EXCITADA NO NECROTÉRIO

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 1371 palavras
Data: 28/11/2016 02:12:15
Última revisão: 28/11/2016 13:03:48
Assuntos: Anal, Heterossexual, Oral

O PASTOR - Parte 01

- Quem está responsável pelas investigações? – Quis saber o coroa negro, de rosto bonito, vestindo paletó e gravata, em desacordo com o enorme calor que fazia já àquela hora da manhã. Essa era a pergunta que eu mais temia naquele momento. Afastei-me do carro de polícia, onde estivera encostada desde que o cara chegou, e caminhei até ele. Falei, finalmente:

- Sou eu, senhor. Detetive Andressa Mota, ao seu dispor.

- Bom dia, detetive. Meu nome é Eliezer de Menezes e fui designado para assumir este caso – disse-me ele, como se eu não soubesse quem era e para que estava ali.

Eu vinha fazendo merda. Aquele era o terceiro crime em menos de um mês, com as mesmas características, e eu não conseguira nem desvendar o primeiro ainda. Aliás, havia pouco tempo eu terminara o curso de detetive criminal e menos ainda que conseguira passar no concurso para a Polícia Civil. E logo descobri que os tais cursos não formam ninguém. São feitos apenas para que as pessoas que ministram tais aulas encham o próprio rabo de dinheiro.

- E gostaria que a senhorita me passasse as informações necessárias para que eu me inteire no caso, por favor.

- Não há muito a repassar, senhor – eu disse, saindo dos meus pensamentos sombrios -. Esta é a terceira vítima fatal e o crime tem as mesmas características dos anteriores: mulheres jovens, quase meninas, jogadas em lugares ermos talvez por quem as tenha assassinado. Todas encontradas nuas e com seu sexo dilacerado, seja por objetos cortantes ou pedaços de madeira. Como sou novata, e a única detetive do meu departamento, ainda não tenho suspeito para nenhum dos três crimes.

- Percebeu alguma ligação entre os assassinatos? – Perguntou ele, sem deixar de olhar para o cadáver que tinha um pedaço de cabo de vassoura enfiado na vagina e outro no ânus.

- Todas as vítimas são jovens e bonitas, foram encontradas nuas e nenhum parente, até agora, reclamou o corpo. As duas anteriores ainda estão no necrotério, esperando quem as reconheça. Eu diria que não são desta cidade, senhor. Foram trazidas até aqui, talvez até de outros estados, e desovadas em qualquer lugar. Percebe-se que não morreram no local, por não haver qualquer vestígio de sangue por perto. As amostras colhidas dos outros cadáveres encontrados nas mesmas condições atestam que o sangue já estava resseco, indicando terem sido mortas horas antes de serem atiradas em via pública. Por isso, acho que o assassino veio de longe, para larga-las por aí.

- Preciso ver os outros corpos, mas acho que você está enganada, detetive. Esta mocinha é daqui mesmo, do Recife. Ao menos essa, eu tenho certeza.

Fiquei desconcertada. Deixei-me levar pelos fracassos das investigações anteriores e formei um perfil errôneo da vítima. Mas estava curiosa para saber por que ele tinha tanta certeza de que a mocinha era recifense. Ele me disse sem que eu precisasse perguntar:

- Observe a pequena tatuagem que ela tem na parte de trás do pescoço, encoberta pelos longos cabelos. Você já não viu algo parecido nas outras vítimas?

Porra, eu nunca me preocupei em olhar sob os cabelos dos cadáveres anteriores. Por isso, não vi a minúscula tatuagem representada por um coração, tendo subscrito o nome Jesus. Deu-me, imediatamente, a vontade de visitar novamente o necrotério no bairro de Santo Amaro. Queria ver se as outras vítimas possuíam desenho parecido. O detetive pediu que o repórter, que fotografava em vários ângulos o cadáver, enviasse depois as imagens para ele. Pegou-me gentilmente pelo cotovelo e puxou-me em direção ao seu carro. Acho que havia adivinhado meus pensamentos.

Quando entramos no seu veículo, um fusquinha cinza bem conservado, ficou fácil traçar um perfil da personalidade do homem: amante das coisas antigas, fã da bossa nova, talvez também gostasse de ouvir Roberto Carlos. No entanto, procurei com o olhar e não encontrei nenhuma prova desse "crime". Menos mau. Eu detestava o tal ídolo de várias gerações. Não suportava ouvir suas músicas tocadas no rádio, ou onde quer que eu as escutasse. Trauma da minha infância, com certeza: minha mãe repetia as músicas desse cantor uma após outra, durante o dia inteiro. Cresci detestando o cara. E o coroa detetive parecia cuidadoso com suas coisas. Seu carro era perfeitamente conservado. Os bancos pareciam novos. Mas uma coisa se destacava dentro do veículo, sobre o porta-luvas: uma volumosa Bíblia, de capa arrojada, aparentando ter sido feita de metal. Também parecia ter o dobro de páginas de uma cópia comum do Livro Sagrado. Deu-me uma imensa curiosidade de folheá-lo, mas me contive. Para mim, estava explicado o porquê de o apelidarem de “Pastor”.

