e adora orgias. Perfil dominador.

Por oportuno, acrescento que se algum leitor se parece comigo, há a possibilidade de que ignore as três opções, lendo, primeiramente, o fim deste conto, para que saiba até onde sua lógica e imaginação poderão trabalhar.

Feito o resumo preliminar, a hora é esta. Vamos lá, meus queridos e queridas? Muitíssimo grato por todos os comentários, abraços mil e boa leitura.

Verdade ou consequência?

Parte 1 - VERDADES

Narrado por Heitor

-Heitor... Não vim aqui para defender nenhuma verdade, porque a única que importa, você já sabe: eu te amo e jamais desistirei. Entretanto, nada me impede de manifestar a minha opinião: se puder, aquela garota vai tentar te prender, mesmo que seja apelando pro velho golpe da barriga. Você está se cuidando?

-Sem abrir exceção. Não tenho maturidade nem pra cuidar de mim, quanto mais de um filho.

-E se ela conseguir juntar as peças, nos descobrir e ameaçar dizer à sua família?

-Acho que não. Nosso esquema é bastante seguro e ainda que não fosse, ela não poderia dizer nada, porque fui claro, ao aceitar o relacionamento apenas no modo aberto.

-Aberto? Só se for da sua parte. Continuo pensando que ela pode vir a te chantagear.

-Pode ser... Mas tenho muito mais medo do meu cunhado, porque ele é perspicaz e formador de opiniões. Apesar de não parecer preconceituoso, sabe-se lá? E se influenciar a família a se posicionar contra? Ainda bem que o Alec continua mais por fora que cu de gato, Marcelão... Por que não foi deixando a amizade esmorecer, quando ele sumiu das baladas? Que merda, cara, quase quatro meses de nervosismo, já! Em algum momento, ele vai acabar descobrindo!

-Te acalma, porra! Que mal pode haver, numa amizade? Se a Louise não fosse amiga da Sofia, talvez não estivéssemos aqui, hoje. Nunca imaginei que o Alec iria namorar justamente a sua irmã, caralho! Sabe o que eu faço, se ele descobrir? Eu saio do armário, Heitor. Procuro o seu pai, assumo que você é meu, que eu sou seu e coloco um ponto final nessa agonia.

-Dizê-lo é forte e ouvir é lindo, mas ainda não estou pronto para me assumir, Marcelão. Às vezes, vejo o meu pai tão quieto, me analisando, sem nada dizer e penso que ele sabe da minha sexualidade. Às vezes, acho que é delírio meu e que ele pensa que o Sávio é que gosta de homem, afinal, tem a grana, a mulher e o apê comprado, mas não fode e nem sai de cima, porque não se casa nem a pau. Não consigo decidir. Só sei que estou muito longe de estar pronto.

-Mas pronto para levar vara, você está, né, rs? Deixa de conversa e empina esse cu, que meu pau está estourando de duro e o seu também. Não há nada mais tesão do que te ver dando de pau duro e liberando o pré-gozo. Isso! Bunda pra cima, para receber o caralho do seu macho! Toma pica no cu, porra! Toma mais! Isso... engole a minha tora e rebola, que o meu saco vai bater na sua bunda até ela ficar vermelha! Tá gostoso?

-...

-RESPONDE, PORRA!

-Cala a boca e me fode, caralho! Soca com força! Falar, falar, falar... É só isso que você consegue fazer, rs?

-Rá... brincou com fogo! Vou arregaçar o seu cu sem um pingo de pena. Se rasgar, problema seu! Toma! Toma caralhada nesse rabo gostoso! Toma!

-MAIS FORTEEEEEE!

-Já sei de que você precisa... Levar nesse cu tomando uma surra das minhas havaianas do tamanho duma prancha de surf! É isso o que você quer? Pois toma! Uma! Não se encolha, não, você pediu por isso! Aguente! Lá vai outra: duas! Apanhe como homem! Agora, quatro do outro lado, em sequência: três, quatro, cinco, seis! Quer que eu pare?

-BATE MAIS E ENFIA ATÉ O SACO!

-Meu pau de óculos! Terra chamando! Surtou, cara? Desse jeito, vou te machucar!

-POIS ENTÃO, MACHUCA, PORRA! NÃO É À TOA QUE EU GOSTO DE MACHO QUE ME FAÇA URRAR E CHORAR NA VARA!

-Então chora, caralho! Toma mais chineladas! Toma mais rola, toma! Apanha, do jeito que você gosta, porque está merecendo ser punido por não ter se depilado do jeito que eu mandei! Adora ser punido e ficar todo marcado, né, seu pervertido? Seu cu pisca! Quer apanhar mais? Quer mais rola negra no fundo do seu cu?

-AAAAHHHHHH... QUEROOOO!

-Só não vai ter, rs. Vou tirar.

-NÃO TIRA, PORRA! SACANAGEM, NÃO TIRA!

-Rs, já tirei. Ajoelha aqui e vem fazer uma gulosa no seu homem, chupando a vara que eu tirei do seu rabo. Toma um Halls preto. Se chupar direitinho, bem submisso, prometo montar em você e socar a vara até lascar seu cu. Uuuuhhhhhh, que boca! Isso, mama meu saco, também! Mama! Lambe as bolas! Lambe o freio... passa a língua bem gostoso... ahhhhhh... Que língua! Isso... acaricia a coroa com os lábios... Porra, olhando nos olhos é covardia! De quem é esse cacetão preto? Rs, é seu? Tudão seu? Então, engole e te prepara, pra ter a boca fodida! Toma, toma nessa boca macia e gostosa do caralho! Uuuhhhhhh, tesão! Toma! Uuuhhhhh, puta que pariu, tô quase gozando... Quase. Chega de mamar. Sobe na cama e fica de quatro. Isso... Porra, vou ter que chupar esse cuzão delicioso!

- Caralho... aaaahhhhhhh... chupa... chupa meu cu... maissss... porra, que boca! Baba no meu cu, que está piscando pra levar pistolada... uuuhhhh, aaahhhh, uuuuhhhhh, maissss! Mete logo! Preciso do seu pau dentro de mim!

-Só se for agora, rs! Isso... mata a sua vontade de ser preenchido! Toma pirocada! Hummm, que rebolado da porra! Vai gostar de pica, assim, lá na casa do caralho! Toma, toma, toma!

-Ahhhhhhhhhhhh... maisssss, vai... maissssss...

-Rsrs... vamos ver como está esse pau!

-NÃO TOCA EM MIM, CACETE! SE FIZER ISSO, EU VOU GOZAR!

-Rs, mas eu quero que você goze, porque as minhas gozadas mais intensas vem junto com as contrações do seu cu! Hummmm, o que temos, aqui? Que tesão! Seu pau está todo babado!

-PUTA MERDA, FODEU! FODEU, TÔ GOZANDO! TÔ GOZANDO, PORRA! AAAAAHHHHHHHHHHH...

-Porra, caralho, tomar no cu, que delícia... morde meu pau, que eu também tô gozandooooooooo... ai, caralho, puta que pariu, que cu, tô gozando, uuuuhhhhhhhhh! Tô gozando e nem vou tirar. Tá uma loucura ficar de pau dentro, vou dar duas, uuuuhhhhhh!

