Beijo Roubado em Segredo CAPÍTULO ÚNICO

Um conto erótico de Gustavinho
Categoria: Homossexual
Contém 4098 palavras
Data: 06/03/2016 05:38:53

TRILHA SONORA : BEIJO ROUBADO EM SEGREDO - TATÁ AEROPLANO

CAPÍTULO ÚNICO

Eu nunca tive um grande amor, como vejo nos filmes. Na verdade nunca tive um amor. Nunca beijei ninguém. Não sei o que o famoso "frio na barriga" do primeiro beijo. Muito menos fui para a cama com alguém, para descobrir os prazeres do sexo. Mas sim, eu estou apaixonado. Me chamo Diego, mas todos me chamam de Di. Tenho 16 anos. Sou branco, de cabelos castanhos, olhos idem, corpo magro, mas não tão magro, médio de altura. Sou apenas um adolescente que ainda sabe pouco da vida e vive num mar de sonhos e ilusões que um dia desaparecerão. Mas, eu gosto de ter sonhos. E um desses sonhos é amar. E ser amado um dia. É ter alguém para abraçar, para dizer eu te amo, para dormir de conchinha, para sorrir, para compartilhar as tristezas. Eu sei, hoje em dia isso pode soar meio cafona. Mas sim, eu quero me casar. E o tipo de casamento que eu quero para mim difere bastante do que a sociedade quer para mim. Não sonho com mulheres, e sim com homens. Na maioria das vezes homens bonitos. Homens inalcançáveis para uma pessoa como eu. Sou bem tímido. Sou delicado. De poucos amigos, de poucas conversas. Um típico sem graça. Quem haveria de se apaixonar por mim. E é por isso que eu curto a minha solidão. Porém, apesar de ser sozinho e não acreditar que um dia esse sonho do amor irá se realizar, eu sou um apaixonado. Me apaixonei por ele. O líder dos nadadores da escola. O mais cobiçado pelas meninas. O inalcançável. Eu sei, parece clichê. Mas o nosso coração não escolhe por quem se apaixona. A primeira vez que o vi, entrando na sala, no meu primeiro dia de aula foi o início de tudo.

" Estava completamente perdido dentro daquele prédio enorme. Não sabia para onde ir, o que fazer, para quem recorrer... Mas com uma bela procura, cheguei a minha sala. Cheguei cedo ao colégio justamente para poder procurar com calma. Começei a mexer no meu celular, e aos poucos diversas pessoas foram chegando. Algumas em duplas, outras sós como eu. Mas nenhuma me chamou atenção. Até que ouvi uma gritaria. Risadas altas. E logo vi um grupo entrando na sala. Todos bem vestidos, animados. Mas eu só tive olhos para uma pessoa. Ele. Branco, alto, corpo malhado, cabelos pretos, olhos castanhos bem claros. Ele era lindo. E quando me olhou, perdi-me no tempo. O seu olhar era incrível e intenso "

Desde então vou para a aula todo dia apenas para vê-lo. E essa rotina perdura, por quase 4 meses. Durante este tempo, fiz apenas uma amiga. Karen. Que para minha sorte ou azar, no mesmo dia que me conheceu descobriu o que sou.

" - Só não gosto de funk e pagode - dizia ela, após eu tê-la perguntando sobre que tipo de música ela gostava.

- É igual a eu então kkk - naquele momento, aquele garoto branco que me remexia a cabeça entrou na sala. Não pude evitar, acompanhei-o com o olhar até ele sentar na cadeira. E suspirei. Até que sai do transe ouvindo a risada dela - o que foi ?

- Não suspire por ele. Acredite, você nunca terá chances com esse garoto - arregalei os olhos quando ouvi aquilo.

- O Que ?

