O amor vem de onde menos se espera. 5

Um conto erótico de Berg
Categoria: Homossexual
Contém 3557 palavras
Data: 13/07/2016 12:30:42
Última revisão: 13/07/2016 13:12:41

Assim que passei pela cela, Tiago segurou meu braço.

- vem me visitar de vez em quando. Eu não tenho ninguém la fora que faça isso por mim. (disse ele segurando firme a grade).

Era estranho ver Tiago naquela situação. Geralmente nos víamos no mesmo ambiente, ou lá dentro, ou fora, agora eu o via por trás daquelas grades. Estávamos em situações diferentes, eu estava tendo uma nova oportunidade e já ele provavelmente ficaria mais um bom tempo recluso. O que mais me deixava triste era imaginar que ele tinha inimigos ali dentro. Ele cuidou de mim o tempo todo, mas quem vai ficar cuidando dele?

Eu - Claro que venho pô. Mesmo que você não tivesse pedido, eu viria de qualquer jeito.

Tiago deu um sorriso sem muita animação.

Tiago - vou esperar hen playboy! (disse ele me estendendo o braço para que eu apertasse). E não faz mais nenhuma merda não cara. Se for matar alguém seja mais discreto. (disse ele esboçando um sorriso).

Eu ri.

Eu - pode deixar.

O agente solicitou que eu saísse, e assim o fiz, fui até o final do corredor olhando o semblante, triste, do Tiago.

xxXXXX

Em momento algum me algemaram, em momento algum eu mostrei resistência à prisão.

Assim que chegamos à delegacia, fui logo encaminhado para o delegado plantonista que me fez um monte de perguntas. Eu expliquei o que havia acontecido, mas encobri o verdadeiro nome do dono do revolver.

xxXXX

Assim que deixei a cela, fui encaminhado ate a sala do diretor, lá estavam minha mãe e o defensor público.

Eu - mãe. (foi minha primeira palavra naquela sala).

Minha mãe me deu um abraço toda emocionada.

Mãe - Deus ouviu as minhas preces. Quantas noites eu passei sem dormir pensando em como você estava se virando nesse lugar.

Fiz força para não chorar, mas dessa vez era de emoção.

O defensor publico me cumprimentou e em seguida sentamos frente a frente com o diretor.

Eu - o que ta acontecendo mãe? por que me chamaram aqui?

Mãe - calma filho, o doutor já vai explicar pra gente.

O defensor publico então começou a ler um documento que nem eu nem minha mãe entendemos bem.

Eu - e isso quer dizer o que? (perguntei assim que ele finalizou a leitura).

Cordialmente o homem respondeu - Foram encontradas evidencias que comprovam que o tiro foi legitima defesa.

Eu - mas isso eu já tinha dito. (falei exacerbado).

Defensor - Sim Felipe, mas ainda há um problema.

- Qual? (minha mãe e eu perguntamos ao mesmo tempo).

Defensor - por mais que você não tenha efetuado o tiro contra a vitima, existiu a tentativa, e isso também é crime.

Passei a mão na cabeça começando a me desesperar.

Defensor - calma, não há motivos para pânico. Eu solicitei ao tribunal que reavalia-se seu caso, e como você é réu primário, e o seu padastro ainda depôs a seu favor, o juri resolveu converter sua reclusão em uma prestação social alternativa.

Eu - eu vou ter que limpar rua, ajudar idosos, crianças, é mais ou menos isso? (perguntei voltando a ficar feliz).

Defensor - é por aí. (disse ele sorrindo).

Olhei pra minha mãe e ela limpava os olhos.

xxXXXX

Cheguei em frente a minha casa, e ela estava fechada no cadeado. Fui até a casa do Otávio.

Bati palmas, e sua mãe abriu a porta.

- Oi Felipe. (disse ela muita simpática).

Felipe - boa tarde dona Cida.

Cida - boa tarde meu filho.

Felipe - eu queria falar com o Otávio.

Cida - ele ta almoçando. Entra.

Destravei o ferrolho do portão e entrei no quintal da casa de Otávio.

Felipe - da licença. (falei passando pela porta da sala).

Cida - Fica a vontade, o Otávio ta na cozinha.

