Minha Vida, Meu Amor - Parte 3

Um conto erótico de Alê12
Categoria: Homossexual
Contém 1017 palavras
Data: 20/07/2016 21:17:58

Ele mergulhou seus longos cabelos loiros debaixo do chuveiro e sentiu cada gota de água, expulsar toda tensão que a prova lhe causara. Por uns instantes o rosto do Nicolas lhe veio à memória e junto a ele, uma excitação que o deixou arrepiado. Aos poucos ele ia se tocando, deixando-se envolver pela voz, pelo sorriso, pelo corpo do Nicolas... Era uma sensação única e que estava lhe fazendo bem. Iniciou uma masturbação debaixo do chuveiro, e com os olhos fechados, pensava somente no homem que acabara de conhecer. As tensões iam aumentando e desesperadamente ele pôs para fora todo o seu sêmen, num gemido alto e perturbador.

- O que está acontecendo comigo? – ele se perguntava ao mesmo tempo em que as suas energias se perdiam com a água.

**********

Era um belo dia de terça-feira, e o sol brilhava iluminando o céu. Eduardo seguia pela calçada, até chegar à faculdade. A semana passada, não fora uma das melhores, pois ele havia se trancafiado em seu quarto, estudando freneticamente para as provas; mas agora, menos tenso e mais feliz com os resultados obtidos, ele finalmente poderia relaxar e curtir mais um pouco a sua vida. Passando pelo corredor, seus olhos percorreram ligeiramente pela porta da secretaria, a fim de rever o Nicolas. Ele não sabia explicar, mas existia algo diferente que o fazia se sentir bem ao lado daquele homem.

- Sim, claro! Pode me mandar o e-mail que eu responderei. – Nicolas se despedia de um aluno que procurava informações, e avistou ao longe, o Eduardo olhando em sua direção. Este por sua vez, tentou se esconder, mas já era tarde!

- Bom dia! Como vai? – ele estendeu a mão.

- Bom dia! – respondeu levemente o Edu. – Estou bem, e você?

- Estou bem, apesar de muitos problemas internos para resolver. – eles se olharam por um instante. – Aceita um café?

- Eu... É que... – ele começou a gaguejar, mas o Nicolas nem deu tempo para que ele respondesse, e pôs a mão em seu ombro, o guiando para fora da instituição.

- Sinto que você tem medo de mim. Fica calmo rapaz, sou apenas um coordenador, nada mais.

- Não, não é isso! É que sou tímido mesmo. – Ele tentou não olhar para ele, e queria poder evitar aquela situação ao máximo.

Eles se sentaram numa lanchonete próxima, e fizeram seus pedidos.

- Me fala um pouco de você. – Nicolas por ser mais maduro, não hesitava em fazer qualquer pergunta, muito pelo contrário, adorava vê-lo embaralhado com a situação.

- É tão difícil falar da gente... – Eduardo pausou por um tempo. E seu olhar ficou distante, revelando um ser solitário de triste, que escondia diversos segredos. Ao perceber isso, Nicolas quis mudar de assunto.

- Perdão. Eu não quis ser invasivo!

- Não há o que perdoar. Eu estou bem. – ele respirou. – É que às vezes eu me sinto tão... Não sei explicar. Eu só queria me encaixar neste mundo, queria poder ser mais próximo das pessoas, eu queria poder... – ele parou novamente.

-Poder? – Nicolas insistiu.

- Poder encontrar um alguém que eu possa amar e que me ame do jeito que eu sou. – disse ele com dificuldade na voz.

- Mas não há nada de diferente em você. Muito pelo contrário, é um jovem bonito, inteligente...

- E gay. – ele foi direto. – Não é fácil se descobrir, e conviver com aqueles que te olham como se você fosse à pior pessoa do mundo. Viver escondido, dentro de si mesmo, sem ser severamente julgado... Não é fácil.

Nicolas o olhou com ternura, e sentiu algo estranho por dentro, após aquela revelação.

- Posso te contar um segredo? – Eduardo acenou positivamente.

- Eu também já saí com homens.

Edu ficou perplexo e trilhões de coisas se passaram em sua cabeça.

- A diferença, é que eu não permito que as pessoas interfiram na minha vida. A nossa felicidade só depende de nós mesmos. Não podemos ser o que as pessoas querem que sejamos e sim, o que nós queremos ser. E ser gay, é só questão de orientação sexual, isso não muda o seu caráter e a sua personalidade.

- Poxa, muito obrigado senhor Nicolas. Eu...

- Já disse que não sou tão velho assim. – eles riram. – Sabe Eduardo... Você está precisando viver a sua juventude. Experimentar a vida, a liberdade, as sensações... Tudo isso aqui é passageiro, e depois não adianta chorar pelo leite derramado.

- Pela primeira vez, eu pude conversar sobre isso com alguém. Eu nem sei como te agradecer por ter me escutado. Obrigado mesmo.

- Para de bobagem. Vamos marcar de sairmos juntos pra ouvir uma música, quem sabe dançar...

- Tipo, eu e você?

- Sim. Algum problema? Só porque tenho 30 anos e você 18? –Nicolas olhou serio para ele.

- Não, pelo amor de Deus! Claro que não é isso! É que sei lá. Nunca me chamaram pra sair e você é o meu coordenador, e...

- Você parece um velho que coloca empecilho em tudo. – ele riu. – Eu gosto de sair com meus amigos, e agora posso te considerar o meu novo amigo, ou não posso?

- Claro que pode! – ele ficou sem jeito. – Meus pais só não precisam saber que vou sair.

- Seus pais te controlam?

- Não. É que para eles, não é comum eu sair à noite pra curtir. Vão achar estranho... Capaz de pensar até que estou usando drogas. – os dois caíram numa gargalhada gostosa, e mais uma vez se entreolharam. Nicolas tinha o sorriso perfeito, e a sua barba deixava ainda mais belo e encantador.

- Tudo bem. A gente inventa uma mentirinha para eles.

- Quê isso? Você está me incentivando a mentir para os meus pais? Eduardo sorriu e fez bico.

- Quem nunca fez isso na vida? Hum? – agora preciso ir. Tenho que resolver os tais problemas.

- Deixa que eu pago. – ambos disseram ao mesmo tempo e suas mãos se cruzaram ao pegar a comanda sobre a mesa. Eduardo não disfarçou a adrenalina do momento, e sentiu sua garganta seca. Nicolas apenas o olhou profundamente, como se já adivinhasse o que ele estava pensando e disse por fim:

- Eu pago!

Os dois se dirigiram à faculdade, e a partir dali, mostraram discrição na mais nova amizade que se formava entre eles...

CONTINUA...

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