Cabeça Quente 6

Um conto erótico de Bibs
Categoria: Homossexual
Contém 5686 palavras
Data: 30/11/2016 09:23:32

GRIFF desceu pesadamente as escadas ásperas para a adega, onde Dante mantinha seu freezer de armazenamento e outra geladeira abastecida com bebidas para suas festas. Sempre era mais frio aqui em baixo, e um pouco úmido. Ele sabia exatamente o Chianti que Dante gostaria, e ele também tirou um pacote de doze Guinness, mas antes que ele subisse as escadas, ele parou.

Ele imaginou que ele deveria matar tempo para que irmão e irmã tivesse um pouco de tempo para conversar. Ele colocou o vinho e cerveja nos degraus e se sentou em um baú chamado “EQUIPAMENTO DE ESQUI” para contar até mil.

Dante tinha falado sério sobre voltar para a coisa pornô novamente? Parecia muita loucura para ser real, mas, novamente Dante era demasiado louco, às vezes. Ele não deixaria que aquele cara Alek tocasse nele, certo? Dante realmente não teria a coragem de...

Sim, ele teria. Jesus. Claro que ele teria. Dante tinha abundância de coragem.

Griff era um covarde, mas Dante não tinha medo e nenhuma vergonha. Inferno, ele mostrou seu pau para sua professora de Inglês na escola apenas para ouvi-la gritar. A detenção é maldita. E todo mundo sabia que ele sempre andava nu sua casa; ele tinha sido da mesma maneira como um adolescente. O Sr. e Sra. Anastagio tinham que se certificar que ele vestia calças quando as pessoas vinham visitar. A coisa era, Dante sabia como ele era maldito deslumbrante— aquele músculos suaves, aquela pele bronzeada, os cachos asas de corvo, e aqueles brilhates olhos negros como o oceano à noite.

Griff teve outra ereção. Excelente. Ele beliscou debaixo da cabeça para fazê-la descer.

Ciumento. Excitado. Envergonhado. Doentio. E) Todas as opções acima.

Tinha que ter uma pegadinha no acordo HotHead. Esse site não iria gastar mais de milhares de dólares para Dante se masturbar repetidas vezes da mesma maneira. E se esse Alek pedisse por mais? E se Dante concordasse? Dante se masturbando para algum russo era uma coisa, mas o que dizer todos aqueles rapazes assistindo, membros do HotHead.com que havia se logado ao tipo pervertido, com ele o encorajando e o desafiando para ir mais longe?

E Dante iria. Griff não duvidava disso por um segundo. O desafio era muito tentador, como um edifício em chamas. Ele tinha acabado de ser preso sem pensar. Dante diria sim e cederia para aqueles sacos de sujeira da Internet para provar que ele tinha coragem.

Subitamente Griff estava tão ciumento que ele não conseguia respirar, não podia ficar parado. Ele se levantou e esfregou as mãos em suas calças, não importando se ele deixou riscos empoeirados. Ele queria dar um soco alguma coisa, talvez em algum russo.

Idiota.

Não tendo certeza se ele queria dizer Alek ou ele mesmo, ele pegou o vinho e cerveja e subiu as escadas, fazendo barulho suficiente para que ninguém fosse surpreendido e Loretta tivesse tempo de terminar todos os seus agudos.

NA cozinha, Loretta estava cortando algum tipo de folha e quase tinha parado de hiperventilar. Isso era um bom sinal. Talvez esta noite ela estivesse apenas sozinha e entediada, presa em casa com seu homem do outro lado do planeta, fazendo o possível para não morrer no deserto. Griff podia compreender. Nicole estava sentada no balcão cuidadosamente puxando salsinha em pedaços e espalhando a maior parte dela dentro da panela com seus dedos minúsculos.

- Thwack -

Dante fatiou um caranguejo em pedaços perfeito, puxando a carne branca da casca brilhante e jogando dentro da panela em fogo brando. “Este é cioppino de homem preguiçoso. Agora que ele está cozinhado, nos livramos das cascas para que os pequenos monstros marinhos não engasguem. Sem necessidade de ferramentas.”

- Thwack -

Dante piscou para Griff e balançou a cabeça que estava tudo bem. “É uma mistura. E o peixe tem que ser fresco— realmente fresco, como recém saído do barco, se debatendo ao redor de tão fresco. Isto significa próximo. Eu vou até o Mercado de Peixe Fulton. Eles se mudaram para a parte alta da cidade mas o lugar no Bronx é mais limpo do que South Seaport Street. Você pode até comprar barracuda em algumas bancas. Barracuda! RRawwrrr-rraurrrr.” Ele arreganhou seus dentes inferiores para Nicole, que riu ao seu rosnados.

