Apaixonado por Caio! Meu Brother do Orkut. (02)

Um conto erótico de Fernando
Categoria: Homossexual
Contém 4884 palavras
Data: 21/07/2016 20:22:10
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Hey, galera. Tudo certo? Espero que sim. Sexta-feira chegando, farras surgindo, pessoas se alegrando e eu aqui morrendo de estudar. Mas é a vida né. Fazer o quê. Grande abraço ao pessoal que comenta e aos que lêem na surdina. Cês são incríveis.

Lobo azul: Você é exclusivo, não precisa ser citado para saber o quanto lhe amo como amigo. Então, olha o choro u.u ♥

Querido606: Hey, man. Amando suas conversas sobre supernovas no wpp. André não é problema, por Deus! Ele só foi motivo de algumas coisas, não o causador em potencial. Beijinhos, Twent... apelido esse teu é fods heim.

Hulk22: Meu parça, Hulk. Feliz estou eu por mais uma vez eu estar aqui lhes falando e lhes contando mais sobre essa história com o personagem acéfalo. Mas não fique triste, isso foi há anos. Hoje tudo não passa de lembranças. Abraços.

baixinhaaa: Isso é coisa do passado. O tema cerne dessa nova fase. Cara, minha vida é uma montanha-russa. E agradeço à Deus que seja assim, através desses altos e baixos, aprendo e extraio o necessário para seguir em frente com sabedoria e firmeza. Obrigado por seu carinho. Beijos.

Martines: Nome que me lembra uma boa bebida. Então, André não é o playboy; tampouco fez a cabeça de Caio hue. André é só um brother que morava no meu bairro e que quis me dar uns pega. Deve ter confundido ele com o Ricardo. Todavia, valeu por voltar a acompanhar, grande abraços, cara ;)

Bruno Jovovich: BV, meu irmãozinho cabeça de arco-ires. Sei que você lê a sacanagem e curte. Na verdade vem só ler a sacanagem, afinal... Você lê sacanagem com língua de boi. Poupe-me de sua falsa imagem puritana. Brinks, te amo também, man. Cê sabe. Beijos.

flor de lis: Pois é. Isso da separação é passado. Só me restam as lembranças dele. Hey, André é bacana. Como eu disse anteriormente, ele vai causar algumas coisas, mas não vai ser o causador em especial. Vamos ver se você mata ou não ele rs. Beijos.

Bruns: Bruno, você não sabe o quanto me alegro e ver você vir aqui e comentar. Tô com saudades de você. E hey, não dá spoliers. Pois não é, quem ama luta. Quem não conquista insiste. Que insiste e não cosegue se conforma. Hue. Abraçao meu padawam preferido.

Arthurzinho: Sei que sou. Brincadeira. Obrigado, amigo ♡

Irish: Sem brema, Iris. Sei como é isso de perder senha. Eu perdia muito antes, senha do banco, senha do celular, senha das senhas e etc. Hoje aprendi a fazer algo para não perder, eu tento não perder hue. Obrigado pelo carinho e grande beijo.

Menina Crítica: Ownt, obrigado por seu carinho. Fico sem jeito com suas colocações exageradas. Amo Deadpool. Nunca canso de assistir o filme e nos quadrinhos era meu não-herói preferido. Dr's inusitadas são legais, sai da mesmisse e torna a discussão mais... mais... complexa e boa de discutir hue. Beijos e até.

Bibizinha2: (Reticências) ♡

YAMASHITO: (Reticências) ♥

Gabriel26: Você me lendo. Que honra. Não li seus contos ainda, mas pretendo. Tem um amigo meu que é um grande admirador seu. Manda um salve pra ele. Aqui, olhe pra essa câmera e dê o salve. Ansiolítico e Rivotril já foram meus xodós. Tomava com ceral no café da manhã hue. Abraços, man.

Diego21: Olha... se está escrito Diego, claro que é pra você. Mentira... era pra outro. Só que o nome é o mesmo, então vale pra todos os Diegos que conheço, inclusive os que eu amo ♥. Hey, manda lá seu número que eu chamo. Abraços.

K-elly: Você e boa parte não leu. Quem leria esse lixo? Credo. Brincadeira. Leia, e me diga num canto reservado se gostou. Seja bem vinda então à essa história minha. Espero que lhe agrade. Abraços e Beijos ♥

Gordin.leitor: Thiaguinho, ownt. Valeu. Sabe que cê é especial né (não mentalmente) mas em pessoa. Te gosto muito. Beijos.

amordestinados2: Obrigado. Mas o começo separado é só um prólogo. Ainda vai rolar muita água até a separação. Valeu pelo seu carinho e fique bem ♥

LucasMG: Mineiro? Eita trem baum. Obrigado, cara. Espero que curta o cap de hoje.

