Perdi a Memória e Ele me Reconquistou - Parte 21

Um conto erótico de Godoy
Categoria: Homossexual
Contém 2104 palavras
Data: 31/03/2016 02:44:25
Última revisão: 31/03/2016 02:45:44

"A todos o meu muito obrigado pelos cometários".

Tivemos que voltar correndo para minha cidade, eu precisava estar em casa antes do meu pai ou antes que ele desse conta da minha ausência.

Eu ainda estava com muitas dúvidas na minha cabeça.

Meu pai homofóbico, já teve um romance gay na no passado.

Será que Dona Branca sábia disso?

E como que o Gabriel sabia dessa história? Como ele descobriu?

E sobre o filho do Carlos que foi sequestrado e os familiares nunca o encontraram?

Eram várias, muitas, milhares de dúvidas, questões que pipocavam na minha cabeça.

Dr. Roberto era pior do que eu poderia imaginar.

Descontar uma mágoa do passado em mim pelo simples fato de eu ser gay e ter todo o tempo do mundo para viver com o William, ele queria me excluir da vida do William para que eu vivesse amargurado exatamente como ele viveu. Ele estava enganado se ele achava que seria do jeito dele.

Eu iria juntar todas as pontas da vida do meu pai e com todas essas informações eu me livraria dele de uma vez por todas.

Quando chegamos, pedi a Patricia que me deixasse em frente a casa dela e de lá eu chamaria um taxi, para não envolvê-la com as isterias do meu pai.

Cheguei em casa e corri para meu quarto, tomei um banho e desci até a cozinha.

O Matheus estava terminando de fazer um lanche pois tinha aulas no período da noite e não ficaria para o jantar.

A Cida se ofereceu para me fazer alguma coisa para comer, mas eu estava sem fome e pretendia dormir o mais rápido possível para levantar cedo.

O Gabriel entrou na cozinha com o Jean.

- Ei, olha meu maninho aqui de volta! Desde o dia da briga com o papai que não vejo você Hick, como está? Senti saudades de você.

Ele me abraçou forte e me deu um tapa na bunda.

Eu: Jean eu estou muito bem, como você pode ver, não seja tão sarcástico comigo garoto, que eu não estou com paciência para te aturar não.

Gabriel: Ei, vocês dois! Vamos parar com essa discussãozinha idiota e vamos tentar ser um pouquinho mais educados uns com os outros, hajam como irmãos e adultos caralho.

O Matheus riu e se levantou da mesa, se despidiu e saiu meio que correndo para a academia.

Cida: Esse menino nunca tem tempo pra nada, nem para se alimentar corretamente. Qualquer hora ele me passa mal, aí eu quero ver!

O Gabi deu um abraço na Cida e um beijo quase que no pescoço e respondeu.

- E você Cidoca, sempre preocupada conosco. Tudo cavalo véio já, e você não muda rsrs, sempre nos trata como pirralhinhos rs.

Cida: Vocês serão sempre meus três pestinhas, filhos postiços que amo muito. Agora me diga? O que querem na minha cozinha?

O Jean queria um suco e o Gabriel um pouco de café.

Ela atendeu ao pedido dos dois e voltou a fazer o jantar.

Eu fiquei sentado observando ela, enquanto picava alguns legumes, até ela ficar incomodada.

- Luiz Henrique! Desembucha, o que você quer me perguntar? Você só fica sentadinho aí, quando quer saber algo.

Eu: Cida faz muito tempo que você trabalha conosco né?

Ela: Sim meu filho, desde minha adolescência. Trabalhei com seus avós, pais do Doutor Roberto e logo que ele se casou eu fui para a casa dele para ajudar a Dona Branca com os serviços da casa.

Eu: E você sabe muita coisa do passado do meu pai né?

Ela: Sei que seu pai deu muita dor de cabeça para seus avós.

Paramos de conversar quando minha mãe entrou na cozinha e se sentou ao meu lado.

Me perguntou sobre meu dia, falou sobre o dia dela e me puxou pelo braço para ver uma série com ela. Atrapalhou todo o nosso papo!

Logo as crianças chegaram com a Suzan e em seguida o bandido chegou junto. Eu não via a hora de subir e me deitar e não precisar olhar para o rosto dele, que de fato me enojava.

Já no meu quarto eu tentei ligar várias vezes para o William, mandei mensagens e percebi que ele havia me bloqueado, me senti super mau por tudo. Pra quem dizia que me amava desde a adolescência, ele desistiu muito fácil do nosso amor.

Na madrugada o Gabriel seguiu até meu quarto, bateu algumas vezes e até me mandou mensagens no celular, eu não respondi nenhuma delas. Fingi que estava dormindo.