- Amigo, quando você ia com a farinha eu já voltava com o bolo pronto. Já percebi tudo, e ainda bem que eu vou ter alguém para fofocar dos gatos da escola - após ela dizer aquilo, eu não sabia o que fazer. Se enfiava a minha cara no chão, se gritava, se corria. Porém, a única coisa que eu consegui fazer foi rir"

Ela sabe tudo o que eu sinto, e vive dizendo para eu tentar esquecer essa paixão boba. Mas não dá. Eu só conseguirei esquece-lo quando mudar de escola. E isso não vai acontecer tão cedo.

TEMPO DEPOIS

Como eu não tinha nenhuma proximidade com ele, a única oportunidade que tinha era a de observa-lo. E eu amava fazer isso. Observava ele quando ia para o refeitório. Sempre com um fone de ouvido, pegava a sua refeição e comia sozinho num canto do refeitório. E eu lá, observando que nem um bobão cada gesto da sua face linda. Quando ia na Biblioteca pegar um livro, eu ia atrás. Andava prateleira por prateleira, atrás de um livro que eu não precisava, apenas para olha-lo. Quando ia disputar provas na piscina ou treinar, eu me escorava num corrimão de uma escada, perto o suficiente para vê-lo, e longe o suficiente para não ser visto. Lá, gastava longos minutos, vendo ele pular na piscina e esticar seus músculos de uma forma inacreditável. Gabriel era o seu nome. Só faltava enlouquecer vendo aquele garoto sem poder tocar ou chegar perto. Nem sentir o cheiro eu podia. E me doía, ser um apaixonado.

- Mais uma vez perdendo horas nesse corrimão ? - Karen perguntava, se aproximando de mim

- Me deixa Karen, eu gosto de ficar aqui, me acalma o coração.

- Amigo, eu já disse mil vezes para você esquece-lo. Ele mal sabe que você existe, enquanto você está aqui suspirando de paixão. Creio que existem outros garotos muito mais acessíveis que este.

- Não dá... Parece que o cupido disparou uma flecha em mim, e esqueceu de disparar nele. Porquê mesmo que eu tente, meu pensamento sempre acaba caindo na mesma pessoa. No Gabriel... - tive a impressão de ouvir passos na escada. Porém, quando virei para ver não tinha ninguém lá. Quando me levantei, percebi que não tinha mais ninguém na piscina.

- Vamos embora. Já vi que vai ser difícil você me escutar... - essa era a verdade. Quanto mais eu tentava esquecer, mais aqueles olhos castanhos penetravam em mim.

DIAS DEPOIS

Naquele dia, estava na Biblioteca. Não o seguindo, como das outras vezes. Mas sim por vontade própria. Vontade de ler algo interessante e que fizesse eu rir. Peguei um livro qualquer que Achei na área de romances, e começei a ler. A história era linda, e de cara eu me apaixonei. Mas o tempo era curto, e eu tinha que voltar para a Sala de aula. Então me levantei e começei a caminhar rumo ao balcão, aonde assinaria para emprestar aquele livro. Caminhei durante alguns segundos, e quando virei o corredor para chegar no balcão, esbarrei em alguém. Mas não foi um esbarrão qualquer, foi um forte esbarrão. Tão forte que o livro caiu da minha mão, e eu tive que me segurar na parede. Pior, a pessoa trazia vários livros, e todos foram para o chão.

- Oh Meu Deus, desculpa, foi sem querer, eu não vi você vindo - falei, me abaixando para pegar os livros que haviam caído.

- Calma... - quando ouvi aquela voz, me arrepiei. Aquela voz, só podia ser... - é óbvio que foi um acidente, não precisa se preocupar - ... Ele, Gabriel. Quando vi aqueles olhos castanhos a poucos centímetros de distância de mim, engoli a seco e meu rosto começou a corar. Eu nunca o tinha visto tão de perto, nunca tinha falado com ele. E agora, até o seu perfume eu podia sentir.

- Você...

- É, eu... O que tem eu ?

- É... Nada... É que... Você estuda na mesma sala que eu e nunca falamos nada.

- Você é sempre tão tímido. Fico até com medo de me aproximar e você ficar com raiva.