Hb: Falou tudo. Arrasou. Beijinhos ♥

Ivyy Bernardo: Hey, gata. Eita, quanta bajulação. Essas cólicas podem ser gases, dá socos na barriga que resolve hauhau. Ownt, valeu pela sua gentileza. Vi você lá no wattpad e quero agradecer muito o seu carinho para comigo. André é legal. Não bata nele... bichim vai até me fazer bem. Vamos ver juntos né. Beijinhos.

Lipe*-*: Cara, aplaudindo você de pé! Na temporada passada narrei pouco eu sendo o ativo, mas eu fiz isso por achar mais convencional, afinal... o mundo pinta os gays assim. Mas isso não diz necessariamente que eu comi ele poucas vezes na temporada passada. Só não contei hehe. E sim; acho ridículo isso de mais macho e mais fêmea. Nada a ver e ainda mais se tratando de casal. A versatilidade é fundamental para uma boa relação, sem limitações ou padrões. Obrigado por sua colocação, gostei muito das suas palavras. Abraços.

♥♦♥R♥¡♥R♥¡♥♦♥: Heeee! Vamos pular e beber leite de caixinha. Valeu pelo carinho e eu que estou feliz por ter voltado. Beijos.

Jardon: Don, moreno lindo. Cara, obrigado por falar o casal Caio e Fernando (vômito) e para com isso. André é legal. Como eu disse antes, ele não é o causador. Quero meu áudio com sua voz, visse. Pra já! Beijinhos.

Geomateus: Opa... valeu ;)

Machad: Chadinho ♡. Cê sabe que te gosto muito. Mesmo você sendo de onde é (arrepiado em repulsa) rs. Obrigado por ser meu amigo e por me aturar. Xau, gordo.

lari12: Haverá sim. Uma pausa entre nós dois que duraria uns meses. Beijinhos.

Jhoen Jhol: Hey, cara. Saudades de você também! Tudo bom? E as novas? Cara, tudo o que você disse é verdade. E uma coisa em especial, a questão do machismo dos heteros infiltrados no mundo LGBT. Você sambou no seu comentário, cara. Acho que todos devemos sempre e sempre expandir nossos horizontes e não nos limitarmos. Como fazem muitos hoje em dia que deixam de se relacionar com alguém por ela ser passiva ou ativa. O mundo gay está se limitando aos poucos, e alguns não vêem isso. Enfim. Você disse tudo. Estou admirado. Abraços, parceirão.

VAMOS AO QUE INTERESSA.

-

Caio e eu conversamos muito sobre nossa viagem para o Sul que faríamos naquele mês. Eu falava com minha mãe sempre pelo Skype ou por telefone e ela morria de saudades assim como eu. Adiamos a viagem pro final de julho e iríamos, antes de ir vê-la, em BH conhecer a parentada de Caio, a outra casa dos pais dele e o túmulo de Helson meu finado cunhado. De lá, iríamos para o sul de carro, como nos filmes americanos, em uma aventura muito boa. Meu pai pagaria minha passagem como presente de namoro, ou algo do tipo, embora seu Cá questionasse isso e dissesse "eu pago pros dois, uai" com seu sotaque mineiro. Minha sogra (S por C e G por B, lembra?) nasceu em SP, meu sogro mineiro, eles se conheceram na Unicamp e se envolveram. Tiveram Caio em SP, Sampa, mas o criaram em BH. Não sei porque contei isso a vocês, estou meio sem ideia. Vou escrever uma receita de como fazer cubos de gelo para dar um conteúdo ao conto. Brincadeira.

Certo dia minha mãe me ligou polvorosa: FERNANDO, MEU FILHO. ESTÁ TUDO BEM COM VOCÊ? - e eu percebi que ela estava apavorado com algo. Fiquei de pé, pois estava sentado no sofá com Caio do meu lado, e ele perguntou alarmado o que acontecera. Eu também queria saber.

Eu, alarmado, falei: Tô sim, mãe. O que aconteceu? A senhora está bem?

Então a campainha de casa tocou e eu fui abrir a porta com o celular no ouvido: Meu filho... - ela começou a chorar copiosamente. - Fernando, você vai me matar do coração.

Eu não entendi e quando abri a porta vi meu pai e ele falou rápido: Sua-mãe-ligou-e-sem-querer-eu-contei-tudo-pra-ela-sobre-a-surra-que-te-deram.

Minha mãe me chamou no telefone e eu fuzilei meu pai com os olhos: Tô com ela no telefone agora, "pai" - dei um ênfase zangado e deixei ele entrar. Mandei minha mãe se acalmar e sentei para ter de explicar tudo. - Calma, mãe. Já passou e eu estou bem.