- Thwack -

O pensamento atingiu Griff que seu melhor amigo daria um impressionante pai se ele se deixasse crescer o suficiente para ter um filho. Griff olhou para Loretta encostada na porta da despensa e sabia que ela estava pensando a mesma coisa enquanto ela observava seu irmão cozinhando, um sorriso torto em seu rosto.

- Thwack -

Dante parecia bonito e feliz na luz fumegante, como se ele vivesse aqui mesmo nesta cozinha fazendo cioppino o tempo. Griff foi obrigado a engolir, e então ele estava pensando de novo sobre o maldito site. Ele puxou aberta a porta da geladeira e tirou uma cerveja antes que ele começasse a se enfurecer. Hothead.com, minha bunda. Onde ele poderia chegar com alguns milhares de dólares tão rapidamente? Talvez ele pudesse conseguir um empréstimo no bar?

Ele sentou em um dos banquinhos altos, e que o deixava observar a cozinha e mantinha sua anatomia traidora fora da vista.

Se movendo em torno da cozinha, com a graça eficiente, Dante se manteve cortando e cortando e rosnando e rosnando até que ele finalmente conseguiu uma careta de sua sobrinha, mostrando seus minúsculos dentes de bebê e rosnando para ele.

“Ba-rra-cu-da!” Dante cantou triunfante e despejou coentro picado na panela com a sua faca.

“Rrrr. Bahcuda.” Nicole estava rosnando através de seus dentes e subindo de joelhos sobre a madeira marcada do balcão, tentando ver o que fascinante e estranho o Tio Dante estava fazendo do outro lado da cozinha.

Loretta pegou sua queridinha rosnando e revirou os olhos para seu irmão. “Pare com isso, pateta. Ela recebe bastante maus hábitos de mim.” Ela olhou para Griff por apoio.

Griff balançou a cabeça em solidariedade. “Sinta-se sortuda. Pelo menos ele não está lhe ensinando a praguejar ou tomar tequila.”

Mas um bebê barracuda tinha nascido. Nicole e Dante continuaram a rosnar para o outro enquanto ele picava e a alimentava de alho e goles de caldo com uma colher.

“Umm-grrood. Rrrarrrrr.” O rostinho de Nicole se retorcia com prazer, amando seu tio engraçado.

“Eu te disse que ela ira comer frutos do mar.” Dante apontou para Loretta com a colher. “Graawrr.” Ele se voltou para a panela com cabeças de peixe e conchas de caranguejo, despejando o caldo aromático para o cioppino.

“Grauwr,” Nicole rosnou de volta e riu, então rosnou novamente por precaução para os outros adultos chatos que não eram seu tio.

Loretta ignorou seu irmão e as provocações, mas dessa vez não havia nenhuma ópera em seus olhos. “Griffin, você deve estar cozinhando hoje em dia?” Ela sempre tinha odiado Leslie, por algum motivo.

Griff sacudiu sua cabeça com uma careta. “Não. Quero dizer, eu posso fazer panquecas e macarrão, mas no geral eu descongelo. Os caras ficam sempre chateados quando é minha vez na estação.” Griff podia ver que ela abriu um buraco em seu pânico e sorriu. “Sou um campeão em lavar a louça.”

“E pimentão.” Dante se encontrava em seus cotovelos com uma colher para Loretta provar.

“Sim, eu posso fazer um pimentão muito bom. Carne. Catchup. Cebolas. Claro que é uma receita para um edifício com quinze caras peidando a noite toda. Oh! Sinto muito.” Griff olhou para Nicole com um pedido de desculpas a sua mãe, mas todo mundo pareceu não se incomodar. Acho que isso é normal também.

Dante mexeu a panela firmemente. Sem virar a cabeça para olhar para sua irmã, ele falou calmamente. “Se você precisa ficar hoje à noite, eu tenho muito espaço. Com pisos e paredes mesmo!”

Loretta riu e balançou a cabeça. “Eu estou bem. Estou apenas com uma dor na bunda.”

Griff esperava que ele não fosse o motivo. “Você deveria, Loretta. E eu vou ir embora depois do jantar.”

“G! Nem mesmo são sete horas. Qual é o seu problema?” Dante parecia ofendido com a idéia de que Griff poderia se sentir indesejado.

Griff deu de ombros ao cioppino e seu estômago roncou novamente. “Ou eu vou ficar.”