- Não... Eu nunca ficaria com raiva - durante poucos segundos, nos olhamos. E o olhar dele, intenso como sempre, nada me dizia. Recolhemos todos os livros e logo a bagunça havia sido desfeita.

- É... Eu preciso devolver esses livros para a prateleira. Até depois.

- Até... - quando ele se foi, deixou em mim um mixto de sensações, que eu nunca havia sentido e não conseguia decifrar. Virei-me, e antes dele sumir nos corredores, ainda nos olhamos. Um leve sorriso de canto se formou nele. E então se foi. Eu também começei a andar, totalmente sem direção. Porém, bastou-me alguns minutos para um largo sorriso se formar no meu rosto. E aquela voz doce voltar a ecoar na minha mente...

DIAS DEPOIS

Nos dias que se seguiram, como sempre, Gabriel não sumia da minha mente. O esbarrão, o perfume inebriante, parecia que eu vivia para pensar nele. Nem dos meus sonhos ele saía.

" Chegava dentro da escola, como fazia todos os dias, com o celular na mão. Porém, ao contrário das outras vezes, ela parecia vazia. Olhava ao redor e não via ninguém. Nenhum aluno, nem professor, nem faxineiro. Ninguém. Começei a andar para dentro do prédio, quando de repente ouvi uma voz.

- Diego... - era aquela voz, mais uma vez aquela voz - vim aqui para dizer uma coisa... - de repente aquela voz pareceu se aproximar de mim. Pareceu estar logo atrás de mim.

- O que ? - falei, quase sem voz.

- Te amo - sussurrou, nos meus ouvidos. De repente meu coração acelerava, um sorriso se formava no meu rosto... "

Mas não adiantava. Apesar dos Sonhos, o máximo que eu continuava ganhando dele eram acenos. Até aquele dia. Acabei perdendo a hora de acordar. Quando vi, já estava em cima da hora para eu partir para a escola. Como havia dormido tarde no dia anterior, acordei perto do meio dia. Me arrumei as pressas, e peguei apenas um pacote de bolachas, pois não teria tempo para almoçar. Cheguei na escola com fome.

- Meu Deus, que atraso foi esse ? - minha amiga perguntava, assim que eu sentei-me na cadeira.

- Acordei tarde... Quase não chego.

- Aff Di, se eu soubesse tinha ligado para te acordar...

A professora já passava a sua disciplina, e eu começei a copiar os assuntos. Nada anormal. Até que eu começei a sentir dor de cabeça. Minha barriga roncava, e eu sentia a minha visão ficar turva. Sentia como se a minha consciência fosse se esvaindo do meu corpo. Definitivamente eu não estava bem. Me levantei para pedir permissão para a professora para ir ao banheiro ver se melhorava, ou quem sabe ir a enfermaria. Mas não houve nem tempo. Quando me aproximava dela, senti meu corpo pesar, e me esborrachei no chão, desfalecido...

MINUTOS DEPOIS

Acordei alguns momentos depois, ainda tonto e sonolento. Não sabia direito onde estava, e só alguns segundos depois me lembrei do que tinha acontecido. Senti um cheiro característico, que logo lembrei do que era. Era o perfume de Gabriel. O mesmo que havia sentido na Biblioteca. Quando virei-me para ver aonde estava, o vi. Ele estava ali, colado a mim.

- Você está bem ? - foi só o que eu consegui ouvir.

- Não... Estou me sentindo tonto... Tô com fome... Aonde eu estou ?

- Na enfermaria...

- A quanto tempo estou aqui ?

- Acabamos de chegar aqui... Você lembra do que aconteceu ?

- Sim... Lembro... Mas espera, eu não desmaiei na sala ? Como cheguei aqui ?

- Eu trouxe você nos braços. Sua amiga Karen está atrás da enfermeira que estava almoçando - naquele mesmo momento as duas entraram na porta.

- Pronto Gabriel, Achei ela... - a moça entrou afoita na sala.

- O que foi que houve ?