Minha mãe do outro lado da linha parecia zangada e com medo ao mesmo tempo: Como já passou? Meu filho, você foi espancado e ninguém me fala nada? Você perdeu o juízo?

Eu suspirei, sabia que ela iria pirar se alguém contasse ou se eu tivesse contado na época. E agora ela soubera por terceiros e isso agravava a situação. Caio falou baixinho com meu pai e deu um copo de água pra ele enquanto eu explicava o que acontecera. Que apanhei mas que me sarfei com a ajuda de uns amigos. Ressaltei que não havia sido nada de grave - o que era uma mentira grosseira tendo em vista que a patota de Ricardo iria fazer coisas cruéis comigo e depois descartariam meu corpo em algum terreno ou simplesmente o queimariam. Pensei nisso e me arrepiei e o coração acelerou. Minha mãe disse coisas as quais eu não dei muita importância, só que senti sua voz menos nervosa e logo ela riu chorosa dizendo que queria eu lá com ela, ou a mesma viria para o Pará brigar com meu pai por ter deixado o filho dela quase morrer. A tranquilizei o máximo que eu pude e depois de 1 hora de conversa ela, aliviada, desligou.

Eu olhei pro meu pai: Obrigado por ter contado o que não devia, pai.

Ele: Falaram pra ela, Nando. O teu tio Walmir contou algo por alto e ela me ligou porque sabia que tu ia mentir. Ela me ameaçou.

Eu: Mentia mais! Pai, tu sabe como a mãe é. Vai que ela tem um troço na hora, heim. Aí eu teria outro troço e puf, lá se ia a família inteira.

Meu pai: Calma, menino. Também não é assim. Por isso que vim correndo pra cá. Eu não ia contar, mas não quis mentir.

Caio: Pow, Nando. Releva pro teu coroa.

Eu: Eu sei que o senhor não tem culpa. Fala pro tio Walmir pagar minhas contas já que minha vida é da conta dele agora - falei rabugento.

Pai: Vou falar com ele. Para me redimir eu pago a passagem de vocês pra verem tua mãe, tá bom?

Eu: Primeira classe?

Ele riu: Não se pode dar asas a cobra heim - disse eu ri.

Eu não queria que minha mãe soubesse do espancamento daquela maneira. Eu era ela personificado, preocupado e que pensa muitas coisas. Ela não sossegaria até me ver pessoalmente. Mais um motivo para eu ir imediatamente ao sul.

*

Caio passou a andar ciumento comigo, isso começou desde o dia em que ele voltou, certa noite, da casa da sua mãe. Me pegou no trabalho e fomos num shopping e lá encontrei amigos do curso, que eu terminara, e por uns dois minutos esqueci Caio e me perdi numa conversa com eles. Caio pegou meu braço e falou "tá dando muita trela presses Zé aí." Na hora, relevei, mas em casa soltei o verbo. Falei que ele não tinha motivo algum pra ter ciúme, mas aí ele falou algo que me deixou meio ruim.

Caio: Vê se acorda, cara. Não dá muita confiança pra qualquer um. Aquele cara lá todo de papinho em cima de ti.

Eu: Para com isso de ciúme. Não é de hoje que tu começa com essas coisas.

Caio exasperado: Foi o meu ciúme que salvou tua vida. Se tu não tivesse dado trela pro Ricardo, como eu avisei, eu não teria gasto tanto com o psicólogo.

Ouvi aquilo e fiquei parado, processando as palavras. Doeu ouví-las, pois eram verdade. Caio fechou os olhos e fez uma careta: Não, não. Desculpa, amor. Falei na raiva.

Eu: Tudo bem... É a verdade.

Caio: Não, eu exagerei.

Eu: Tudo bem - fui pra cozinha, - o passado não faz alguém ser dono do outro. Se me fudi com o Ricardo, bom... ótimo, eu aprendi a lição. Mas isso não te dá o direito de ter ciumes agora e usar o que aconteceu como desculpa para me proibir com que falo.