Aquela fora uma noite hardcore. Quatro fodas, cada qual mais violenta. Matei minha fome de vara e deixei meu macho sem ter sequer uma gota de porra, de reserva. Dei muito, que loucura e que prazer! Meu cu ardia e doía, mas... e daí? Adorei, pois era viciado em duas coisas: dar a bunda selvagemente e o pauzão grosso do Marcelo, arrebentando as minhas pregas. Cheguei em casa com a prudência duma serpente. Andei na ponta dos pés, silenciosíssimo, afinal, não queria que meu pai acabasse acordando e me visse. Eu não teria forças suficientes para dissimular o que sentia.

Debaixo do chuveiro frio, meus dedos tateavam o estrago que me deixara todo aberto. Para mim, ser ativo não era problema, mas a minha tara pelo caralhão do Marcelo não tinha limites. Era só vê-lo de mastro em riste que meu cu piscava, reivindicando seu direito aos gozos inacreditáveis que ele me proporcionava.

No entanto... era só passar o frenesi das transas, que eu sentia ânsias de choro e apressava a nossa despedida, fugindo para a 'segurança' da minha casa. Marcelo protestava. Queria que eu ficasse, que dormíssemos abraçados, queria acordar me cobrindo de carinhos, me beijando e me chamando de amor. Sim, porque, para a sociedade, o meu Marcelão representava muito bem o seu papel de ogro quase tosco, mas só eu sabia o quanto ele era capaz de ser adorável e romântico, o quanto aquele homem sabia beijar. Eu não podia provar do sabor de uma noite inteira ao seu lado, pois me conheço e sei que após ter, não suportaria viver sem. E como ainda não desenvolvera o necessário suporte emocional, para assumir a nossa relação, continuávamos a pagar de comedores de mulher e sofríamos. Não era tão fácil manter nossas imagens a salvo de especulações. Para tanto, vez por outra, ficávamos com alguma garota; pela primeira vez, eu estava namorando, ainda que num relacionamento sem o ônus da fidelidade mútua e também contratávamos garotas de programa, para irmos a algum motel. Eu seguia no meu carro, com uma puta e o Marcelo, no dele, com outra. No motel, pedíamos dois quartos e pagávamos às garotas para não fazerem porra nenhuma, a não ser nos esperarem para sair, enquanto nos devorávamos.

Não digo que não gosto de mulher, mas poucas souberam me levar ao céu. Das santas às putas, a rainha delas, indiscutivelmente, foi Louise, que, inclusive, me iniciou na arte da inversão. Até ali, eu sabia do meu latente e secreto tesão por vara, mas nunca tinha ido além dos pensamentos, das punhetas com o dedo socado no cu e de experimentar calcinhas (eu adorava a descarga de adrenalina, ao comprá-las) quando estava sozinho, em casa. Não ofereci resistência alguma, na noite em que Louise introduziu o primeiro consolo no meu rabo, enquanto me chupava. Abri as pernas sem o menor pudor e, a partir do momento em que a cabeça do bicho me invadiu, descobri que aquele era o prazer que sempre procurei. Com poucas enfiadas, gozei como nunca. Senti uma fraqueza inexplicável, que me prendia à cama, um estado de torpor e de satisfação, completamente novo. Daí para a frente, viciei em ficar com a Louise e todas as vezes que a piranha chupava meus mamilos, meu cu piscava e vinha a inenarrável vontade de dar, que jamais lhe ocultei. A vadia fazia de propósito. Chupava, mordia, lambia, torcia e beliscava meus mamilos porque sentia tesão em me ver pedindo brinquedos cada vez maiores. Loulou me comeu em todas as posições possíveis, ensinando-me, inclusive, a comê-la ao mesmo tempo em que socava um consolo no meu cu. Dar comendo ou comer dando, como queiram, era do caralho. Mais um vício pra minha coleção, que só fazia progredir e proliferar.

Certa ocasião, a Louise me confidenciou que adorava dar o cu e a buceta, ao mesmo tempo e estava louca para levar uma DP, num ménage à trois. Sempre fui ciumento, mas Loulou não era minha, era do Daniel, o corno oficial e... do bonde, rs. Disse-lhe que podia contar comigo, perguntei se já tinha escolhido o outro cara e ela me disse que sim, que era um colega de classe, que se chamava Marcelo, era um mulatão alto, mecânico de motos, delicioso, musculoso, pirocudo, sacudo e sacana, que, inclusive, era versátil e adorava um macho. Desnecessário dizer que meu rego coçou, meu cu piscou, meu pau subiu e melou a cueca, mas digo-o, para ressaltar a intensidade do desejo.

Há quase um ano, a minha história com Marcelo começara naquele ménage. Desde que nossas línguas se encontraram, trocando saliva, enquanto lambíamos a buceta da Loulou, num beijo atrevido, soubemos que pertencíamos um ao outro. Naquela mesma noite, pela primeira vez, entreguei-me a um homem, enquanto a Louise quicava no meu pau, atolado em seu rabo. Fiquei louco pelo meu primeiro macho e custei a conseguir conciliar a imagem do baladeiro da turma da minha irmã, com a imagem do cara maravilhoso que me fazia estremecer, por tudo o que ele era: carinhoso, safado, tesudo e me queria só para si (ficava puto quando eu transava com outros caras, pois não tínhamos compromisso), sempre demonstrando que eu era importante, em sua vida e coração.

Confesso que fiquei com outros caras (todos tão enrustidos quanto eu) porque sabia que iria me amarrar ao Marcelo. Um dia, teria coragem para assumir meu homem e, obviamente, não o faria sem antes provar de outras picas. Queria saber qual era a sensação de cada formato de pênis, invadindo o meu reto, penetrando a minha boca, roçando no meu pau, cabeça com cabeça, queria comparar os sabores, odores e densidades de vários pré-gozos e espermas. Então, ele podia ter transado com um batalhão e eu tinha que me manter puro, a fim de ser seu quase-virgem? Tá, que fosse esperando. Sentado, porque, na minha discrição, até criar coragem para me assumir, eu daria a quantos dotados quisesse.

Tentando me desvencilhar das recordações, cuidadosamente lavei minha boxer suja de porra e sangue. Eu realmente me excedera e sangrara um pouquinho. Desliguei o chuveiro, pois já estava na água há quase uma hora, sequei-me e me vesti, a fim de esconder as marcas das chineladas que o Marcelo me deu. Fui chorar na cama. Era o jeito.

Como o mundo é desigual, meu Deus! - pensei, analisando a sofrida realidade de todos quantos não se enquadram no padrão de heteronormatividade e/ou nas expectativas de família e sociedade. Meu pai só faltava estender um tapete vermelho ou deitar no chão para ser pisado, caso faltasse o tapete ou carregar Clarice na cabeça, para agradá-la. Até o Alec, que era novo na família, gozava da maior consideração e do maior respeito de seu Sérgio. Eu via meus irmãos sendo felizes, beijando na boca até as línguas invadirem as gargantas, vivendo abertamente seus amores, fazendo planos para o futuro e chorava, por ver a minha vida acontecer de forma tão destoante das minhas verdades: escondendo-me sob a fachada de um namoro, beijando uma boca indesejada e recorrendo a qualquer coisa azul, para suportar a mornidão do sexo burocrático, tão certinho, tão limpinho e tão asséptico, que chegava a ser nojento! Outras mulheres me excitavam, mas aquela, NÃO, jamais, pois ela representava a negação de tudo o que me era precioso.