Até descobrir mais coisas eu não falaria com ele, e outra, ele poderia estar armando uma emboscada para mim, não tinha 100% de confiança nas palavras dele.

No outro dia eu levantei cedo, tomei um banho e desci tomar o café com as crianças, minha mãe e minhas irmãs.

Logo que todos saíram eu chamei um táxi e fui direto para a rodoviária, peguei um ônibus e voltei para a cidade natal do meu pai.

O Miguel me esperava com uma mesa farta, cheia de guloseimas deliciosas, fui obrigado a tomar outro café, depois de duas horas e meia de estrada.

Pedi a ele que me mostrasse tudo que pudesse sobre a vida do meu pai e de Carlos.

- Você tem fotos de quando eram adolescentes?

Ele me trouxe alguns álbuns deles e de fato em todos que meu pai estava, ele estava abraçado ao Carlos, sempre rindo, e sempre com um lindo brilho nos olhos.

O Miguel completava as imagens com algum comentário.

- Eles faziam um bem enorme, um para o outro. Era como se o Beto completasse o Carlinhos ou vice e versa. Eles não ficavam um dia se quer sem se ver ou se falarem. Era puro e muito bonito o amor dois dois.

Eu: Mas e as famílias? Como agiam na época?

Miguel: Ninguém via maldade nas coisas que dois garotos faziam, não existia malícia na amizade deles. Até o dia que eu vi os dois se beijando no banheiro, eles estavam com quatorze para quinze anos. A visão do beijo me espantou muito, eu tinha doze anos e ver dois meninos se beijando era coisa do demônio na época. Mas nunca contei nada para nossos pais.

Ele me mostrou algumas cartas que o meu pai enviou para o Carlos:

" Meu amor, você reformou todo o cenário da minha vida escura, enxeu de cor onde era preto, enxeu de amor onde havia solidão e enxeu de vida, um coração que nem ao menos batia de verdade. Você é a melhor coisa que já me aconteu, te amo para sempre".

Eles não assinavam as cartas, assim ninguém saberia que ambos haviam enviado um ao outro. Ninguém colocaria a palavra de ambos em contradição, por causa dos bilhetes e cartas.

Ambos eram bastante espertos.

Eu avancei um pouco mais no tempo e perguntei.

- E seu sobrinho? Quando ele foi raptado?

Miguel: No dia 22 de setembro de 1992.

Quando ouvi a data, fiquei ainda mais assustado com tamanha coincidência, pois, o sobrinho dele tinhas apenas dois dias de diferença da minha data de nascimento com a Sara, que nascemos no dia 24 de setembro de 1992. Ele estaria com a minha idade.

E era aquilo! Eu não parava de pensar que meu pai teve um namorado na época de colégio militar o rapaz foi morto em combate e com isso o coração do Dr. Roberto se enxeu de ódio.

A relação dos dois foi até o Carlos servir o exército, meu pai ficou louco quando soube do namoro do Carlos, foi expulso do batalhão, foi obrigado a se casar com uma quase desconhecida.

A esposa do amante faleceu no parto e o filho recém nascido sumiu do berçário.

Jesus Cristo, se parasse para pensar, a vida não tinha sido muito legal com os dois "Roberto e Carlos". Era para se ter dó!

Miguel interrompeu meus pensamentos;

- Sua mãe sabe de tudo, ela se lembra do escândalo que quase virou manchete nos jornais porque na época ela era modelo.

Os caroços já estavam começando a aparecer naquele angu.

Ele me deu algumas fotos e duas cartas escritas do meu pai para o Carlos e do Carlos para o meu pai. Disse que eu poderia ir visitá-lo novamente sempre que quisesse.

Peguei o ônibus andei duas horas e meia novamente e voltei para minha cidade.

Fui direto para minha casa, minha mãe precisava preencher algumas lacunas do passado tenebroso do Dr. Roberto.

Chamei minha mãe no quarto, tranquei a porta e entreguei o álbum e as cartas nas mãos de minha mãe.

- Você sempre soube disso mamãe? Sempre soube que meu pai teve um namorado? O que mais eu preciso saber dessa história? Eu vou vasculhar cada cantinho do passado de vocês e vou saber de tudo, tim tim por tim tim!

Ela começou a chorar, chorava muito enquanto lia alguns trechos das cartas, depois alisou algumas fotos e respondeu:

- Eles se amavam! Seu pai era um ser admirável, ele tinha o poder de transformar tudo que ele tocava. Infelizmente o acaso colocou uma barreira no meio do amor dos dois e aquilo destruiu toda a relação deles. Quando o Carlos se envolveu com a....