E veio a discussão o que resultou em eu jogando um copo de vidro nele e alterações de vozes de ambas as partes. Caio nunca tentava me bater, embora avançasse enraivecido, jamais tocava em um fio de cabelo meu, mesmo porque eu não teria chances com ele que era o dobro de mim corporalmente. Ficamos de mal por um dia, sem um falar com o outro. Depois fui até ele pedir desculpas e conversar de forma civilizada. Nos acertamos, mas ainda sim ele sentia ciumes de certas coisas e eu tentava suavizar para não criar uma rotina. Até que ele parou um pouco com aquela animosidade o suficiente para ficarmos de boa. Como esse conto tem o nome de uma das rede sociais mais incríveis de todos os tempos(Orkut), digo que eu naqueles tempos eu a abandonara de vez e migrara pro assino dela, o Facebook. No início abominava tal, com um tempo passei a ter um certo interesse, depois me vi dentro dela. A febre de filtros do Instagram era geral e a palavra Selfie crescia a passos largos no mundo inteiro. No Orkut, tínhamos diversão, interação, expansão e entretenimento. No Facebook tínhamos nosso dia-a-dia contado através de fotos com legendas, fotos bonitas e com filtros. No Orkut eram fotos desengonçadas e muita das vezes constrangedoras, que foram deletadas assim que muitos tiveram noção, através do Facebook, que aquilo não deveria ser visto por ninguém. Não estou bajulando o Facebook, pois sou Orkut até o fim, mas ele tinha lá suas particularidades e eu reconheci isso. Eu tirava muitas fotos minhas com Caio - em casa, na pelada, na rodada de amigos, num restaurante - em qualquer lugar e momento, menos no sexo. Caio sempre fora muito reservado, desde quando conheci ele, e o mesmo sempre dizia "Fernando, estamos nos expondo muito com essas fotos, pode ser perigoso".

Bom, isso gerava outra briga; a da "você-tem-vergonha-de-mostrar-a-gente-pros-outros-!". Ele dizia que não, que nunca teve vergonha e jamais teria, era só pelo fato da exposição. Claro, entendi meu namorado e maneirei nas quantidades de fotos postadas no Facebook. Até aí tudo bem, mal eu sabia que aquilo que Caio falara, sobre se expor, não era exagero e eu descobriria da pior forma. Bom, isso é mais para frente e, no final do capítulo anterior, falei sobre um elemento que desencadearia as mais diversas situações entre nós dois; André.

Pra quem não lembra dele, vou-lhes refrescar a memória. André era um dos meus amigos do bairro, morava de fronte à minha casa e se mudou para lá muito antes de eu conhecer Caio no Orkut. Éramos amigos inseparáveis antes da puberdade, vivíamos na rua em tempos de férias, empinando papagaios, roubando goiaba dos vizinhos, mexendo com as menininhas e tudo mais. Eu era filho único e ele também e isso nos unia mais ainda. André era branco, com o tempo foi ficando meio pardo por se expor muito ao sol, e era grande, com um corpo bacana. Chegou nossos 13 anos e com ela as mudanças, foi aí que André começou a ficar estranho. Antes banhávamos pelados juntos, mas aí ele parou com isso. Nunca rolou troca-troca, e para mim jamais rolaria. Quando Caio mudou para Belém, André se afastou de mim... ficou distante e eu não entendia muito o porquê. Supus que ele começara a namorar e por isso mudara sua vibe com relação a mim. Crescemos, nos afastamos e eu me apeguei à Caio. Estudamos o ensino médio interio juntos e ele trabalhava comigo no restaurante de um padrinho meu. André começou a servir o quartel e não falou mais comigo. Depois que me assumi gay com Caio, ele se reaproximou e vi o moleque de antes virar um homem. Seu corpo ficara musculoso e ele mais másculo. André era inteligente e fazia piadas muito boas, pensei que com sua reaproximação, seríamos amigos novamente.

Só que ele se declarou para mim no meu quarto, me pegando de surpresa. Eu já desconfiava quando Caio falou algo na descontração a respeito de André. Mas mantive a esperança de que fosse só uma tola suposição.

Depois desse incidente, com sua declaração, não o vi mais pois este tinha ido pra uma missão em uma cidade do interior onde passava por uma catástrofe de chuvas intensas e o quartel enviava seus homes para o socorro. Com o tempo, apaguei aquilo da minha mente e rezei para que ele tivesse feito o mesmo, apagado aquela declaração e os sentimentos por mim.

Era quarta-feira, pior dia da semana, calor típico da capital Paraense, tédio e o cheiro de pão assado que já eu já enjoara, faziam eu ficar agoniado. Eu limpava morosamente o balcão da padaria enquanto mascava um chiclete da forma mais desinteressada possível. Meu pai falava no telefone com um dos fornecedores de bebidas e aproveitei o fraco movimento para mandar uns SMS's pra Caio.

Mensagem 1: Oi, amor. Tá fazendo oq? - enviando... Recebida.

Nova mensagem: Cóé baixinho. Tô aqui com a mãe. E vc?

Mensagem 2: Na padaria num tédio infernal - enviando... Recebida.

Nova mensagem: Pois venha visitar a mãe e conheça oq é tédio de vdd kkk

Mensagem 3: Melhor não kkk tua mãe me dá medo - enviando... Recebida.