Será que valeria a pena tentar fazer minha família feliz, mediante uma cínica mentira, visto que a mentira é a mais frágil das bases e tem as pernas curtas? Até onde eu conseguiria caminhar? Filha de um casal de franceses, falsa magra, alta, loira de cabelos longos, olhos azuis e dona duma boca tão linda, que era um caso de polícia, Agathe, 'minha' namorada, certamente era o sonho de muitos homens. Mas, infelizmente, não era o meu. Sua pele macia, em contato com a minha, não desencadeava a centelha primitiva que faz o fogo amplo brotar das profundezas, abrasador. Tão diferentes eram nossas peles quanto nossos conceitos, valores e percepções, de forma que eu já não sabia o que me tornava desejável, a seus olhos.

Na noite em que o Alec pediu a minha irmã em namoro, meu pai disse haver cogitado se relacionar com homens. Disse até que entendia que homens também sofriam. Tomei aquelas palavras como duas coisas: uma indireta e um desafio, ambos dirigidos a mim. Pode ser que a minha interpretação tenha sido tendenciosa, mas enfiei a carapuça, pressentindo que meu pai estava próximo da verdade. Reagi, apresentando-lhe a 'minha' namorada, quase três meses depois. Meu pai e meus irmãos não se cansavam de elogiar a gentileza, a beleza e a inteligência da Agathe. Chorando, mais uma vez, fiquei a refletir acerca da reação do meu pai, quando viesse a saber da verdade. Às vezes, Marcelo me fazia sentar em seu colo e, me abraçando firmemente, dizia que meu pai, como um homem que criou os filhos praticamente sozinho, jamais me rejeitaria. Por mais que quisesse acreditar nisso, meu medo era maior, porque sabia que devido à nossa semelhança física, meu pai me associava consigo mesmo. E se eu era o filho igual a ele... como poderia exercer o inalienável direito de ser eu mesmo - homem que gosta de homem?

Dentro de mim, perguntas demais e respostas de menos, havia. Meus dois refúgios eram o trabalho (que tomava grande parte do meu tempo) e a música. Eu me arrependia de não ter concluído o curso de Violão Clássico, mas, naquele momento, minhas prioridades eram terminar a faculdade de Economia e tentar um novo concurso. Apesar de gostar do trabalho no Banco, era necessário perseguir um objetivo maior, portanto, eu queria tentar um concurso de elite. A carreira de Auditor Fiscal me agradava, pois, semelhantemente ao meu pai, sempre preferi uma atividade dinâmica a trabalhar preso numa repartição.

Ultimamente, eu não conseguia focar nos estudos. A cabeça andava cheia de tudo o que a boca não ousava pronunciar, por isso, a crescente importância da música. Era através dela que a minha alma se expressava, em lágrimas invisíveis. Ou quase, pois, recentemente, eu passara a transpirar muito e atribuía isso à forma alternativa que meu corpo tinha encontrado para chorar sem ser julgado. Quase abraçado ao meu violão, eu improvisava sobre o Libertango, de Astor Piazolla, a Valsa Amazônica número dois, o Noturno Opus 9 número dois, de Chopin, a Valsa do Adeus, as Bachianas Brasileiras e muitas outras músicas que tinham a cor, o som, o perfume, a textura e o sabor dos meus sentimentos, confirmando que música, se faz para provocar e aflorar os cinco sentidos. Eu adorava a grandiloquência dos acordes que iniciavam a Valsa Amazônica número dois, que soavam como balas de canhão arremessadas por catapultas, a destroçar corações desavisados. Um som surpreendente. A dura delícia da paixão perigosa. O medo e o desejo pelo desconhecido. Tudo a ver.

Será que eu seria capaz de rir e brincar com a família, antes de sair para o trabalho? Teria que ser. Todos os dias, eu era o mais brincalhão e vivia atazanando o Sávio. Um cara muito bom, o meu irmão, porém, muito na dele. Não se manifestava nem mesmo quando instado a fazê-lo. A Sofia, eu deixava em paz, pois, ao retaliar, ela me atazanava em dobro, afinal, não tinha noção do perigo. Eu sabia de muitos segredos da minha irmã, associados à Louise.

Quem me apresentou à Louise foi a própria Sofia, há pouco mais de dois anos, embora fossem amigas há mais de três. Até um cego enxergava que a gostosa da Loulou era uma rodadíssima prostigaliranha e que a Sofia era uma dissimulada. A própria Sofia-Capitu. Assim que comecei a ficar com a Louise, sob a promessa de não dizê-lo em hipótese alguma (agora posso dizer, pois a manutenção do segredo perdeu seu objetivo), ela me confirmou que compartilhara muitas putarias com a minha irmã, só não fizera sexo vaginal, nem anal, pois, na época, a Sofia ainda era virgem e medrosa. Com seu sorriso devasso, Louise se recordava de como dava tapinhas carinhosos na bucetinha carnuda, latejante e molhada da minha irmã, dizendo: '-Pode guardar o seu selinho.' Era surreal imaginar minha irmã lambendo a buceta de sua amiga, beijando na boca e recebendo siriricas com direito a dedinho no ânus. Mas que era excitante, era, bem como foram a piranhagem e a perversão da Loulou que me fizeram sentir um tesão louco em prosseguir com as ficadas. Perto dela, eu era café com leite, na cama. Mas aprendi depressa. Louise fez de mim um homem muito melhor e mais completo. Eu aterrorizava meu pai, dizendo que um dia, acabaria me casando com ela e meu pai quase me paria pelo pau. Mas, enfim, as aparências permaneciam a salvo.

Só as aparências, porque minhas lágrimas ensopavam o travesseiro. Que caralho, eu não conseguia dizer as palavras cruciais nem para mim mesmo! Por que? Por que tanto medo? Medo até de mim mesmo, que, no fundo, estava me comportando como o meu julgador mais impiedoso? No outro lado do quarto, o Sávio dormia o sono dos justos. Ao menos chorar livremente, eu podia. Chorei até lavar a alma, fui à cozinha, peguei um copo grande, fui ao bar, enchi o copo de Excess Black e virei. Sem gelo. Queimou. Ardeu. Ainda não satisfeito, tornei a encher o copo e a virar. Posicionei a garrafa quase vazia num canto mais escondido, fui à cozinha, lavei o copo, voltei à cama, com o corpo pegando fogo pela ingestão de seiscentos ml de vodka, com o estômago vazio e disse, apenas movendo os lábios:

-Eu te amo, Marcelo.

Nem nos nossos momentos mais íntimos eu tinha me atrevido a proferir aquelas palavras, para o meu amor. Ele vivia dizendo que me amava e sempre teve a sabedoria de jamais me pressionar para retribuir. Pois bem, na próxima vez que nos encontrássemos, eu diria que o amava com todas as minhas forças. Chorei mais, minha cabeça girou, não sei se do álcool ou da pressão baixa e acabei perdendo a noção de mim. Consciência entorpecida, dormi.