- Ele desmaiou na sala de aula... - ao ouvir aquilo, ela pegou um aparelho.

- O que você está sentindo ?

- Tontura, dor de cabeça, fraqueza - era um aparelho medidor de pressão. Ela colocou no meu braço, e logo ele começou a apertar por si só. Quando parou, ela tirou o aparelho.

- Sua pressão está muito baixa rapaz - ela colocou algo abaixo das minhas pernas, que fez com que elas se elevassem - você comeu direito hoje ?

- Na verdade não. Nem tomei café, nem almoçei...

- Você está sem comer desde ontem ? Mas porquê ?

- Porquê não tive tempo de comer hoje...

- Vamos esperar a sua pressão normalizar e em seguida você deve comer e ir para casa. Se essa situação perdurar, vá ao médico. Vou pedir para as cozinheiras prepararem algo para você comer - logo então ela se foi.

- Vou pegar as suas coisas na sala, e as minhas também, já que não vou deixar você ir para casa sozinho nesse estado - Karen falou, saindo da sala. Mais uma vez, ficamos sozinhos na enfermaria. Ele continuava me olhando, enquanto eu sentia pouco a pouco a melhora dos meus sintomas.

- Você tem comido bem todos os dias ? - ouvi a voz dele.

- Tenho... Foi só hoje que eu não comi porque acordei muito tarde.

- Mas... Tem certeza que não tem nenhum outro problema por trás disso ?

- Tenho... - estranhei aquela pergunta - porquê a pergunta ?

- Não... É que... Fiquei preocupado com você... Quando vi você ali, caindo como uma folha na sala, não sabia direito o que fazer... Não sei porquê... - olhei para ele, e sorri. Pois só então notei, ele tinha consciência de que eu estava ali.

- Obrigado por ter me ajudado Gabriel...

- Não foi nada Diego, e se precisar de mim, me avise... - olhei nos olhos dele, e daquele vez consegui ver algo que nunca havia notado nele. O bom coração...

DIAS MAIS TARDE

Nos outros dias, ele começou a me cumprimentar, trocar duas ou três palavras, mas nada que fizesse com que eu me aproximasse realmente dele. Continuava estudando, o observando, imaginando milhões de coisas com ele. Porém, certo dia, um sonho estranho me assustou.

" Como diversas outras vezes, ele me jurava amor, na escola vazia.

- Jura que me ama ?

- Juro... - porém, ao contrário das outras vezes, meu sonho não acabou ali. Ele continuou... Quando me virei, para olha-lo, ele começou a rir de mim e gritou algo que me fez chorar.

- Viado... - de repente milhares de pessoas surgiam, de lugares improváveis, todos gritando a mesma coisa.

- Viado ! Bicha ! Gay ! Baitola ! - eu olhava ao redor e não via ninguém que manifestasse uma ajuda. Até minha amiga Karen me xingava. Mas o que mais doía era ver ele, gritando coisas odientas para mim"

De repente eu acordei, suado e assustado. Com uma dor no coração que me fez chorar. Será que ser gay me impediria de ser feliz ?

HORAS DEPOIS

A aula havia acabado, porém aquele sonho ruim não saía da minha mente. Havia contado para Karen

- Aí amigo, credo. É lógico que eu nunca faria algo assim com você. E como essas pessoas iriam saber de algo, se apenas nós dois sabemos. Deixe-me ir, pois tenho que ir ao dentista.

- Tchau... - logo ela saiu, e ficamos apenas nos dois. Arrumei as minhas coisas para partir, quando percebi que alguém havia esquecido algo numa cadeira próxima a minha. Quando me aproximei, percebi que era um moletom. Quando eu peguei, não me lembrei de quem era. Porém, bastou um papel saltar e cair no chão, e eu descobri de quem era - é do Gabriel - olhava o papel, que estava endereçado a ele. Imediatamente levei ao meu nariz, como mais uma forma de tentar me aproximar da minha paixão. Confirmei, o perfume que ele usava era aquele.

