Ação e Reação - O Outro dia

Um conto erótico de Gabriel26
Categoria: Homossexual
Contém 2376 palavras
Data: 19/06/2016 01:08:53

Ação e Reação – O dia Seguinte

Acordei assustado, olhei o ambiente e por alguns segundos me perguntei aonde estava e como num flash os acontecimentos do dia anterior bombardearam meu pensamento e então me dei conta que estava no quarto do Felipe e lembrei que no meio da madrugada ele tinha ido pro quarto de hóspedes depois de me certificar que eu ficaria bem.Levantei e fui para o banheiro, tirei meu pijama emprestado e entrei no box, liguei o chuveiro e deixei a água cair, fiquei bem uns 10 minutos embaixo da água quente e sai pra me secar,ai me olhei no espelho e vi que estava abatido, meu dia ontem não foi nada bom, muita coisa aconteceu alguns sentimentos que estavam guardados la no fundo voltaram mas eu tenho que seguir e enfrentar o problema, não vou fugir.Me sequei e botei a mesma roupa que estava usando ontem e fui pegar meu celular em cima do criado mudo, a última vez que havia visto as ligações do meu tio foi quando estava na rua depois de correr como louco , então olhei pro visor e havia 68 ligações do meu tio, e mais algumas mensagens no whats app, suspirei e lembrei quando sai correndo de casa e então fui a cozinha, cheguei lá e Felipe estava fazendo o nosso café da manhã.

- Nando, eu já ia lhe acordar – disse ele com um sorriso.

- Obrigado Felipe, mas como você sabe eu sou acostumado a acordar cedo – disse sorrindo também.

- Pois é – disse ele rindo – depois quem é da roça sou eu né! – completou.

- Felipe – mudei meu semblante agora ficando sério – eu queria agradecer pelo que você ontem indo me procurar , e me acolhendo aqui na sua casa.

- Pare com isso! – disse Felipe – eu fiz o que tinha que fazer, a hora que seu tio me ligou desesperado perguntando se você não tinha vindo pra cá fiquei com medo pensando que podia te acontecer algo, até por que hoje em dia a cidade estava perigosa, então eu peguei o meu carro e sai te procurando pelo meu bairro, decidi sair sozinho já que a Ágatha e a Cibele estão fora da cidade ainda, ai quando passei naquela rua te vi escorado – então ele complementou fazendo uma cara de alívio – ainda bem que te achei, sabe que você é como meu irmão menor, e como irmão maior eu tenho que te proteger, não iria me perdoar se algo lhe acontecesse.

Ele disse isso e veio me abraçar me fazendo um cafuné nos cabelos. Era engraçado a minha relação com Felipe pois eu nunca tive atração por ele , e ele com certeza não teve comigo, mas o fato de eu ser gay e ele hétero nunca atrapalhou nossa amizade, muito pelo contrário quando eu decidi contar pra ele primeiro ele se sentiu tão orgulhoso pelo passo que dei e por ter escolhido ele pra me abrir que decidiu que teríamos que comemorar, eu achei meio tosco mas fazer o que né o que o Felipe tem de grande e bondoso ele tem de coió e inocente então um complementa o outro ele com seu jeito super protetor com os amigos e eu sempre lhe dando conselhos, e lhe ajudando nas matérias de faculdade e até ajudando a conquistar as peguetes dele, agradeço todo dia por ele ter aparecido na minha vida.

- E então Nando? O que você vai fazer daqui pra frente ?– disse ele me olhando.

- Lipe eu vou ter que encarar meu primo – disse pra ele com um semblante sério nos olhos – o Fernando bobinho e inocente que via bondade em tudo morreu no dia que ele me espancou até quase me matar,de algum jeito naquele dia ele me ajudou, ele me abriu os olhos pra ver como esse mundo pode ser cruel e como a intolerância e o preconceito começaram dentro de casa. – disse olhando pro nada.

- Só de pensar que aquele covarde fez com você eu... – disse Felipe batendo com a mão fechada na palma da outra mão com expressão de raiva – me da vontade de quebrar a cara dele.

- Não meu amigo – disse eu segurando em seu braço – assim você se iguala a ele, e não quero que você seja igual a ele.

- Verdade, até por que eu não sou peludo – disse ele rindo e nem tenho cara de carcamano – ele complementou me olhando.

- Ei o que é isso – disse eu rindo – eu tenho cara de carcamano por acaso? – complementei e ri.

Felipe as vezes soltava umas pérolas desse tipo, mas fazer o que era típico dele, tomamos café e eu não parava de rir com suas gracinhas a´te que eu tive que me despedir pra voltar pra casa, pois tinha que me arrumar e ir trabalhar, ele queria me levar mas disse que não,mas me fez prometer que eu iria ligar se acontecesse algo.