Sonhei. Eu estava trabalhando, só havia mais um caixa, além de mim e a pessoa que atendia naquele caixa, era a Agathre (que jamais trabalhou num Banco). A fila estava numerosa e o ar condicionado não dava vazão. De repente, no fim da fila, avisto o Marcelo e ele estava completamente fora do seu natural. Sem se importar com quem estivesse a observá-lo, as lágrimas lavavam seu rosto. Eu ia atendendo às pessoas mecanicamente, preocupadíssimo e sem conseguir tirar os olhos daquele cara que vivia para me fazer rir, afirmando que não era mulato e sim uma delícia dum negão, rs, mostrando as covinhas do rosto, com seu sorriso de moleque travesso ou fazendo o que fosse. Contudo, ele estava ali, chorando numa fila de Banco, à vista de muita gente e eu não podia fazer nada para aliviar sua dor. Lentamente, a fila diminuía, até que vi Marcelo ceder sua vez a uma senhora, a fim de ser atendido por mim, pois eu ainda estava ocupado. De repente, ele estava na minha frente e me entregou várias faturas de cartão de crédito, sem dizer palavra e sem parar de chorar. Verifiquei que as faturas eram altas e não eram dele, mas minhas. Marcelo estava pagando as minhas contas e entre elas, encontrei um cartão. Quebrando todos os protocolos de atendimento, deixei as faturas de lado, para ler o cartão, que dizia: 'E se você puder me olhar, se você quiser me achar e se você trouxer o seu lar, eu vou cuidar, eu cuidarei dele. Eu vou cuidar do seu jardim. Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele. Eu vou cuidar. Eu cuidarei do seu jantar, do céu e do mar e de você e de mim.' Sempre cuidarei, Heitor. Amo você. Seu Marcelo.

O trecho de 'Os cegos do castelo' somado às poucas, mas verdadeiras palavras, fez minha cabeça girar. Percebi que estava na hora de deixar de viver encastelado e amuralhado, na companhia dos meus cegos interiores, os quais, a cada dia, exigiam-me o pagamento de maiores preços, para manter o aluguel dum espaço psicoemocional que pertencia só a mim, mas que eu continuava a pagar, para ignorar os fatos. De repente, eu não estava mais no Banco, nem via o Marcelo. Era, novamente, uma criança de cinco anos e estava escondido no cantinho entre o guardarroupas do meu quarto e a parede, sentado, cantando baixinho e marcando o compasso com os pés. Meu objetivo era ser perfeito, na homenagem do Dia das Mães, na Escola, e eu não podia ensaiar a música perto da Sofia, pois ela contaria tudo à mamãe. Tão silencioso quanto me era possível, eu estava ali, com meu cabelo cortado igual a um indiozinho, cantando: '-Andei por todos os jardins procurando uma flor pra lhe ofertar. Em lugar algum eu encontrei a flor perfeita pra te dar. Ninguém sabia onde estava essa flor, mimosa perfeição, ela se chama flor mamãe e só nasce no jardim do coracão.' Quando acabei de cantar, senti uma presença, olhei e minha mãe estava ali, chorando, emocionada. Como qualquer criança, chorei muito, ante o desfazimento da minha surpresa, mas minha mãe asseverou que aquela, fora a melhor surpresa que eu podia lhe dar e me abraçou. Ao sentir o calor do abraço, acordei, descobrindo que revivera aquele momento com a minha mãe. Ela viera me confortar, me abraçando. Vi que ainda não eram sete horas. A consciência começou a chegar e vi que eu estava na beirada da cama, pois alguém estava deitado, às minhas costas. Quando o susto me fez erguer o corpo, reconheci o peludo e pesado braço do Sávio, que me puxou de volta para a cama. Deitei-me, meu irmão me abraçou e me disse, baixinho:

-Pare de sofrer, Heitor. Até eu, que sou mais burro, já entendi. 'Se nada nos salva da morte, que ao menos o amor nos salve da vida.' Conte ao pai.

Narrado por Sávio

-Oi? Narrar? Eu? Nada a declarar, rsrs.

Narrado por Heitor

P.S.- Dissimulado que também sou, eu não contei.

Narrado por Sofia

Há quatro meses, Alec e eu namorávamos. De mãos dadas, tirávamos nossos medos para a dança da vida. Aprendíamos muito, um com o outro e crescíamos juntos, a exemplo das araucárias, que, simultaneamente, aprofundam-se e se elevam. Estudávamos juntos. Examinávamos processos juntamente com meu sogro, eu percebia que a teoria que aprendia na faculdade andava bem distante do efetivo andamento dos autos e que uma semana de prática me valia por meses de teoria. Também descobri que um bom advogado pode vir a ser muito bem remunerado, porém, todo o seu trabalho como 'psicólogo' é gratuito, não obstante tempo seja dinheiro e que o equilíbrio de tal equação consiste em que, além de tudo, o advogado seja mágico, rs. Enfim, tão inseparáveis nos tornamos, Alec e eu, que passamos a partilhar até mesmo o copo e o prato. Nossa estreita convivência me fez um bem tão grande, que tive uma surpreendente melhora quanto à minha insônia crônica.

Há dez anos eu sofria e, junto comigo, a minha família. Na primeira vez em que Alec e eu fomos ao motel, prometi à minha sogra que cuidaria dele. Prometi porque podia cumprir. Eu não ia dormir, mesmo. Tudo começou quando não havia morfina que pudesse fazer a minha mãe deixar de sentir fortes dores. Cada gemido da minha mãe era uma punhalada no meu coração, pois todos eles sinalizavam para o fim e a saudade eterna. À noite, era-me impossível dormir o suficiente. E se, até ali, dormira mal, com a partida da minha mãe, não mais conseguia dormir. Passei alguns dias em total privação de sono, comecei a apresentar hipertensão, glicose alta, perda de peso, perda da memória, precisei ser internada e iniciou-se a guerra contra a insônia. Os remédios não me faziam dormir. A psicoterapia também não fez. De igual modo, a acupuntura, a Igreja, a ioga, o reiki, as atividades físicas e o pai de santo não me puderam ajudar.

Observei as primeiras melhoras reais depois que minha família e eu fomos apresentados à família do Alec, que nos recebeu com um carinho admirável. Meu pai e meus sogros conversaram como velhos amigos, enquanto eu notava que, à primeira vista, o Alec se parecia mais com o meu sogro, porém, seus olhos, olhares e seu gestual eram os da minha sogra. Não tardou para que meus sogros passasem a ter um lugar especial, no meu coração e para que meus irmãos também se afeiçoassem a eles. Minha sogra se encantava com as habilidades culinárias do Sávio e meu sogro se emocionava com a música do Heitor. Os dois se divertiam, cantando e apreciando uma cachacinha. Às vezes, o Alec se unia aos dois e meu sogro ficava numa imensa felicidade. Ele dizia que seu pai, que se chamava Irineu, era conhecido como Mr. Nelson, por cantar as músicas de Nelson Gonçalves, nas rodas de amigos (devia ser no puteiro, mas ele não iria me dizer isso, rs) e que o Alec herdara o admirável barítono do avô. E não era conversa de pai, era verdade. Meu amor tinha uma bela voz.