Nova mensagem: Kkk cagão. Vou já lá p/ treino e passo pra te buscar dps, ok?

Mensagem 4: Vou esperar, gato. Tô loco pra te pegar de jeito. Te amo S2 - enviando... Recebida.

Nova mensagem: Te amo, gostoso. Quero te acabar na pica hj *emoji de coração*.

Meu pai pigarreou: Ãh ãh. Pode deixar o celular de lado e trabalhar?

Eu: Mas que celular? Jesus, pai. Tô limpando aqui - falei inocente.

Então entrou ele, André. Ele me viu e falou surpreso: Égua, seu Hiltor rejuvenesceu foi? - falou com sua voz grave.

Eu olhei pra André e automaticamente lembrei do episódio no quarto. Mas transpareci humor e não apreensão: Há há há. O soldado de chumbo e suas piadas.

Ele riu: Rejuvenesceu 1 ano heim, velhão. - Eu joguei o pano que limpava e ele gargalhou. Dei a volta no balcão e fui abraçar ele. - Cheguei ainda pouco.

Eu: Como foi lá na missão, matou o "Bin Lader"?

André sentou numa mesa e eu sentei também. Meu pai viu isso e reclamou, olhou pra André e foi até ele cumprimentá-lo. Não sei qual era o problema das pessoas, ficam todas amistosas com soldados e tals. Reclamei isso e meu pai falou que era uma honra ver alguém servir o país. Revirei os olhos: Para de babar o André, daqui a pouco ele vem pedir pão fiado e tu te lasca no prejuízo.

Meu pai riu: Ai ai, Fernando. Deixa eu voltar pros meus afazeres.

Eu olhei pra André: E aí, como tu tá?

André: Bem. E tu e teu playboy?

Eu fiz cara feia: Ele tem nome. C-a-i-o - falei pausadamente.

André: Se tu cair eu te levanto.

Eu: Ai, meu Deus! Que horrível. No quartel não ensinam a não ser piadista ruim?

Ele: Não ainda. Mas tu seria um bom recruta.

Eu: Não não, não nasci pra jungle ("selva" em inglês).

André: Do jeito que é dono do lar, serviria bem pra lavar as cuecas dos marmanjos.

Eu: Pai! Olha o André me ofendendo. Me defenda!

Meu pai: Vou te dar pão de brinde hoje por isso, André.

Eles riram e eu resmunguei. André: O namoro vai bem?

Eu peguei um canudo e fiquei mordiscando: Ótimo - e não olhei para ele, pros seus olhos. Não queria que ele lembrasse do fato no quarto e assim ele o fez também. Falamos de tudo e até de mulheres. Rimos, nos ofendemos na zoação e no fim, André não veio com nada de mais pro meu lado. Ele foi embora com uma sacola de bolos e fiquei aliviado. Ele esquecera aquilo, pensei gratificado. No outro dia voltou para comprar pão, no outro também e todos os dias vinha, sempre com uma piada ruim.

André: Aqui vende André's?

Eu sem entender: Não, por quê?

André: Caralho, queria um sonho.

Eu: Pai, me dar uma arma pra eu me matar.

André: Foi boa, oshe.

Eu: Não foi. Caio usa essa sempre.

E sempre era isso. Nos domingos, meu descanso era sagrado e Lise ia pro meu apê e ficávamos conversando. Ele melhorara mais o sotaque e sabia tantas gírias quanto eu. Como ela era próxima da dona Calson, sempre me contava algo quando ia na casa da mesma. Me falou da vez que a dona minha sogra dava uns pitch e dizia escandalosamente "Caio não nasceu pra isso! Ele tem uma vida boa e terá ao lado de uma mulher. E não de um viado que ainda por cima é favelado". Claro que Lise me defendeu ao ouvir isso e assim recebeu um convite categórico para se retirar da casa dela feito pela anfitriã. Roger fazia minha gordinha alemã feliz e eu sentia isso assim como ele dizia sentir de mim.

Lise na varanda comigo, olhando nossos namorados jogando o vídeo-game maldito: Tô a cadê dia mais amando êlí. Amaniãm vamos coniêcer a família-ri dele.

Eu: Dona Gê (mãe de Roger) é um amor, espero que ela prepare um guisado de pato. Eu amo.

Lise: Naum coniêçu elies ainda. Tôu neri-vousa.

Eu: Calma, mulher. Ela é muito melhor que minha sogra.

Lise: Dona Heliêna é uma terrível mesmu - rimos.

Eu: Ela longe e tudo está bem.

Lise e eu continuamos olhando nossos grandões, Caio sem camisa, de boné e Roger com uma camiseta colada ao corpo e short esportivo - ambos vidrado na TV: Elíes sã tão babacas

Eu: São - concordei. E completei. Mas a gente não vive mais sem eles heim.