“Excelente. Ainda bem que alguém está com fome.” Dante mexeu a panela pela última vez e balançou a cabeça. “A sopa está pronta! Rahhh!”

No balcão, Nicole alcançou Griff, e ele a pegou e a colocou no chão. Ela cambaleou ao redor em seus joelhos, rosnando para Dante e ocasionalmente parando para conversar com suas mãos, como se eles fossem fantoches.

Crianças. Incompreensíveis.

Griff abriu os armários e puxou as grandes tigelas de ensopado que Dante mantinha na quarta prateleira. Elas pareciam profundas o suficiente para Nicole se afogar. Ele pegou uma pequena tigela de sobremesa para ela.

“Obrigado.” Loretta pegou as quatro tigelas e as colocou em cima do inoxidável. Suas mãos haviam parado de tremer, e ela estava as mantendo unidas. “Eu coloco a mesa.”

Dante inclinou a mão para Nicole com guardanapos e a pimenta para a mesa, saudando-a. Ela revirou seus olhos de menininha para ele, completamente livres de ópera, e se dirigiu para a sala de jantar para supervisionar sua mãe. Obviamente, ela não era nenhuma boneca.

Assim que eles estavam sozinhos na cozinha, Dante fez um gesto para Griff se aproximar e murmurou uma explicação. “Briga ao telefone com Frank no maldito deserto e ele desligou na cara dela. Ela vai superar. Eu acho que ele tinha razão e ela sabe disso, e ela apenas quer ficar com raiva por um tempo.” Sua respiração era quente no pescoço de Griff.

Griff balançou a cabeça e se afastou e tentava descobrir se havia algo que ele pudesse carregar. Não havia nada, exceto o cioppino.

Dante tirou o avental de sua cabeça e o enganchou dentro da porta da despensa e mostrou as mãos vazias. “Eu não tenho nada pra você, senhor.” Ele deixou cair um braço sobre o ombro de Griff e o apertou. “Vamos comer alguma coisa.”

“QUEM é ela?”

O jantar tinha acabado e Loretta Anastagio não desperdiçou um segundo. Dante tinha levado a criança até a cozinha para algo doce. No minuto em sua irmã teve Griff sozinho na sala de jantar, ela o grelhou como uma grossa bisteca.

Griff não disse nada, ele manteve seu rosto vazio como se ele não a tivesse ouvido perguntar o que ele sabia que ela ira perguntar, porque ela o conhecia muito bem. Ela o conhecia a vida inteira e tinha se acalmado o suficiente para notar seu silêncio.

A pausa ficou longa o suficiente para ser estranha. Griff se contorceu e fingiu estar escutando Dante fazendo barulho na cozinha, na esperança que ele pudesse blefar sua saída. “Quem?”

Loretta bateu sua cabeça, sorrindo. “O que eu sou, uma idiota? A garota! Tem alguma parte de você não pode parar de pensar nela.”

“Você está louca. ”

“E você é estúpido, mas você é tão bonito que todos nós temos que te perdoar. ” Suas unhas faziam cócegas em seu antebraço musculoso. “Conheço esse olhar, Griffin. Durante o colegial eu esperei que você desse esse olhar para mim, então eu sempre soube quando você estava ficando pateta por alguém. ”

Griff mudou sua bunda na cadeira, não sabendo o que dizer. Sim, só que desta vez é seu irmão. “Eu não sou pateta. ”

“Todo ferido e esperançoso. Merda.” Loretta revirou seus olhos, pegou sua grande bolsa, então a atirou pela sala como se fosse um escorpião. “Eu quero tanto um cigarro que meus pulmões doem. Mas Dante me mataria.”

“Por causa de Nicole?”

“Não! Por causa de seus pisos. Esses levaram, o que, um mês? Cerejeira brasileira.”

Griff se lembrava disso. Levou muito tempo porque eles o tinham feito em partes. Outros rapazes de seus postos de bombeiros tinham vindo sempre que eles não estavam com suas famílias ou namoradas, passando depois do expediente para ajudar Dante.

Griff tinha passado todos os dias, ajudando onde podia, e isso quase o tinha quebrado— Dante em calções lhe oferecendo uma garrafa de limonada; Dante de quatro com um martelo batendo as tábuas no lugar; Dante, coberto de manchas e cola, se despindo no corredor para o um banho e segurando seu pau protetoramente com as mãos. No terceiro dia, Griff estava se masturbando no banheiro do térreo apenas para manter sua sanidade.