Sempre pensava que Deus escolheu e capacitou os meus sogros para ajudarem a suprir as minhas carências, pois conviver com eles me devolveu a esperança de que a minha família iria crescer, ao invés de se desfazer e, assim, comecei a dormir melhor. O que também me trazia algum medo, pois a todas as minhas pequeninas melhoras, sucedera alguma mudança. À época da minha primeira reação, vovó Maria Antônia (mãe do meu pai) faleceu, repentinamente. Embolia pulmonar. Fiquei péssima. Tratamento algum me ajudava. A misericórdia de Deus se lembrou de mim, voltei a melhorar sem tratamento e meu pai pediu exoneração do Banco, passando a trabalhar como representante de laboratório. Recaí, lutei, melhorei sem me tratar e o Sávio passou no concurso. Foi a gota dágua, pois quando o meu pai não estava em casa e surgia uma grave crise de insônia, eu corria para a cama do meu irmão mais velho, sempre paciente e compreensivo. De repente, o Sávio estava ali, não necessariamente nas noites em que eu precisava, mas naquelas em que podia estar, segundo sua escala. Eu sabia que a escolha daquele emprego também tinha sido por mim e era grata pelas noites em que tinha o abraço do meu irmão.

Minha maior melhora se deu a partir de quando conheci Sandra, uma enfermeira que cuidou do Alec, no hospital. Ela me contou que no dia em que o conheceu, sua vida estava o caos, porque seu filho e sua nora estavam fazendo do processo de divórcio uma verdadeira guerra, na qual, ela se via ameaçada de não voltar a ver os netos. Sandra se sentia tão destruída que, durante o primeiro banho que dava no Alec, começou a cantar uma música de sua Igreja, sem se aperceber do trecho que dizia: 'restaure a minha canção e torna-me como um bebê que jamais sentiu dor, restaure a glória, a glória, Senhor.' O problema de tal letra era que o Alec estava consciente de que, enquanto tivesse vida, sua maior companheira seria a dor neuropática. Nunca, nunca, nunca mais ele poderia ser como um bebê que jamais sentiu dor. Porém, em vez de a canção produzir um impacto negativo, o Alec sentiu que Sandra cantava aquela música para si mesma, então, não se revoltou, mas prestou atenção, para cantar junto. Sandra me dizia que o Alec foi um anjo que Deus colocou em sua vida, pois ele tinha o dom de saber viver.

Logo, se o Alec encontrara forças espirituais que lhe deram condições de cantar pedindo que Deus o restaurasse à condição do bebê que jamais sentiu dor, era possível que eu pudesse experimentar do mesmo. Questão de fé, esperança e amor, que começou a se concretizar no dia em que acordei às nove horas e encontrei meu pai na sala, sentado ao lado do telefone, pronto a atendê-lo ao primeiro toque, para que ninguém me despertasse daquele sono tão bom.

Agora, meu pai anunciava que passaria uma semana inteira fora de casa e sugeriu que convidássemos Alec, Agathe e Clarice, para passarem o fim de semana conosco. O maior sonho do meu pai era nos ver casados, unidos, felizes e ao seu redor. Ultimamente, o Heitor nos apresentara à sua namorada. Todos nós tínhamos gostado dela. Agathe estagiava numa construtora próxima ao Banco, estudava Engenharia Civil, vivia com uma tia solteira que era designer de ambientes, e não mantinha contato com seus pais, Laure e Denis, pois havia sido doada por eles à tia materna, Aimee, que, desafiando a burocracia, mudou-se para o Brasil, com a bebezinha, fazendo uma adoção 'à brasileira', nos meses seguintes. Aimee não era brasileira, mas seus reais, eram e não preciso dizer mais nada. Entendedores entenderão. Eu admirava Aimee, que criou a sobrinha sem nada lhe esconder e foi capaz de lhe dar o amor que fez de Agathe uma pessoa entusiasmada pela vida. Inteligentíssima, era obrigada a conviver com o bullying de seus colegas de classe, que afirmavam que seria mais proveitoso se a linda jovem fosse modelo, pois sua beleza excedia a capacidade cognitiva. Mentira pura. Agathe era muito capaz. Heitor a tratava bem, mas eu não via amor em seus olhos. Comentei com o Alec, que me respondeu: -Talvez ele esteja se permitindo, tentando amar, querendo amar. Não podemos fazer nada, só rezar para que Deus confirme esse namoro, se for para o bem de ambos ou os afaste o mais rápido possível, se assim não for.

Concordei com o Alec e nos pusemos a rezar, inclusive juntos, de forma que a sugestão do meu pai me pareceu ser o prelúdio da resposta. Meus irmãos estavam animados. Sávio tinha sábado e domingo livres e planejava preparar o que mais agradasse à Clarice, que andava sem apetite algum. Heitor e Agathe se encarregariam das bebidas, pois ela era tão boa de copo quanto o meu irmão. Se não estragasse o esmalte dos dentes, os dois beberiam acetona, rs. Como podiam beber Campari? Eca! Eu preferia beber qualquer xarope! Verdade seja dita: um vermelho copo de Campari nas mãos da Agathe, linda, loira e alta, era luxuriante, incrivelmente sexy. Mas tal bebida nunca seria para mim. Na divisão das atividades preparatórias para o fim de semana, o que me cabia era fazer as compras, guardá-las e organizar a casa.

Após cumprir minhas tarefas, fui tomar um banho, para ir à casa do Alec. Meu pai montara a minha suíte com todos os confortos que pudera, inclusive com uma banheira, por acreditar que banhos relaxantes, contendo a cor e o aroma certo, favoreceriam o meu sono. Bem, meu pai errou feio, mas acertou no que não pensou: eu adorava me dar prazer, naquela banheira. Nunca achei o meu corpo bonito. Peito demais, bunda grande e mesma altura duma criança - péssima combinação. Mas mesmo assim, havia coisas que eu gostava muito, nele. Os mamilos grandes, estufados e rosados, que me faziam fantasiar sobre como ficariam, quando eu engravidasse, a bucetinha de lábios carnudos e clitóris saliente, a pele lisinha, a cor dos meus olhos e, principalmente, os meus lábios, que pareciam ter sido moldados pelos de uma vagabunda que chupava de graça. Tivesse tempo e eu teria passado horas, acariciando meus seios, mas eu ainda tinha que correr à casa dos meus sogros, para fazer o convite ao Alec, antes de irmos à faculdade. Toda vez que ia à casa dos meus sogros, eu cobria os mamilos com adesivos protetores, pois não havia homem que não ficasse de pau duro diante deles, a não ser o meu pai e talvez os meus irmãos (não sou louca de botar a mão no fogo por nenhum dos dois). Vesti-me discretamente, tranquei a casa e parti, pois tinha menos de uma hora para convencer meus sogros a permitirem que o Alec passasse o fim de semana com a minha família.