Lise: Isso é veri-dade. E Nando, Roger é muito tarada. Semprie me manta na cama.

Eu: Nem me fale. Caramba, acho que esses marombados tem mais fogo que de costume. Caio consegue ficar 3 vezes seguidas. As vezes eu peço arrego.

Lise: Sortie que eu gostú de um analzinho - falou ele marota. - Ma-is as vezies ele põe pra acabar-ri com eu. E o pico dele é enoormi.

Eu ri: E tu vai mesmo voltar pra Minas?

Lise: Vou sim.

Eu: Vai fazer uma falta imensa, maninha.

Ela me abracou: E eu de tî, nandinho. Meu irmãzinha fofo.

Ela voltaria para BH no final de setembro. Não sei como ficaria ela e Roger, mas Lise disse que decidiria tudo com calma. Caio, apesar de meio ciumento, era meu príncipe. Sabia me agradar e sempre que fazia raiva, contornava a situação e rápido estávamos nos enroscando, nus, em algum cômodo do nosso apê. Quando ia me buscar no trabalho, chegava com uma flor enfiada na faixa do seu kimono e dizia "uma flor para a coisa que mais amo no mundo". Eu vomitava arco-íres e em casa ou num motel próximo, mostrava o tanto de amor eu tinha para dar a ele. Retribuir. Seu cabelo crescia e ele ficava mais lindo, seu queixo quadrado adquiria uma barba rala deixando-o assim com cara ainda mais de macho. Vi seu abdômem ficar mais trincado e perdi pra ele não ficar tão marombado, que se cuidasse, mas que não deixasse isso subir à sua cabeça. Ele me ouviu e falou que manteria seu corpo assim pra mim e só pra mim. "Você é dono disso tudo, manda e desmanda" falava ele quando estávamos no banho. Caio era o cara que Deus pôs na minha vira. Maroto, amoroso, bruto, conversador e territorialista. Eu até gostava do ciúme dele, inflamava meu ego. Então, em um dia, tudo começou.

Uma virose horrível tomou conta da cidade, e meu pai a contraiu. Fui para o trabalho e lá estava ele,queimando em febre. Mandei-o pra casa e disse que tomaria conta de tudo. Ele foi e a tarde começou lenta, os caras que faziam os pães, terminaram o serviço e vazaram, foi aí que a torrente de gente chegou. Pareciam que tinham adivinhado que eu trabalharia sozinho naquele dia. As mesas da mini lanchonete ficaram cheias, pessoas pediam pães, bolos, salgados e eu as vezes me atrapalhava, falava que só era um e para terem calma. Mas depois de 2 horas em meio à clientes chatos, eu comecei a explodir.

Cliente: Hey, não, Nando. Pedi kibe e não coxinha.

Eu atendendo outro cliente: Fige que é Kibe e taca pra dentro. Depois te faço um cafuné.

Outro cliente: Esse pastel aqui - e olhava os salgados com uma morosidade irritante - é de frango?

Eu com raiva: Tá ouvindo ele cacarejar?

Outro cliente: Esse pão é de hoje?

Eu impaciente: Não sei, pergunta pra ele.

Outro cliente: Hey, Nando. Trás outra garrafa de Coca aí

Eu: Só tem garrafa de pé e deitada. Não tem de Coca.

Alguns riam do meu mal humor, outros ficavam de mal humor e dizia que se queixariam com meu pai. Eu nem ligava e de repente apareceu André rindo e viu meu aperriamento.

Eu desesperado: André, ainda bem que apareceu. Me ajuda aqui. Vem! Vem!

Falei enquanto levava uns salgados pra uma das mesas. André: Claro. O que faço?

Atende e dá o que as pessoas pedem, sugeri, menos dinheiro.

André riu: E teu pai?

Eu: Morrendo lentamente em casa de virose. Tô sozinho hoje.

André riu: Então tá. Vamos lá.

Trabalhamos por uns 2 horas, ele ajudava muito bem e eu fiquei menos atrapalhado. As pessoas vinham aos montes. Eu ia ligar pra Caio, mas não queria atrapalhar o treino dele. Quando deu umas sete da noite, tudo ficou tranquilo. Comecei a limpar a padaria e André passava um pano nas mesas.

André: Foi bacana. Sorte a tua que eu tô de folga.

Eu: Foi nada. O povo tudo aos montes. Deus me livre. Cada cliente chato.

André: Deveria agradecer, eles que te dão o pão de cada dia.

Eu: Que trocadilho mediocre - e rimos.