“Aí!” Loretta estava de repente na frente dele com sua encaracolada juba selvagem. “Você está fazendo isso novamente. Os seus olhos ficam totalmente pegajosos quando você pensa nela. Caramba! Onde há fumaça há fogo.”

Griff fugiu para a sala da frente, desejando que houvesse mais pratos para ele limpar para que ele pudesse escapar para a cozinha, longe da carinhosa sondagem de Loretta. Mas ela simplesmente caminhou atrás dele, seu nariz se contorcendo para o drama. Este era o meio de decifrar os criminosos: sentar com eles por cioppino fresco e conversar gentilmente com eles até que eles implorassem por misericórdia.

Ele olhou pela janela. “Eu deveria ir para casa. Meu pai provavelmente está esperando.”

“Besteira. Seu pai? Vamos lá, Griffin, seja honesto.”

Não.

Griff mal conseguia se mover, mesmo que ele soubesse o que ela queria dizer. Ele se sentou antes de dizer algo estúpido.

Os olhos de caramelo doce de Loretta brilhavam para ele. “Eu quero ficar feliz por você. Você está tão solitário desde Leslie partiu. Até antes mesmo de ela partir.”

“Você nunca gostou de Leslie.”

“Ela nunca gostou de você. Então, quem é essa garota? Ela gosta de você, hein.” Loretta acenou com a cabeça conscientemente.

Griff se levantou, querendo fugir do delicado interrogatório. Loretta o seguiu para a sala e para o sofá e ficou encarando até que ele contasse.

“Não desse jeito. Eu não acho que seja qualquer coisa. Pelo menos, se for, eu estou louco e não isso pode acontecer.”

“Ela é casada?” Loretta se abaixou para pegar alguma coisa debaixo da mesa de café, um prego torto. Ela girou o prego, seus olhos bloqueados sobre os seus. “Ela é uma vadia?”

“Não!” Griff abriu as mãos fortes, alisando o ar entre eles. “Olha, não existe nenhuma garota. Prometo. Estou apenas feliz agora.”

“Você não parece feliz. Bem, você parece, mas um feliz triste. Como um herói em uma ópera, se matando sobre alguma prostituta doente.”

Isso o fez rir, áspero o suficiente para que ela parecesse confusa. Ele nem sequer tentou explicar o que tinha pensado quando ela chegou parecendo uma Valquíria da Ilha Staten. Ele simplesmente riu porque parecia bom, e então ela se juntou a ele apesar de ela não saber o que era tão engraçado.

Família.

Quando eles ficaram em silêncio novamente no sofá, os olhos de Loretta vasculharam seu rosto tão de perto que por um segundo ele teve medo que ela fosse capaz de ler a verdade ali debaixo sua pele. Como se seu desejo por seu irmão estivessem escritos em alto relevo sobre os ossos e os músculos.

“Loretta?” Griff olhou através da sala de jantar para a cozinha. Ele podia ouvir os sons da torneira aberta e Dante conversando bobagem com o bebê. Ele sorriu para Loretta, e seu coração parecia quente debaixo do seu esterno.

Ela o cutucou com o prego torto. “Nós nos preocupamos com você. Meu irmão, especialmente.” Ela inclinou sua cabeça na direção do som de Dante cantarolando. “Todos nós queremos que você seja feliz. Se você não pode ser egoísta por si mesmo, seja egoísta por nós.”

“Eu gostaria de poder ser.” Griff se sentia ainda pior dizendo a ela estas quase verdades do que apenas mentindo completamente, se é que isso fosse possível. Ugh.

Loretta não estava acreditando nisso, não totalmente. Ela o conhecia e ele sabia disso.

“Seja quem for, ela não merece você. Se eu não fosse uma idiota, eu teria construído um perfumado e feroz fosso no colégio e reivindicado você para mim mesma.”

Griff enrijeceu, de repente, consciente de quão perto eles estavam sentados— exatamente o que ele não precisava. “Gah! Você é como minha irmã.”

“Eu não sou sua irmã, Griff.”

“Ok...”

“Pare. Eu não queria dizer isso assim. Mas acredite em mim, eu não tinha pensamentos de irmã sobre você naquelas calças de futebol. Oof.” Ela afastou migalhas imaginárias de sua camisa, lembrando de alguma coisa. Loretta foi selvagem na escola, alguns anos mais jovens. “Esse cabelo vermelho. Nós costumávamos chamá-lo de Pão de Gengibre. Doçura picante.” Ela riu do apelido, e dela mesma, quinze anos atrás.

“Besteira.” Griff se sentia como um como um personagem de desenho animado acertado na cabeça com uma bigorna. Sério?