Caminhei até o comodo indicado por dona Cida, e Otávio estava sentado a mesa comendo sua refeição.

- Lorin. (ele falou assim que me viu).

Eu - e aí mano.

Otávio - senta aqui cara, como é que tu ta? Ta com fome?

Eu - eu to bem cara, e minha mãe?

Otávio falou sem demora.

- dona Lúcia esta bem, foi apenas um desmaio.

Eu - e onde ela ta?

Otávio - teu padastro foi cirurgiado e agora esta ''sob'' observação, tua mãe ficou no hospital também em obervação.

Eu - O José não morreu?

Otávio - ainda bem que não né mano!? Agora me conta de você, o que aconteceu? Tentei ir à delegacia, mas meu pai não deixou.

Eu - tranquilo mano, eu passei a noite lá, e eles me liberaram, hoje cedo.(falei, finalmente, puxando uma cadeira e sentando de frente para meu amigo).

Otávio - fácil assim?

Eu - mais ou menos. Meu irmão quem me tirou de lá. Eles falaram que eu ainda vou ser chamado.

Otávio - eu tava com medo de tu não voltar mais mano.

Otávio me deu um abraço.

Minhas mãos passaram por cima do pescoço dele e pegaram uma porção de batatas fritas.

xxXXX

Eu e minha mãe fomos liberados, e eu ouvi o barulho daquele imenso portão de ferro sendo fechado logo atrás da gente.

Um pouco mais a minha frente havia um taxi parado. Do lado de fora estava o taxista, e ao lado dele, meu amigo Otávio.

Corri em sua direção, deixando minha mãe pra trás.

Eu - seu filho de uma puta.

Otávio - filho de uma arrombada.

Otávio me abraçou ali mesmo.

Otávio - tu ta inteiro? (perguntou rindo).

Eu - mais ou menos. (falei lembrando de tudo o que havia acontecido lá dentro).

Minha mãe me acompanhou.

Mãe - olha quem veio te fazer uma surpresa. (disse ela toda feliz).

Eu - a senhora sabia que ele estava aqui?

Mãe - eu vim com ele.

Eu - ah, quer dizer que a senhora anda ostentando de táxi?

Mãe - o Otávio insistiu. Esse menino é um amor.

Eu - porque a senhora não ouviu o elogio que ele acabou de lhe fazer.

Nesse momento até o taxista riu.

Otávio - bora pra casa? (Otávio tentava mudar de assunto).

Entramos no táxi e seguimos viagem.

Eu e Otávio íamos tirando brincadeira no banco traseiro do táxi; minha mãe ia na frente.

xxXXX

O táxi estacionou de frente pra minha casa.

- a senhora vai continuar morando aqui mãe? (perguntei antes de descer do carro).

Mãe - eu não tenho outra escolha filho, não tenho pra onde ir. (disse ela me encarando).

- E o José vai deixar eu voltar pra casa?

Minha mãe não teve coragem de me responder.

Otávio - Dona Lúcia e eu já conversamos sobre isso Lorin. (disse Otávio entrando na conversa).

Eu - e o que vocês conversaram? (falei fixando minha atenção nele)

Otávio - você vai ficar na minha casa por um tempo. O José não mudou de ideia sobre você voltar pra casa.

Eu - e minha mãe?

Mãe - eu fico em casa filho.

Eu - com aquele monstro?

O motorista nos observava pelo retrovisor.

Mãe - ele ta mudando. Não viu quando o advogado disse que ele depôs a seu favor?

Eu - ele deve ter algo de interesse por trás disso.

Mãe - tem não filho, ele ta mudando de verdade.

Eu - não acredito nisso.

Mãe - vamos dar um voto de confiança. Ele é ser humano, e todo ser humano erra. (ela me olhava com cara de quem pede piedade).

Eu - eu não vou dar voto de confiança pra ninguém mãe, mas não vamos discutir por causa daquele cara, se você quer continuar morando com ele o problema é da senhora.

Minha mãe me olhou triste.

Otávio - ta sendo injusto com tua mãe Lorin.

Otávio tinha razão.

- Desculpa mãe. (falei envergonhado).

Mãe - tudo bem filho. (disse ela como sempre muito tranquila). Você não quer entrar um pouquinho?