MINUTOS DEPOIS

Fui até o vestiário dos nadadores devolver o moletom para ele, que estava nadando. Quando entrei lá, eles ainda estavam se trocando. Por sorte não peguei ninguém pelado.

- EI Diego, só nadadores podem entrar aqui.

- Eu só vim devolver isso aqui pro Gabriel.

- Para mim ? - ouvi a voz dele, no fundo do vestiário. Quando ele veio, estava apenas de sunga, desfilando aquele corpo branco e bonito que me causava tonturas - o que é ?

- O... O seu moletom - falei, desviando o meu olhar.

- Ah, obrigado. Aonde estava ?

- Na sala de aula...

- Espera. Como você sabia que é meu ?

- Tem um papel aí com o seu nome. - ele arregalou os olhos.

- Você leu o papel ?

- Não. Só vi o seu nome...

- Ah sim... - durante alguns segundos ficamos nos olhando. Sempre aqueles olhares me deixavam sem jeito, e me provocavam sentimentos estranhos e ocultos. Porém, naquele momento algo diferente chamou minha atenção.

- Olha, eu não sabia que nós tínhamos um casal gay na escola.

- Nem eu.. Achava que o Diego era homem, mas agora ..

- E o Gabriel então, pega tantas meninas bonitas, para que um homem ? - eles começaram a fazer comentários ruins, e apesar de não me xingar em, como no sonho, eu me senti acusdoacusdo, com medo e ofendido depois de tudo o que eles falaram.

- EI ! Parem com isso agora ! O Diego só veio ser gentil, parem com essa babaquice agora ou vou denunciar vocês para a diretora ! - era a voz dele. Ele gritou. Quando olhei para ele, me assustei com a feição. Nunca havia o visto tão furioso. Mais uma vez, ele estava me defendendo - vem Diego ! - de repente ele começou a me puxar pelo braço, para fora do vestiário. Não me levou para muito longe. Mas só o fato da sua mão estar entrando em contato com o meu braço foi suficiente para eu tremer. Próximo a saída, ele parou. Olhou pro chão, me olhou nos olhos - não ligue para o que esses garotos dizem. Eles vivem com inveja de mim porque eu sou o melhor e eles não. Me desculpe por não ter sido mais rígido, aliás, acho que vou denuncia-los para a diretora. O bullyng é proibido aqui.

- Não, não precisa fazer nada - falei, segurando no braço dele - eles podem perder o lugar no grupo e... Com certeza eles querem muito estar aí...

- Mas...

- Eu não ligo para o que dizem de mim - falei, olhando para o chão. Ele sorriu, olhando para mim.

- Mais uma vê, obrigado pelo moletom. Você é um garoto muito legal.

- Não... Não foi nada. Disponha sempre. Até mais...

- Até... - como sempre Quando nos víamos, o nosso olhar se cruzava por vários segundos. E antes de se separar, meu coração palpitava. Eu estudava ultra-mega- apaixonado.

DIAS DEPOIS

Como sempre, uma vez por mês nosso professor nos levava para a piscina, para fazermos atividades da disciplina, e também de lazer. Vesti a minha sunga de banho e entrei na água, tímido. Ele ordenou que nadassemos pela piscina. Eu fiz, sempre ao lado da minha amiga Karen. Estava até gostando da aula. Mas até eu ver aquilo. Vinha ele, entrando lado a lado com uma garota da nossa turma. Fiquei feliz em ve-lo, como sempre ficava. Porém, quando vi ela beija-lo, parei. Ele logo se soltou dela, olhou para mim e viu que eu havia visto. Como a um bom tempo não acontecia, não conseguia ver nada em seu olhar. Foi como se me dessem uma facada. Dolorosa, lenta, cheia de tortura e sofrimento. Meus olhos, minha cabeça, meu corpo, meu coração doeram. Imediatamente acabou toda a minha disposição para nadar, para correr e até para comer. Sai da piscina, e fui até o professor.