Conforme eu esperava, minha sogra ponderou que o Alec precisava de sua cadeira de rodas, para descansar; que, na minha casa, sua cadeira não passava nas portas de vários cômodos e que ele poderia vir a ter crises de dor, por abusar do esforço com as muletas, o que era verdade. Também acrescentou que o Alec ia me dar trabalho, porque ela preparava diversos tipos de verduras e tinha uma rotina para lhe dar frutas e fibras, pois desde pequenino, ele tinha dificuldades com o intestino preso, as quais, após o acidente, haviam se agravado seriamente, de forma que se algo desse errado, seria o caso de ter que levá-lo à emergência do hospital. Tive que me controlar para não rir, quando a minha sogra acrescentou que desde o acidente, da cintura para baixo, o Alec era mais ou menos como uma criança de três anos, apesar de haver 'coisas' que, aparentemente, ele ainda fazia muito bem, rs. E como fazia - pensei, rsrsrs.

Claro que eu entendia que ter um filho deficiente é diferente e que fugir da realidade seria como dizia minha avó: 'tapar o sol com a peneira.' Minha sogra morria de preocupação com o Alec. Se meu pai me visse vestida, mas com o corpo molhado, após o banho, iria achar normal, mas a minha sogra se sentia na responsabilidade de observar se o Alec tinha se enxugado corretamente, para evitar feridas na pele. Por mais que se esforçasse para confiar na capacidade do filho, quanto a se cuidar sozinho, eu sabia que ela achava muito mais seguro dar cada banho e enxugá-lo, carinhosa e cuidadosamente. Jamais minha família perguntaria se fui ao banheiro, pois seria surreal, mas a minha sogra acompanhava todas as rotinas do Alec, não porque quisesse tal função, mas porque era mãe e não queria ver seu filho se sentindo mal. Com toda a razão. Ele era seu único filho, havia nascido de novo há um ano e meio, e, portanto, por esse ângulo, realmente ainda era um bebê.

Também havia o lado do Alec, que era maior e não necessitava da permissão de seus pais, para sair, viajar ou para passar um fim de semana fora de casa, mas como os amava e reconhecia que todos nós desejávamos o seu bem, sempre compreendia que fossem consultados antes dele e dava um jeito de se livrar da pontinha de tristeza escondida num cantinho do olhar. Pensei que as pessoas que já nascem portadoras de necessidades especiais deveriam sentir um estranhamento menor e meu coração doeu, pelo meu amado. Decidi ser direta, então, pedi à minha sogra que fizesse uma lista, pois mesmo com a minha falta de talento, eu prepararia todas as verduras, vitaminas e me encarregaria de fazer com que o Alec comesse as frutas, bebesse bastante água, deixasse colocar azeite na comida (ele detestava, rs), tomasse o mel e os remédios, afinal, um dia, nos casaríamos e, por ora, eu precisava aprender a ajudá-la a cuidar dele.

Ouvindo-me falar de forma tão segura, minha sogra concordou, acrescentando que, em caso de qualquer dificuldade, eu deveria ligar para ela ou para o meu sogro. Prometi que assim o faria, quando o Alec saiu de seu quarto, já arrumado para ir à faculdade e abriu um sorriso lindo, ao me ver.

-Vim te convidar para passar o fim de semana lá em casa. Foi ideia do meu pai, porque ele viajou e vai passar a semana fora, então, vamos nos reunir. Sávio, Clarice, Heitor, Agathe, você e eu, a partir de hoje, depois das aulas. O que acha?

-Acho maravilhoso, mas...

-Já que acha maravilhoso, vá arrumar suas coisas, pois o tempo é pouco, filho.

-O QUE? A senhora concordou?

-Rs, se começar a fazer perguntas, posso mudar a minha decisão, rs.

-Sei... tá doidinha pra passar o fim de semana no maior namoro, hem, coronela Andréa, rsrsrs...

-Ah, que chinelada boa no seu rabo, rsrsrs. Vai logo, Alec, rsrs.

Enquanto o Alec arrumava sua bolsa, sentei-me com a minha sogra e fui anotando todas as suas recomendações. Quase ao fim, dona Andréa me abraçou, se emocionou e me agradeceu. Disse que depois do acidente, tinha passado a acreditar que seria difícil que alguém amasse o Alec, a ponto de assumi-lo como namorado, perante a sociedade e a família, mas via que eu o amava muito mais que isso e, por tal razão, ela também me amava. Choramos abraçadas, enquanto o Alec saía do quarto, com a bolsa arrumada.

-Caraca, sou tão lindo que faço a mulherada chorar, rsrsrs...

-Rsrsrs, só o que me faltava, rsrsrs... Pegou seus remédios?

-Todos.

-Pegou quantos pares de meias e quantos pijamas?

-Seis, mãe.

-Pegou os coletores?

-Sim, senhora.

-Quantos?

-Seis, também.

-Devia levar, no mínimo, uma dúzia.

-Mãe... Não sei se a senhora percebeu, mas eu não tenho difalia. Se não tenho dois pintos, onde vou enfiar tanto coletor, rsrsrs? Ooooops, não responda, rsrsrsrs... Relaxa, mãe, seis já são demais.

-Aff, Alec, não vou perguntar mais nada, senão, você vai me estressar com a sua filosofia minimalista, rs. Juízo, hem?

-Eu terei, mãe. Prometo.

Depois das despedidas, fomos às aulas e eu via que os olhos do Alec brilhavam. Mais uma vez, nem ele prestava atenção nas aulas e nem eu. Iríamos dormir juntos, na minha cama. Ganhei uma cama de casal quando vovó foi morar conosco e nunca quis me desfazer dela, o que era uma sorte. O Sávio e a Clarice ficariam no quarto do nosso pai e o Heitor ia juntar a cama dele e a do Sávio, para dormir junto com a Agathe.

Quando as aulas se acabaram, o Alec me perguntou o que poderia comprar, para ajudar. Expliquei que já tinha feito as compras, bastando que fôssemos para casa. E, como o Sávio só chegaria na manhã do dia seguinte, se chegássemos antes do Heitor, haveria um tempinho com a casa só para nós, então, daríamos uma rapidinha. Não precisei falar mais nada, pro Alec fazer o carro voar, rs. Chegamos excitadíssimos, mas o Heitor já estava lá e o Sávio, também. Tinha trocado algumas horas com o Clóvis, seu colega, para que pudesse ter todo aquele fim de semana para estar conosco. Fazer o que? Esperar, afinal, a espera também é parte da festa.

Colocamos a bolsa do Alec no meu quarto, trocamos de roupa e fomos para junto dos meus irmãos e de suas namoradas, embora a nossa vontade fosse outra. O Sávio comandava a churrasqueira e tinha exagerado na quantidade de carne. Nunca iríamos comer aquilo tudo! O Heitor preparava drinks e perguntou o que queríamos. Por brincadeira, o Alec respondeu que gostaríamos de caipirinhas de cachaça. Mesmo sabendo que era zoação, pois eu jamais havia bebido qualquer coisa que contivesse cachaça, rapidinho, o Heitor preparou os drinks e avisou:

-Não bebam depressa. Fiz estas caipirinhas com uma cachaça que se chama 'Mula Preta' e o rótulo diz que cada gole é um coice, rs.

Tentei beber a caipirinha e mal cheguei à metade. Forte demais para mim, que praticamente não bebia. Descobri a razão da minha sogra ter tanto medo do Alec beber: ele tomou a caipirinha, engoliu a metade que sobrou da minha e já estava bebendo cerveja com o Sávio, enquanto eu nem conseguia olhar para mais álcool. Agathe e Heitor jogavam a roleta da cachaça, usando os copinhos que tinham três números e Clarice ria horrores das caras de decepção dos dois, quando não saía nenhum dos seis números, rs.