- Célia (Eu respondi)

Ela: Isso, Célia! Ela fez o Carlos evitar o Roberto, o Carlos ficou enfeitiçado pelos encantos dela, ele se afastou do Roberto e isso fez com que o Roberto enlouquecesse, até dizer em meio ao pelotão que amava o Carlos. Ele foi expulso, e seus avós o obrigaram a se casar comigo. Eu vi naquela ocasião a chance de ter ele para mim.

Eu: Mas mãe, você sabia de tudo e mesmo assim se sujeitou a isso? Porquê?

Ela: Eu amava o Roberto e era capaz de fazer qualquer coisa para tê-lo para mim. Eu engravidei propositadamente para tentar segurar ele, só que ele não me amava. Ele procurava o Carlos todas as noites, me deixava sozinha com o Gabriel e ia ao encontro do Carlos. O Carlos nem falava mais com ele e em todas as madrugadas ele retornava para nossa casa, deitava a cabeça no meu colo e chorava até dormir. Eu sofria calada.

Eu continuei;

- E você sabe sobre o sumiço do filho do Carlos? Era para ele ter a mesma idade que eu e a Sara temos.

Ela: Filho como eu disse, eu era capaz de fazer qualquer coisa para ter o amor do Roberto. Quando eu senti as contrações para ter a Sara, ele me contou a sobre a morte da Célia no parto e também que se sentia culpado por tudo, e, precisava corrigir de alguma forma as coisas erradas que havia feito. Ele me perguntou se ele conseguisse adotar o bebê eu o amamentaria e cuidaria dele como se fosse meu filho. A princípio eu relutei, mas quando a enfermeira trouxe e me entregou aquele bolo de cobertas todo enrugadinho chorando de fome. Eu senti naquele exato momento que você seria o filho que Deus me enviou de presente. Eu te amei incondicionalmente, te amo e sempre vou te amar sem pensar! Não teve uma médica ou enfermeira que te encontrasse atrás de sua irmã, você estava no berçário bem antes dela nascer. Seu pai pagou algumas pessoas, para agilizarem toda a papelada, e como você não tinha nome, não tinha registro, foi tudo muito fácil.

Eu entrei em choque e de repente minha cabeça deu um zunido, a vista embaçou e eu apaguei.

Todas as lembranças que eu havia perdido, retornaram.

Me recordei de todas as coisas até o presente momento.

Acordei chorando por saber que eu era o filho do Carlos, que eu não era filho legítimo do Roberto e da Branca.

Que tudo não passou de uma mentira de 23 anos.

Ele via em mim o amor que o trocou por uma paixão chamada Celia, por isso ele transferiu toda a raiva que sentia pelo Carlos em mim.

Como ele sabia que eu tinha nascido? Como ele sabia que minha mãe verdadeira havia falecido?

Dona Branca, mentiu quando me disse que quase me perdeu no parto como ela nos contava, a minha mãe verdadeira morreu.

Agora eu entendia o porque de minha mãe dizer que o médico não me achava nas ultrassonografias. Eu não estava no útero dela, não era filho deles, apesar de ter nascido dois dias de diferença que a Sara.

O Miguel era meu tio! Quando disse que meu pai era doce, ele se referia ao Carlos e não ao Roberto.

A Patricia dizendo que o semblante do Carlos era muito similar ao meu. Eu não sabia o que fazer naquele momento "as vezes esquecer, é o melhor caminho, e a melhor opção".

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Comentários

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Estou amando a série. Espero que não demore a postar . Desejo que o Luiz Henrique possa tomar conhecimento de todos os podres do Roberto e consiga se libertar.Um abraço carinhoso,

Plutão

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Cara tá muito bom!!! Acho que o irmão também já sabia dessa história e por isso se rendeu a uma relação "incestuosa".

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Cara, que massa... muito bom! Enfim uma carta pra poder jogar com o infeliz do Roberto... Não vejo a hora de derrubar esse tirano! o conto tá ótimo querido, abraços!

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Obrigado a todos pelos comentários.

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Amando o conto. Ja imaginava isso. So que eu acho que o Roberto transferiu foi nao so o odio mas tbm o amor que sentia por carlos e isso deve ter virado obsessao. Vou aguardar pra saber.

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Tomara que tenha muitos capítulos.

Seu conto é o melhor!

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Parabéns pelo conto Godoy, você demora, mas consegue se superar a cada capítulo.

Está melhor que novela mexicana mesmo kkk

👏

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Adorei o capítulo! Com será a relação de Hick com a família daqui pra frente! Tô ansioso pra saber o que vai acontecer agr! Abraços!

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Pqp, seu conto está me saindo um dos melhoras da casa.

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Essa história está pegando fogo.

Muito bom!!!

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Poste outro episódio hoje, pelamor kkkkk

To amando o enredo!

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