“As meninas guardavam fotos de você. Sério.”

“Eu não sabia.” Ele não podia imaginar ninguém tendo uma paixão por ele naquela época, ele tinha sido uma bagunça tão grande e desajeitado. Em cada foto, ele estava preso na parte de trás, elevando-se sobre as pessoas com seu cabelo flamejante, silenciosamente implorando para ser invisível.

“Você não quer saber. Você nem sempre presta atenção as coisas certas, Griffin Muir. É por isso que você foi uma paixão perfeita: você estava em espera, sem nenhuma boa razão e deslumbrante na medida certa. E ainda é, né?”

“Eu não estou em espera. Estou feliz, Loretta.”

“Pfft! Os relógios não param para ninguém. E agora estou muito bem casada com uma chamada telefônica e comendo com meu irmão porque eu fico com medo de ficar sozinha a noite toda.” Loretta se levantou e localizou sua bolsa perto da janela de sacada. Na volta, seus olhos caramelo continuavam cravados nos seus pela verdade. “Quero dizer, talvez essa garota esteja esperando que você faça um movimento.”

Dante e o bebê riram na cozinha, o som pairou entre eles no ar, alto e brilhante. Loretta estava na janela. Um carro passou fora; seus faróis invadiram o teto por um segundo como se alguém estivesse xerocando o quarteirão inteiro.

Griff a observava vasculhar algo em sua bolsa. “Eu não penso assim, Loretta. Eu acho que esta pessoa está esperando que eu supere isso e siga em frente e deixe de ser um idiota.”

“Eu estou apenas dizendo, não perca tempo, Griffin.” Ela tirou um maço de Luckys e pegou um, colocando-o em seus lábios. De pé ali, ela parecia um pôster de filme noir no vestido apertado e cabelos ondulados, exceto o mistério que precisava resolver estava batendo em suas costelas.

Onde está Humphrey Bogart quando você precisa dele?

Griff acenou com a cabeça e até sorriu um pouco.

“Me escute.” Ela apontou dois dedos para ele como uma sexy acusação. “Não espere por seu navio chegar. Nade até ele.” Ela saiu para o hall de entrada, parando perto do cabide para se virar para ele.

Ele só podia ver um pedaço de seu rosto nas sombras junto à porta quando um palavrão passou entre eles.

Ela apontou para o cigarro apagado em sua boca. “Apenas não conte a ninguém. Por amor de Cristo, não conte a Dante. Promete? Ele me mataria.” E ela se foi.

Ele me mataria.

“O mesmo aqui,” ele sussurrou para a sala vazia.

Griff ouvia Dante murmurar sem sentido na cozinha. Ele podia sentir o cheiro da fumaça do dia em sua pele e do almíscar doce de Dante nas almofadas. E através das janelas enormes, ele podia ver o ponto laranja do cigarro quando sua quase irmã inalava e inalava lá fora, como se ela estivesse num capacete com chifres se preparando para cantar até a morte.

FUI descobrir, bares gays são como qualquer outro bar do mundo.

Griff não tinha certeza do que ele esperava quando ele dirigiu para Manhattan. Ele se sentia como um idiota. Ele nem sabia se ele estava vestido adequadamente. Ele havia colocado jeans preto e uma camisa preta nova na esperança de isso que o faria se misturar um pouco. A camisa era um pólo de manga curta que sua ex-esposa havia comprado para ele, e na gola, os cabelos enferrujados no peito eram apenas visíveis, a malha abraçava seus tríceps grossos e peitorais. Ele imaginou que parecia bem o bastante.

Amanhã seria Outubro, e esta noite era a noite em que a cena que Dante tinha gravado para Alek no HotHead apareceria no site, como o “Soar da meia noite”. Dante tinha se gabado e o provocado sobre isso durante toda a semana. Ele era a única pessoa que sabia e ele também era a única pessoa que estava tentada a ver. Dante não sabia disso, mas ainda assim...

Para sua própria segurança, Griff precisava estar o mais longe possível da Internet e de seu computador antes que ele perdesse a cabeça e fizesse algo que não poderia retomar, ou ver algo que não poderia esquecer. Este passeio até Manhattan parecia como uma perfeita solução de dois pássaros e uma pedra para um católico não-praticante: Tentação destruindo a vida? Fuja!

Hora de conseguir algumas respostas. Hora para lidar com a realidade. Num momento em que ele precisava estar muito, muito longe de seu computador e da tentação de “apenas checando” HotHead.com. Ele poderia sobreviver comprando uma cerveja em um bar gay para conseguir um controle sobre o que seu pau estava fazendo. Além disso, pubs não têm Internet Wi-Fi, não é? Ele não iria perguntar.