As horas avançavam. Sávio, Heitor e Alec pareciam determinados a provar que era viável que dinossauros voltassem a existir, pois ainda estavam comendo carne. Quase uma da manhã, a churrasqueira estava acesa, repleta de camarões, o som rolava solto e jogávamos War 2. O jogo não acabava nunca, porque o Heitor, que tinha a totalidade da África, entupiu o Egito de exércitos. Ali, ninguém passava. Só de sacanagem, meu irmão fez uma retranca, para foder o jogo e não havia quem desse jeito naquilo, pois, na sua vez, o Heitor fazia um ataque, ganhava um território e continuava a remanejar seus exércitos de centro estratégico para centro estratégico, a acumular aviões, em sua base e a dar a maior sorte, com os dados. De repente, faltou luz. Cadê energia? Esperamos por mais de meia hora e nada. Abandonamos o jogo irresolvível, entre risadas. Clarice e eu, que não estávamos bebendo, resolvemos abrir um vinho e assim fizemos. Sávio, Alec, Heitor e Agathe estavam misturando cerveja com Jägermeister e eu não queria nem ver o que seria dos quatro, de ressaca. Enchemos a varanda de velas e o Sávio começou a catar as garrafas de cerveja, quando teve uma ideia:

-Ei, o que vocês acham de jogarmos 'verdade ou consequência'?

Como a proposta veio do Sávio, normalmente tão recatado, ninguém sabia o que responder. Ele percebeu e acrescentou:

-Aproveitem que eu tô doidaraço e vou responder a qualquer absurdo que perguntarem!

Nem acreditei no que estava ouvindo. Meu irmão só podia mesmo estar trilouco, embora não aparentasse estar bêbado. E antes que o Sávio mudasse de ideia, Clarice a apoiou e Agathe, também. Assim sendo, sentamo-nos no chão, menos o Alec, que permaneceu sentado numa cadeira. Formamos o círculo e definimos as consequências (que falta de infância, rsrsrs): beber um copo de chá de boldo, comer uma colher de chá de sal, comer meia colher de chá de pimenta do reino, beber uma colher de servir de azeite ou tirar uma peça de roupa. Tiramos a sorte até decidir quem seria o primeiro a girar a garrafa: Agathe. A garrafa rodou, rodou, rodou e, de cara, caiu uma bomba: pergunta do Heitor pro Sávio.

-Uhuuuuuw, rs... Tinha mesmo que começar contigo, Savião, rsrs. É verdade que tu praticas torturas, pra fazer os presos falarem? Dizem que tu ressuscitaste até uma 'maricota', para dar choque no saco dos caras, rs.

-Huahuahuahuahuah... Maricota? Sério que dizem isso de mim? Rsrsrsrs... Mentira, cara, rsrs. Faço uma vista grossa do caralho e, se puder, nem abro a boca. Minha vez de rodar essa porra, rsrs... pergunta da Agathe para o Alec.

-Então, Alec, praticamente não nos conhecemos, mas... lá vai: num ménage à trois, você dá conta do fogo de duas mulheres?

-Há, há, há, rsrsrsrsrs... Dou não, Agathe, rsrsrs. Nunca dei, até mesmo porque nunca fiz ménage à trois e agora é que não faço, mesmo, rsrsrs. Bora girar a garrafa... Pergunta da Sofia para a Clarice.

-Clari... é verdade que você e meu irmão escondem que se casaram há mais de um ano?

-Puts! Consequência, porque essa, eu não posso responder.

-Mas a consequência é comer a colher de pimenta!

-Não posso comer a pimenta, de forma alguma. Escolha outra.

-Certo, tire a blusa.

Olhos se arregalaram, para ver se Clarice iria ter peito pra mostrar os peitos. Há tempos eu ouvia conversas estranhas, acerca do suposto casamento do Sávio e a escolha da minha cunhada vinha a confirmar que onde há fumaça, há fogo. Quanto a tirar a blusa, Clari não se fez de rogada: retirou-a, ficando com o sutiã preto, rendado, que valorizava seu colo e seus belos seios. Tive vontade de socar o Alec, que teve uma ereção. Mas se fosse socá-lo, também teria que sobrar pros meus irmãos, pois todos estavam de pau duro. Filhos das putas, não podiam ver seios. E eu não podia dizer nada, pois tinha escolhido a consequência. Clarice girou a garrafa e saiu pergunta do Heitor para mim.

-Maninha, é verdade que tu arrasas no anal?

-Consequência!

-Certo, tome o copo de chá de boldo.

-Viado! Eu preferia qualquer coisa, até a colher de pimenta! Odeio boldo, eca!

-Por isso mesmo, rsrsrsrs. Se quer se livrar do boldo, responda.

-Nem morta. Eca, só o cheiro disso me dá arrepios! Eca! Pronto, desceu. Girando... pergunta da Agathe para mim. PQP... a garrafa está me perseguindo, rsrsrs...

-Sofia, vou repetir a pergunta que fiz pro Alec, porque acho que ele abusou da modéstia, ao me responder. Você acha que seu namorado dá conta do fogo de duas mulheres, num ménage à trois?

-E desde quando eu deixo o Alec fazer ménage à trois? Tá louca? Claro que ele dá conta, deve dar conta até de três, mas não vai fazer, porque é só meu. Ouviu muito bem, né, amor, rsrsrs? Vou rodar a garrafa. Puts, puts, putssssss, rs, pergunta do Sávio pro Heitor, rsrsrs...

-É, macho, agora é a minha vez, rsrsrs... Pega o KY e espalha com força, porque lá vai trolhada, kkkkkkk. Você já ficou com homem?

-CONSEQUÊNCIAAAAA, rsrsrs.

-Azar seu. Tire a calça.

-Qualé, Savião? Eu tô sem cueca.

-Problema sexual seu. Só tem dois jeitos de matar a cobra. Ou responde, ou mostra o pau. Já ficou com homem?

-Já. Eu já fiquei, tu também e o Alec também. Quem nunca?

-Peraí, cara... 'Vamos dançar tudo nu, tudo com o dedo no cu, MENOS EU!' Nunca fiquei com homem, não! - defendeu-se o Alec.

-Não sabe o que perdeu, mano véi, rsrsrs - disse o Sávio, deixando geral de queixo caído - bora pra próxima vítima, rsrs... puuuu-ta que pa-riuuuuuuuu, pergunta da Clarice para a Sofia, rs...

- Aháaaaaa... minha vingança será maligna, rsrs... Sofia... você já ficou com mulher?

-Consequência!

-Tire a blusa.

Fazer o que? Antes tirar a blusa e manter o benefício da dúvida que responder. Tirei. Eu usava apenas um top branco, de algodão, pois estava em casa. Os bicões dos meus seios sobressaíam, duros, imponentes e o mais estranho é que aquela exibição me fez sentir tesão. Com a calcinha molhada, comecei a desejar que aquele jogo acabasse logo. Girei a garrafa e todos riram. A garrafa só podia estar encapetada, pois saiu pergunta do Sávio para a Clarice.