Continuamos a trabalhar, sempre numa descontração boa. Fechamos a padaria e sentamos em uma das mesas para esperarmos Caio chegar e vir me buscar. André estava com sua moto reluzente e morava perto dalí, mas preferiu esperar comigo. Eu tentava descascar uma maldita laranja enquanto André chupava a sua de boaça e falava sobre os cursos oferecidos pelo exército.

Eu interessado na conversa, mas com atenção na laranja: Caramba, que foda. Tu tem um corpão, logo vai tá na alta patente com destaque.

André: Não é bem assim. E me diz uma coisa, vou receber nada de pagamento por trabalhar aqui?

Eu dei de ombros indiferente: Pedi ajuda e não um funcionário. Então, remuneração não lhe diz respeito.

André: Mas que filho da puta! Quero ao menos uma semana de bolos grátis.

Eu falando e gesticulando com a faca: No quartel eles não ensinam nada sobre cooperação?

André: Ensinam a não ser trouxa. Pelo visto não prestei atenção nessa aula.

Eu: Se fudeo cuzão - e ri, mas quando dei fé, a faca cortou meu dedo. - Ai, caralho!

André: Que foi?

Eu chupei o dedo, mas o sangue saía aos montes: Cortei a porcaria do dedo.

André: Deixa eu dar uma olhada. - Ele se aproximou sentando bem na minha frente. Olhou o corte e mandou eu erguer a mão enquanto pegava uma maletinha de primeiro-socorros atrás do balcão. Fez um bom curativo e disse orgulhoso. - Pronto. Me deve tua vida agora. Dois reais.

Eu: Mas que palhaço - falei e vi que André estava perto de mim, perto de mais. Nossos rostos próximos e fiz o maior dos erros. Olhei fundo em seus olhos com atenção. Vi a agonia do hospital e frustração, ambos juntos. Aí percebi que André não esquecera o episódio no quarto, eu fui tolo em me firmar nessa esperança. E mais tolo ainda de ter me aproximado dele. Senti ele furar minha alma com aqueles olhos e um medo me invadiu.

André: Sabe, não entendo porque as pessoas que gostamos não nos são acessíveis.

Eu senti sua mão segurando a minha de modo suave: Vou perguntar a Megan Fox um dia - falei sussurrante.

Ele riu e baixou a cabeça: Depois eu que sou o palhaço. - Pegou meu dedo machucado e deu um beijo. - Pra sarar mais rápido.

Eu quase sem voz: Valeu.

André: Gosto de ti, cara.

Pensei em Caio e me pus de pé, eu tinha que me afastar, perigo, perigo! André ficou de pé e estávamos muito próximos, sua boca veio de encontro a minha. Vi os cravos em seu nariz, os olhos castanhos se fechando, as bochechas e o queixo quadrado com uma barba recém aparada. Senti a respiração dele irregular e talvez eu não tivesse uma. Se afaste, agora. Perigo! Perigo! Gritava eu por dentro. Eu iria empurrar ele, mas a voz de alguém vindo da porta nos sobressaltou.

- Que porra é essa? - perguntou um Caio visivelmente irado.

Continua...

-

Fudeu heim, Negada. Vi que alguns jugaram André errado. Tadinho, ele não vai ser vilão nem nada. Na vida real, as pessoas lutam por suas causas próprias. Não há um por todos por um. Mas sim um por um e todos por ninguém. André foi só um catalisador, um vetor. Mas não o causador. Vai lutar por si próprio, pra si próprio. Beijos e até a próxima.

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Comentários

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To bajulando por que gosto de ti safado rs era colica de ansiedade Msm viu ou então minha minhoquinha já qr nasce rs eu to adorando essa segunda temporada e olha Qe começou né viu minha cara de trakinas no wattpad né rs bjão lindo❤️❤️❤️

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Fernando errou sim em trair o Caio. Mas já tava de saco cheio... Muito perfeitinho esse casal... Impossível ser assim.... Parabéns pelo conto continua gatooo

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Rses valeu Fernando. Continue forte e firme!! Eu gosto do André e da pra sentir que ele é um cara boa onda, Caio e o Fer eu amo mas... Rs o Caio só não vai dar uma surra no André pq o Fer vai pedir pra não fazer, o Fer tinha que se manter fora desses "problemas"