Talvez ele fosse apenas gay. Talvez alguma coisa nele tivesse apenas mudado desde o divórcio. Talvez houvesse um lado inteiro dele que estivera esperando para sair. Quem sabe ele houvesse começado rebater para esta outra equipe sem perceber. Acontecia algumas vezes, certo?

Quanto Griff saiu pela porta, ele se checou no espelho do corredor.

Bom o bastante. Ele tinha vasculhado as listagens do Time Out Vida Noturna por algo como um pub gay e encontrou um lugar chamado Pipe Room. Um pub parecia seguro: cerveja e caras fora do Brooklyn. Exceto que neste lugar seria somente de caras, e eles estariam rastejando abertamente sobre ele, e ao mesmo tempo no local, ele deveria fazer o mesmo para eles.

Ack.

Ainda assim, qualquer coisa era melhor do que fazer login naquele maldito site e espionar Dante— trair a amizade deles, trair a si mesmo.

Havia alguns bares gays no Brooklyn perto da sua casa, mas inferno se ele iria correr esse risco. Melhor dirigir para o outro lado da ponte para o East Village e pagar alguns dólares a mais por sua cerveja do que se arriscar a ser visto em um bar gay por alguém que ele conhecia. Ou pior, seu pai ouvir sobre isso. Gah. O pensamento deixou Griff enjoado.

A estação de metro em Carroll estava vazia para um dia de semana, e ele caiu em um assento de plástico para que ele pudesse ficar em pânico em paz.

Ele tinha que descobrir se qualquer-que-seja-o-inferno com Dante era uma fase, e ele não era um maldito covarde. Ele corria para edifícios em chamas, pelo amor de Cristo!

Griff pegou o trem F de Cobble Hill para a Segunda Avenida. Nestes dias o East Village era mais extravagante e mais povoado do que ele se lembrava. Ele passou dez minutos caminhando ao redor do quarteirão antes que ele criasse coragem para subir os três degraus para o bar escuro.

Acalme-se, aberração.

No momento em que ele entrou, era quase onze. Subindo os degraus, ele podia sentir o pânico crescendo nele, mãos suando quando ele se abaixou pela porta. Quando ele entrou, ele quase esbarrou em um homem gorducho com uma barba branca que se dirigia para fora. Papai Noel visita os bares. O cara mais velho parou, sorriu e acenou para ele antes de sair.

Griff tomou um segundo para conseguir se localizar. Ele meio que esperava que todas as cabeças no local girassem e olhasse para ele como um impostor, mas assim que ele entrou, era apenas... um bar. Não tão diferente do Stone Bone, na verdade. As janelas eram coloridas, paredes de tijolos desgastados, a decoração confortável precocemente caindo aos pedaços. Ele tinha escutado da calçada Green Day tocando, por isso nada de estranho ali, agora ele podia ver que vinha de um genuíno jukebox.

Os fregueses vestiam um mistura de jeans e ternos e agasalhos, como todos tivessem vindo do trabalho ou de casa para encontrar seus amigos. Esses caras eram gays?

Exceto pelo bairro mais caro, ele poderia ter sido um daqueles velhos familiares bares policiais em Bayridge ou Staten Island. Um grupo de caras saindo juntos e pedindo jarros. Exceto que não havia nenhuma mulher no interior, nenhuma. Ainda assim, se ele não estivesse prestando atenção, ele poderia não ter notado por enquanto. Na verdade, ele quase podia imaginar que a namorada de todos tinha apenas se levantado e ido ao banheiro, ao mesmo tempo.

Quase.

Parecia tão muito como seu próprio bar favorito que ele quase fingiu para ele mesmo que ele estava esperando por sua tripulação em um de seus locais de encontro. Nenhum problema grande. A Cidade de Nova York tinha proibido o fumo um tempo atrás, por isso mesmo este lugar parecia como um mergulho sujo, o ar estava limpo, a multidão era profissional, e o velho bar parecia que tinha saindo dos anos cinquenta ou mais. Este lugar tinha sido um pub gay cinquenta anos atrás?

Ele ainda se sentia como um intruso— esse não era seu bairro, não era sua tripulação, e a única coisa que ele tinha em comum com eles era que ele queria entender com alguém que tivesse o mesmo equipamento que ele tinha.

Isso tornava todos eles amigos instantâneos? Ele era automaticamente um membro do clube? Sentia-se como um idiota da periferia. Griff esfregou suas mãos na calça e se dirigiu ao bar, tudo era mais fácil com uma cerveja na mão, certo?