Fui caminhando e olhei no relógio já eram quase 9 horas da manhã,eu teria que chegar em casa e me arrumar rápido e ir pro escritório de advocacia aonde meu tio é sócio junto com o Antônio, basicamente minha função é como secretário particular do meu tio, sou basicamente sua agenda ambulante, já trabalho pra ele a quase dois anos, eu comecei a trabalhar pois quando decidi procurar emprego meu tio não gostou da ideia e me propôs que trabalhasse pra ele até o período de faculdade onde eu faria estágio ai eu poderia arranjar algo na minha área, eu topei e hoje praticamente sou dois braços como ele fala pros outros. Enfim cheguei em casa, abri o portão e estava chegando na porta quando ela se abre e de dentro dela sai um Maria doida.

- Fernando meu filho, você quer me matar do coração? – dizia ela me me abraçando e conferindo se eu estava inteiro – não faça isso nunca mais.

- Maria, você já sabe o motivo que me levou a fazer isso? – perguntei pra ela olhando em seus olhos, que pelo seu semblante ela já sabia.

- Então Maria não me julgue por favor – disse a ela – só eu sei quanto foi ruim rever aquele monstro na minha frente ontem e lembrar de tudo o que eu levei tempo pra esquecer.

- Fernando eu não vou te julgar, mas eu fiquei preocupada com você, o seu tio quando me ligou eu estava com a minha mãe, ele mais chorava no telefone do que falava, eu só vi a gravidade do problema quando seu tio falou no nome do Marcos e que você tinha fugido – disse Maria me olhando com pena – eu achei que ele tinha te machucado de novo – então ela respirou fundo – e só o que consegui fazer foi deixar minha mãe de novo na casa de repouso e correr pra cá.

- Maria me desculpa, eu não queria atrapalhar seu dia, mas quando vi ele aqui na porta e depois o meu tio dizendo que sabia que ele viria e que iria voltar a morar aqui eu surtei – falei já gesticulando com as mãos – foi muita sacanagem do meu tio.

- Não foi não! - ouvi a voz grossa que vinha de dentro de casa falar, reconheceria ela em qualquer lugar – eu só estava tentando te proteger, tentando ganhar tempo pra não acontecer o que aconteceu ontem – de repente sai o meu tio pela porta, ele estava com os olhos vermelhos, sua cara inchada de quem chorou e seu cabelo todo despenteado, senti seu hálito de quem tinha bebido whisky e fiquei com vergonha pois meu tio só bebia quando ele estava muito fodido ou bem triste.

Maria olhou pro meu tio, olhou pra mim e disse.

- Vocês tem que conversar, eu vou no mercado pra deixar vocês a vontade – e sai em direção a rua.

Eu olhei pro meu tio e disse.

- Oi tio! – eu disse com a cabeça baixa – eu vou subir pro meu quarto me arrumar pro trabalho.

Fui passar por ele mas ele me segurou pelo braço, foi tudo muito rápido os braços de um urso, me puxou pro seu peito e me abraçou, eu ouvi seu choro baixinho enquanto ele me beijava a cabeça e me apertava, droga de sangue italiano, la vou eu chorar também.

- Desculpa tio – eu dizia enquanto lágrimas começavam a cair, que droga eu sou emotivo demais – eu não faço mais isso, olha como o senhor ficou por minha causa – dizia passando a mão nos seus cabelos, o meu tio me olhou com um misto de calma e alívio.

- Filhote, nunca mais faça isso comigo ouviu – ele falava me pegando pelos ombros e me chacoalhando – eu não vou aguentar perder mais alguém, ainda mais você, ontem eu me senti um bosta por não conseguir manter você aqui e por ter sido o culpado de você sair de casa transtornado daquele jeito - dizia meu tio me abraçando forte quase me deixando sem ar.

- Calma tio eu voltei não voltei? – dizia forçando um sorriso pra acalmá-lo – aliás já voltei e já vamos te que sair pro trabalho, pois estamos os dois atrasado.

- Não hoje você vai ficar em casa e eu também – ele disse me olhando e passando o dedo em uma lágrima que caia. – nós temos que conversar não é?

- Sim tio, temos muito o que conversar – olhei pra ele com cara de vencido.

Depois dessa cena digna de novela mexicana onde parecíamos duas atrizes do drama, fui pro meu quarto e me troquei, quando desci meu tio já estava usando uma roupa casual e já estava também todo arrumado, quando me viu ele bateu com a palma da mão no sofá e eu sentei, então ele começou.