Quando chegamos ao necrotério, não foi surpresa constatar que as outras vítimas de homicídio também possuíam tatuagens idênticas e no mesmo lugar: situadas na nuca, sob os longos cabelos. Só então, percebi que as três tinham madeixas longas, que davam muito bem para encobrir tão pequeno desenho. Mas, por que escondê-lo? Foi a pergunta que fiz ao detetive.

- Note bem que ambas parecem evangélicas. Talvez quisessem esconder da sua comunidade que usavam tatuagem.

Peguei o meu celular e fotografei a tatuagem, dando um close na nuca da vítima. Depois, fiz uma ligação. Quando atenderam, eu disse enfaticamente:

- Vou enviar agora mesmo uma foto de uma tatuagem localizada na parte de trás do pescoço de uma das três mulheres assassinadas. Preciso que identifique e localize o tatuador. Mas faça isso rápido, como se fosse caldo de cana, entendeu?

Desliguei o aparelho e fiquei à espera da resposta, olhando mais de perto o desenho na nuca da jovem morta.

- Em quanto tempo acha que teremos a confirmação? – Perguntou o detetive, satisfeito por eu ter feito exatamente o que ele estava querendo que eu fizesse.

- Logo. Depois, agradeço decentemente ao arquivista, pela ajuda – eu disse atrevidamente, fingindo ser uma garota liberada.

Ele sorriu. Notei que me olhou de cima abaixo, com certeza avaliando meus dotes femininos. Eu não me envergonho do meu corpo. Sou do tipo falsa magra, bundinha e seios arrebitados, barriga tanquinho de malhar quase diariamente e rosto razoavelmente bonito. Só acho que tenho os ombros um tanto largos e os cabelos, que uso sempre curtos, me dão um aspecto masculino. Se bem que às vezes me pego pensando se eu apreciaria transar com mulher. Mas nunca tive um relacionamento lésbico, se é isso que estão pensando.

Assustei-me com o toque do meu celular. Quando atendi, agradeci novamente ao arquivista da polícia. Aceitei tomar umas cervas com ele, à noite, em agradecimento à sua presteza e rapidez de resposta. Mas isso porque estava na presença do detetive. Acho que eu estava querendo provoca-lo. Depois, trataria de inventar uma desculpa para escapar do compromisso com o arquivista. Acredito que o coroa ficou excitado, pois sorriu, talvez imaginando que meu encontro com o arquivista terminaria numa cama. Vi quando ele, agindo de forma natural, levou a mão ao pênis, apertando-o num gesto de carência. Foi quando prestei mais atenção ao volume entre suas pernas. O cara parecia ser desses negrões bem caralhudos. E eu adorava fantasiar com homens bem-dotados. Admito que também fiquei excitada com tais pensamentos. Quando passei por perto do coroa, para voltarmos ao carro, pensei que ele me fosse beijar o cangote, tal a proximidade de sua respiração na minha nuca a descoberto. Mas talvez este tenha sido um desejo só meu. Entramos no fusquinha sem que nada demais houvesse acontecido. Aí, quando olhei novamente em direção ao seu cacete, tive uma surpresa: a braguilha do cara estava aberta e o enorme falo forçava a cueca, querendo respirar ar puro.

- E então, para onde vamos? – Perguntou-me ele, com a cara mais inocente do mundo.

Não sou de muita cerimônia. Costumo dizer a mim mesma que guardaria as preliminares para depois da transa. Abaixei-me, libertei o falo e ele projetou-se enorme, bem perto dos meus lábios. Arregacei o danado, deixando de fora a enorme chapeleta, e caí de boca. O negrão gemeu demoradamente, depois se ajeitou melhor na cadeira do veículo. Estávamos estacionados na frente do necrotério, às sete horas da manhã. Dizem que, a essas horas, costumamos estar ainda bem excitados depois de uma boa noite de sono. E, estando nas dependências de um lugar como aquele, dificilmente alguém viria nos incomodar.

FIM DA PRIMEIRA PARTE

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Comentários

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Estava com saudades dos teus contos porno-policiais. E leva o primeiro 10.

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Como os demais, um ótimo conto. Com a sua marca, um conto policial cheio de mistérios. E gostei do protagonista ser uma mulher. Escreva logo a continuação...

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Depois de um tempão sem escrever, estou de volta. Espero que gostem desse novo livro, que se inicia agora.

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