No centro do lugar, homens bem construídos encostados contra mesas altas em grupos amigáveis, brincando e conversando. Em uma parede, um asiático alto empoleirado no braço de um sofá encaroçado disse algo para seus amigos que fizeram aceno em agradecimento enquanto eles observavam Griff navegar pelo labirinto de homens.

Ele sabia que seu corpo robusto e cabelos ruivos sempre atraíam atenção. E aqui dentro, ele percebeu, a camisa preta pareia um bocado vistosa e o fez se destacar ainda mais. Duh. Ele poderia ter apenas usado uma camiseta e agasalhos, mas eles aparentemente estavam devorando isso. Graças a Deus ele não havia vestido o kilt!

Griff se sentiu lisonjeado. Alguns dos caras que estavam olhando para ele eram muito mais bonito do que ele... num nível puramente objetivo. Mas alguns deles eram apenas homens normais e gordinhos. Novamente, as pessoas examinavam os bombeiros o tempo todo, de modo que isso não pareceu estranho tampouco. Ele poderia totalmente fazer isso. E pensando nisso, ele tinha notado dois caras bonitos no caminho, talvez por isso seu problema não fosse Dante.

Através de uma brecha no meio da multidão, Griff acabou pegando a atenção de um garçom que queria checar se ele queria alguma coisa. Griff acenou um sim enquanto ele empurrava através dos homens e se aproximava do bar. Pressionado contra a madeira, ele percebeu que o barman estava sem camisa e inclinado como um modelo de roupa íntima. Sobre um mamilo perfurado, um crachá adesivo em seu peito liso disse “Meu nome é... STICKY .”

Uau.

“Sticky” lhe deu um sorriso caloroso, mãos nos bolsos de trás. Ele era pálido alabastro, com cabelo loiro-branco e uma elaborada tatuagem celta que subia em espiral do punho de um braço em um forte azul escuro. E o sorriso era um pouco mais quente do que seria no Brooklyn, como se ele soubesse que ele era bonito e ele queria que Griff soubesse disso também. Sticky umedeceu seus lábios, sua língua era perfurada.

Griff não flertou de volta.

“Uh. Oi. Sim. Posso...? Cerveja? Uh, forte se você tiver. Você pode escolher.” Isso era a coisa errada? Por que ele estava olhando para Griff tão atentamente? Oh. Sim. Ele é um deles. Nós. O que quer que seja.

“Sim, senhor.” Sticky piscou e foi puxá-la da torneira, a tatuagem knotwork se flexionando sobre o seu antebraço. Griff apoiou as costas no bar, fingindo que isso era normal.

Quatro caras encorpados com camisas de rugby e shorts entraram, suados e enlameados, e inclinados uns contra os outros enquanto se dirigiam em direção a uma multidão barulhenta de outros jogadores amontoados em torno de um par de jarros de cervejas em uma mesa alta. Quando o menor companheiro passou, ele percebeu o exame minucioso de Griff e retribuiu a gentileza com um grande sorriso. Com seu cabelo bagunçado, tatuagem do USMC e rosto esquisito como um boneco troll, esse pequeno hidrante checou Griff da cabeça aos pés e nas costas, parando exatamente em seu pau, então piscou.

Jesus Cristo.

Griff fingiu tossir e se virou para olhar em direção à parte de trás do bar, onde uma mesa de sinuca estava colocada. Um grupo de rapazes da faculdade estava assistindo uma partida de jogo de luta livre; Universidade de Nova York estava por aqui, assim este era provavelmente um ponto de encontro para eles. Estudantes gays. Eles penduravam uns sobre os outros mais do que eles teriam em Red Hook, mas não mais do que um grupo de filhotes de cangurus soltos em Jersey Shore. Não parecia estranho, parecia doce.

O problema era que nenhum dos homens ao redor dele deixava Griff com tesão. Nenhum desses caras tinha feito seu pau sequer se contorcer. Não gay? Talvez ele tivesse apenas uma coisa para italianos? Ele examinou a multidão por alguém italiano o suficiente para afetar seu pau. Mas se ele se deixasse imaginar Dante ocupado com aquele site neste exato momento, sua ereção ficaria dura o suficiente para bater pregos. Pare com isso. Aparentemente, ele estava tendo algum tipo de mau funcionamento erétil localizado.

“Você é de fora?” A voz rouca em seu ouvido o assustou. Ele se virou para ver que Sticky tinha voltado e dobrado em direção a ele sobre o marcado balcão.