Eu - O José ta em casa?

Mãe - quando saí, ele ficou dormindo.

Eu - então esquece mãe, quando tiver sozinha, tenta me avisar que eu venho ficar com a senhora

Desci do carro e dei um abraço de despedida em minha mãe.

xxxXX

Enfim chegamos a casa do Otávio, este pagou a corrida e entramos. Logo na sala cumprimentei sua mãe, e segui para o seu quarto.

xxXXX

- Caralho véi. Você não sabe da alegria de ver uma cama. (falei me jogando em cima da dormida do Otávio).

Ele riu.

- E na pousada não tinha cama?

Balancei a cabeça que não.

Eu - todo dia eles diziam que iam providenciar um colchão pra eu dormir, e até hoje eu espero.

Otávio tirou o par de tênis e colocou na sapateira.

- Mano, eu queria me desculpar por não ter ido te ver nenhum desses dias que tu esteve trancado, mas é que meu pai não deixou.

Eu - tranquilo pô. Minha mãe me explicou tudo, esquenta com isso não.

Otávio - Quer comer alguma coisa? (disse ele mudando de assunto).

Eu - comer não mano, mas eu queria tomar um banho e cair na cama.

Otávio - já sabe o caminho né!? (ele disse enquanto mudava de roupa).

Eu - sei sim.

Levantei da cama, peguei a toalha e uma muda de roupa limpa.

Assim que entrei debaixo do chuveiro foi difícil não pensar no Tiago. Um sorriso espontâneo veio em meu rosto, e eu comecei a tocar uma punheta em sua homenagem.

Assim que saí do banho não vi Otávio no quarto. Já era tardinha e eu resolvi cochilar na cama dele.

xxxXXX

Acordei à noite e fiquei na cama, de barriga pra cima, pensando na vida.

Otávio entrou no quarto só de bermuda e uma toalha pendurada no ombro.

- Acordou? (perguntou ele).

Eu - ainda não, e tu?

Otávio - tomar no cú caralho, eu to perguntando na maior educação.

Eu - percebi vei. Mandar os amigos tomar no cú é muita educação ''mermuh''.

Nós rimos.

- Vai la jantar. (disse ele abrindo a porta do banheiro).

Eu - vai tomar banho? (perguntei ainda deitado).

Otávio - vou lavar minha minhoca. (disse ele rindo).

Eu - vou te esperar então pra jantar.

Otávio - já jantei.

Eu - e teus pais?

Otávio - todo mundo já jantou, só falta tu.

Eu - porra, eu tenho vergonha de jantar sozinho. (falei ficando de pé).

Otávio - deixa de frescura pô.

Otávio enrolou a toalha e acertou em minhas costas.

Eu - Ai viado. (soltei um leve gemido).

Depois disso Otávio trancou-se dentro do banheiro.

xxXXX

Chegando na cozinha não encontrei ninguém, imaginei que os pais de Otávio estivessem deitados. Peguei um prato limpo e comecei a me servir.

- Finalmente comida caseira. (pensei).

Assim que sentei à mesa - Edvaldo - pai de Otávio, sentou a meu lado.

- Boa noite Felipe. (disse ele puxando assunto).

Felipe - boa noite seu Edvaldo. (falei envergonhando). Vou comer um pouquinho tá!?

Edvaldo - fique a vontade Felipe.

Eu agradeci.

Edvaldo - E aí já ta livre do reformatório?

Eu - graças a Deus. (respondi). Só preciso cumprir uma pena alternativa.

- Que bom. (disse ele). Felipe eu queria ter uma conversa séria com você. (o Homem me encarou por um tempo).

Coloquei o prato para o lado.

Edvaldo - Não, não. Pode continuar comendo. (puxei o prato de volta).

Eu - pode falar sr Edvaldo.

Edvaldo - você sabe que eu vi você nascer né!?

Eu apenas balancei a cabeça.

Edvaldo - e... eu gosto muito de você de verdade.

Eu - eu fico agradecido sr Edvaldo.

Edvaldo - Mas... Depois do que aconteceu, infelizmente você não pode ficar aqui. Infelizmente. (Ele deu enfase ao infelizmente).