-Amor... eu nunca iria perguntar isso se o freio moral não estivesse inibido pelo álcool e se eu não estivesse subindo pelas paredes... Por que tem evitado transar comigo?

-Deve ser porque estou GRÁVIDA, Sávio!

-O QUE? Grávida? Tem certeza? Meu Deus, Clarice... eu vou ser pai? Quando pretendia me contar?

-Nunca. Eu não ia contar. Ia deixar você pensar que só estou, a cada dia, mais gorda. Você ia descobrir no dia do parto. Estou no QUINTO mês de gestação, Sávio! Seu filho é menino, vai bem e precisa que você pare de adiar as decisões que tem que tomar.

-Clarice, meu amor... Você bebeu vinho...

-Bebi, sim, porque meu médico liberou uma taça de vinho ou um copo de chopp, por fim de semana.

-Eu tinha o direito de saber, amor!

-EU TAMBÉM TINHA O DIREITO DE SABER QUE VOCÊ NÃO PODIA SE CASAR COMIGO!

Depois daquela explosão, Clarice seguiu em direção ao quarto. Não levou sequer uma vela. Meu irmão a seguiu. Heitor seguiu o Sávio, segurou-o pelo braço, sussurrou algo que não entendemos e voltou para junto de nós. Ninguém sabia o que pensar. Então, o Sávio realmente era casado, só que com outra mulher? Que loucura!

Após olhar ao redor, a fim de decidir o que fazer, Heitor pegou a garrafa que revelara algumas verdades, lavou, retirou o rótulo, encheu de água, foi ao jardim, pegou uma das rosas chá da roseira que a mamãe plantou, pôs na boca da garrafa, que colocou sobre a mesa e começou a arrumar a bagunça, em silêncio. Agathe, Alec e eu o seguimos. Eram horas. Horas de lidar com as consequências.

Narrado por Heitor

Alguém quer saber o que eu disse ao meu irmão ou as minhas palavras podem ser deduzidas? Elementar, meu caro leitor: -Pare de sofrer, Sávio. Conte ao pai.

Se fosse fácil, eu teria contado.

E o Sávio, também.

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Comentários

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Oh, Ivana Linda... eu que agradeço. Pela tua visita, pela participação e pelo excelente conto que faz muito mais que excitar - faz PENSAR! Beijos intensos, com muito, muito carinho.

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Oh, Mallu, é muita generosidade tua! Sou novato entre os novatos, meus textos tem uma forma intuitiva, não estratégica. Enquanto isso, vou aprendendo, por aqui. Temi não saber relatar cenas de sexo entre homens, mas o Heitor foi duma veracidade assustadora. Ao fim, conto escrito, ele me disse: '-Pronto, Alec, agora, todo mundo que ler vai ter CERTEZA que tu dá a bunda, e MUITO!' Rsrsrsrs... Fazer o que, né? Provavelmente, dar a bunda, pra não levar a fama sem aproveitar, rsrsrs. Acredito piamente que Sofia e eu entendemos que nos casaríamos, desde a primeira vez em que ficamos. Não há meios de separar aquilo que o infinito tornou indivisível. Nem te conto o quanto Sofia e eu estamos consumistas, comprando coisas pro Abner, rsrsrs. Que, no fim das contas, vai acabar tendo um quarto só para constar, rs. Primeiro filho, emoção demais! Beijos mil e muito obrigado pelo carinho.

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Modestos textos? Teus contos são excelentes, caro Coroa Casado! Comecei a ler sozinho, mas sou aquele tipo de leitor que expressa, no rosto, aquilo que está lendo. Assim sendo, aticei a curiosidade da Sofia e passamos um tempo super agradável, lendo juntos. Sofia e eu somos casados e esperamos o primeiro filho (ou primeira filha - dentro em breve, saberemos). Mais uma vez, obrigado pela visita. Grande abraço!

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Sabia que a tua visita completou a minha felicidade, nesta tarde, Cibele? Que alegria! Quando publicares mais contos, avise-me, por gentileza. Não apenas recomendei os teus contos aqui, mas os estou recomendando a todos os meus amigos e familiares. Abração apertado e muitos beijos!

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Caro colega, fico muito feliz pela sua participação, neste espaço. Não perderei o foco, apenas fiz um intervalo, pois todos os personagens que apareceram, ainda vão surgir muitas vezes, além da questão de, através deles, poder trabalhar temas que ainda geram polêmica, por falta de debate saudável. Se alguém da família tem um problema, penso que o problema também é meu. Na sociedade, penso o mesmo. A sociedade desarticulada e a família desunida são resultados do lugar comum 'não é problema meu.' É, sim, é de todos. No conto seguinte, trabalho com o tema do assédio sexual. Que acontece, em níveis que nem imaginamos, debaixo dos nossos narizes e dentro das nossas casas. Achei válido levantar um pouco de discussão, antes de prosseguir com as minhas peripécias sexuais, rsrs. Não demorarei a retomar o fio da narrativa picante. Um grande abraço!

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Na infância, tive um amigo Montaru Nobuhiko, que desde aquela época tinha tendencias a filosofar. Sempre que alguém falava de algum problema, ele saía com a pérola: ¨enquanto houver água no mundo, não morreremos de sede¨. Acho que vale para seus dois cunhados. A água não acabou, contando ou não contando, nem o Sávio, muito menos o Heitor irão morrer de sede. Rs. No sério, achei bom este capítulo, apesar da quantidade de pessoas envolvidas na história. Só deve tomar cuidado para não perder o foco nos principais, a dupla Alec e Sofia. Abração.

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Samir Afonso, meu professor, sempre eficientíssimo, extraindo a essência dos contos! À época dos fatos, o que me deu nó no cérebro foi descobrir a homossexualidade do Marcelo. Meu amigo, tão próximo a mim e não percebi nada? Olhei tanto assim pra mim que não vi o sentimento do outro? Com certeza, tornei-me um amigo melhor, mais atento à voz do coração que aquela proferida pelos lábios. Rsrsrs... quanto aos airbags, meu caro, se levasse uns tabefes, eu levava feliz da vida, rsrs. Na verdade, estava torcendo para que alguém fizesse a Agathe também tirar a blusa, rs. Pena que o jogo acabou, rsrsrs. Abração, meu caro! E, por favor, avise-me quando tiver novo conto seu, pois sou fã incondicional!

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Adélia, querida, não fosse o socorro do Heitor e este conto não sairia do projeto. Como falar de sentimentos e sensações que nunca experimentei? Adorei mergulhar na escrita do Heitor, bem como achei interessante sua ideia de interligar o conto através de pequenas observações feitas através das vozes de dois narradores. Eu tinha que achar o ponto de equilíbrio que propiciasse manter a voz do Heitor sem descaracterizar meu texto e manter meu estilo sem descaracterizar a voz do Heitor, rs. Acho que posso dizer que a fórmula funcionou, pois um dez seu e um do Samir Afonso é pra se respeitar muito e agradecer mais ainda! Muito obrigado por tornar mais belo este nosso espaço. Beijos!

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Caros do meu coração, como o prometido é devido, aqui estou. Aos que desejavam conhecer melhor a família do meu sogro, eis a oportunidade. A todos, um grande abraço apertado.

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