- Professor, estou sentindo uma forte dor no estômago, posso ir na enfermaria pegar um remédio ou algo ?

- Claro Diego, qualquer coisa você está dispensado da aula.

- Está bem professor, obrigado... - me virei, comecei a caminhar em direção a saída. E quanto mais me aproximava dele, mais eu queria chorar. Mas me eu me segurei. Quando passei ao lado dele, ele falou.

- Diego ! - mas eu fingi que não ouvi. Passei direto, e começei a correr.

MINUTOS DEPOIS

Eu menti, não fui para a enfermaria. Na verdade fui para uma sala qualquer vazia e lá fiquei, escondido. Eu sei, pode parecer exagero chorar por alguém que você mal falou. Mas só quem sabe o que é paixão sabe o quanto doi não ser correspondido. Ou ver a pessoa que gosta fazendo aquilo que você queria fazer com ela, com outra pessoa. Apenas chorei, de cabeça baixa naquela sala. A partir de então, um pensamento apenas tomou conta da minha mente. Eu não tinha a mínima chance com ele.

MINUTOS DEPOIS

Pouco depois do sinal bater, eu decidi que era hora de retornar. Fui caminhando lentamente, sem muita vontade de chegar até lá. Na verdade, um beijo, algo que eu sempre sonhei em ganhar, havia destruído toda a minha alegria no dia. Se todos os beijos fossem tão dolorosos quanto aquele, então eu nunca iria querer beijar alguém. A piscina já estava vazia. Presumia eu que todos já haviam ido embora, apenas eu continuava ali. Entrei no vestiário, e não escutei barulho nenhum. Olhei para as mesas, apenas duas mochilas. A minha, e a de outra pessoa. Não importava quem era, eu só queria trocar de roupa, ir para casa e sofrer pensando no quanto de tempo perdi nessa paixão que na verdade nunca teve futuro. Peguei a minha toalha, minhas roupas e fui para o fundo, aonde ficavam os chuveiros. Não tinha ninguém, então aproveitei para me jogar uma água para tirar o cloro. Enquanto me molhava, lembrei do esbarrão, da vez que ele me socorreu, quando me defendeu... Porquê todas essas coisas tiveram que acontecer ? Para que no final eu o visse beijando outra e então caísse na real ? Para que deixar eu me apaixonar tanto ? Estava com tanta raiva que a minha vontade era quebrar o chuveiro. Não o fiz, pois naquele momento, a luz apagou. Já era noite, então tudo ficou um enorme breu. Tateando , consegui achar o registro do chuveiro. Nem adiantava eu tentar sair andando sem me segurar em nada, ou ia acabar me estabacando no chão. Porém, antes mesmo que eu pudesse sair andando, senti uma mão segurar o meu rosto, e de repente lábios tocaram os meus. Eu me assustei, me debati, mas acabei cedendo. Algo me fez ceder. Eu não sabia quem era que estava ali, me beijando. Mas era algo tão gostoso, que eu acabei deixando. Durou vários segundos, ao contrário do que eu havia visto mais cedo, e quando parou, estava ofegante. Eu, e a pessoa que me beijou. Havia acontecido o meu primeiro beijo. Foi intenso, foi gostoso, foi mágico. E eu não sabia com quem foi. Não fazia a mínima idéia. Quando mexi a mão para tentar segurar a pessoa, ela já havia se distanciado de mim. E lá eu fiquei, ofegante, com o coração acelerado, sem saber quem havia me beijado. Toquei os meus lábios, pois nunca havia sentido algo assim. Retiro o que disse, os beijos não são nem um pouco ruins. Mais alguns segundos se passaram e a luz acendeu novamente. Ainda tava atordoado. Meu astral foi de péssimo a ótimo em segundos. Minha cabeça estava embolada. Eu só queria saber quem havia feito aquilo. Caminhei em direção a mesa. E só havia uma mochila ali, era a minha. Começei a tentar imaginar quem havia sido. Primeiramente pensei em uma garota. Mas logo aquela ideia sumiu da minha mente. Uma garota não entraria num vestiário de homens sabendo que podiam haver vários lá dentro. Além disso, ela não seria autorizada a entrar naquele lado, pois apenas homens podiam. E a pessoa que me beijou era mais alta que eu. Percebi pois me fez suspender a cabeça. Comecei a pensar nos garotos, mas quem ? Quem dos garotos poderia ter feito aquilo ? Comecei a pensar em todos os que conheciam e eram mais altos, mas nenhum entrava em consenso. Se ao menos eu tivesse sentido algum cheiro ou ouvido algum grunhido ou gemido. Mas não. Porém, de uma coisa eu podia ter certeza. A pessoa que me beijou, só podia ser a Dona daquela mochila. Quando me virei, já vestido em direção a saída, estranhei. Pois havia uma cadeira na porta, com um moletom sobre ela. Olhei bem, e logo reconheci. Era o moletom do Gabriel. Mais uma vez ele havia esquecido. Durante alguns segundos pensei que podia ter sido ele a pessoa a me beijar. Mas logo tirei aquele pensamento da cabeça. Ele havia beijado outra mais cedo, nunca iria ser ele. Bem que eu queria que fosse, mas não de era. Peguei o jaleco... Pensei em levar para casa e devolver a ele no dia seguinte. Mas Achei melhor deixar na secretaria e dizer que não sabia de quem era, pois não queria ter que falar com ele de novo. Assim que peguei o jaleco, como da outra vez um papel escapou. Quando peguei, vi que era o mesmo papel que eu havia visto da outra vez. Dobrado, com apenas o nome dele aparecendo. Lembrei-me dele arregalando os olhos com a possibilidade de eu ter visto o que estava escrito dentro. Fiquei com curiosidade, e acabei abrindo o papel. Logo acima do nome Gabriel, com a tinta visivelmente antiga, estava escrito. "Estou apaixonado por um garoto". Arregalei os olhos e meu coração foi no chão, mais uma vez. Virei o papel, e com a tinta visivelmente nova, vi aquilo. "E o beijei, para que ele não pense mal de mim" . Sorri, lendo aquilo. Não sei porquê, mas sorri. Podia não ter sido eu o garoto. Existem vários ououtros na escola. MasMas, mesmo assim eu ri. Será se foi ele, quem me roubou um beijo em segredo ?