O barman magro estava passando uma cerveja escura e espumosa por trás dele. Seu braço tatuado esbarrou contra o maior de Griff, os pêlos finos arrastando juntos suavemente o suficiente para causar arrepios— dourado pálido sobre ferrugem. Griff pegou o copo, mas Sticky deixou seu braço onde estava, apenas roçando, até que ele estremeceu. Griff se virou para quebrar o contato.

“Não. Brooklyn. Nascido e criado.” Conversando com esse deslumbrante garoto, Griff sentiu as pontas de suas orelhas ficarem quentes. Ele deveria parecer como um caipira: roupas erradas, bebida errada, conhecimento errado. E seu pau definitivamente não estava reagindo aos rapazes atraentes ao seu redor. Ele estava ainda mais confuso do que ele estava uma hora atrás.

“Sério? Achei que era um garoto de fazenda. Em algum lugar onde eles criam cabras ou maçãs ou algo assim.” Sticky estava lendo o corpo de Griff por trás da segurança do balcão, uma lenta avaliação da cabeça aos pés, com desvios impressionantes. Ele riu, mas ele não estava caçoando, apenas sendo sexy e amigável.

“E você conseguiu tirar um cochilo no palheiro com seus primos. Eles são construídos como você?”

“Sim. Não. Quero dizer. Isso parece bem, mas eu sou cem por cento rato da cidade.” Griff suspirou e tomou um cuidadoso gole de sua cerveja.

Por que não estava excitado? Griff poderia dizer que esse descolado modelo de roupas íntimas estava interessado, mas aparentemente seus próprios interesses estavam presos em outro lugar. Como sobre a Ponte Brooklyn.

Estes dias ele não podia sentar ao lado de Dante sem ficar excitado, e ele não poderia checar seu e-mail sem se coçar para ir para esse maldito site pornô.

Inferno, Sticky era provavelmente um maldito membro do HotHead e iria baixar Dante mais tarde para seu uso pessoal. Griff tentou não ficar com raiva e possessivo, mas o pânico tomou conta nele novamente.

“Você ficaria muito bem de macacão, amigo. Esse cabelo flamejante e os ombros bala de canhão e nada mais. Acredite em mim. Eu tenho um par.” Sticky piscou. Até mesmo seus cílios eram platina ao redor dos olhos cor de avelã.

“Obrigado.” Griff piscou de volta e acenou com a cabeça porque pareceu educado, mas ele não queria incentivar o barman. Era errado o que ele estava fazendo? Parecia tão estranho que outros homens flertassem com ele assim. Se Dante pudesse ver isso, ele se mijaria de rir.

Com um pequeno vinco de decepção em sua testa, Sticky bateu os dedos nodosos no bar entre eles como se estivesse colocando um prazo na paquera. “Você tiver sede outra vez, você venha me encontrar, garoto de fazenda.” E então ele estava tirando um pedido de três caras de ternos carregando maletas, derramando tiros de sambuca .

Sentindo-se como se ele tivesse sido rude de alguma forma, Griff se afastou no meio da multidão e encontrou um canto onde ele pudesse observar os outros fregueses do Pipe Room discretamente à medida que eles aumentaram ao redor dele com suas cervejas de oito dólares e sapatos da moda.

Griff ouviu o estalido quando os NYUers iniciaram outra partida de bilhar. No sofá, o asiático alto estava contando uma história longa para seus amigos, e a equipe de rugby observava o sedutor fuzileiro naval abrir um presente. Sticky pegou alguns folhetos dobrados e os enfiou em um frasco, enquanto ele conversava com um corpulento segurança negro que viera ao bar para uma garrafa de água, assim como Griff fazia em uma noite devagar no Stone Bone. Poderia ser eu.

Apenas caras.

Nada disso o deixou desconfortável absolutamente, mas também nada disso o fazia sentir a fome frenética que Dante despertava nele. Esse não era o seu mundo ou sua vida. Sentia-se como um espião. Mais uma vez ele teve o pensamento de que se não tivesse sabido que esse era um bar gay, que estes homens eram gays, uma hora poderia ter passado antes que ele descobrisse.

Idiota.

Como ele poderia saber se ele era, se ele não podia nem saber se eles eram? Griff se sentiu tão aliviado e tão confuso ao mesmo tempo. Ele se refrescaria, terminaria sua cerveja e voltaria para casa.

Ele ainda não sabia qual a pergunta correta para perguntar, mas ele sabia que sua resposta estava esperando do outro lado do rio.

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