- Filhote – ele me olhou, respirou fundo e continuou – eu devia ter lhe contado antes, ou ter preparado você pra lidar com isso, o seu primo Marcos já está aqui há alguns dias, eu sei disso por que fui eu que pedi pra ele voltar pra Uberlândia, a nossa base aqui está com muitos processos e seu primo é um excelente advogado na área de direito criminal, você mesmo sabe a quantidade de trabalho que estamos tendo não? Então como o Marcos já havia me pedido pra voltar achei que seria uma boa hora trazer ele de volta, pois acima de tudo somos uma família não somos, além do mais a namorada dele está vindo também, como sua família mora aqui na cidade ela vai trabalhar com a gente, eu terei a família reunida e no trabalho ganhamos dois advogados – disse ele sorrindo.

Eu tentava processar o que meu tio tinha falado, por um lado tinha o escritório que realmente precisava de mais advogados na área criminal, mas por outro lado tinha que ser o me primo, eu sei que esse pensamento é egoísta mas só quem passou o que eu passei sabe. Eu olhei pro meu tio e ele parecia ansioso e nervoso como que eu iria falar.

- Filhote, então o que você acha? – perguntou meu tio.

- Sabe tio, o que me deixou puto foi você não me falar que ele tinha voltado, foi agir pelas minhas costas e eu descobrir da pior maneira – eu falava olhando pro nada – foi ficar cara a cara com uma pessoa em que a última vez em que a vi ele estava me espancando até quase me matar – Meu tio me olhava e quando disse isso vi um semblante triste no seu rosto pois isso mexia com ele também.

- Eu sei, e eu só me dei conta disso quando você disse que não era meu filho – dizia meu tio ficando com os olhos marejados – e depois dizendo pra mim não tocar em você – ele completou – naquela hora percebi que tinha sido covarde e egoísta,e quando te vi sair correndo me deu uma sensação de perda tão grande, que a única coisa que pensei é que você nunca mais iria querer me olhar na cara de novo – ele falava e passava sua mão pelo meu rosto.

- Tio também não é pra tanto né – disse eu me levantando e andando através da sala – eu me senti traído sim , eu só precisava sair daqui, não queria ficar com aquele monstro sobre o mesmo teto – disse olhando os peixes do aquário – há e tio me desculpa por falar aquilo pra você é que eu estava com raiva e me senti sozinho, eu tenho que agradecer por você ter me acolhido – olhei pra ele e sorri.

- Não fala assim, você não está sozinho – me abraçou de novo – é meu filhote, o presente que meu irmão deixou, você de algum jeito é meu filho sim, quando sua tia morreu eu pensei seriamente em me matar, mas o que me ajudou a seguir em frente não foi só seu primo, mas principalmente você, eu não deixaria nada de mal acontecer com você, já tinha perdido seus pais eu era a sua última família então segui em frente – disse ele respirando – quando seu primo fez aquilo com você eu fiquei sem chão mas eu fui forte pois você iria precisar de mim, eu só escondi de você com medo que você tentasse alguma loucura - disse ele demonstrando um alívio por falar isso.

- Claro que não né tio – disse batendo em seu ombro – vem cá não chora não é feio um homem desse tamanho chorando feito uma menininha de escola – falei pra ele e ri.

- É esse nosso sangue – disse ele apontando pro braço não sei por quê – os italianos gostam de drama – disse ele.

- É eu sei – e ri.

O resto da manhã foi tranquilo, nós almoçamos com a Maria e ela contou do fim de semana que ficou com sua mãe, depois a parte da tarde meu tio me levou pra jogar boliche e nesse meio tempo liguei pro Felipe contando o que tinha acontecido, jogamos boliche até umas 20:00hs então decidimos ir pra casa, quando chegamos em casa e eu entrei na sala e percebi alguém deitado assistindo, quando vejo melhor quem era eu me arrepiei todo,ele estava deitado no sofá sem camisa seu peito todo peludo e sua barda brilhavam por causa da luz da tv e da sala que estava escura, quando ele percebeu que eu estava parado no vão do hall pra sala ele se levantou, eu fiquei estático ele me olhou abriu um sorriso e disse.

- Oi – e veio na minha direção.

Continua....

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Comentários

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Boa tarde estou gostando dos comentários sobre esse capítulo, muita coisa vai acontecer ainda, eu já tinha o capítulo seguinte escrito mas vou colocar um pouco mais de tensão e o inicio de um romance no ar.

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Ai... Eu ignorava nem sei se ficaria na mesma casa

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Obrigado pela dica, muita coisa ainda vai acontecer.

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Se for o Marcos aí, CORREEEEE... Sei que foi obrigado a aceitar o primo na empresa do tio, mas ser amigo e conversar como antigamente não né! O que esse Marcos fez nem eu perdoaria... Merece falar sozinho. Seja indiferente e não ouça ele Fernando.

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