Eu - o senhor ta falando do tiro que o José levou? Aquilo não foi proposital não. (nesse momento eu já não comia mais, apenas dava atenção ao senhor Edvaldo).

Edvaldo - eu sei que não foi. Você é um bom menino e jamais teria coragem de fazer algo desse tipo.

Eu - eu fiz besteira sr Edvaldo, entrei na casa do José armado, mas juro que não atirei nele.

- Eu acredito. (disse ele tocando em meu braço). Mas o José é muito antigo aqui na comunidade, e tem amigos perigosos. Você me entende?

Eu balancei a cabeça que não.

Edvaldo - Pra encurtar a conversa. (disse ele calmamente). Você não vai poder ficar aqui em casa.

Eu - mas eu não...

Tentei falar, mas o pai do meu amigo me interrompeu.

Edvaldo - e também não quero você andando com o Otávio.

Eu nada respondia, nem concordava nem rebatia.

Edvaldo - você pode sofrer represálias, e eu temo pela vida do meu filho.

Eu - Sr Edvaldo, não vai acontecer nada com o Otávio. O que houve naquela noite já passou e ninguém vai querer se vingar de mim não. (falei tentando convencer o homem).

Edvaldo - minha decisão já esta tomada. (disse ele sem se alterar).

O homem respirou fundo - Você pode terminar de jantar, mas a depois gostaria que encarecidamente procura-se outro lugar pra ficar. (disse isso levantando).

Eu - mas eu não tenho outro lugar pra ficar. (falei também levantando).

Edvaldo - eu sinto muito. (disse ele fazendo uma cara de piedade).

Eu - ta. (falei fino).

Edvaldo - é só por um tempo. (ele colocou a mão em meu ombro). há... e não fala nada sobre isso com o Otávio ta!?

Eu confirmei com a cabeça que sim e voltei a sentar à mesa.

Tentei comer, mas não consegui, a fome já havia passado.

Levantei, e retornei ao quarto.

Otávio ainda estava no banho, eu ouvia ele cantar debaixo do chuveiro. Peguei minha mochila, coloquei em minhas costas e saí do quarto. Fui até a cozinha e lá estava a dona Cida.

- Ola Felipe. (disse ela assim que terminou de engolir um copo com água).

Eu - oi dona Cida.

Cida - você ta bem?

Eu - to sim. (falei mentindo).

Cida - e essa mochila?

Eu - vou dar uma saída. (falei disfarçando). Dona Cida tem biscoito dentro da dispensa?

Cida - calma aí que eu vou olhar.

A mulher abriu as portas do armário.

Cida - tem sim Felipe. (disse ela).

Eu - posso pegar um?

Cida - claro que pode. Você quer de que?

Eu - tem negresco?

Cida - Hum. Não tem òh. (disse ela lamentando).

Eu - então pode ser qualquer um.

A mulher me deu dois pacotes de biscoito. Abri a mochila e os joguei la dentro.

XXXXxxx

Assim que cheguei na rua me bateu um desespero.

- E agora? (pensei).

Resolvi descer a ladeira, iria procurar guarida na casa do Raul ou Heitor. Já próximo a casa do Raul eu vi uma figura indesejavel.

- Fala Lorin. (disse o cara irônico).

Eu - e aí 'pitbull'.

Pitbull- quem é vivo sempre aparece né!? Fiquei sabendo que tu tava trancafiado.

Eu - pois é. Passei uma temporada lá na pousada.

Pitbull - como é que ta por lá? Faz tempo que eu não dou as caras. (dizia ele rindo).

Eu fingi que ria também.

Pitbull - vamos falar de negócios. (disse ele tirando um masso de cigarro do bolso). Aceita? (disse ele me oferendo)

Eu - eu não fumo.

Pitbull - mas hoje vai fumar. (ele colocou o cigarro em minha boca e acendeu).

De inicio eu dei uma engasgada, o que o fez rir bastante.

Pitbull - e a minha grana? (ele referia-se a grana do aluguel da arma).

Eu - eu ainda não consegui.

Pitbull - mas já passou do prazo meu caro. ( ''Pitbull'' falava calmo, mas de forma que me amedrontava).