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É como você disse que não dá para o Caio usar a mesma desculpa sempre por causa de ciúmes. Avisar e manter-se alerta é bom, mas não podemos deixar de conhecer o próximo por isso. Sem contar que tem velhos amigo à la "Regina George em pele de cordeiro" só esperando o momento para atacar pelas costas. O Caio está pouco diferente mesmo, deve ser efeito colateral da conversa machista. O ponto forte que achei foi ele falar dos gastos ao psicólogo; não tentando diminuir o aviso dele, mas falar de dinheiro numa discussão é foda. Acho que daria um jeito de pagar cada centavo. kkkkkkk. Se bem que briga é uma ótima forma para se descobrir a verdade que ficou escondida pelo filtro entre a mente e a boca. Eu também tenho cuidado com redes socias, pois muita coisa é melhor deixar longe dos olhos do virtual. "não entendo porque as pessoas que gostamos não nos são acessíveis." Jura? Preguiça de pessoas que só vão atrás da outra quando ela está comprometida. André deveria estar com medo de declarar para você antes do Caio aparecer e depois da chegada. Mas, você e Caio também tiveram medo e mesmo assim tomaram iniciativa. Então o André não precisa ficar chorando. (Bem, estou aqui solteiro...). A padaria do seu pai será toda demolida em 3..2..1. Vai melhorar o relacionamento com a sogra? Seus pais conheceram sua sogra? Ownt, vem cá me dar um abraço para matar a saudade! Tenho nada de novidades, minha vida é tão parada que está surgindo Aedes aegypti.

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Eu morro de rir com a briga de vocês e os copos voadores. E não faço A BV leio tudinho incluindo o sexo, pq não sou obg a fazer a recatada e do lar. Morto om o ciúme do Caio. Ele é um príncipe ogro né Nando? Muito linda as demonstrações de amor que ele tem por ti. Quero saber logo o que rolou quando ele chegou! E não sou obg tbm a gostar do André! Sou Team Caio, não conheço e não gosto igual.Principalmente por saber essas coisinhas aí.

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Como o Caio esta estranho,será que sua sogra esta enchendo a cabeça dele de esteriotipos e outras ignorancias?.Continua logo seu gostoso.E se ninguém estiver usando,manda o André pra mim.Bjsssssssss

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Eita as coisas estão esquentando não acho que o André Seja vilão ele está correndo atrás daquilo que ele quer mesmo que acabe causando atritos no casal sensação kkkkk

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Estou achandonque vai sair porrada no próximo capítulo! Hahaha, ow Nando vc tmb é muito especial pra mim! Beijo seu lindo! ♥

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Huum, acompanhei o início de teu relato (não chamo de conto) e gostava muito da dupla Fernando e Caio. Pena que acabou. Espero que ambos tenham reconstruído a vida e superado o fim da relação. Um abraço carinhoso para ti,

Plutão

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Fernando meu filho... pensei que você ia resposta o conto de novo . ainda bem que é continuação .... mas Caralho cara como que tu dar um mole desse ... deixa o André fica em cima de voce ... Caio ta certo de fica com raiva.

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Nossa que saudades de você e das suas piadas, rindo muito rs. Acho o Andre bacana kkkk queria um pra min (brincadeira.. ou não) o conto ta perfeito. abraços mano

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migo primeiramente mt obrigado por ter voltado e eu tava vendo oq vc escreveu ontem sobre rótulos e tal, e tipo eu acredito muito que não devemos seguir padrão de gênero e muito menos da nossa orientação sexual sabe, porque é algo cultural sabe. ser gay não é ser afeminado e odiar esporte e etc, ser gay é apenas sentir atração pelo msm sexo. ser mulher não é ser fresca, gostar de rosa e etc, ser mulher é se reconhecer como do gênero feminino e assim em diante. não devemos seguir o padrão imposto pela sociedade porque se n nunca seremos felizes. cada um é oq quer ser desde q n desrespeite o outro. bom é isso oq eu acho kkkk. é muito obrigado por voltar tava morrendo de saudades

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Eita porra. Vai ter porrada? Mas já começou assim? Com esse tanto de emoção? Não sei se suportarei esse conto até o fim kkk. Como sempre, fantástico a narrativa e esse quero mais no final é de matar qualquer monje de impaciência. Abraços.

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Destruidor, você. Fernando, eu amo ler seus relatos pois é de uma leveza e naturalidade que parece vir de sua boca enquanto conversamos numa mesa de bar. Morro de ri com seu humor. Quanto aos impecílios da sua vida naquele tempo, menino... Sinto que essa nova fase é a da crise. Que sua sogra ainda não apareceu, mas como li, ela não aceitava a relação de vocês. Será que ela será a grande vilã? E esse flagra? Do jeito que Caio e André não se dão bem, e você falando que André lutará, tenho quase certeza que terá uma desavença e agressões. E eu gosto disso? Gosto e muito. Ver o circo pegar fogo. Não acho que Caio esteja traindo você, seria uma decepção do século para mim e como sei que vocês estão juntos hoje em dia, isso de traição se torna quase nula. Mas é esperar pra ver. Não demora. Cheiro.

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