FIM

E aí ?? Gostaram ??? Comentem e votem por favor. Deu trabalho escrever isso, e eu tive a ideia toda através dessa única música de trilha. Comentem por favor. Beijos :)

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Comentários

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Acabei de comentar que deveria ter uma continuação sem ter visto a continuação já postada kkk

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Tem que ter continuação pelo amor de Deus

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Eu protesto... ainda não esqueci kk... exijo uma continuação! Eu ainda tou aqui esperando...

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Eu concordo com os outros leitores se nao ter continuaçao vou surtar pode continuar pelo amor de Deus cara eu imploro continua o conto vai por favor

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SONHOS. PODEM SE REALIZAR OU NÃO. VEREI NOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS.

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Ah, Gustavinho... como você é maldoso...Esse conto não pode terminar assim. Tem que ter uma continuação. Concordo com seus outros leitores

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Viu só? vc não pode deixar a gente só na vontade. Tem que ter continuação.

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tem que ter continuação sim, mto fofa a história...

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Amei. muito lindo esse conto merece uma continuaçao rsrs. ;)

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Eu concordo com o "Lucas<3". Faz uma continuação, nem que seja de 3 capítulos...

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Gustavo pelo amor de meus filinhos faz uma continuação nem que seja de 3 cap, amei de mais seus contos são os melhores pq ajuda ae kkkkk não vou me contentar em ficar com essa fazio do final, mesmo assim um ótimo conto amei amei 😍😍😍

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Como assim, fim ??? Como assim, capítulo único??? aah não, me recuso a aceitar... quero uma continuação!

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