Eu - eu vou te pagar cara, assim que eu receber minha bolsa eu pago.

Pitbull - que bolsa? (perguntou ele curioso).

Eu - eu faço curso de mecânica e ganho uma bolsa de cento e cinquenta reais.

Pitbull - hummm. ( O cara colocou o cigarro na boca e deu uma tragada). O fato é que eu não posso mais esperar. Preciso da grana e preciso pra hoje.

Eu - mas hoje eu não tenho. (tentava argumentar).

Pitbull - te vira caralho, cada qual com seus problemas.

Eu - Mano, eu vou te pagar. (começava a ficar apreensivo). Só me dar um prazo maior.

Pitbull - chega de prazo. (disse ele jogando o cigarro no chão). Já que não tem dinheiro, você vai fazer um ''serviçinho'' pra mim.

Eu - não! Nem pensar, serviço sujo eu não faço.

O cara se infesou e me empurrou contra o poste de energia.

Pitbull - tu ta dizendo que meu serviço é sujo?

Eu tremi na base.

Eu - eu não levo jeito pra isso cara.

Pitbull - esses são os melhores. (disse ele me largando no chão).

- Me segue. (disse isto e saiu andando).

Via aquele cara caminhando e me senti obrigado a acompanha-lo.

xxxXXX

- Tira a camisa. (disse ele assim que chegamos em sua residencia).

Eu - mano, tudo menos isso. Eu prometo me limpar contigo, mas espera o meu pagamento sair.

Pitbull - já esperei demais. Segura isso. (disse ele colocando um produto em minhas mãos). Sabe quem é o predador? (perguntou ele me encarando).

Eu - só de vista. (falei). Nunca levei papo com ele.

Pitbull - ótimo. Você tem até meia noite pra entregar essa encomenda pra ele.

Eu - mas ele mora do outro lado da comunidade.

Pitbull - isso garotinho esperto. (disse ele dando leves tapas, seguidos, em meu rosto)

Eu - vai rolar não mano, vou ter que passar pelo posto policial.

Pitbull - Foda-se. (disse ele apoplético). Poderia ser até no inferno, e você teria que ir do mesmo jeito.

O cara cuspia fogo.

Pitbull - estamos entendido. (disse ele levantando a camiseta e deixando amostra uma arma em sua cintura).

Eu - sim.

Pitbull - bom menino. (e mais uma vez ele deixou transparecer um sorriso irônico). Agora vai, e lembra: Você tem até meia noite.... Há e é pra entregar em mãos viu? Nada de entregar para outra pessoa que não seja ele.

Eu confirmei com a cabeça, coloquei o produto dentro da minha mochila e parti para a residencia do predador.

xxXXX

Saí dali com o coração acelerado. Eu tinha poucas opções, ou entregava e corria o risco de ser pego e voltar pro reformatório, ou não entregava e tinha a certeza que seria castigado pelo ''pitbull'.

Durante o percurso quanto mais me aproximava do posto policial, mas rápido sentia meu coração bater.

Mais uma vez voltei a me arrepender. Se não tivesse feito rolo na arma do ''pitbull'' jamais estaria naquela situação.

Assim que cheguei ao posto policial, senti minhas pernas tremerem. Olhei para os policiais e alguns olharam pra mim.

- Agora que eu me fodo. (era só o que eu pensava).

Eles abordaram um veículo que vinha logo atrás de mim, e não me deram muita atenção. O que eu não achei ruim.

xxXX

Enfim cheguei a casa do ''tal'' predador. Toquei a campainha e o portão foi aberto.

Fiquei parado um tempo, e uma voz mandou eu entrar.

Não sei quem era, mas obedeci.

- que tu quer? (um moreno com arma na mão me perguntou).

Eu - queria falar com o predador. (respondi sem enrolação).

- que tu quer com ele? ( o cara questionou).

Eu - tenho uma encomenda pra entregar a ele.

O portão começou a se fechar comigo dentro, e aquilo que assustou bastante.

- quem mandou essa encomenda?

Eu - o ''pitbull''.

- cade a encomenda?

Eu - aqui na mochila. (falei apontando pras costas).

- revista ele aqui. (ele referia-se a uma terceira pessoa).

O cara ficou com uma arma apontada pra mim a todo tempo enquanto um outro me revistava.

- ta limpo. (disse o rapaz assim que terminou de me revistar).

- leva ele la no patrão.

Dizendo aquilo eu o acompanhei.

Após passarmos por vários corredores entramos em uma porta que dava acesso a uma sala subterrânea.

- desce. (ordenou o rapaz).

Assim eu o fiz.

Enquanto eu descia ele vinha atras de mim a todo tempo.

- patrão! (disse ele).

Havia um cara de costas. Ele comia algo enquanto assistia a uma serie na ''tv''.

- que é? (respondeu o patrão).

- tem um ''leke'' aqui querendo levar um lero contigo.

Eu acompanhava todo movimento.

patrão - eu já falei que não to pra ninguém. (disse o cara sem olhar para trás).

- mas acho que esse assunto vai te interessar.

patrão - do que se trata?

- encomenda do ''pitbull''.

O cara girou a cadeira. Na minha visão aquilo era como se fosse lentamente.

Um cara branco dos cabelos louros raspados, espetando, tatuagens no peitoral. Ele colocou o prato de comida em uma mesinha ao lado e com um lenço de papel limpou sua boca.

eu - boa noite senhor predador. (eu tentava ser o mais respeitador possível. Tudo o que eu queria era sair dali com vida).

O cara não respondeu, simplesmente com o olhar ordenou que o seu empregado se retira-se.

Assim que ficamos a sós ele esticou o braço e abriu a palma da mão. Tirei minha mochila das costas, abri o zíper, tirei o produto e o coloquei em cima de sua mão.

Enquanto o cara abria a embalagem, eu me virei de costas e tentei sair dali.

Patrão - ainda não mandei sair.

Olhei para ele e seus olhos estava fixos no produto. Ele falava sem olhar pra mim.

- Cade o restante? (disse ele dessa vez me olhando)

Eu - que restante? Tudo o que ele mandou esta aí. (falei apreensivo).

patrão - ta querendo me passar pra trás?

Eu - juro que não. Ta tudo aí, eu não mexi em nada. ( comecei a ficar assustado).

O cara levantou-se da poltrona e caminhou em minha direção.

Patrão - me passa a mochila. (disse ele alongando o braço).

Sem pensar duas vezes, tirei a mochila das costas e lhe entreguei. O cara abriu todos os zipes, virou minha mochila pra baixo, e deixou cair tudo o que havia dentro dela.

Eu olhava, mas nada falava. Não tinha coragem de reclamar.

Patrão - encosta na parede.

eu - é o que? (perguntei sem entender o que ele queria).

Patrão - mandei encostar na parede rapá. (disse ele ficando enfezado).

Assim que encostei na parede ele começou a me revistar.

Patrão - por que você ta tremendo?

eu - to com medo. (falei gaguejando).

Patrão - você confia em Deus? (perguntou ele, assim que terminou de me revistar).

eu - sim. (respondi).

Patrão - então começa a rezar léke. (disse isto colocando bala em uma pistola)

Continua...

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Comentários

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Puta merda! o Lorin tá fudido! acho que o padrasto dele descobriu que o pai dele tem dinheiro e tá tirando um por fora, por isso o depoimento a favor do Lorin.

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Adorei o capítulo! Tô com sdds do conto anterior! Abraços!

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VAI VOLTAR PRO REFORMATÓRIO. QUE PENA. UMA VIDA BANDIDA. MAS VAI REVER O TIAGO SEU AMOR.

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Mds e agora o que será que vai acontecer. Posta mais logo kk

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Mais um capítulo top Berg, você escreve muito bem e suas histórias são cheias de drama cara, muito bom, mas estou com pena do Lorin.

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Ai meu pai... fiquei apreensivo aqui. Curto demais seus textos, pois me fazem sentir como se fosse real!!!!

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Agora ele vai ficar mais e mais metido com isso e não vai conseguir sair depois.

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Estou finalizando essa semana Henri. Estou de férias do trampo e vou aproveitar pra fazer isso. Abraço!

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Porra kkkk mas esse moleque só se mete em merda kkkkkk, capítulo perfeito, Berg cade o Arthur eo Barão?

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